segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Clã Rendon de Quebedo



A origem deste preclaro linhagem perde-se na escuridão dos tempos. O mais antigo solar, ou casa senhorial, do sobrenome Quevedo, assentou na vila de Pie de Concha, local de onde partiram os diferentes ramos que se conhecem e que foram se espalhando por vários locais da Espanha.

Um de seus eminentes varões, para não dizer o maior, foi Don Francisco de Quevedo y Villegas, que vestiu o hábito da ordem de Santiago e foi senhor da Torre de Juan Abad, nascido em Madrid em 1580 e falecido em Villanueva de los Infantes em 1645. Celebrado escritor não estava alheio aos movimentos da política e, assim, a queda de seu protetor, o duque de Osuna, que esteve exilado em seu senhorio da Torre de Juan Abad, (Cidade Real) e, anos mais tarde, atraiu a inimizade do todo-poderoso conde-duque de Olivares, que ordenou a sua prisão, no convento de San Marcos.

O sobrenome Quevedo está mais estendido para a zona centro da Espanha, sendo praticamente desconhecido na Catalunha e todo o Norte da Península Ibérica.


No Brasil*

A ilustre família de Rendons, Quebedos, Lunas, Alarcões, Cabeças de Vaca (que por varonia são Sarmentos) da capitania de S. Paulo e da de S. Sebastião do Rio de Janeiro, traz a sua propagação da cidade de Coria no reino de Leão em Espanha, de onde eram naturais os Rendons, f.ºs do fidalgo dom Pedro Matheus Rendon, que foi regedor das justiças na vila de Ocanha, e de Magdalena Clemente de Alarcão Cabeça de Vaca, que se passaram ao Brasil seguindo o real serviço na armada que veio a Bahia de Todos os Santos em 1625, para libertar a Bahia dos holandeses.

Os Rendons que nessa armada de Castela vieram com outros fidalgos, para o feito mencionado, foram 3, aos quais se reuniu mais tarde em 1640 um 4º irmão, que foi dom José Rendon. Efetivamente libertaram a Bahia, e acabada a guerra ficaram no real serviço, e passaram a S. Paulo, e foram eles:

N.º 1 Dom João Matheus Rendon de Quebedo
N.º 2 Dom Francisco Rendon de Quebedo
N.º 3 Dom José Rendon de Quebedo
N.º 4 Dom Pedro Matheus Rendon Cabeça de Vaca

Nº 1. Dom João Matheus Rendon da Bahia veio fazer assento na cidade de S. Paulo, onde casou 1.ª vez em 1631 com Maria Bueno de Ribeiro, f.ª do capitão-mor Amador Bueno, o aclamado, e de Bernarda Luiz,; 2.ª vez casou em 1653 com Catharina de Góes, viúva do capitão Valentim Pedroso de Barros, ; sem geração desta, porém teve pelo inventário da 1.ª em 1646 (C. O. de S. Paulo):

Cap. 1.º Dom Pedro Matheus Rendon e Luna c.c. Maria Moreira Cabral, f.ª de Luiz da Costa Cabral e de Luiza Moreira. Teve os 6 f.ºs seguintes:

1-1 Dom João Matheus Rendon § 1.º faleceu solteiro nas minas de Paranaguá.
1-2 Dom Pedro Matheus Rendon § 2.º  faleceu solteiro nas Minas Gerais na ocasião do levantamento dos europeus contra os paulistas; entretanto, encontramos um deste nome natural da Ilha Grande, f.º de Dom Pedro Rendon e de Anna Maria Cabral, casado em 1686 em Itu com Anna Rodrigues de Arzam, f.ª do capitão-mor Cornelio Rodrigues de Arzam e de Catharina Gomes. Não será este § 2.º, pressupondo um engano de lançamento no nome da mãe?
1-3 Dom José Rendon de Quebedo § 3.º  com seu irmão o § 4.º seguinte, seguiu o real serviço, saindo de S. Paulo em 1679 com o governador Dom Manoel Lobo, para fundação de Colônia do Sacramento.
1-4 Dom Luiz Rendon de Quebedo § 4.º
1-5 Dom Francisco Matheus Rendon § 5.º
1-6 Maria Cabral Rendon § 6.º

