O primeiro fundador da torre e solar de Aguirre, no município de Bermeo, em Biscaia, foi um filho da casa de Arandia, que casou com uma filha de Afonso Ortiz de Zamudio, e, segundo outros, de Ordonho Ortiz de Zamudio, da qual teve por filhos Martin, Rodrigo e Pedro Aguirre.
Acrescentam que o primeiro desses irmãos, Martin, se casou com uma filha de Lopo Garcia de Arribas, e que estes descem muito bons cavaleiros.
Outros autores afirmam que antes da Biscaia houve Aguirre em Navarra, e que o primeiro Cavaleiro deste apelido foi João de Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Sancho, o Sábio de Navarra, entre os anos de 1200, e que a casa solar e palácio destes Aguirre estava na vila de Vera de Bidasoa. Convém neste ponto avisar que nessa mesma vila havia uma casa de Aguerre, como já consignado ao falar deste apelido, e pode caber dúvida se as duas eram a mesma, de se procedia de uma outra, ou se, pelo contrário, eram casas diferentes, de linhagens também diferentes, pois suas armas, como se verá quando as descrevamos, têm diferenças notáveis.
Cabe pensar também em presença de tais armas de Aguirre de Vera de Bidasoa, que estes não eram de origem navarro, mas inserção; pois essas armas são exatas e os Aguirre de Gaviria, e indicam, portanto, que pertenciam a eles. Porque temos de acrescentar que há também vários autores que afirmam que, onde, primeiramente, surgiu o apelido Aguirre foi em Guipúzcoa, e que esta província passou a Navarra, Biscaia e Alava.
Corrobora essa afirmação a notícia que encontramos em vários escritores de cavaleiros Aguirre provenientes de Guipúzcoa serviram ao Rei Dom Ramiro I e se achou na batalha de Clavijo. E como esse Monarca reinou a partir de 843 a 850, é, de ser verdadeira tal notícia, o que houve Aguirre cerca de três séculos antes dos tempos em que viveu o referido Cavaleiro João Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Afonso, o Sábio, de Navarra, que alguns autores consideram como o primeiro cavaleiro de linhagem.
Todos estes dados, no entanto, não são suficientemente sólidos, como se vê bem às claras, para deduzir que casa de Aguirre foi a mais antiga nem onde teve sua origem a linhagem. Por isso, voltamos a cair no que dissemos no início; que não se pode afirmar que todas essas casas são provenientes de um mesmo lote e que mais parece que muitas delas são completamente diferentes e não tem relação alguma de origem ou de links.
Diante dessa notória dificuldade, temos, pois, de concretizarmos a enumerar as casas de Aguirre, que nos referidos territórios moram atualmente, a relação de procedência entre algumas delas, e as armas que lhes pertencem.
Na vila de Gaviria. Eram parentes maiores do bando Oñacino e seu palácio foi fundado, de acordo com Lope de Vega García de Salazar, por uma haste da Casa Real de Navarra. Essa casa dimanaron outras em Gaviria e diversos pontos do País Basco. Outra na vila de Zarauz, outra em Goyaz, outra em Ichaso, outra no bairro de Oiquina, da câmara Municipal de Zumaia; outra na vila de Lisboa; outra em Astigarreta, dois na de Penafiel; outra na Cidade; a outra Deva; outra na localização do Iciar, no Pátio; outra no bairro de Eizaga, de Zumárraga; outra na de Cerain; outra na de Segura; e outra em Urrestilla e outra na de Azkoitia.
Na vila de Villarreal de Urrechua, outra de Vergara, cujo solar foi construído no bairro de San Martin; outra em Placencia, outra na vila de Motrico, outra no bairro de Olaberrieta, da câmara Municipal de Motrico; três, na cidade de Odivelas, outra de Zumárraga, outra em Eskoriatza, dois na localização do Zarimuz e outra na de Marín, ambas da câmara Municipal de Advogados; outra na vila de Mondragón; outra na de Elgueta; outra na de Anzuola; outra na de Oñate; outra na de Osasco e de Placencia das Armas.
