Pedro Anes do Canto, filho de João Anes do Canto e de sua mulher, Francisca da Silva, neto paterno de Vasco Fernantes do Canto e de sua mulher e bisneto de João Fernandes de Souto Maior e de sua mulher, Maria do Canto, viveu na Terceira e foi o primeiro provedor das suas armadas. Fidalgo da Casa de D. João III, a quem serviu no segundo cerco de Arzila, estando cercada pelo Rei de Fez e com a praia ocupada por muitas bombardas, praça que foi dos primeiros a socorrer com um navio armado, em que levou muita gente, que com grande perigo desembarcou. Defendeu com a sua companhia o baluarte que o Conde D. Vasco lhe encarregou, até a chegada de mais socorros, feitos estes que o dito Rei remunerou, concedendo-lhe acrescentamento das suas armas por Carta de 28 de Janeiro de 1539.
A Origem dos Chandos / Canto:
"De todas as famílias normandas que
moraram neste reino da Inglaterra, poucas podem se orgulhar de uma descendência
mais nobre ou de um ancestral mais digno do que a casa de Chandos. “De acordo
com Sir Bernard Burke e os arautos, o fundador da casa foi um certo Robert de
Chandos, ou Chandois, que veio da Normandia para este país e que se revelou um
grande benfeitor para a Igreja no oeste da Inglaterra. A família ocupou três
séculos de posição de cavaleiro em Herefordshire; e ainda está para ser visto
na freguesia de Much Marcle, perto de Hereford, o local que é a tradicional
casa desta raça corajosa e intrépida. Mas, de todos os membros da família
Chandos, nenhum tem um nome mais honrado do que Sir John Chandos."
Sir John Chandos, visconde de Saint-Sauveur em Cotentin, condestável da Aquitânia, senescal de Poitou (c. 1320-31 de dez. de 1369). Foi um cavaleiro inglês/galês medieval originário de Radbourne Hall, Derbyshire. Em sentido contrário, Sir Bernard Burker fala em Herefordshire, sendo sua família de origem Normanda. Na época, Chandos era reportado como galês. Herefordshire, fica no que se chamava de Marca Galesa, que compreendia a região fronteiriça entre o Principado de Gales e o Reino da Inglaterra, com essa região detendo certa autonomia. A versão de Burker parece mais provável. Chandos era amigo próximo de Eduardo, o Príncipe Negro, foi fundador e 19º Cavaleiro da Ordem da Jarreteira em 1348. Chandos era um cavalheiro de nascimento, mas, ao contrário da maioria dos comandantes da época, não possuía título de nobreza.
Foi descrito pelo historiador medieval Froissart como "sábio e cheio de artifícios", como estrategista militar, Chandos é considerado o mentor por trás de três das mais importantes vitórias inglesas na Guerra dos Cem Anos: a Batalha de Crécy (1346), de Poitiers (1356), tendo traçado a estratégia que obteve a vitória, e a Batalha de Auray (1364), quando liderou as forças do duque João de Montfort à vitória. Liderou e venceu a Guerra de Sucessão na Bretanha, permitindo que Montfort se tornasse João IV, duque da Bretanha.
Em recompensa por seus serviços, Chandos foi nomeado tenente da França, vice-camareiro da Inglaterra e recebeu o viscondado de Saint-Sauveur no Cotentin. Durante a Guerra dos Cem Anos, tornou-se condestável da Aquitânia. Mais tarde, porém, por discordar de Eduardo sobre como os Guyennois deveriam ser tributados, se retirou para sua propriedade na Normandia. Chandos também participou da Primeira Guerra Civil de Castela. Sir John Chandos foi o fundador e por desiderato patriarca da família Canto em Portugal.
Em 1369, os franceses lançaram um contra-ataque bem-sucedido, recuperando muito território e forçando Eduardo a convocar Chandos, que foi nomeado senescal de Poitou e se estabeleceu em Poitiers. Sir John tentou lidar com as tentativas francesas de reconquistar uma posição segura na província. O bretão John Kerlouët e Louis de Saint Julien Trimouille, senhor de Lusignan, ocuparam La Roche-Posay e Saint-Savin, a poucos quilômetros de Poitiers. Chandos decidiu retomar a abadia de Saint-Savin, com um ataque surpresa ao abrigo da noite.
