sábado, 10 de novembro de 2018

O Clã dos D' Ávilas


Os Ávilas são originários da Astúrias, posteriormente, um ramo, se estabeleceu na ilha Terceira, nos Açores e, depois, a Portugal. 

Blasco Blázquez de Ávila ou Vasco Blázquez (Ximeno) de Ávila, nascido em 1194, foi um cavaleiro medieval do principado das Astúrias. Foi dele que se originou o sobrenome d’Ávila, de Ávila ou simplesmente Ávila, ao tomá-lo da cidade de Ávila, que ajudou a conquistar dos mouros.

Na antiga grafia, o nome Ávila escrevia-se sem acento (Avila) e alguns ainda mantêm esta grafia em Portugal. Ávila (com acento) é a forma mais utilizada, especialmente no Brasil. Tanto a forma “d’Ávila”, D’Ávila e “de Ávila” são sobrenomes do mesmo tronco familiar.


No Brasil*

"Os Avilas, além de se afoitarem, pessoalmente, ao mais longínquo sertão, ordenaram, sob a direção de subordinados seus, entradas de que resultariam excelentes descobertas. Muitos dos melhores bandeirantes do Sul, e outros do Norte, estiveram, ora sob o controle direto dos senhores da Torre, ora associados às expedições que estes organizaram. Acresce, para seu elogio, que os Avilas foram, antes do mais, criadores de gado, isto é, colonizadores e civilizadores por excelência. Abriram as melhores estradas do Norte. E é justo dizer-se que os seus currais tornaram-se, muitos deles, centros de capital importância econômica, sobretudo os que se disseminaram pelo S. Francisco, o rio que Capistrano chamou "condensador da população. ...". - Godofredo Filho

O primeiro integrante da família Ávila, foi Garcia de Souza D'Ávila, que chegou ao Brasil em 29 de março de 1549 com a esquadra de Tomé de Souza. Foi "feitor e almoxarife da cidade do Salvador e da Alfândega" (almoxarife era uma espécie de tesoureiro, cargo sem ordenado em espécie, recebendo apenas mercadorias e tendo apenas "os prós e percalços que lhes directamente pertencerem".) e que viria a se tornar um dos mais poderosos e ricos habitantes do Brasil.

Há fortes suspeitas de que Garcia d’Ávila era parente ou mesmo filho bastardo de Tomé de Souza, e, certamente, por isso, recebeu grandes favores e generosas doações de terras ao norte de Salvador do governador geral. Quando Tomé de Souza mandou buscar gado nas ilhas de Cabo Verde, as reses chegaram e foram distribuídas entre os colonos. Garcia d'Ávila ganhou algumas cabeças, entregou o cargo de almoxarife e foi cuidar do rebanho, que em pouco tempo se expandiu formidavelmente. Assim, rapidamente, Garcia d’Ávila conseguiu juntar um considerável patrimônio em terras e dinheiro, investindo em grandes criações de gado em Itapoá e Tatuapara (atual Praia do Forte).

Garcia casou-se com Mécia Rodrigues, porém dessa união, não deixou descendência. Teve um filho natural com uma índia, João Homem, morto no sertão. A descendência lhe foi garantida pelo neto, Francisco Dias d’Ávila Caramuru, filho de sua filha (também natural) Isabel d’Ávila com Diogo Dias, neto de Caramuru e Paraguaçu.

Francisco Dias d’Avila Caramuru se destacou nas lutas contra a invasão de Salvador pelos holandeses (entre 1624-25) e de Pernambuco (1637). Como recompensa a Coroa concedeu-lhe novas terras, honrarias e patentes militares. As suas sesmarias se estenderam da região de Salvador até o sertão de Sergipe.

Para manter o patrimônio, os Ávila quase sempre realizavam casamento entre parentes próximos. Em 1678, uma descendente da família, também chamada Isabel d’Ávila, fugiu com Manuel Pais da Costa, o que foi um escândalo naquela época. O casal refugiou-se no Convento do Carmo de Salvador, protegido por rivais dos Ávila. Entre disputas, tentativas de anulação do casamento e reivindicação da herança por parte do casal, a situação se arrastou até 1679, quando a família organizou o casamento de Leonor Pereira Marinho, irmã da fugitiva, com o tio, Francisco Dias d’Ávila II. 


