segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Clã dos Barros


Euskadi (País Basco)

O solar desta nobre e antiga família está localizado em Guipúzcoa e faz parte do primeiro Senhor de Biscaia. Posteriormente foram extendendo-se pela província de Burgos fundando novos solares.

Genealogistas credenciados concordam com a antiguidade e nobreza desta família, entre eles Antonio de Barahona que faz extensa menção ao sobrenome Barrios, assim como García Alonso de Torres, ambos cronistas de Felipe II e Carlos I, ambos concordando em declarar como este solar foi arruinado pelo rigor dos séculos.

Eles se destacaram nas conquistas de Baeza e acompanharam os Reis Católicos na tomada de Granada. Nos tempos da Rainha D. Juana e de seu filho Carlos, destacou Dom Fernando de Barrios, cavaleiro, relatado pelos cronistas da época. Armas: No azul sobre ondas de azul e prata dois peixes prateados.
Galiza

Na cidade de Tuy (Pontevedra) foi estabelecido um ramo que trazia suas armas de Portugal e ao qual pertencia um de seus fundadores, o cavaleiro Don Juan de Barros, Senhor do Coto de Togores e seu filho, Don Juan, que participou da guerras na Flandres e na Itália, passando para a América com os anfitriões de Dom García de Mendoza. Esta linhagem provou repetidamente seu cavalheirismo não apenas em face de Chancelarias reais, mas também perante os tribunais do Santo Ofício. Armas: No campo dos gules, três faixas de prata, acompanhadas por nove estrelas douradas colocadas um, três e dois.

Portugal

BARROS. É bastante incerta a origem desta familia, pois os autores não concordam no seu progenitor. O mais antigo deste apelido, de quem parece poder deduzir-se a linhagem dos Barros, é Fernão Dias de Barros, morador no lugar de Barros, no concelho de Regalados, solar da família, que se supõe vivesse nos reinados de D. Afonso IV e D. Diniz.

Posto que alguns autores genealógicos e heráldicos façam diferença entre Bairro e Barros, dizendo que são linhagens diversas, assim não é verdade, porque indistintamente se empregaram as duas formas, a primeira das quais foi muito usada até fins do século XVII.

Não se sabe quem era este Francisco de Barros nomeado nos livros de armas, mas talvez fosse Francisco de Barros de Paiva, filho de João de Barros de Azevedo, contador-mor do Reino, e de sua mulher, Ana Figueira, o qual sucedera a seu pai na contadoria-mor, teve comenda na Ordem de Cristo e foro na Casa Real, com dois mil reis de moradia, e esteve vinte anos  na índia, onde se viu valorosamente.  Voltando ao reino, acompanhou seu parente D. Egil Eanes da Costa na embaixada ao imperador Carlos V, cuja Corte abandonou por desavenças, pelo que regressou a Pátria. D. João III o mandou por capitão de S. Tomé, onde se conservou oito anos, adquirindo grande riqueza. Foi também primeiro governador da Costa da Mina, capitão de Mazagão e do Conselho do Rei. Ao mesmo Príncipe serviu também comandando uma frota que comboiava navios com trigo para o abastecimento do Reino. Viveu na Quinta da Fonte Velha, no limite de Pontével, termo de Santarém, e morreu a 13-VI-1570, vindo a ser sepultado no capítulo do mosteiro de S. Francisco de Lisboa.”

Etimologia:  o sobrenome Barros vem do célta: BARRO- (*bharso-), “alto”, "superior", "cume", "ponta".
Quinta de Val Flores, construído no século XVI por
Jorge de Barros, feitor de D. João III. Localizado em Santa Iria da Azóia.

Brasil

A família Barros foi mais numerosa na Bahia. Em Pernambuco se entrelaçam com os Holanda, Lins e Wanderley, constituindo um autêntico clã consagüíneo. Em São Paulo há os Pedrosos de Barros, que tomaram lado com os Camargos, na sangrenta contenda contra os Pires.

