A Família Mello/Melo é uma das mais antigas de Portugal, Procede de D. Pedro Formarigues, chamado de Riba de Vizela, por ter aí fazendas, morador na Quinta do Paço de Urgezes e casado com D. Gontinha, de quem teve Paio Pires de Guimarães, senhor da casa e fazenda paterna em Riba de Vizela, o qual se recebeu com D. Elvira Fernandes, filha de Fernão Pires Tinhoso, copeiro-mor de D. Afonso Henriques, Viveram Paio Pires e sua mulher no paço de Urgezes, junto de Guimarães, e tiveram D. Reimondo Pais de Riba de Vizela, que sucedeu na casa do pai e contraiu matrimonio com D. Dorgia Afonso, filha de D. Afonso Viegas, chamado Moço Viegas, e de sua mulher. D. Aldara Pires, havendo por filho D. Soeiro Reimondes, esforçado cavaleiro, que parece ser o fundador da vila de Melo, na serra da Estrela, a qual primitivamente se denominou de Merlo, forma arcaica de melro.
D. Soeiro casou com. D. Urraca Viegas, filha de D. Egas Gomes Barroso e de sua mulher, D. Urraca Vasques de Ambia, de quem teve, entre outros filhos, a D. Mem Soares de Melo, senhor da casa paterna, de Melo e de Gouveia, rico-homem, alferes-mor de D. Afonso III. Com quem esteve na tomada de Faro, e casado com D. Urraca Fernandes, da qual teve filhos que seguiram o apelido de Melo, propagando-o.
Bernardo Vieira de Melo foi militar desde 1675 e recebeu patente de capitão-mor de Igarassu em 17 de novembro de 1691. Quando auxiliou o capitão Fernão Carrilho na guerra do Quilombo dos Palmares, onde teve atuação destacada, combatendo gueguês e jacurus. Na Serra da Barriga - Palmares, socorrendo o sargento-mor da tropa alagoana Sebastião Dias Manelli, e agindo de acordo com Domingos Jorge Velho, provocou enorme matança de mais de quatrocentos negros prisioneiros. Por reconhecimento de sua atuação em Palmares foi nomeado Governador do Rio Grande do Norte em 8 de janeiro de 1695, tendo sido o grande responsável pela pacificação da região ao combater os índios Janduís no sertão do Rio Grande do Norte. De regresso a Pernambuco, em 25 de setembro de 1709 foi nomeado sargento-mor do Terço da Linha do Recife.
Tomou parte ativa na luta pela nobreza de Olinda contra a burguesia do Recife, defendendo a aristocracia brasileira. Em 10 de novembro de 1710, revoltados com as concessões dadas pelo reino de Portugal aos mascates do Recife (Carta Régia que elevou Recife à condição de vila e a autorização para instalação de um Pelourinho dada pelo governador de Pernambuco), os olindenses sublevaram-se, eclodindo o que ficou conhecida como Guerra dos Mascates. Após destituírem o governador, que fugiu para Salvador, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro brado de República no novo mundo no Senado da Câmara de Olinda, onde exercia a função de vereador. Pregou a independência de Portugal e, se necessário, se aliar aos franceses.
Em junho de 1711, segundo dizem: por causa de uma mulata.... homens da tropa de Bernardo Vieira de Mello se desentenderam com portugueses. Tendo os mascates assaltado a casa do capitão e o prendido. Tomando o controle da vila do Recife, e reivindicando a volta do governador Sebastião de Castro, que havia fugido.
Mais uma vez os nobres, tendo a frente Bernardo Vieira de Mello e Pedro Ribeiro da Silva, cercaram Recife, com muitas refregas no interior, até a chegada, em outubro, de um novo governador, Felix Machado, que trouxe um perdão geral para todos os implicados.
Felix Machado pareceu agir com bom senso e justiça, buscando acalmar os ânimos. Mera dissimulação do pilantra. Depois de tomar pé da situação e fazer acordos secretos com os “principais” a favor de Portugal, ele mostrou, de fato, a que viera. Em fev. de 1712, decretou a prisão e o sequestro dos bens de dezenas de nobres, sob pretexto de haver em andamento uma nova conspiração. E todos foram submetidos a grandes humilhações, sendo exibidos ao povo em grilhões. Humilhação jamais perdoada e nunca esquecida.