O ataque planejado falhou quando, pensando ter sido detectado pelo inimigo, a força de Chandos recuou em direção à ponte sobre o Vienne em Lussac-les-Châteaux, ao longo da rota para Poitiers através de Chauvigny. Os franceses, sem saber de sua presença, decidiram seguir o mesmo caminho para perseguir as tropas inglesas. Os adversários se encontraram na ponte de Lussac. Na batalha, o casaco longo de Chandos o fez escorregar na geada. James de Saint-Martin, um escudeiro da casa de Sir Bagnac atingiu Chandos com sua lança, perfurando seu rosto abaixo do olho. O tio de Chandos, Edward Twyford, de pé ao lado de seu sobrinho ferido, repeliu os agressores. Um de seus escudeiros perfurou ambas as pernas de James Saint-Martin com sua espada; Saint-Martin morreu três dias depois em Poitiers. John Chandos foi levado em um grande escudo até Morthemer, a fortaleza inglesa mais próxima. Falecendo na noite de 31 de dezembro ou nas primeiras horas de 1º de janeiro de 1370, após um dia e uma noite agonizando, quando contava 55 anos.
Seu falecimento foi lamentado em ambos os lados. Em seu livro Uma Breve História da Guerra dos Cem Anos, Desmond Seward afirma que Carlos V da França ("Carlos, o Sábio") teria dito que "se Chandos vivesse, ele teria encontrado uma maneira de fazer uma paz duradoura" Froissart é mais circunspecto: "Na época eu o ouvi lamentado por cavaleiros renomados na França; pois eles disseram que foi uma grande pena ele ter sido morto, e que, se ele pudesse ter sido feito prisioneiro, ele foi tão sábio e cheio de artifícios, teria encontrado algum meio de estabelecer a paz entre a França e a Inglaterra”. Ele também disse de Chandos que: "nunca, desde cem anos, existiu entre os ingleses alguém mais cortês, nem mais cheio de todas as virtudes e boas qualidades do que ele."
Portugal e Açores:
Sir. John Chandos casou com Thira, irmã do Rei da Dinamarca Kanuto, e com ela teve uma filha: Maria do Canto, que se casou com João Fernandes de Souto Maior.
Os Cantos foram os primeiros povoadores da ilha Terceira, nos Açores, daí se espalhando para as outras ilhas. Em fins do Séc. XV, Pedro Anes do Canto, passou à ilha Terceira com seu parente Vasco Afonso, vigário de Machico, ilha da Madeira e visitador das ilhas dos Açores, do qual ficou herdeiro universal.
Instituiu, três morgados, para seus respectivos filhos: António, João e Francisco:
Ao 1.º Antonio, as Casas do Corpo Santo, São Pedro e Ribeira da Lapa, bem como as respectivas Quintas e fóros, e a Capela de Nossa Senhora de Nazaré, que mandou edificar na dita Quinta de São Pedro.
Ao 2.° João, as Casas das Lajes, Agualva, Porto Martins e Dadas do Brasil, com as respectivas Quintas e foros.
Ao 3º Francisco, as Quintas situadas nas Três, Cinco e Seis Ribeiras de Santa Barbara as quais então valiam 60 moios de renda anuais (3600 alqueires), e foram em parte compradas com o dinheiro que o instituidor herdou do dito seu parente Vasco Afonso.
Genealogia dos
Cantos:
1. Sir. John
Chandos c.c. Thira, Irmã de Kanuto Rey da Dinamarca.
2.
Maria do Canto c.c. João Fernandes
de Souto Maior
3. Vasco Fernandes/Affonso(?) do Canto
4.1.
Antonio c.c. (?) , com geração em
Guimarães.
4.2.
João Anes do Canto c.c. Francisca da
Silva
5. Pedro Anes do Canto c.c. Joana Anes
Abarca (n. Ponta Delgada, Açores, 1482), f.ª de Pedro Abarca, Fidalgo de Tuy,
tiveram cinco filhos:
6.1.