Na Universidade de Régil, outra em Asteasu, outra no Anoeta, outra em Machado, outra na localização do Araz-Machinventa, da câmara Municipal de torres novas; outra na vila de Albiztur, dois na de Ataun; outra na de torres vedras; outra na de Alquiza; outra em Gudugarreta (Guipúzcoa); outra em Isasondo; outra de Corpo, outra em Prata; duas na vila do exército de carlos magno; a outra de Cizúrquil; outra na de Elgóibar; outra na de Lisboa; outra em Orendain; outra em Zaldibia, e três casas em Lizarza e outra em Leaburu. Segundo o Cronista Francisco Gómez Arevalo de Villafufre houve outra casa solar na vila de Ormaiztegui.
Dois no vale de Oyarzun, outra no bairro de Alcibar, da câmara Municipal de Oyarzun; outra em Artiga, jurisdição da cidade de São Sebastião, das mais antigas da província e uma das fundadoras da igreja paroquial de São Sebastião, o Antigo; outra no bairro de Eleizalde, da câmara Municipal de Usúrbil; outra na localização de San Esteban, da câmara Municipal de Usúrbil, de cujo princípio e fundação não há memória, sendo uma das antigas pobladoras da província de Guipúzcoa, com um ramo muito principal da cidade de San Sebastián; outra em Aduna, outra em Natal; outra Usúrbil; outra em Astigarraga, outra em Orio, e outra em Umieta.
Outra no vale de Gouveia, e em Larraul.
No Brasil:
Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Entre os antigos Aguirre, registra-se Lope de Aguirre, aventureiro originário da Espanha, nascido no ano de 1518, que participou da expedição organizada por Pedro de Urzua, que partiu ao Maranhão, no Brasil, em busca de ouro.
Sobrenome de diversas famílias originárias do Uruguai, Espanha e Argentina, recentemente emigradas para o Brasil, estabelecidas no Rio Grande do Sul.
No Espírito Santo existe a família Aguirre Coutinho.
Os Aires (Árias) de Aguirre da Bahia:
PEDRO AIRES (Árias) DE AGUIRRE. Fidalgo castelhano biscainho, lê-se na árvore genealógica que acompanha processo de limpeza de sangue de um de seus descendentes, no Arq. Hist. Ultramarino. Como o irmão, Diogo Aires de Aguirre, natural de Nova Espanha, neto de Diogo Fernandes Martins e Isabel Rodrigues da Ribeira, capitão-mor de São Vicente de 1598 a 1600, José Gonçalves Salvador, op. cit., p.97, teria vindo com o governador D. Francisco de Souza. Capitão do forte de São Filipe (Montserrate) com 80$ por ano, 25 de maio de 1598, Doc. Hist., v. 14, p.486, nele continuava ao chegar os holandeses, em 1624. O forte foi tomado, mas o seu velho comandante o recuperou no mesmo dia em que os invasores o abandonaram. Não procedeu com o mesmo destemor em 1638. Já não tinha idade para a refrega, esclarece Duarte de Albuquerque, nas Memórias Diárias. Foi suspenso "por largar o seu forte qualldo aqui veio o conde de Nassau no ano de 1638 que o rendeu, foi absolvido e livre por sentença do marquês de Montalvão governador geral deste Estado de 8 de janeiro de 641 e mandara que tornasse a servir seu forte", aliás, conta Brito Freire, História da Guerra Brasílica, p. 436, Lisboa, 1645, "tão limitado como seu capitão Pedraires de Aguirre" .
Teve sesmaria em 1609 no Paraguaçu, Publ. do Arquivo Nacional, XXVII, p. 233 Era senhor de engenho, Denunciações de 1618, fl. 270, casado com Catarina Quaresma, filha de Diogo Gonçalves Laço ("não sabe se é cristão velho ou novo e de sua mulher Guiomar Lopes, que não sabe também se é cristã velha ou nova) de idade de 24 ou 25 anos" em 1591, Denunciações, p. 554, quando ainda "estava debaixo do poder de seu pai e sua mãe moradores ora nesta cidade". - Diogo Gonçalves Laço, "espantoso soldado", Fr. Vicente do Salvador, op. cit., p. 320, foi seis anos o administrador das minas de São Vicente, feito por D. Francisco de Souza, Pedro Taques, Nobiliarquia, I, p. 328, tendo como um de seus companheiros Diogo Aires de Aguirre, irmão de Pedro. Em 1629 aforou Pedro Aires de Aguirre à Santa Casa terras deixadas pela mulher de Garcia d'Ávila, Mécia Rodrigues em Itapagipe, L. 1° do Tombo da S. Casa, fi. 40, por 8$ mensais. Filhos, Bernardo (acima); Diogo Gonçalves Laço, capitão do forte de São Filipe e escudeiro fidalgo, 6 de junho de 1644; Francisco Quaresma, que se passou à Espanha, declara o alvará de 1644 em favor do irmão R. Garcia, nota à Hist. Geral de Varnhagem, 11, p. 106: as filhas casadas com Pedro de Aguiar, Denunciações de 1618, fi. 225, cristão velho, morador em Toque-Toque, com Diogo de Sandoval (Maria); com Bartolomeu Soares Feio (Serafina). Árvore genealógica anexa ao processo de descendente de Pedro Aires de Aguirre.