Cap. 2.º Dom João Matheus Rendon, casou-se no Rio de Janeiro com N...... de Azeredo Coutinho, da mais qualificada nobreza daquela capitania, por trazer sua origem do fidalgo Vasco Fernandes Coutinho que, tendo servido na Índia aos reis dom Manoel e dom João III desde 1511, recebeu deste monarca a doação de 50 léguas de terra para fundar uma capitania por carta passada em 1525. Efetivamente a fundou, e é a capitania do Espírito Santo, que teve por capital a vila de Vitória; teve com uma senhora ........ de Almada o f.º Vasco Fernandes Coutinho, o moço, que casou-se e deste matrimônio procedem os Coutinhos do Rio de Janeiro, que do Espírito Santo já veio aliada para esta cidade de S. Sebastião com os Azeredos, pois foi Marcos de Azeredo Coutinho, natural do Espírito Santo, o tronco da família de seus apelidos na dita cidade de S. Sebastião. Não descobrimos geração de dom João Matheus Rendon supra; porém sabemos que, enviuvando, tomou ordens sacras e faleceu de bexigas em Lisboa.

Cap. 3.º Ignez de Ribeira, f.ª do n.º 1, casou-se em S. Paulo com Vicente de Siqueira e Mendonça, f.º de Lourenço de Siqueira e de Margarida Rodrigues, V. 7.º pág. 505. Teve 8 f.ºs:

1-1 Innocencia, que casou-se em Minas Gerais.
1-2 Joana, que casou-se em Minas Gerais.
1-3 Maria, faleceu solteira no Rio de Janeiro.
1-4 Manoel de Siqueira Rendon, que casou-se no Rio de Janeiro com Brites da Fonseca Doria; 2.ª vez em 1693 em Taubaté com Maria Vieira da Maia, viúva de Miguel de Almeida e Cunha. V. 7.º pág. 348. Teve:
Da 1.ª 3.f.ºs:
2-1 Joanna, que casou-se com Manoel Alves Fragoso dos Campos de Goitacazes.
2-2 Brites da Fonseca Doria, casada com Gregorio Nazianzeno.
2-3 Antonia, casou-se nas Minas Gerais.

Da 2.ª não descobrimos geração.
1-5 José de Siqueira Rendon, que casou-se no Rio de Janeiro com Maria da Fonseca Doria, irmã de Brites precedente. Teve:
2-1 Maria, que foi casada com Ignacio Ferreira Funchal.
2-2 Marianna, casada com João da Fonseca Coutinho.
2-3 Ignacio de Siqueira Rendon, faleceu solteiro.

1-6 Lourenço de Siqueira Furtado de Mendonça, capitão-mor da barra de Guaratiba do Rio de Janeiro, casou-se com Barbara da Fonseca Doria. Teve 4 f.ºs:
2-1 Salvador de Siqueira Rendon, que casou com Rosa Maria Caldas.
2-2 Fradique Rendon de Quebedo, capitão-mor da barra de Guaratiba.
2-3 Margarida de Luna, casou-se com José Corrêa Soares, natural do Rio de Janeiro f.º de Gaspar Corrêa e de Luzia de Aguilar, por esta neto de Martim Rodrigues Tenorio e de Magdalena Clemente Cabeça de Vaca, neste Tit. adiante.
2-4 Leonor de Siqueira Rendon, casou-se com Gaspar de Azedias Machado.