Antônio Pires do Canto (1511-72)
c.c. D. Catarina de Castro
6.2.
Diogo Pires do Canto (1512 - ?)
6.3.
Francisco da Silva do Canto (1515 -
1572)
6.4.
Sebastian A. Martin do Canto (1518 -
?)
6.5.
Braz Pires do Canto (1522 - 1610)
5.
Segunda Núpcias, casou Pedro Anes do Canto com D. Violante Galvão da Silva, f.ª
de Duarte Galvão
6.1.
João da Silva do Canto c.c. Isabel
Correia.
7.1.
Francisco da Silva do Canto c.c.
Francisca Soares/Luísa de Vasconcelos da Câmara(?)
7.2.
Pedro do Canto.
7.3. Manuel do Canto, falecido na Índia, não se conhece o nome da esposa, mas teve pelo menos um filho de nome: Francisco do Canto.
Solar de Nossa Senhora dos Remédios, na ilha Terceira, Açores. |
O Clã Borges do Canto no Rio Grande de São Pedro:
Os Borges do Canto, são uma das famílias mais antigas do Rio Grande do Sul, junto com outras como os Brito Peixoto, e os Pinto Bandeira, com os quais se entrelaçarão. Chegam ao Brasil, em Rio Grande de São Pedro (RS), por volta de 1675, com José Caetano Pereira, vindo de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel nos Açores, casado com Maria Eugênia de Figueiredo, natural de Lisboa. Um de seus filhos, foi Francisco Borges do Canto casado com D. Eugênia Francisca de Sousa, com quem teve 11 filhos, dentre os quais José Francisco Borges do Canto, conquistador das Missões.
José F.co Borges do Canto integrava os Dragões do Rio Pardo, Conquistador das Missões. |
Conseguiu apoio de índios Guarani no noroeste do atual Rio Grande do Sul e, com sua tropa reforçada, partiu para a frente de batalha. Inicialmente, combatendo os castelhanos em São Miguel das Missões. Tendo cercado, a cidade, que se rendeu em poucos dias, libertando depois a guarnição castelhana. Em seguida, conseguiu a rendição das povoações de São João e Santo Ângelo. Depois, conquistou São Lourenço, São Luís e São Nicolau, que já estavam sendo abandonadas. O comandante castelhano foi preso quando mobilizava uma tropa perto de São Luís e conduzido de volta a São Miguel.
Ao fim daquela guerra, já mantinha toda a região das Missões a leste do rio Uruguai - as missões orientais - em nome da Coroa Portuguesa. Apesar de, àquela época, a região ser esparsamente habitada e de difícil defesa, compreendia uma extensão territorial considerável, praticamente desde a barra do rio Quaraí - atual fronteira do Brasil com o Uruguai - até o início do curso médio do rio Uruguai - atualmente o noroeste riograndense. A ação de Borges do Canto rendeu ao Rio Grande do Sul aproximadamente 40% de seu atual território.
Foi morto em território espanhol (atual Uruguai), em 1805, enquanto fazia uma califórnia - expedição não autorizada, comum na fronteira entre a América Espanhola e Portuguesa, com o objetivo de pilhar gado vadio no território do outro País.
GENEALOGIA dos BORGES DO CANTO:
1. Josefa do
Canto (n. entre 1637-97) c.c. João Botelho (n. entre 1637-97)
2. José Caetano Pereira (n. Ponta
Delgada, ilha de São Miguel, Açores, cerca de 1705. f. Brasil) c.c. Maria
Eugênia de Figueiredo (n. Lisboa), f.ª de João Lopes de Figueiredo e Isabel
Maria.
3. Francisco Borges do Canto c.c. D.
Eugênia Francisca de Sousa, com quem teve 11 filhos, dentre os quais:
4. José Francisco Borges do Canto
A Família DE CASTRO CANTO e MELLO de São Paulo:
I - 2.º visconde de Castro, João de Castro Canto e Mello, marechal de Campo e Gentil Homem da Imperial Câmara. Agraciado com o título de visconde com honras de grandeza de Castro, por Decreto de 12/10/1827, Carta Imperial de 08/11/1827.