Genealogia d'Ávila:

                                      Garcia d'Ávila (o Velho) 
                                      (1528–1609, Portugal/Bahia)
                                           |
                                           | Casamento 1: Mécia Rodrigues (c. 1550s–1598)
                                           | (Sem descendentes documentados)
                                           |
                                           | Relação/Concubinato: Francisca Rodrigues (mameluca, indígena tupinambá)
                                           |
                      +------------------+------------------+------------------+
                      |                  |                  |                  |
             Francisco Dias d'Ávila I   Beatriz d'Ávila   Isabel d'Ávila    Outros filhos
              (c. 1560–1630s)          (c. 1560s–?)     (c. 1565–?)        (ex.: várias filhas
              (herdeiro principal)                                  mamelucas, sem linha principal)
                      |                  |                  |
                      |                  |                  +-- Casamento: Diogo Dias (neto de Diogo Álvares Correia "Caramuru" e Catarina Paraguaçu)
                      |                  |                     |
                      |                  |                     +-- Descendentes: Ramificação com os Álvares e Dias, incluindo vaqueiros sertanistas
                      |                  |
                      |                  +-- Casamento: Possivelmente com nobres locais (sem linha principal documentada)
                      |
             +--------+--------+
             |                   |
Francisco Dias d'Ávila II     Outros (irmãos, sem herdeiros principais)
(c. 1580s–1630s, expandiu    (ex.: filhos secundários que se casaram em famílias baianas)
sertão baiano)
    |
    +-- Casamento: Beatriz de Ávila (prima ou parente próxima, mameluca)
        |
        +-- Filhos: Vários, incluindo herdeiros que disputaram o morgado
            |
            +-- Garcia d'Ávila II (c. 1610s–?)
                |
                +-- Descendentes: Continuou a linha até o séc. XVII, com expansões para Pernambuco

 

Linha Principal (Morgado da Torre, séc. XVII–XIX):

- Garcia d'Ávila Pereira (c. 1660s–1730s): Neto ou bisneto via Francisco II; construiu o Forte de Tatuapara (1702–11); casado com nobres portuguesas; expandiu latifúndio até Piauí.

 - Filhos: Incluindo herdeiros que serviram na Índia e em guerras indígenas.

- Garcia d'Ávila III (n. c. 1678, de Leonor Dias d'Ávila + Francisco Dias d'Ávila, tio dela): Irmão de Francisca; continuou a linhagem via casamentos com Cavalcanti de Albuquerque e Pires de Carvalho.

- Descendentes: Ramificações para os Vaqueanos, Cavalcanti e Pires; influentes na pecuária sertaneja.

- Século XVIII–XIX: A linha principal passa para os Pires de Carvalho e Albuquerque após extinção direta (morte sem herdeiros em 1805). Inclui o Visconde da Torre de Garcia d'Ávila (séc. XIX), último morgado, com descendentes como Moniz de Aragão e Bulcão Sobrinho.

 

Notas sobre a Linhagem

- Ascendência: Garcia d'Ávila era filho de Diogo Álvares de Castro (fidalgo português, descendente de D. Álvaro de Castro, ligado à Casa de Avis via nobreza da Ínclita Geração). Rumores de ilegitimidade com Tomé de Sousa (governador) circulam, mas não comprovados – servia como almoxarife desde 1549.

- Descendência Mista: Muitos filhos eram mamelucos (branco + indígena), como Isabel, que casou com Diogo Dias (neto de Caramuru e Paraguaçu), sendo portando das "primeiras famílias brasileiras" documentada.

- Herança e Expansão: O latifúndio (800.000 km²) foi herdado por primogenitura (morgado), com disputas judiciais. A família introduziu gado nelore, vaqueiros e bandeiras sertanistas, dominando economia (açúcar, gado) e defesa (contra indígenas e invasores).

- Extinção da Linha Direta: No Império (pós-1822), o morgado extinguiu-se; descendentes colaterais incluem viscondes e barões (ex.: Visconde de Pirajá).

- Fontes Principais: Baseado em *A Casa da Torre de Garcia d’Ávila* (Pedro Calmon), *Ordem e Progresso* (Frei Jaboatão), Geni.com e FamilySearch. Para árvores completas, recomendo o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia ou Geneall.net.

 

Esse é um esboço resumido – a genealogia plena abrange centenas de nomes devido a ramificações. Se quiser focar em uma geração específica, adicionar brasões ou expandir para o séc. XIX, é só pedir!

Outros Clãs:


*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos familiares que advieram para o Brasil em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não registrados.



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