Bernardo Vieira de Melo foi condenado por crime de lesa-majestade e inconfidente. Juntamente com outros parentes e companheiros, e entregou-se em 1712, sendo recolhido inicialmente ao Forte de São João Batista do Brum, no Recife, e em seguida, em out. de 1713, foi embarcado para Lisboa juntamente com seu filho primogênito, o alferes tenente André Vieira de Melo.
Numa noite fria, a 10 de janeiro de 1714, acendeu em sua cela na Cadeia do Limoeiro (Lisboa) um fogareiro de carvão, tendo falecido vítima da intoxicação por gás carbônico. Foi sepultado no Mosteiro do Carmo na capital do Reino. O alferes André morreu um ano depois, ainda prisioneiro, de ataque cardíaco, contando 46 anos de idade.
Genealogia Família Vieira de Mello:
1. Manoel Francisco c.c.
Francisca Gonçalves
2. Antonio Vieira de Mello c.c. Margarida Moniz, f.ª de Marcos
Fernandes Bittencourt e de Paula Antunes, naturais da Ilha da Madeira.
3.1. Antonio Vieira de Mello, Cavalheiro da Ordem de Christo, e
também foi Sargento Mor da Comarca de Pernambuco. Casou na Bahia com Anna de
Campos, filha de Jacintho de Campo, e não teve successão.
3.2. Bernardo Vieira de Melo, I, Sr. Eng. Pindoba; c.c. Maria
Camello, f.ª de Belquior Álvares Camelo, Morgado das Alagoas e Joana Bezerra.
4.1. Antonio Vieira de Melo;
4.2. Maria Camello, II;
4.3. Sebastiana de de Melo, Sr.ª Eng. Sibiró de Cima;
4.4. Angela Vieira, Sr.ª do Eng. Pindoba de Cima c.c. Francisco de
Sá Peixoto, filho de João
Peixoto Viegas e de Joanna de Sá, de familia nobre da Bahia, para onde
foram viver, e la tiveram os filhos seguintes:
5.1. João Peixoto Viegas, Coronel da Ordenança que casou no Arrayal do
Mestre de Campo Mathias Cardoso com D, Rita..... erva rcu vcas filha de Januario
Cardoso e neta do sobredito Mestre de Campo. E deste matrimonio não houve
successão, |
5.2. José de Sá Bezerra Peixoto, que também foi Coronel da Ordenança e faleceu solteiro,
5.3. D, Joanna..... erasrcora “-.«Religiosa em um dos Mosteiros da Cidade da Bahia.
5.4. D. Maria, que vivia solteira no ano de 1748
5.5. Manoel de Mello Bezerra
4.2. Paula Vieira de Mello; c.c. Gonçalo Novo de Lyra (III), Sr.
Eng. Uruaé e Araripe
5.1. Cristóvão Vieira de Mello, I, Sr Eng Uruaé;
5.2. Gonçalo Novo de Lira, IV, Sr Eng Uruaé e Araripe;
5.3. Lourenço Muniz de Melo e
5.4. Margarida Moniz, II, Sra Eng Pirajuí
4.3. Antonio Vieira de Melo, II; c.c. Anna de Campos, f.ª de
Jacinto de Campos. Sem Sucessão.
4.4. José Vieira de Melo, Padre em Ipojuca;
4.5. Manoel de Melo;
4.6. Angela Vieira
4.7. Cap. Dionísio Vieira de Melo, Sr Eng Trapiche
3.3. José Vieira de Mello, que foi clérigo presbítero e Vigário
Confirmado da Igreja de S. Miguel de Ipojuca.
3.4. Manoel de Mello, que faleceu solteiro na Bahia.
3.5. Dionysio Vieira de Mello, foi Cavalheiro Fidalgo, professo na
Ordem de S. Bento de Aviz e Capitão de Infantaria do terço ão Mestre de Campo
João Fernandes Vieira, por patente de 14 de Fevereiro de 1654. Casou com D.