II - brigadeiro do exército José de Castro Canto e Mello (bat. 17/10/1787, São Paulo, SP). Foi comandante do esquadrão de cavalaria da Legião de São Paulo, no combate do Itupurahi, na campanha de 1816. Capitão (06/02/1818). Sargento-Mor do Regimento de Cavalaria de 2.ª Linha da Vila de Curitiba, então Província de São Paulo (1824). Coronel do Estado Maior do Exército (1827). Brigadeiro reformado do Exército. Gentil Homem da Imperial Câmara. Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz (06/09/1824). Comendador da Ordem de São Bento de Aviz (24/02/1827). Oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro (01/03/1827). Dignitário da Ordem Imperial do Cruzeiro (12/10/1827).
III - Maria Benedita de Castro Canto e Mello [bat. 18.12.1792, SP - 05.03.1857], baronesa de Sorocaba, por seu casamento na família Delfim Pereira; casou com Boaventura Delfim Pereira, Barão de Sorocaba, em 8 de jul. de 1812, em São Paulo. Do casamento houve descendência, mas o segundo filho, Rodrigo Delfim Pereira, foi sempre considerado como filho ilegítimo de D. Pedro I. Sua filha Margarida de Castro Delfim Pereira casou pela primeira vez com António Alves Gomes Barroso e pela segunda vez com Leopoldo Augusto da Câmara Lima, 1.º Barão de São Nicolau.
IV - marquesa Domitila de Castro Canto e Mello (27/12/1797, SP - 03/11/1867), que foi agraciada, pelo Imperador D. Pedro I, sucessivamente, a 15/10/1825, com o título de viscondessa com honras de grandeza de Santos; elevada, a 16/10/1826, a marquesa de Santos. Foi casada duas vezes, a primeira, em 13/01/1813, na família Pinto Coelho de Mendonça, divorciando-se a 21/05/1824, e a segunda, em 14/06/1842, em São Paulo, na família Tobias de Aguiar. Linha Adulterina: a marquesa de Santos, foi, durante o período de 1822-29, amante do Imperador D. Pedro I, de quem teve 4 filhos.
Isabel Maria, Duquesa de Goiais. (n. 23 de maio de 1824, RJ). Foi criada pelo seu avô materno João de Castro Canto e Mello, sem que soubesse de sua origem, sob a história que lhe haviam deixado abandonada a porta da casa. Somente adulta, quando D. Pedro I (seu pai) casou com Amélia Augusta. D. Pedro I, assumiu a paternidade, e a tornou Duquesa de Goiás, e por assim, lhe conferindo a condição de princesa do Brasil. Tendo em seguida, a enviado para um internato na França, aonde estudou até seus 15 anos. Quando da abdicação ao trono, e de sua ida a Europa, D. Pedro passou a conviver com ela, e após sua morte, sua madrasta, a Imperatriz Amélia, a adotou como filha. Terminou seus estudos em Munique, e aos 19 anos se casou com o conde Ernesto José João Fischler de Treuberg, tendo quatro filhos. Viveu na Alemanha até o fim de sua vida, falecendo em 3 de nov. de 1898, aos 74 anos.
Maria Isabel II de Alcantara Brasileira, Duquesa de Iguaçu. (n. 1827). D. Pedro a reconheceu como filha desde seu nascimento, e assim foi criada na corte, entre seus outros irmãos. Entretanto, só recendo o título de Condessa, aos 18 anos, após se casar com Pedro Caldeira Brant, o Conde de Iguaçu, tendo com ele, sete filhos.
Genealogia dos Castro Canto e Mello:
João Batista de Canto Melo c.c. Isabel Rickettes, f.ª de George Ricketts e de Sarah White.
João de Castro Canto e Mello [1740, Ilha Terceira - 1826, SP] c.c. Escolástica Bonifácia de Toledo Ribas [c.1761, SP - ?], neta do cel. Carlos José Ribas
Outros Clãs: