sábado, 22 de maio de 2021

Clã dos Corte-Reais


CORTE-REAL. Provêm os Corte-Reais da família dos Costas, do Algarve, ignorando-se ao certo a origem do apelido, que começou em Vasco Anes da Costa, cavaleiro honrado de Tavira, no tempo de D. João I, ou em seus filhos Vasco Anes Corte-Real, GiVaz da costa e Afonso Vaz da Costa, que também o usaram, transmitindo-se à descendência dos dois primeiros, pois do terceiro não consta que a houvesse. Informam alguns autores genealógicos que Vasco Anes Corte-Real, criado e valido de D. Duarte, dele recebeu o apelido por ser muito agasalhador de pessoas, dizendo o mesmo Príncipe que a sua corte era real quando nela esava Vasco Anes. Foi alcaide-mor de Tavira e Silves, fronteiro-mor do Algarve, o primeiro que desembarcou em Ceuta com o infante e que entrou na porta de Almina.

Outros autores dizem que veio o apelido a Vasco Anes de Costa, seu pai, por este oferecido a D. João I para ir ao desafio dos Doze de Inglaterra e que, deste acontecimento, juntara às armas dos Costas a cruz vermelha, a qual trazia no escudo o cavaleiro inglês com quem se batera. Parece mais natural que o apelido tenha começado em Vasco Anes da Costa e os filhos o recebessem dele do que haver principiado em Vasco Anes, seu filho, e deste o tomassem os irmãos.

As armas dos Corte-Reais são; De vermelho, com seis costas de prata, postas 2, 2 e 2 e firmadas nos falncos; chefe de prata, carregado de uma cruz do primeiro esmalte, solta nos flancos. Timbre: um braço armado de prata, guarnecido de ouro, com lança enristada de prata, hasteada de ouro, com uma bandeira de duas pontas também de prata, carregada de uma cruz de S. Jorge de vermelho. 

Jeronimo Corte-Real, filho de Vasco Anes Corte-Real e de sua mulher, D. Joana da Silva, neto paterno de João Vaz Corte-Real e de sua mulher, Maria de abarca, bisneto de Vasco Anes Corte-Real e de sua mulher, Mor Escudeiro, e terceiro neto de Vasco Anes da Costa, o mais antigo a que nos referimos, instituiu o morgado de Vale Palma, o qual por não ter geração, passou a seu sobrinho João Vaz Corte-Real, filho segundo de seu irmão Manuel Corte-Real. Desejando Jeronimo Corte-Real que os administradores do morgado pudessem usar as armas dos Corte dos Corte-Reais sem a diferença que teriam de pôr, em virtude de o chefe da linhagem ser o sobredito seu irmão Manuel, pediu a D. João III lhe concedesse ascrescentando para ele e seus descendentes, o que o soberano fez por Carta de 22-X-1542, confirmada em 10-III-1544. O acrescentamento pedido foi uma lança com bandeira farpada e nela uma cruz, a qual os Corte-Reais traziam detrás do escudo. As suas armas ficaram assim ordenadas: De vermelho com seis costas de prata, postas 2, 2 e 2 e firmadas nos flancos e uma lança de prata, hasteada de ouro com bandeira de duas pontas também de prata carregada de uma cruz vermelha, posta em pala no meio do escudo; chefe de prata carregado de uma cruz de vermelho solta nos flancos. Timbre: um braço armado de prata, guarnecido de ouro, com lança eristadade prata, hasteada de ouro, com bandeira de duas pontas também de prata, carregada de uma cruz de S. Jorge de vermelho.

Da Carta de acrescentamento concedida a este Jerónimo Corte-Real, parece depreender-se que seu pai foi o ganhador do acrescentamento do chefe posto nas armas dos Costas, o qual originou as dos Cortes-Reais.

Não pode a alusão que ali se encontra referir-se a outro acrescentamento, pois mais nenhum se conhece e, sendo ele o chefe d linhagem, era natural que não se perdesse. Pedindo o mencionado Jerônimo por acrescentamento a lança coma  bandeira, prova-se que tudo o mais já existia nas armas paternas. Assim, se desfaz a lenda de a cruz provir do escudo do cavaleiro inglês com quem s ebatera Vasco Anes da Costa, no torneio dos Doze de Inglaterra.



GENEALOGIA CORTE-REAL NA BAHIA:

1. Tenente General Pedro Luis da Franca Corte Real

2. Afonso da Franca Corte Real c.c. D. Maria Gomes, neta do mestre de campo Pedro Gomes, que governou o Rio de Janeiro, e de sua mulher D. Isabel Madeira, filha legítima de Domingos Lopes Falcato e de Agueda da Costa, viúva do capitão de infantaria Lázaro Lopes Soeiro.

3. D. Catarina da Franca Corte Real c.c. Tristão Velho de Araújo, Fidalgo da Casa Real, f.º de Paio de Araújo de Azevedo e de sua segunda mulher D. Ana de Souza, f.ª de Duarte Lopes Soeiro e de D. Maria de Souza Dormondo (Drummond).

4. D. Ana Maria da Franca Corte Real c.c. Lopo Gomes de Abreu Lima, filho de Francisco Gomes de Abreu Lima e de Maria de Brito Cassão.

5.1. Francisco Gomes de Abreu Lima Corte Real, cavaleiro da Ordem de Cristo, que faleceu solteiro.

5.3. Lopo Gomes de Abreu Lima Corte Real, capelão Fidalgo da Casa Real, sacerdote no ano de 1770, e foi visitador das minas do arcebispado.

5.4. Manuel Caetano de Araújo Corte Real, clérigo.

5.5. D. Clara Maria de Abreu Lima.

5.6. D. Ana Maria Antônia da Franca.

5.7. Gonçalo Gomes da Franca, solteiro.

5.8. D. Teresa Maria da Franca.

5.9. D. Isabel Clara de Abreu.

5.10. D. Catarina Josefa da Franca.


3.1.   D. Catarina Corte-Real c.c.  Afonso da França.
4.1. D. Luiza da França Corte-Real c.c. Domingos Barbosa de Araújo, f.º de Catarina Gil que era neta de Diogo Alvares (Caramuru) e de Catarina Paraguaçu, e de Gaspar Barbosa.



1. Domingos Alvares c.c.

2. Pedro Gomes c.c. Isabel da Costa Madeira, f.ª legítima de Domingos Lopes Falcato e de Ágüeda da Costa, viúva do capitão de infantaria Lázaro Lopes.

3.1. D. Maria Gomes c.c. Afonso da Franca, terceiro filho de Leonor da Franca e seu marido Manuel Gonçalves Barros foi capitão de infantaria.

3.2. Pedro Gomes da França Corte Real (não casou, mas, consta ter tido duas filhas)




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