Os Ávilas são originários da Astúrias, posteriormente, um ramo, se estabeleceu na ilha Terceira, nos Açores e, depois, a Portugal.
Blasco Blázquez de Ávila ou Vasco Blázquez (Ximeno) de Ávila, nascido em 1194, foi um cavaleiro medieval do principado das Astúrias. Foi dele que se originou o sobrenome d’Ávila, de Ávila ou simplesmente Ávila, ao tomá-lo da cidade de Ávila, que ajudou a conquistar dos mouros.
Na antiga grafia, o nome Ávila escrevia-se sem acento (Avila) e alguns ainda mantêm esta grafia em Portugal. Ávila (com acento) é a forma mais utilizada, especialmente no Brasil. Tanto a forma “d’Ávila”, D’Ávila e “de Ávila” são sobrenomes do mesmo tronco familiar.
No Brasil*
No Brasil*
"Os
Avilas, além de se afoitarem, pessoalmente, ao mais longínquo sertão,
ordenaram, sob a direção de subordinados seus, entradas de que resultariam
excelentes descobertas. Muitos dos melhores bandeirantes do Sul, e outros do
Norte, estiveram, ora sob o controle direto dos senhores da Torre, ora
associados às expedições que estes organizaram. Acresce, para seu elogio, que
os Avilas foram, antes do mais, criadores de gado, isto é, colonizadores e
civilizadores por excelência. Abriram as melhores estradas do Norte. E é justo
dizer-se que os seus currais tornaram-se, muitos deles, centros de capital
importância econômica, sobretudo os que se disseminaram pelo S. Francisco, o
rio que Capistrano chamou "condensador da população. ...". - Godofredo
Filho
O primeiro integrante da família Ávila, foi Garcia de Souza D'Ávila, que chegou ao Brasil em 29 de março de 1549 com a esquadra de Tomé de Souza. Foi "feitor e almoxarife da cidade do Salvador e da Alfândega" (almoxarife era uma espécie de tesoureiro, cargo sem ordenado em espécie, recebendo apenas mercadorias e tendo apenas "os prós e percalços que lhes directamente pertencerem".) e que viria a se tornar um dos mais poderosos e ricos habitantes do Brasil.
Há fortes suspeitas de que Garcia d’Ávila era parente ou mesmo filho bastardo de Tomé de Souza, e, certamente, por isso, recebeu grandes favores e generosas doações de terras ao norte de Salvador do governador geral. Quando Tomé de Souza mandou buscar gado nas ilhas de Cabo Verde, as reses chegaram e foram distribuídas entre os colonos. Garcia d'Ávila ganhou algumas cabeças, entregou o cargo de almoxarife e foi cuidar do rebanho, que em pouco tempo se expandiu formidavelmente. Assim, rapidamente, Garcia d’Ávila conseguiu juntar um considerável patrimônio em terras e dinheiro, investindo em grandes criações de gado em Itapoá e Tatuapara (atual Praia do Forte).
Garcia casou-se com Mécia Rodrigues, porém dessa união, não deixou descendência. Teve um filho natural com uma índia, João Homem, morto no sertão. A descendência lhe foi garantida pelo neto, Francisco Dias d’Ávila Caramuru, filho de sua filha (também natural) Isabel d’Ávila com Diogo Dias, neto de Caramuru e Paraguaçu.
Francisco Dias d’Avila Caramuru se destacou nas lutas contra a invasão de Salvador pelos holandeses (entre 1624-1625) e de Pernambuco (1637). Como recompensa a Coroa concedeu-lhe novas terras, honrarias e patentes militares. As suas sesmarias se estenderam da região de Salvador até o sertão de Sergipe.
Para manter o patrimônio, os Ávila quase sempre realizavam casamento entre parentes próximos. Em 1678, uma descendente da família, também chamada Isabel d’Ávila, fugiu com Manuel Pais da Costa, o que foi um escândalo naquela época. O casal refugiou-se no Convento do Carmo de Salvador, protegido por rivais dos Ávila. Entre disputas, tentativas de anulação do casamento e reivindicação da herança por parte do casal, a situação se arrastou até 1679, quando a família organizou o casamento de Leonor Pereira Marinho, irmã da fugitiva, com o tio, Francisco Dias d’Ávila II.
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