Antônio Cardoso de Barros foi o primeiro donatário da Capitania do Ceará, porém, não chegando efetivamente a colonizar. Organizou e financiou duas expedições sem muito sucesso, restando como lembrança, apenas, restos de uma fortaleza inacabada em Camocim, litoral norte do Ceará, encontrada em 1614.

Outro donatário, foi João de Barros, que juntamente com Aires da Cunha recebeu as capitanias do Rio Grande do Norte e do Maranhão. João de Barros foi o famoso cronista português, que teve a malograda experiência de tentar explorar suas capitanias por duas vezes sem sucesso, em 1535 e 1555. Foi melhor sucedido como cronista, tornando-se um dos historiadores mais sérios e consultados de Portugal.


Clã dos Barros de França Corte Real na Bahia:

A família Barros chega no Brasil pela Bahia em 1602, com Afonso da Franca, "o velho", homem honrado e fidalgo, casado com D. Catarina Corte Real, com quem teve vários filhos. Dentre seus filhos destacam-se: João de Barros de Franca, que lutou nas guerras contra os holandeses e faleceu solteiro; Margarida da Franca, primeira esposa de Salvador Vasqueanes de Sá, filho de Duarte Vasqueanes de Sá que era irmão do governador Salvador Corrêa de Sá, tendo vindo em 15 de abril de 1625 em socorro da Capitania da Bahia em face da invasão holandesa; Leonor da Franca, casada com Manuel Gonçalves Barros, tiveram como filho Manuel de Barros da Franca, militar que se destacou no Brasil e em Portugal, tornando-se fidalgo da Casa Real, “em atenção ao seu grande valor, disciplina militar, e eqüestre muita experiência da guerra”; Pedro Gomes da Franca Corte Real, alferes, capitão de infantaria, mestre de campo, também faleceu solteiro.

O pai de Afonso da Franca chamava-se Lancerote da Franca, tornou-se um dos heróis que lutaram no cerco de 1625 em que os holandeses foram expulsos da Bahia. Comandava a nau Caridade, sob as ordens de D. Fradique de Toledo. Foi ele que levou até Recife a notícia da restauração da Bahia. Morreu em Olinda, velho e doente, ainda disposto a lutar contra os holandeses.

Um dos netos de Afonso da Franca destacou-se também como herói. Trata-se de Manuel Gonçalves de Barros, chamado “Capitão Manuel”, um dos chefes das guerrilhas feitas contra os holandeses sob o comando do bispo D. Marcos Teixeira. Era casado com D. Leonor da Franca, natural de Tânger. Outro varão desta família chamava-se Gaspar de Barros de Magalhães, fidalgo que viveu no Recôncavo baiano. Veio de Portugal empobrecido, mas na Bahia amealhou riqueza, tornou-se homem de muitas posses. Casou-se com D. Catarina Lobo de Barbosa Almeida, com quem teve muitos filhos, ao todo cerca de 20, alguns bastardos.

No final do século XVII vieram para a Bahia Manoel Fernandes de Barros, procedente da Ilha da Madeira, casado com D. Cecília Soeira, e D. Maria de Barros, procedente de Braga, Portugal, que aqui casou-se com João Borges de Macedo. Destes dois casais se originaram os “Barros Soeiro” e os “Borges de Barros”.


O Clã Holanda Barros Lins de Porto Calvo (Pernambuco / Alagoas):

Capitania de Pernambuco
Em Pernambuco, surgiu um Rodrigo de Barros Pimentel, casado com uma filha de Arnao de Holanda, D. Maria de Holanda. Teve um filho com o mesmo nome, casado com D. Jerônima de Almeida, de onde tiveram uma filha que foi para a Bahia aliar-se com a família Lins. Não se sabe porque, mas uma das filhas de Arnao de Holanda se chamava D. Brites de Barros, e não trazia o sobrenome do marido que se chamava Antônio Coelho de Carvalho. Tampouco trazia o sobrenome da mãe que se chamava Brites Mendes de Vasconcelos. Talvez, uma homenagem ao padrinho. Era comum, antigamente, as pessoas se batizarem depois de adultos e  tomarem o nome do padrinho.

Genealogia dos Holanda Barros Pimentel:

Arnao de Holanda c.c. Brites Mendes de Vasconcelos

1. Maria de Holanda c.c. Rodrigo de Barros Pimentel (I)

2. Rodrigo de Barros Pimentel (II) c.c  D. Jerônima de Almeida filha de Baltazar de Almeida Botelho e sua mulher D. Beatriz Mendes, irmã de Bartolomeu Lins.

3.1. José de Barros Pimentel

3.2. D. Maria de Barros c.c. Leão Falcão Deça, filho de Vasco Marinho Falcão e de sua mulher D. Inês Lins, filha de Cristóvão Lins e de sua mulher Adriana de Holanda:

4.2.1. Francisco de Barros Falcão c.c. D. Maria de Lacerda, filha de D. Maria de Lacerda e de seu marido Filipe Cavalcanti, filho este de Antônio Cavalcanti de Albuquerque e de sua mulher D. Isabel de Góes de Vasconcelos, filha de Arnao de Holanda e de sua mulher Brites Mendes de Vasconcelos, o qual Antônio Cavalcanti, casado com a sobredita Isabel de Góes, era filho de Filipe Cavalcanti fidalgo florentino, o primeiro que passou a Pernambuco.

3.3. D. Cosma de Barros c.c. Sibaldo Lins, filho de Bartolomeu Lins, e de sua mulher D. Maria da Silva(Rocha), aí, o que Bartolomeu Lins, era filho de Cristóvão Lins e de sua mulher Adriana de Holanda, ibi., e foram dispensados Sibaldo Lins e D. Cosma no 2. ° e 3. ° graus de consagüinidade por breve do Santíssimo padre Alexandre 7.°

4.3.1. Cristovão Lins, nascido em Porto Calvo, c.c. D. Adriana Wanderley. Do seu processo de habilitação para cavaleiro da Ordem de Cristo (honra que conseguiu, a 7 de janeiro de 1699, T.T., Habil. da Ordem de Cristo, letra C, m. 1, n. 5): todas as testemunhas inqueridas disseram que o justificante, de 34 ou 35 anos, é homem nobre e dos principais desta capitania de Pernambuco e que atualmente está ocupando o posto de sargento-mor da vila de Porto Calvo, bem como o de alcaide-mor dela. Também foram nobres, e principais, pais avós paternos e maternos -e que "todos uns e outros vivem e viveram sempre neste curato de Camaragibe distrito da vila de Porto Calvo em seus engenhos e fazendas". Corrija-se Borges da Fonseca, ibid., I, p. 118 (a propósito de D. Adriana Wanderley).

3.4. Rodrigo de Barros c.c. D. Inês Lins, filha de Bartolomeu Lins, dispensados por duas vias no 3º e 4º graus de consagüinidade;  primeira porque o orador Rodrigo de Barros é filho de D. Jerônima de Almeida, a qual D. Jerônima foi filha de Beatriz Mendes, a qual Beatriz Mendes foi irmã de Bartolomeu Lins, o qual Bartolomeu Lins foi pai da oradora Inês Lins. E pela outra, porque o orador Rodrigo de Barros é filho de Rodrigo de Barros Pimentel, o qual Rodrigo de Barros Pimentel foi filho de Maria de Holanda, a qual Maria de Holanda era irmã de Adriana de Holanda, mãe de Bartolomeu Lins, pai da oradora Inês Lins. Foram esses oradores dispensados no 3º e 4º graus comum de consangüinidade por breve do Santíssimo'papa Alexandre 7º.

3.5. D. Beatriz Pimentel c.c Cristóvão Lins de Vasconcelos, filho de Bartolomeu Lins de Vasconcelos e de sua mulher Maria da Rocha, casado com.D. Beatriz Pimentel sua parenta em 3. ° grau de consangüinidade, por ser essa D. Beatriz Pimentel filha de Rodrigo de Barros Pimentel: (2) e este ser primo co-irmão de Bartolomeu Lins, pai de Cristóvão Lins. E além deste parentesco serem também parentes, por ser o dito Rodrigo de Barros casado com D. Jerônima de Almeida: filha de D. Beatriz Mendes, irmã do dito Bartolomeu Lins e sua sobrinha, e por esta via também em 3º grau, os oradores: e foram dispensados por breve, digo dispensa do bispo da Bahia D. Pedro da Silva de 11 de abril de 1645.



O Clã da Família Barros Rêgo:

Um dos primeiros povoadores de Pernambuco, foi Francisco de Barros Rêgo (*1560, +1614), natural de Viana do Castelo, Minho. Tendo tomado parte na guerra de conquista do Rio Grande do Norte contra os franceses. Foi senhor do Engenho São Francisco da Várzea, vindo a se casar primeiramente com D. Felipa Tavares, com quem teve um filho: João de Barros Rêgo. Vindo posteriormente, a casar uma segunda vez, com D. Maria Barrosa Pessoa.

Seu filho, Cristóvão de Barros Rêgo, instituiu o morgado de São Bento do Caiará, tendo sido capitão mór de Taipu na Paraiba. 

Genealogia Barros Rêgo:

1º Núpcias de Francisco de Barros Rego c.c. D. Felipa Tavares

João de Barros Rego c.c. Maria de Castro Monteiro, filha de Domingos de Castro (de Figueiroa) c.c. Maria Monteiro, essa, filha de Domingos Bezerra e de sua mulher Brásia Monteiro.

1. Francisco de Barros Rêgo c.c. Maria Barrosa Pessoa, filha de Fernão Martins Pessoa e de Maria Gonçalves Raposo - índia.

2.1. Cristóvão de Barros Rego c.c Ana Maurícia Wanderley, filha de João Maurício Wanderley (1641 - 1680) e de Maria da Rocha Lins.

3.2.1. Manoel do Rego Cogominho;

3.2.2. David de Barros Rego, Padre;

3.2.3. Catarina de Barros Rêgo, 1a Morgado de S Bento de Caiará  

3.2.4. Maria do Rego

3.2.5. Maria José da Rocha c.c. João Marinho Falcão

2.2. Antônia de Barros Pessoa;

2.3. Estevão de Barros Rego;

2.4. Miguel de Barros Rego;

2.5. José de Barros Rego



O Clã da Família "Rego Barros":

Um outro ramo dos Barros em Pernambuco é a família "Rego Barros", que são distintos dos "Barros Rêgo". Os Rego Barros, descendem de Luís do Rego Barros, natural de Viana do Castelo, região do Minho, Portugal. Filho de Antônio de Barros Rego (instituidor do morgado da Quinta de Sô e de Eriste, na vila de Viana) e de Maria Nunes Barreto. Casou-se em Olinda com Inês de Góis de Vasconcellos. Filha de Arnau de Holanda e de Brites Mendes de Vasconcellos. Neta paterna de Henrique de Holanda, barão de Renoburgo, e de Margarida Florência (irmã do papa Adriano VI).

Luís do Rego Barros e Inês Góis de Vasconcellos foram pais de seis filhos, entre os quais: 

Francisco de Rego Barros (*1600 em Olinda, + em Pernambuco [?]). Residiu em Olinda até 1635, quando se retirou para a Bahia, em face da invasão holandesa; depois provavelmente retornou a Pernambuco, onde faleceu capitão. O Rei Dom João IV concedeu-lhe o título de fidalgo cavaleiro da Casa Imperial e o hábito da Ordem de São Tiago, que, devido ao seu falecimento, não chegou receber. Casou-se em 08-05-1623, em Olinda, com Archangela da Silveira. Filha de Domingos da Silveira (n. 1551 em Viana, em Portugal; estava vivo em 1636, em Olinda; estudou em Coimbra; procurador da Fazenda Real em Pernambuco) e de Margarida Gomes da Silva (n. em Viana, Portugal). Do seu casamento com Archangela da Silveira tiveram seis filhos, entre os quais: 

João do Rego Barros, n. 1628 em Olinda, f. 27-10-1697 tb. em Olinda, s. na capela da igreja de N. Sa do Pilar, no Recife. Fidalgo da Casa Real. Comendador da Ordem de Cristo, conforme patente de 17-06-1655. Depois da Restauração, foi capitão-mor e governador da capitania da Paraíba [1663-70]. Provedor da Fazenda Real de Pernambuco, por carta régia, desde 13-07-1675 até seu falecimento, em 1697. Casou-se com caetana theodora valcaçar. Filha de Francisco Camello de Valcaçar (ouvidor da capitania da Paraíba, da qual fora governador no tempo dos holandeses) e de Anna da Silveira. Neta paterna de Jorge Camello (ouvidor de Pernambuco) e de Catharina de Valcaçar (fidalga castelhana).

Francisco Rego Barros
(Conde da Boa Vista)
Francisco do Rego Barros, o Conde da Boa Vista, que foi Presidente da Província de Pernambuco (Séc. XIX), e que se notabilizou por fazer de Recífe uma cidade comparável a importantes cidades europeias, também, lembrado como grande patriota, é descendente direto desse ramo: "Rego Barros".




O Clã da Família Pedroso de Barros em São Paulo: 

Capitania de S. Vicente
A família Pedroso de Barros vem para o Brasil em 1602, originários do Algarve, por intermédio de dois irmãos: Pedro Vaz de Barros, como ouvidor da Capitania de São Vicente e São Paulo e Antonio Pedroso de Barros, como capitão-mór da capitania das mesmas, "pessoas de qualificada nobreza". No cartório do tabelião da vila de S. Vicente se acham uns autos de justificação de nobilitate probanda, titulo, o capitão Valentim de Barros, n.º 1643. E também os autos de justificação do capitão Fernão Paes de Barros, ano de 1678. Destes dois autos consta que Pedro Vaz de Barros viera à capitania de S. Vicente em serviços da coroa, e que, voltando ao reino, tornara a mesma capitania, provido em capitão-mor governador dela. Que seu irmão Antonio Pedroso viera à São Vicente, onde chegara com o tratamento de homem nobre, trazendo criados brancos que o serviam, e casara na dita vila com uma f.ª de Jeronimo Leitão que tinha sido capitão-mor governador da capitania de S. Vicente, em cuja vila ficara sendo morador dito Antonio Pedroso de Barros. Deste matrimonio há descendência na vila de S. Vicente, conhecida nos Pedrosos Barros dela.

O capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros foi casado com Luzia Leme, filha de Fernando Dias Paes e de Lucrecia Leme, tendo como filhos:

1. Valentim de Barros
2. Antonio Pedroso de Barros
3. Luiz Pedroso de Barros
4. Pedro Vaz de Barros
5. Fernão Paes de Barros
6. Sebastião Paes de Barros
7. Jeronimo Pedroso
8. Lucrecia Pedroso de Barros

1. Valentim de Barros saiu de S. Paulo no posto de alferes de infantaria da companhia do mestre de campo Antonio Raposo Tavares, que no ano de 1639 foi socorrer Pernambuco em poder dos holandeses. Chegando Valentim de Barros à Bahia, nela se embarcou na armada com o conde de Castelo Novo, e marquês de Montalvão D. Jorge de Mascarenhas, contra os holandeses. Estando estes já de posse do centro da cidade de Pernambuco e seus contornos, voltou o alferes Valentim por terra usando suas armas contra o inimigo até a Bahia na companhia do mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra. Seus serviços de valoroso soldado, com os índios que levou de S. Paulo, mereceram-lhe por parte do marquês vice-rei a promoção do posto de alferes ao de capitão de infantaria.