Maria Barbosa, filha de Antonio Teixeira Barbosa, natural de Porto Carreiro,
Bispado do Porto, e de sua mulher Anna Mendez, irmã do P. Francisco Dias
Teixeira Níta por via paterna de Gaspar Teixeira e de Anna Nogueira, pessoas
nobres e principaes da dita freguesia de Porto Carreiro, o que consta de um
juramento do genere passado em 14 de Fevereiro de 1680 pelo Doutor Hilário da
Rocha de Calheiros, Provisor e Vigário Geral do Bispado do Porto, D. Fernando
Correia í.e Lacerda. E por via materna foi a dita D. Maria Barbosa neta de
Francisco Pias Delgado, que em 1649 era Juiz ordinário de Olinda, e foi homem
de grande. respeito e autoridade. Era senhor do engenho do Trapiche de Ipojuca,
sobre c qual teve litígios com Felippe Cavalcante de Albuquerque, e por
concerto ficou com o da Tapera, que coube em herança ao dito P. Francisco Dias
Teixeira, seu filho, que o vinculou.
4.1. Antonio Vieira de Mello, clérigo presbítero.
4.2. Antonio Teixeira Barbosa c.c. Catharina Bezerra, f.ª de
Domingos Gonçalves da Costa e de D.ª Adriana Camello. Sem sucessão.
4.3. Francisco de Mello c.c. Ursula Cavalcante, f.ª de Matheus de
Sá e de D.ª Maria Cavalcante. Sem sucessão.
4.4. Dionisio Vieira, que morreu menino.
4.5. D. Margarida Muniz de Mello c.c. Mathias Albuquerque
Maranhão
4.6. D. Maria de Mello c.c. Francisco de Noballas Yurrea, f.º de
Manoel Yurrea
5.1. Manoel Nobalhas Yurrea , Sr. Eng. Sibiró, 1º c.c. D. Luisa de
Mello, e a 2ª c.c. Sebastiana de Mello. ambas sem sucessão.
5.2. Julianna de Noballas, faleceu solteira, com o hábito de N.
Sr.ª do Carmo.
5.3. D. Joanna de Nobalhas, que tambem faleceu solteira,
3.6. Bernardo Vieira de Mello c.c. Maria Camello, f.ª de Belchior
Alves Camello, n. de Ponte de Lima, e de Joanna Bezerra, f.ª de Antonio Bezerra
Barriga e de Izabel Lopes, n. da ilha da Madeira.
4.1. Bernardo Vieira de Mello c.c. Catharina Leitão, f.ª Gonsalo
Leitão Arnoso e de Maria Leitão
5.1. André Vieira de Mello c.c. D. Anna Thereza dos Reis, f.ª de
Nicolao Coelho dos Reis e de D. Maria de Faria.
6.1. D. Luisa Bernarda de Mello
c.c. Gonçalo Francisco Xavier Cavalcante, seu primo.
6.2. D. Catharina José de Mello c.c. seu primo Nicolau Coelho d’
Albuquerque, irmão de seu cunhado.
5.2. Bernardo Vieira de Mello c.c. D. Maria Felippa de Albuquerque, sem
sucessão.
5.3. Antonio Leitão Arnoso c.c. sua prima D. Maria Muniz de Mello, filha
do Sargento-Mor Christovão Vieira de Mello, e de sua mulher Ursula Leitão, em
titulo de Novos. E deste matrimonio nasceram.
6.1. Bernardo Vieira de Mello,
6.2. Antonio Leitão Arnoso.
6.3. Manoel de Mello Bezerra.
6.4. Antonio Vieira Muniz de Mello.
6.5. Christovão Vieira Muniz de Mello.
6.6. D, Ursula Leitão de Mello.
6.7. D, Catharina Leitão de Mello,
6.8. D. Ignez Maria Muniz de Mello,
6.9. N. N. N. N. que morreram meninas,
5.4. José Vieira,que morreu menino.
5.5. D. Maria, que morreu menina.
3.7. Angela Vieira, que casou com o Doutor Antonio Pereira de
Fontela, que foi Ouvidor na Ilha da Madeira, e não tiveram sucessão.
3.8. Paula Vieira de Mello, que casou com Gonçalo Novo de Lyra,
filho de Gonçalo Novo de Lyra, o ruivo, e de sua mulher Anna Correia. Da sua
sucessão se escreve em titulo de Novos.
4.1. Cristóvão Vieira de Mello
4.2. Gonçalo Novo de Lira (IV)
4.3. Lourenço Muniz de Mello
4.4. Margarida Muniz (II)
Clã Aguirre
Clã dos Andrade(s)
Clã Alvares Correia (Alves)
Clã dos D'Ávilas
Clã dos d´Eças
Clã dos Albuquerque
Clã dos Araújos
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