quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Clã dos Pires



PERES/PIRES
. Este apelido foi, na origem, patronímico de Pedro, e é o mesmo que Pires, forma esta que se radicou no nosso país, sendo aquela a espanhola e usada em Portugal sòmente nos primeiros reinados. Como é originário de patronímico, não há uma só família deste nome, mas muitíssimas, visto terem sido, também, muitíssimos os Pedros de que provieram.

Heráldica, Brasão de Armas da Família Pires: De vermelho, com cruz de ouro, cantonada de quatro flores-de-lis do mesmo: contrachefe ondado de prata e de azul; bordadura de ouro, carregada de oito aspas de vermelho.
Timbre: uma aspa de ouro, com uma flor-de-lis de vermelho entre as extremidades superiores.



PIRES - O Clã Nortenho Fundador de São Paulo

A família Pires se notabiliza não apenas por ser uma das mais antigas do Brasil, como também, por não terem como origem apenas um único casal, mas toda uma parentela, que juntos, se assentam na Capitania diretamente do Reino. Oque refletirá muito propriamente o caráter nortenho de sua raça.

Desse tronco, derivam os Buenos, comos os Velhos, além de todo um entrelaçamento futuro com outras famílias. É dizer, em São Paulo, todos são Pires.

Em 1531, João Pires, o Gago, junto com seu filho Salvador Pires, casado com Maria Rodrigues, e que trouxe também essa, suas irmãs: Francisca de Garcia Rodrigues e Izabel Velho. Vindo também com João Pires seu primo Jorge Pires, cavaleiro fidalgo, todos procedentes do Porto, no Minho, chegam ao Brasil, e se estabelecem na vila de São Vicente em 1533, tendo sido João Pires seu primeiro juiz ordinário. De São Vicente passaram a Santo André da Borda do Campo e depois a São Paulo de Piratininga.

SALVADOR PIRES, o Velho, filho de João Pires, o Gago, nasceu por volta de 1515, na cidade do Porto, em Portugal; faleceu em 1592 em seu sítio, situado acima da cachoeira Patuahy, no rio Tietê, em São Paulo.

Em 1573, Salvador Pires, o Velho, recebeu uma carta de sesmaria, concedida pelo governador da Capitania de São Vicente, Jerônimo Leitão, na qual consta que lhe foi dada meia légua de terras na tapera que tinha sido alojamento do índio Baibebá, partindo pelo campo de Piratininga, por ser o dito Pires lavrador potentado, que dava avultada soma de alqueires de trigo ao dízimo, além das colheitas de outros frutos todos os anos.

Do seu casamento com Maria Rodrigues, conterrânea da cidade do Porto, Salvador Pires, o Velho, teve dois filhos, os brasileiros Manoel Pires (?) e Salvador Pires.


SALVADOR PIRES, o Jovem, nasceu em 1540, na Vila de Santo André da Borda do Campo, SP. Ocupou os principais cargos da governança, entre os quais, o de Procurador do Conselho, em 1563, e de Juiz Ordinário, em 1573. Foi capitão-do-mato e bandeirante tomou parte na bandeira de Nicolau Barreto ao sertão do Guairá (1602); foi pioneiro na importação de videiras da Itália, que plantou em sua fazenda Ajuhá (na atual Freguesia do Ó). Suas lavouras eram mantidas com muitos trabalhadores, principalmente índios catequizados sob sua administração (1607); defendeu o litoral contra os invasores holandeses. Quando recebe a patente de Capitão-da-gente de São Paulo (1624); retornou ao sertão do Guairá, na grande bandeira de Antonio Raposo Tavares (1628).
    Casou-se duas vezes. A primeira com N... de Brito; a segunda pós o falecimento da primeira esposa, com Mecia Fernandes (Mecia-Ussú), natural de São Paulo, filha de Antonio Fernandes e de Antonia Rodrigues, por esta neta de Antonio Rodrigues e da índia batizada pelo padre Anchieta com o nome de Antonia Rodrigues, a qual foi filha de Piqueroby, chefe tupiniquim de Hururay.

Teve doze filhos, sendo quatro do primeiro matrimônio e oito do segundo: 

Beatriz Pires Brito, 
Diogo Pires, 
Amador Pires, 
Domingos Pires, 

Maria Pires c.c. Bartholomeu Bueno de Ribeira (tronco dos Buenos)
Catharina de Medeiros, 
Anna Pires de Medeiros, 
Izabel Fernandes Pires, 
capitão Salvador Pires de Medeiros c.c. Ignez Monteiro de Alvarenga
João Pires, 
Custodia Fernandes e; 
Antonio Pires.


A filha de Salvador, Maria Pires, em 04/08/1590, casou-se com Bartholomeu Bueno de Ribeira, natural de Sevilla, Espanha. Desse casamento foi gerado o filho Francisco Bueno de Ribeira, que se casou, em 1630, com Filippa Vaz e lhe deu o neto Bartholomeu Bueno da Silva, o 1º Anhangüera (RICHA, 2016).



Salvador Pires de Medeiros c.c. Ignez Monteiro de Alvarenga

1.1 Alberto Pires 
1.2 Maria Fernandes Pires 
1.3 Antonio Pires de Medeiros 
1.4 Izabel Pires de Medeiros 
1.5 Maria Pires de Medeiros 
1.6 Anna Pires de Medeiros 
1.7 Bento Pires de Medeiros 
1.8 Maria Pires Fernandes 
1.9 Salvador Pires de Medeiros 
1.10 João Pires Monteiro 


O Ramo Pires Bueno:

O bandeirante Francisco Bueno de Ribeira, filho de MARIA PIRES com o espanhol Bartholomeu Bueno de Ribeira, serviu honrosos cargos da governança em São Paulo e foi capitão de uma bandeira, durante a qual veio a falecer, em 1638. Foi casado com Filippa Vaz.