Casou-se o capitão Valentim na Bahia com Catharina de Góes e Siqueira, natural da Bahia, irmã de João de Góes de Araujo, ouvidor do cível da relação daquela cidade em 1666, filha de Jorge de Araujo de Góes e de Angela de Siqueira, ambos naturais da Bahia, n. p. de Gaspar de Araujo, natural de Ponte de Lima, e de Catharina de Góes, natural de Lisboa, n. m. de Sebastião Pedroso de Barros, natural de Viana de Castela, Minho, e de Leonor de Siqueira, natural da Bahia. Depois da morte de seu pai, resolveu o capitão Valentim Pedroso regressar e morar em S. Paulo trazendo sua mulher Catharina, que foi acompanhada de sua irmã Leonor de Siqueira e do irmão André de Góes de Siqueira que veio depois provido no cargo de provedor e contador da fazenda real da capitania de S. Vicente e S. Paulo, por provisão passada por D. Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos e vice-rei, em 1666.

Faleceu o capitão Valentim de Barros em S. Paulo em 1651 e teve 2 filhos:

1-1 Fernando
1-2 João

A viúva Catharina casou-se pela 2.ª vez com dom João Matheus Rendon, viúvo de Maria Bueno de Ribeira e foram morar na Ilha Grande.

2. Antonio Pedroso de Barros, fº. de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme, faleceu em 1652 com testamento. Foi potentado pelo número de 600 índios que possuía nas suas fazendas de cultura. Foi seu assassinato que deu causa a guerra entre Pires e Camargos que ensanguentaria a Capitania de São Vicente. Consta no seu inventário com testamento escrito por seu concunhado Francisco Dias Velho, por estar o testador em artigo de morte: "deixo a meus herdeiros que perdoem aos meus matadores, porque foram os meus pecados", isso por causa do adultério que cometera com Eleonor Camargo, esposa de Alberto Pires. 

Pedro Vaz de Barros , que tinha 6 anos em 1652 quando iniciou o inventário de seu pai, foi rico em cabedais. Foi morador no sítio ou fazenda de Cataúna que, pelo número de casas e seu arruamento, parecia uma vila, com uma capela onde se administrava os sacramentos a mais de 600 almas. Foi casado com Maria Leite de Mesquita f.ª de Domingos Rodrigues de Mesquita e de Maria Dias; por esta neta de Pedro Dias Leme e de Maria Leite.

Nele declarou ser f.º de Luzia Leme, ser irmão dos capitães Fernão Paes de Barros e Pedro Vaz de Barros, e ser genro de Ignez Monteiro. Do seu casamento com Maria Leite de Mesquita, tiveram os seguintes filhos:

2.1. Beatriz de Barros que foi casada com Manoel Correa Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. Com geração.
2.2. Luiza Leme de Barros que foi casada com Paschoal Leite Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. 
2.3. Izabel Paes de Barros, falecida em 1753 em Parnaíba com 80 anos, foi casada com João Correa Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. Com geração.
2.4. Lucrecia Leme de Barros foi casado com José Correa Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. 
2.5. Maria Pires que casou em 1698 em S. Paulo com Rodrigo Bicudo Chassim f.º de Gonçalo Simões Chassim e de Maria Leme de Brito. Com geração em Tit. Chassins.
2.6. Maria Leite Pedroso casada em 1705 em S. Paulo com Gaspar Correa Leite f.º de Paschoal Leite de Miranda e de Anna Ribeiro.
2.7. Domingos Rodrigues foi casado com Catharina de Almeida Teve q. d.:
3.1. Maria Leite de Barros, falecida em 1773 em Parnaíba, foi casada com André da Rocha do Canto f.º de Domingos da Rocha do Canto, de Guimarães, e de Maria de Lima, de S. Paulo.

3. Luiz Pedroso de Barros, filho do capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, saiu em 1639 no posto de capitão de infantaria na mesma expedição de que fez parte seu irmão o capitão Valentim Pedroso, que de S. Paulo foi socorrer a Bahia e Pernambuco contra a invasão dos holandeses. Levou o capitão Luiz Pedroso em sua companhia muitos índios de sua propriedade, sendo governador e capitão-mor de toda a expedição Antonio Raposo Tavares. Na Bahia casou-se com Leonor de Siqueira, irmã Catharina casada com seu irmão o capitão Valentim Pedroso, e voltou a S. Paulo trazendo sua mulher que faleceu em 1699, e o capitão Luiz Pedroso em 1662 no sertão dos Serranos, no reino do Peru, para onde tinha feito uma entrada, depois que voltou da Bahia. Teve de seu consórcio 2. f.ªs: (C. O. de S. Paulo):

1-1 Maria de Araujo que casou com Lourenço Castanho Taques, falecido em 1708, f.º de outro de igual nome e de Maria de Lara. Com geração.
1-2 Angela de Siqueira, falecida em 1730, foi 1.º casada com Sebastião Fernandes Correa, segundo provedor e contador da real fazenda da capitania de S. Paulo, f.º de outro de igual nome, natural de Santa Eulalia, Portugal, e de Anna Ribeiro de Alvarenga; segunda vez casou com Pedro Taques de Almeida, cavaleiro fidalgo da casa real, capitão-mor governador, f.º de Lourenço Castanho Taques e de Maria de Lara. Teve do 1.º marido a geração descrita em Tit. Alvarengas, e do 2.º a geração em Taques Pompeus.


O Capitão-Mór CRISTÓVÃO DE BARROS, Senhor dos Tamoyos, Terror dos Normandos.

Quando da colonização sistemática, em escassas povoações: Porto Seguro, Vitória, Santo Amaro... Que podiam essas gentes esparsas e ralas, contra a insistência dos contrabandos franceses, garantidos pelo gentio valoroso, ligados com ele até por alianças de sangue? Em 1555, só há, livres deles – Pernambuco, a Bahia propriamente dita, e, mal, mal, Santo Amaro. O resto: Rio de Janeiro, todo o território dos Tamoios até Espírito Santo, do Itapicuru até o São Francisco, e de Itamaracá para o Norte, tudo era domínio dos franceses, e que só lhes foi conquistado à custa das grandes lutas – Rio de Janeiro, Paraíba, Rio-Real, até a ação de Cristóvão de Barros. A luta do Rio-Real vai até os últimos dias dos séculos XVI; a da Paraíba ao Ceará, até 1608; e a do Maranhão, até 1616. Não será preciso acentuar a importância da empresa patrocinada por Coligny. É história muito vulgarizada. Notem-se, apenas, estas duas circunstâncias: no tempo enviavam os franceses mais navios ao Rio de Janeiro, do que os portugueses a todo o Brasil; até aquele momento, eles não haviam feito tentativa de colonização mais importante do que a de Villegagnon: até mulheres traziam na expedição. Vindo para cá, o célebre almirante chega a um país que era dos seus. Mesmo sem aceitar as pretensões francesas, de que os flibusteiros da Normandia, “depuis plusieurs années en ça (antes de 1503)”, frequentavam a Baía de Guanabara, é inegável que esses aventureiros faziam um comércio seguido com o gentio Tamoio-Tupinambá, e conheciam a costa bem melhor do que os portugueses. Tinham representantes junto das tribos, e que eram os diretores dos trabalhos, nas colheitas dos produtos constantes do respectivo tráfico. Tal era o desenvolvimento desse tráfico que, mesmo depois da grande derrota infligida por Mem de Sá e o sobrinho, em 1569, ainda eles enviavam regularmente as suas naus a Cabo Frio. O célebre combate de São Lourenço, em que a tática de Arariboia conseguiu bater tamoios e franceses, foi provocado por estes – para castigar o chefe temiminó. Uns e outros vieram afrontar os portugueses do Rio de Janeiro, tão fortes se sentiam, ainda. Conta Frei Vicente que os franceses apresentaram-se em oito naus. Em 1587, ainda eles animavam os seus fiéis aliados; foi quando, com Salema, se deu o aniquilamento da grande nação Tamoia. Apesar disto, quatro anos depois, a propósito de auxiliar as pretensões do Prior do Crato, apresentavam-se navios franceses no Rio de Janeiro, e ainda houve mister a ação de Cristóvão de Barros, contra os restos do gentio, amigo dos mesmos franceses. O historiador Robert Southey considera o caso do Rio de Janeiro como o perigo mais sério a que se achou exposta a colônia portuguesa, não tanto pelo poder dos franceses, mas, sobretudo, pela reação do gentio, e acha que, sem a intervenção de Nóbrega e Anchieta, que anularam os efeitos da célebre Confederação dos Tamoios, os portugueses teriam sido expelidos do sul do Brasil. A extensão da luta, mesmo depois de conjurado o maior perigo, prova que o grande historiador tem razão.