1-7 Antonio de Siqueira e Mendonça, casou-se com uma sobrinha do capitão-mor Manoel Pereira Ramos, senhor do engenho e freguesia de Marapicu.
1-8 João Matheus Rendon, último f.º do Cap. 3.º, era solteiro em 1759 no Rio de Janeiro.
Cap. 4.º Dom José Rendon, f.º do n.º 1, batizado em 1641 em S. Paulo, casou-se no Rio de Janeiro com uma irmã dos padres Francisco Frazão e Antonio de Alvarenga Mariz, ambos da companhia de Jesus. Sem geração.
Cap. 5.º Anna de Alarcão e Luna

Nº2, Dom Francisco Rendon de Quebedo. "Acabada a guerra contra os holandeses na Bahia, passou a S. Paulo, onde casou com Anna de Ribeira f.ª do capitão-mor Amador Bueno e de Bernarda Luiz do n.º 1 retro.

Foi este fidalgo dom Francisco Rendon juiz de órfãos proprietário em S. Paulo, onde sempre teve as rédeas do governo da republica e da milícia. Pelo seu grande respeito, atividade e zelo do real serviço foi encarregado para levantar em S. Paulo companhias de picas espanholas, com 40 escudos de soldo por mês os capitães, para restauração de Pernambuco e armada que na Bahia preparava o conde da Torre para passar com ele contra os holandeses.

Deu causa para esta recruta de soldados paulistas o mau sucesso que teve o conde da Torre quando, com poderosa armada, saiu de Lisboa para restaurar Pernambuco, e se recolheu a Bahia, onde então tinha as rédeas do governo geral do Estado Pedro da Silva.

Esta importante recruta se fiou de dom Francisco Rendon de Quebedo, que com atividade e zelo do real serviço conseguiu, elegendo capitão e mais oficiais as pessoas de maior confiança e valor. Desse corpo militar paulistano foram capitães da infantaria Valentim de Barros e seu irmão Luiz Pedroso de Barros, Antônio Raposo Tavares e seu irmão Diogo da Costa Tavares, Manoel Fernandes de Abreu, e João Paes Floriam(1). No porto de Santos, debaixo do comando do capitão dom Francisco Randon de Quebedo, embarcaram os capitães, seus oficiais e soldados, com grande número de índios frecheiros e arcabuzeiros para a Bahia, onde foram recebidos os capitães com benigno agasalho pelo conde da Torre, que lhes mandou passar suas patentes, pagando-se a todos os soldados desde o dia que tinha destacado de S. Paulo. Do Rio de Janeiro fez regresso o capitão Rendon para S. Paulo, ficando entregue de todo o corpo militar o governador Salvador Corrêa de Sá. Estas companhias foram incorporadas na Bahia no terço do mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra.

reconhecendo a falta das forças militares, que se desgarrava na armada, que seguia para as Índias de Castela; propuseram ao conde da Torre a necessária providência e socorro que devia deixar em terra em qualquer dos portos daquela costa de onde pudessem marchar pelo sertão para a Bahia. Instava a importância desta resolução e no porto do Touro, 14 léguas do Rio Grande para o Norte, deixou a armada ao mestre de campo Barbalho com 1.300 infantes, em que entravam os capitães, oficiais e soldados paulistas, e os governadores dom Antonio Felippe Camarão e Henrique Dias este dos crioulos e minas, e aquele dos índios.

Havia de ser a marcha pelo interior do mato, e em parte por entre a barbaridade dos índios do sertão, topando em muitas com armas do inimigos holandeses, e em todas sem provisão nem esperança de socorro humano com distância de quase 300 léguas até a cidade da Bahia, cujas dificuldades eram superiores aos mais ousados corações; e só o de cabos tão destemido e que já tinham o caráter de bons sertanistas, havendo conquistado muitas e diversas nações bárbaras dos sertões de S. Paulo e Índias de Espanha nas províncias do Paraguai até o reino do Peru, pôde intentar e vencer semelhante empresa, que ainda depois de conseguida se fez duvidosa. Os transes desta jornada foram registrados por João Martins Esturiano, um dos soldados paulistas que teve a honra de servir em uma das companhias da leva de S. Paulo, e desta patente consta o seguinte sucesso:

Parte de um deserto era o porto de Aguassú junto ao do Touro, onde a armada deixou ao mestre de campo Barbalho com a gente já referida no dia 7 de Fevereiro de 1640, sem mais víveres que os que cada um dos soldados pôde tirar na sua mochila: falta que, considerada em semelhante lugar, esta acusando a determinação, não só de temerária, se não de louca, ficando a livrança dos perigos à contingência de milagres: porém aquele calor de portugueses, sempre igual no desprezo da vida pelas melhoras da pátria, nada mais lhe deixava ver que a constância, a lealdade e o serviço do rei. Todos se alentavam por estes briosos estímulos, e pelo alentado coração do seu mestre de campo Barbalho, que então lhes fez uma discreta e advertida ponderação lembrando-lhes: Que o motivo que os tirara a uns da Bahia e a outros de S. Paulo, deixando todos a pátria, os lançara agora naquela praia, por ficar infrutuosa a restauração de Pernambuco, e se voltavam para a defesa da Bahia; que no mau sucesso da armada tiveram parte os elementos, e não os inimigos; e que nesta jornada tinham de pelejar com os inimigos e com os elementos, estes armados dos rigores do tempo, e aqueles revestidos da cólera do ódio; que tudo se estribados na causa, alentassem a confiança, por ser certo que não falta Deus com auxílios a quem lhe dedica obséquios; que os poderia acobardar a falta de mantimentos, se já não estivessem bem acostumados com as agrestes frutas dos sertões incultos, com o mel silvestre de suas abelhas, com as amêndoas das variedades dos cocos do matos, com os palmitos doces e amargosos, e com as raízes da plantas conhecidas capazes de digestão: e porque, onde se contrasta o maior perigo, se alcança a maior glória, era de parecer que na marcha se buscasse o povoado, no qual poderiam conseguir remédio para a fome e aumento para a fama, que sempre foi mais grata a quem vencia homens, que a quem mata feras; e que quando o holandês os procurasse poderoso, então se aproveitariam da retirada com a vantagem do conhecimento de penetrar sertões, que os fazia superior as forças e numero dos soldados inimigos.

Cap. 1.º Magdalena Clemente Cabeça de Vaca. casou-se em 1642 em S. Paulo com Martim Rodrigues Tenorio de Aguilar, f.º do capitão João Paes e de Suzana Rodrigues. Faleceu Martim Rodrigues em 1654 em S. Paulo, com geração no V. 4.º pág. 504; ali não se menciona a f.ª que Pedro Taques diz que se casado no Rio de Janeiro com Gaspar Corrêa pois não consta do inventário f.ª alguma com esse nome.
Cap. 2.º Bernarda de Alarcão e Luna, casada com Fructuoso do Rego e Castro, natural de Pernambuco, e faleceu em 1683 em S. Paulo e teve os 3 f.ºs:
1-1 Angela de Castro do Rego, que faleceu em 1706 e foi casada com o capitão Antonio Pacheco Gatto, f.º de Manoel Pacheco Gatto e de Anna da Veiga, V. 4º pág....., ali o f.º único.
1-2 Anna de Castro e Quebedo, foi casada com Salvador Bicudo de Mendonça, natural de S. Paulo, ali falecido em 1697 com testamento em que declarou não ter consumado o matrimônio por achaques que tinha.
1-3 Cosme de Rego e Castro de Alarcão faleceu em 1731 de bexigas, estando habilitado para a carreira clerical.