Bernardo de Aguyirre, nascido em Salvador, Bahia. Teve mercê do hábito da Ordem de San Thiago em 1645, pelos serviços prestados no Brasil e no Reino. Distinguiu-se como sertanista, encarregado de combater os mocambos negros revoltosos. Filho de Pedro Arias de Aguirre e de Catarina Quaresma, citados acima.
GENEALOGIA
AIRES DE AGUIRRE:
1.Pedro Aires de Aguirre c.c. Catarina Quaresma f.ª de Diogo
Gonçalves Laço e de Guiomar Lopes.
2.1. Bernardo de Aguirre c.c.
Maria de Aguiar, fl.ª de Sebastião de Aguiar e de sua mulher Inês Ribeiro. Aos
21 anos, casado, morava para as bandas de "Tapagipe", perto do forte
de São Filipe, de que o pai era capitão. Assistiu às guerras "desde o ano
de 1624 em que foi ocupada a cidade da Bahia pelos holandeses até se
recuperar", e "particularmente no sítio que o conde de Nassau pôs à
mesma cidade o ano de 1638" (sobretudo a 21 de abril e 18 de maio) ganhando
um escudo de vantagem, 21 de janeiro de 1639 - diz-se no Processo de
Habilitação de Bartolomeu Godinho para cavaleiro da Ordem de Cristo. Teve a
promessa de 20$ de pensão em uma comenda de S. Tiago, mais ofício de justiça ou
fazenda, ajudando a render a nau almirante holandesa; na empresa do Mocambo,
onde se refugiaram negros revoltados; na armada do conde da Torre na Catalunha,
de onde voltou a Portugal. Em 1645 foi incumbido de levar à Bahia (com João
Mendes de Vasconcelos) um contigente de 500 homens. Subira de soldado a
capitão. Cabo de duas caravelas que foram recrutar gente à ilha Terceira, privaram-no
do posto, na Bahia, "por levantar a espada contra Gaspar Pinheiro Lobo, em
defesa do mestre de campo João de Araújo". Obteve licença para defender em
Lisboa a sua causa (4 de janeiro de 1650, Arq. públ. da Bahia, Alvarás de 1630
a 1676, fl. 437, e acabou reintegrado, 12 de outubro de 1651. Morreu em 1658.
Por sua morte, foi provido como capitão de infantaria Francisco de Araújo, 6 de
maio de 1658, Arq. públ. da Bahia, Registros de Patentes de 1657 a 1678.
Diverge a árvore genealógica abaixo citada do Catálogo Genealógico, quanto aos
nomes dos filhos. Seriam Francisco Antônio e Nuno Álvares Pereira, que viveu no
Reino, vila da Barca do Minho.
3.1.
PEDRO AIRES DE AGUIRRE. 2.°.
Achou-se em "todas as ocasiões de peleja que houve" na Bahia, de 17
de outubro de 1630 a 1645, quando embarcou na armada que foi ao socorro de
Pernambuco, "a apaziguar as alterações que havia nos moré!Pores",
fazendo aos flamengos "muitas emboscadas e vigias em postos de muita
importância e risco", Processo de Habilitação para a Ordem de Cristo, de
Bartolomeu Godinho, citado. - "Ordem para se tirar devàssa sobre a morte
de Pedro de Aguirre, filho de Bernardo de Aguirre", provisão de 5 de
fevereiro de 1652.
4.1. Pedro, batizado na Sé a
21 de junho de 1620.
4.2. Sebastião Carlos e
Catarina Quaresma.