Os franceses continuaram fortes e temidos, e mantiveram suas alianças com os tupinambás. Havia estabelecimentos permanentes, com todas as suas consequências – alianças de sangue com as gentes das aldeia, cruzamentos... A luta para conquistar definitivamente aquele pedaço de Brasil não teve o seguimento nem a intensidade da Paraíba, mas foi além, no tempo. E era tão sólida a posição dos franceses no Rio Real, que eles pensaram em dar, com aquele gentio, o grande golpe no poder português: atacar e tomar a Bahia. Foi, pela denúncia do plano, que o governo da metrópole resolveu liquidar o caso, incumbindo da empresa a Cristóvão de Barros, que conhecia bem esse gênero de guerra, e tinha motivos pessoais contra o gentio de Sergipe (seu pai havia sido morto e devorado pelos Caetés). 

Cristóvão de Barros, grande capitão-mór de Sergype del Rey, que submeteu definitivamente os Tamoios no Rio de Janeiro, e os Tupinambás de Sergipe, diz Frei Vicente: 
“Era homem sagaz e prudente e bem afortunado nas guerras... em todas que teve com os Tamoios ficou vitorioso e pacificou de modo o Recôncavo e rios daquela baía que, tornados os ferros das lanças em foices e as espadas em machados e enxadas, tratavam os homens já somente de fazer suas lavouras e fazendas, e ele fez também um engenho de açúcar...” 
A campanha se fez quase que num só ato, sem que a derrota de Boipeba afastasse definitivamente os franceses: em 1596, ainda há um Honoré, prático da barra do Vasa-Barris, em cujas tribos vive normalmente. Em 1593, reforçados com contingentes que chegam, os franceses oferecem combate aos portugueses, nas águas do Rio Real, e são batidos por Tomé da Rocha. E ainda não é definitiva a eliminação, pois que, em 1595, recomeça a luta, em maiores perigos: uma esquadra poderosa, destinada a atacar a Bahia, destaca parte dos navios, para reforçar um estabelecimento no Rio Real, onde a expedição do célebre Pão de Milho chegou a descer para ser, finalmente, batido por Diogo Quadros, num desenvolvimento de lutas que só terminam em 1596. Resta, ainda, alguma coisa; e só no primeiro ano do século XVII são definitivamente eliminados, de Sergipe, os renitentes adversários.



Nota: não há como afirmar de qual família se origina um Barros atual sem um levantamento genealógico, e seus entroncamentos com os ancestrais do tempo da colônia. Isto não ocorre só com os Barros, mas com muitas outras famílias.

Incidência do sobrenome Barros nos estados brasileiros



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