Cap. 3.º Catharina
Cap. 4º Francisca

Nº 3, Dom José Rendon de Quebedo, veio de Madri ao Brasil 1640 e fez seu assento no Rio de Janeiro, onde em 1651 tinha terras em Juriahi e pediu outras nas serras de Jerecinó e Marapicu que lhe foram concedidas pelo capitão-mor João Blau, loco-tenente de condessa de Vimiero Dona Marianna de Sousa Guerra, denotaria da capitania de S. Vicente e S. Paulo.
Casou dom José Rendon do Rio de Janeiro com Suzanna Peixoto, que era viúva, senhora do engenho chamado de Fumaça de Hirajá, que o trocou por outro que possuía em Itacuruçá o governador Salvador Corrêa de Sá e Benevides. Esta senhora foi mãe de Francisco de Lemos, que faleceu em 1680. Neste engenho de Itacuruçá se estabeleceu dom José Rendon, ficando ele então conhecido pelo nome de seu novo proprietário o dito Rendon. Teve, naturais da ilha Grande de Angra dos Reis, os 6 f.ºs seguintes:

Nº 4, Dom Pedro Matheus Rendon Cabeça de Vaca. "também se achou na Bahia de Todos os Santos, e acabada a guerra contra os holandeses passou a S. Paulo com seus irmãos. Não casou este fidalgo; ou se recolheu ao reino de Castela, ou faleceu solteiro. E certo que, depois de estar em S. Paulo muitos anos, se passou para a capitania do Rio de Janeiro, onde todos os irmãos se ajuntaram; e, se casou, foi nesta capitania e não temos certeza alguma seu estado. A noticia difundida dos antigos, que se conserva na memória dos modernos, assevera que se recolhera para a pátria, a cidade de Coria, por ter cessado a causa que a ele e a seus irmãos tinha obrigado a embarcarem para o Brasil na armada com o general dom Fradique de Toledo Osorio, pelo crime de haverem morto à facadas a um geral dos franciscanos em Castela, estando todos em uma quinta divertindo-se; e fora acto primo primus este sacrílego atentado contra o padre geral.

Não encontramos documento algum que verifique esta constante notícia, que a comunicou em S. Paulo o revdmo. padre mestre José de Mascarenhas da companhia de Jesus, que foi um grande indagador de memórias antigas, e único genealógico das famílias da capitania do Rio de Janeiro, S. Vicente e S. Paulo."



Outros Clãs:

*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos familiares que advieram para o Brasil em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não registrados.


domingo, 23 de dezembro de 2018

O Clã Paes Leme


A Família Leme, descendem de Martim Lems, flamengo de Flandres, à época, parte dos Países Baixos, atualmente parte da Bélgica, que durante a Guerra de Flandres, se mudou para Lisboa, constituindo família em Portugal. Seus filhos, já nascidos em Portugal, migraram para a Ilha da Madeira e de lá para o Brasil, para a Capitania de São Vicente. Com a fundação da Vila de São Paulo de Piratininga, subiram a Serra do Mar e se transformaram numa das mais importantes famílias paulistas. Desse tronco que descende Fernão Dias e outros Lemes, principalmente no interior de São Paulo, Paraná, sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

Marten Lems (n. 1516, f. 13/07/1597, Bruges)
foi o mais proeminente Lems em Bruges. Prefeito de Bruges
e Schepenen (1560-85). Casado com Catharina van Hecke.
Segunda vez, em 1579, com Barbara De Boodt.

Fernão Dias Paes Leme:

"Em todo o decurso da sua vida mostrou o defunto Fernão Dias Paes tão grande zelo do  serviço real, que parece não queria vida nem fazenda mais que para a empregar nos aumentos da coroa, e a sua ordinária conversação era sobre a obrigação que tinham os vassalos de servir  a seu príncipe... E sendo-lhe ordenado que desse calor a jornada do governador Agostinho Barbalho Bezerra para as esmeraldas, lhe fez liberalmente parte dos aprestos de mantimentos, que lhe eram necessários, e de todos estes serviços e de outros que de seus papeis constam, não recebeu mercê alguma de Sua Alteza. Era muito zeloso do serviço de Deus, como se viu no convento do patriarca São Bento, que reedificou, dotando-o de bens para sustento de seus religiosos e dos das outras religiões".  

Câmara de Parnahyba - SP, 20 de Dez. de 1681.