4.3. Tomé de Aguiar.
4.4. Nuno Alvares Pereira. Casou em Portugal
três vezes, diz a árvore genealógica de Pedro Aires de Aguirre, T. T.,
Familiar. O filho mais velho foi o padre Carlos Pereira de Aguiar, do hábito de
São Pedro. Tivera licença para acompanhar o pai na viagem ao Reino, em 1650. Era
soldado da companhia do capitão Damião de Lençóes. A patente de capitão-mor do
forte do morro de São Paulo, 15 de julho de 1667, conta os seus serviços, em
1655 indo à Índia com o vice-rei conde de Savedra, na guerra aos espanhóis no
Alentejo Voltou à Bahia com o governador Alexandre de Souza Freire, Patentes de
1657 a 1678. Regressou a Lisboa em 1671.
4.5. Francisco Aires de Aguirre c.c. Filipa Ferreira, irmã do padre Gavião.
2.2. Diogo Gonçalves Laço, capt. do forte de São Filipe e escudeiro
fidalgo.
2.3. Francisco Quaresma, que passou à Espanha.
2.4. D. Mariana Quaresma c.c. Bartolomeu Sodré Feio
3.1. D. Luiza c.c. Antônio Soares de Sousa.
GENEALOGIA ESCOBAR AGUIRRE:
João Borges Escobar
c.c. Leonor de Aguirre
João Borges de Escobar c.c. Joana Teles, flª. De Rafael Teles e de
Maria Rangel.
D. Leonor Teles c.c. Francisco Carvalho Pinheiro. Batizada esta D.
Leonor Teles em 1º de agosto de 1633. Padrinho o governador Diogo Luiz de
Oliveira.
Os Aires de Aguirre de São Paulo:
Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Diogo Árias de Aguirre, natural de Lisboa - irmão de Pedro Arias de Aguirre, referido acima. Outros grafam este sobrenome na forma Aires de Aguirre (v.s.).Veio para São Vicente e São Paulo em 1598, capitaneando uma esquadra, investido, em nome do Rei, no cargo de governador da capitania até a chegada de D. Francisco de Sousa.
Estabeleceu-se em Santos, casando com Mariana Leitão de Vasconcelos. Filho de João Martins de Aguirre, Fidalgo da Casa Real, com Carta de Brasão de Armas (1577), e de Isabel de Araújo Barros. Neto paterno de Diogo Fernandes Martinez (da cidade de Mogosio, da Nova Espanha) e de Isabel Rodrigues de Ribeira. Tendo recebido a nomeação de Capitão-Mor da capitania de São Vicente, Diogo chegou em dezembro de 1598 a São Paulo e fez uma entrada às minas de ouro do Jaraguá e de ferro do Araçoiba. Em 1613 exerceu o cargo de vereador em Santos, vindo a falecer nessa vila nas cercanias de 1639. Era fidalgo de cota d’armas, com brasão registrado na câmara de Santos. Foi também provedor das minas de São Paulo.
Há um outro grupo com este sobrenome, estabelecido em São Paulo, que foram os fundadores de Monte-Mor.
Outros, estabeleceram-se em Itaquerí da Serra, São Paulo, onde nasceu, em 1880, o Bispo, D. José Carlos de Aguirre. Sacerdote (1904) e 1º Bispo diocesano de Sorocaba (1924). Filho de Francisco Leopoldo de Aguirre (1852-) e de Maria Ercília de Campos (1857-).
Arias de Aguirre do Rio de Janeiro:
Procedem do Capitão Domingos Arias de Aguirre, nascido por volta de 1642 e falecido, no Rio de Janeiro, em 1687. Filho de Diogo Arias de Aguirre e de Marianna Leitão de Vasconcellos. O Capitão Domingos Arias de Aguirre deixou larga descendência do seu casamento com Inês Rabelo, nascida por volta de 1646 e falecida no Rio de Janeiro, em 1683.
Registram-se ainda diversas famílias com este sobrenome, uma delas, de Francisco Muniz de Aguirre, casado em 1817, com Ana Joaquina do Espírito Santo.
Sobrenome também registrado, em 1833, pela Intendência Geral da Polícia da Corte, dos passageiros espanhóis, José Miguel de Aguirre, comerciante, e de João Miguel de Aguirre, negociante, ambos de passagem pelo porto do Rio de Janeiro, com destino a Cabo Frio; o primeiro em 1832 e o segundo em 1833.
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