sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O Clã dos Wanderley/Vanderley/Van der Ley


“Ser Wanderley é pertencer a uma família fundada no século XVII por um holandês que se tornou brasileiro por vontade própria, por livre escolha, por opção consciente. Pois assim é que procedeu ao Capitão Gaspar Van der Ley, ao proferir no Brasil o primeiro grande 'fico'... Casando-se com sinhazinha da família Mello, Gaspar integrou-se de corpo e alma num Brasil já então firmado na primeira grande civilização, criado por europeus no trópico, à base da lavoura da cana e do fabrico do açúcar... Esse holandês que não voltou, com a maioria dos seus companheiros, à Holanda, mas permaneceu em Pernambuco, e aqui fundou família; cresceu; multiplicou-se. Deu ao Brasil o seu sangue; e de tal modo que esse sangue vem há séculos animando toda uma sucessão de brasileiros, alguns ainda hoje alourados e até ruivos, a serviço do Brasil, uns na administração pública, outros na agricultura; vários na política, alguns nas indústrias, outros nas letras, tantos no sacerdócio, no magistério, nas artes, em carreiras militares..."
Gilberto Freyre

É a antiga família dos Neuhoff genannt von der Ley da Westfália, mais especificamente da Senhoria de Neustadt e Gimborn no Condado de Mark. Portanto, sua origem, não era "holandesa" como comumente se passou a posteridade, mas "alemão". 

A Família Wanderley / Vanderlei, teve como cabeça do clã: Gaspar Wanderley (Kaspar van't Neuhoff van der Ley), Filho de  Willen Neuenhof Van Der Ley e Maria Anna Von Omphal. Chegou ao Brasil por volta de 1630 como Capitão de Cavalaria das tropas holandesas, e de cuja nobreza tem-se testemunho autêntico em uma certidão do Conde Maurício de Nassau.

"Eu a vi a própria e a tive muito tempo em mãos, que m'a deu a ver o Mestre de Campo Antônio da Silva e Melo; e depois de sua morte a seu irmão Dr. João Maurício Wanderley, vigário de Camaragibe por via de seu parente o pe. Francisco Xavier de Paiva Lins, cura de Santo Antônio, que é a seguinte:
"João Maurício, pela graça de Deus, Príncipe de Nassau, Conde de Katzenellenbogen, Vianen e Dietz, Senhor de Beilstein, Mestre da Ordem Taem Teutônica de São João, Governador por Sua Serenidade Eleitoral de Brandenburgo dos Principados de Cleve e Minden, e dos Condados de Mark e Ravensberg, Mestre de Campo General das Províncias Unidas dos Países Baixos, fazemos saber aos que a presente virem que, quando o senhor João Maurício Wanderley, que presentemente assiste em Lisboa, nos pediu lhe quiséssemos dar uma certidão de nobre progênie de seu pai e avôs e todos que tiverem e ainda hoje têm o nome de Wanderley, sempre foram e ainda são Fidalgos de Sangue e linhagem nobre e assim no tempo de nossos antecessores como durante o tempo do nosso governo mereceram dos ditos Wanderley, sempre serem do Senhor Eleitor de Brandenburgo honrados com os primeiros corpos ofícios e dignidades nobres de sua pátria nos quais serviram sempre com muito louvor e honra. Em fé da verdade mandamos despachar sob nossa própria firma e selo. Data em Singen aos 20 de Dezembro de 1668 anos. JOÃO MAURÍCIO príncipe de Nassau (Selos).""

Gaspar serviu à WIC em vários postos militares e administrativos e, findo seu contrato com a companhia holandesa, permaneceu no Brasil. Gaspar, era tido pelos holandeses como pelos brasileiros uma pessoa nobre e honrada; tanto que quando foram saqueados, engenhos, que estavam sob a posse de holandeses, os de Gaspar foram poupados.

Quando eclodiu a Insurreição Pernambucana de 1645, Gaspar Wanderley, já se encontrava sem vínculos com a WIC, e casado, assim foi para a Bahia.

Heráldica, Brasão de Armas da Família Wanderley / Van der Ley: escudo germânico de esmalte negro, com uma corrente de prata com três anelos encadiados. Tendo por timbre, um penacho sobreposto por uma corrente de três anelos de prata.

A Família Wanderley Lins, um Clã Germânico em Pernambuco:

Casou com D. Maria Gomes de Mello, após ter se convertido ao catolicismo. Filha de Manuel Gomes de Melo Lins e de D. Adriana de Almeida. D. Maria Gomes de Mello era sobrinha do Papa Adriano VI, pelo seu lado materno Holanda. Dessa união resultou a fundação de um clã germânico em Pernambuco.