Foram os "Bartolomeu Bueno da Silva", pai e filho, os primeiros desbravadores dos sertões de Goiás,  e fundador da Vila Boa de Goyaz.

A vida do "Anhangüera" e seus descendentes .... O mito do bandeirante está presente em todos os espaços goianos – monumentos, praças, ruas e até na bandeira da capital do estado de Goiás, como um herói imbatível e audaz.

Seu filho, BARTOLOMEU BUENO DA SILVA, foi o 1º Anhanguera, filho do capitão Francisco Bueno de Ribeira com Filippa Vaz, nascido em 1637, em Santana de Parnaíba-SP, e falecido em data e local desconhecido, foi notável sertanista que, devassou os sertões de Goiás em 1682, com seu filho, de nome homonimo (o 2º Anhangüera), descobrindo ouro, tendo observado índias que se ornavam com aquele metal e conseguindo que lhes dissessem o lugar de onde conseguiam, com o estratagema de atear fogo a um vaso de aguardente, dizendo ser água, e que assim procederia com os rios e lagos daquele sertão, que os secariam ateando fogo, caso não dissessem o lugar. E foi assim que recebeu a alcunha de Anhangüera, o diabo velho, que o imortalizaria.

Bartolomeu Bueno da Silva, o 2º Anhanguera, bisneto de Maria Pires, nasceu em Santana de Paranaíba, em 1672 e faleceu pobre, em Vila Boa de Goiás, em 1740, a cidade que criou. Com a idade de apenas 12 anos já acompanhava o seu pai ao sertão e, em 1722, se apresentou ao Gov. Rodrigo Cesar de Menezes para explorar de novo os sertões de Goiás. Organizou uma numerosa comitiva, que incluiu o sobrinho ANTONIO FERRAZ DE ARAÚJO, filho de MARIA PIRES BUENO, neto de Bartolomeu Bueno da Silva (pai) e bisneto de MARIA PIRES e de Bartholomeu Bueno de Ribeira.


A Guerra entre os Pires e os Camargos na Capitania de São Vicente:


Em 1640, se inicia, por um crime passional, a Guerra entre Pires e Camargos que assolará a Capitania de São Vicente. Alberto Pires, casado com Camargo, mata Antonio Pedroso de Barros, e sua própria esposa Camargo, em razão de adultério. 

Como se perpetrou o ocorrido, não ficou bem elucidado. O fato é que há um testamento de Antonio Pedroso de Barros (vítima de Alberto Pires), pedindo que perdoassem seus assassinos em razão “dos seus pecados”. Se depreende que Antonio Pedroso de Barros possa ter sido atocaiado, e ferido de morte, conseguiu fugir, lavrando o tal testamento em seu leito de morte, quando se encontrava em sua estância cercado pelos Pires. E a esposa de Alberto Pires, Camargo, morta, hipoteticamente, quando do encontro sorrateiro que teve com seu amante, Antonio de Barros, oportunidade em que sofreu a tocaia.

O fato é que esse acontecimento desencadeou uma guerra entre os dois mais poderosos clãs d´aquela capitania: Pires e Camargos.

A família Camargo e os Pedroso de Barros deram início as represálias. "Então os irmãos dos mortos em numeroso corpo de armas, solicitava o despique pela dor que lhe ocupava, procuraram também lavar a ofensa de sua, mágua no sangue mesmo do autor dela tirando-lhe a vida a ferro frio". Só o sangue lava o sangue.

Alberto Pires, a quem os Camargos juraram beber o sangue, se refugiou em uma fazenda de sua mãe, D. Inês Monteiro de Alvarenga, na serra de Ajubá. O engenho dos Pires foi cercado. E para salvar a vida do filho, a velha Inês Monteiro, apareceu à porta da casa alçando um crucifixo, pedindo aos sitiantes que popupassem a vida de seu filho, que se submeteria ao arbitrio dos tribunais. Os Camargos fizeram acôrdo e protestaram, conformarem-se com o veredito da Relação da Bahia onde Alberto Pires seria julgado. Preso, segue Alberto Pires para o Rio de Janeiro e, por serras e vales, segue Inês Monteiro para conseguir a todo transe a liberdade do filho.

À altura da Ilha Grande, evitando mar adverso, a sumáca que transportava Alberto Pires e sua escolta aportou à ilha. Sabedores da escolta de Inês Monteiro, que também se dirigira para o Rio afim de conseguir o livramento do filho, e isso querendo evitar, ou temendo os capangas que a matrona estaria aliciando para, à força, retirar de bordo o prisioneiro e dar-lhe fuga, ou ainda por serem parciais dos Camargos o fato é que a escolta resolveu dar fim alí mesmo ao acusado, o que fizeram amarrando-lhe uma pedra no pescoço e atirando-o ao mar. E a sumáca rumou de volta para Santos. Inês Monteiro, tomada pela dôr e o ódio, passou a ser "a mais, rija parte desta contenda", a  Nemesis da sua gens na luta terrível contra os Camargos.


Família Peres em Pernambuco:

O sobrenome Peres em Pernambuco é um aportuguesamento do sobrenome Peters de origem germânica, referente ao "alemão" Jacques Peres, que deixou geração, quase toda ela casada na família Leitão de Albuquerque.


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