Dona Adriana de Almeida Lins era neta, pelo lado materno, de Cibaldo Lins e de Adriana de Hollanda, pelo lado paterno sua avó também era Hollanda: "Anna Hollanda", seu prenome Lins, veio do seu bi-avô materno Christoph Lins ou aportuguesado Cristóvão Lins, fundador de Porto Calvo. Sua avó materna, Adriana de Holanda, ainda vivia em 1635. O casal era de origem alemã. Cristóvão Lins nasceu por volta de 1529 no senhorio de Dorndorf, ao sul da cidade de Ulm, no sul da atual Alemanha, e foi criado nesta cidade. Era uma família importante de comerciantes internacionais e dos primeiros colonizadores do Brasil, oriundo do patriciado da cidade de Ulm. É provável que Adriana de Almeida Lins ainda falasse a língua do seu avô materno, já que o seu avô Cristóvão Lins, criado na Alemanha e sendo alemão, com certeza sabia falar alemão. E que surpresa deve ter sido para ela encontrar entre os holandeses um compatriota do seu avô materno!


Gaspar Wanderley também parece ter mantido estreitos laços com Maurício de Nassau, que era seu conterrâneo, da região da Westfälia. Tendo posto, seu nome em seu primogênito, em sua homenagem: João Maurício Wanderley. Daí ter virado tradição a repetição do nome "João Maurício" entre seus descendentes. A lembrar ainda, que foi o próprio Maurício de Nassau, que a pedido de um dos seus filhos, que atestou por carta, a origem nobre de Gaspar Wanderley.

Gaspar Wanderley e D. Maria Mello tiveram 4 filhos: 3 varões e 1 fêmea. O primogênito, João Maurício Wanderley, veio a se casar com outra Lins: Maria da Rocha Lins (prima colateral em 4º grau de sua mãe) com quem teve uma vasta descendência com 15 filhos. Uma neta, Adriana Wanderley, filha de Manuel Gomes Wanderley (filho de Gaspar Wanderley), também veio a se casar com um Lins, Cristóvão Lins, tendo ambos 4 filhos.


GENEALOGIA DA FAMÍLIA WANDERLEY:

1 GASPAR DE WANDERLEY cc D. Maria de Mello, nasceram:
2.1 João Mauricio Wanderley, cc Maria da Rocha Lins, fª. De Clemente da Rocha Barbosa e de Maria Lins.
3.1 Cristóvão Da Rocha Wanderley
3.2 Gonçalo Da Rocha Wanderley
3.3 Adriana Wanderley
3.4 Rosa Maria Wanderley cc Cristovão Paes Barreto
3.5 José Maurício Wanderley
3.6 Antonio Maurício Wanderley 
3.7 João Maurício Wanderley, filho
3.8 Francisca Maurícia Wanderley
3.9 Bento Da Rocha Barbosa Maurício Wanderley
3.10 Bartholomeu Lins Wanderley
3.11 Anna Maria Wanderley
3.12 Luísa Wanderley
3.13 Madalena Wanderley                             
3.14 Izabel De Almeida Wanderley
3.15 Sebastião Maurício Wanderley
2.2 Manoel Gomes Wanderley, cc Mécia de Barros
3.1 Adriana Wanderley cc Cristóvão Lins
4.1 Gonçalo Lins
4.2 Bartholomeu Lins
4.3 Cibaldo Lins cc Micaela Coelho Negramonte
4.4 Sebastião Ignácio Lins cc Ignácia Victória De Barros Wanderley
5.1 João Nepomuceno Lins
5.2 Miguel Accioli Lins
5.3 Maria De Barros Wanderley cc Sebastião Lins Wanderley em 1757
6.1 Ana Florência Da Conceição Wanderley
5.4 Adriana De Almeida Wanderley
5.5 Maria Accioli
5.6 Antonia De Barros Pimentel
3.2 Maria Wanderley cc João Baptista Accioli (neto)
3.3 Lázaro Wanderley
3.4 Domingos Ferreira
2.3 Gaspar de Wanderley, § 3.
2.4 D. Adrianna de Almeida Wanderley, que casou com André de Barros Rego, Cavalleiro da Ordem de Christo, Senhor do engenho de S. João da freguesia de S. Lourenço da Matta e filho de Arnáo de Hollanda Barreto e de sua mulher Lusia Pessoa.
3.1 Luzia Pessoa De Melo

3.2 Ignês De Góes Pimentel



Outros Clãs:


Um comentário:

  1. Alô, sou descendente de Antonia de Barros Wanderley e Antonio da Silva Seabra e gostaria de saber mais sobre Antonia de Barros Wanderley. Anos entre 1840- 1870. Qualquer informação é agradecida. Favor comunicar através do email fbarroso1943@gmail.com

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