Fernão Dias Pais Leme descende efetivamente dos Lemes. Vinha de família de antigos paulistas,  filho de Pedro Dias Pais Leme, por sua vez de Fernão Dias Paes Leme e de Lucrécia Leme, com Maria Leite da Silva, filha de Pascoal Leite Furtado, dos Açores, de nobre família, e D. Isabel do Prado. Seu irmão Pascoal Leite Pais foi também bandeirante, além de bisavô materno do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão. Residia em sua fazenda do Capão, no atual Pinheiros. Em 1626, assumiu o cargo de Fiscal de Rendas da câmara municipal.

O espírito guerreiro do "Caçador de Esmeraldas" se fez presente no século XX: Honório Lemes, que se dizia descendente do bandeirante, conhecido no Rio Grande do Sul como "O Leão de Caverá" ou "O Tropeiro da Liberdade", lutou na Revolução Legalista de 1923 com muita bravura, vindo a falecer em 1930 com 75 anos de idade, pouco antes do começo da Revolução de 1930.


GENEALOGIA DA FAMÍLIA PAES LEME:

Fernão Dias Paes Leme casou-se com Maria Garcia Rodrigues Betting (ou Betim), filha de Garcia Rodrigues Velho Filho e de Maria Betting (Betim ou Betinck).
  1. Garcia Rodrigues Pais, que abriu o chamado Caminho Novo, entre a baía de Guanabara ou seja, o Rio de Janeiro, e as Minas Gerais. Até então o caminho se fazia por mar, até Parati, galgava a serra do Mar e subia pelo interior de São Paulo, transpondo a serra da Mantiqueira – o chamado Caminho Velho.
  2. Pedro Dias Leite, que se casou com Maria de Lima e Morais;
  3. Custódia Pais, que se casou com Gaspar Gonçalves Moreira;
  4. Isabel Pais, que se casou com Jorge Moreira;
  5. Mariana Pais, que se casou com Francisco Pais de Oliveira Horta, sendo o tronco de numerosas famílias mineiras ;
  6. Catarina Pais, que se casou com Luís Soares Ferreira, filho de Gaspar Soares Ferreira e de Ana Maria da Cunha. Sertanista, casara antes com Catarina de Siqueira de Mendonça e, em 10 de abril de 1690, teve patente de capitão dada na Bahia pelo governador-geral para servir no terço do mestre de campo Matias Cardoso de Almeida; morreu em São Paulo, em 1716, e sua descendência é descrita por Silva Leme no volume VII, página 502, de Genealogia Paulistana.
  7. Maria Leite, que se casou com Manuel de Borba Gato;
  8. Ana Maria Leite, que se casou com João Henrique de Siqueira Baruel.


Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, é trineto de um irmão de Fernão Dias Paes Leme, Pascoal Leite Pais.


Sobrenome Paes Leme / Leme por Estado: 

Os "Paes Leme" ou apenas "Leme" são o mesmo tronco. No primeiro gráfico consta incidência da denominação "Paes Leme" por Estado. No segundo gráfico, a incidência da denominação "Leme":  




Outros Clãs:


quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Clã Vieira de Mello


A Família Mello/Melo é uma das mais antigas de Portugal, Procede de D. Pedro Formarigues, chamado de Riba de Vizela, por ter aí fazendas, morador na Quinta do Paço de Urgezes e casado com D. Gontinha, de quem teve Paio Pires de Guimarães, senhor da casa e fazenda paterna em Riba de Vizela, o qual se recebeu com D. Elvira Fernandes, filha de Fernão Pires Tinhoso, copeiro-mor de D. Afonso Henriques, Viveram Paio Pires e sua mulher no paço de Urgezes, junto de Guimarães, e tiveram D. Reimondo Pais de Riba de Vizela, que sucedeu na casa do pai e contraiu matrimonio com D. Dorgia Afonso, filha de D. Afonso Viegas, chamado Moço Viegas, e de sua mulher. D. Aldara Pires, havendo por filho D. Soeiro Reimondes, esforçado cavaleiro, que parece ser o fundador da vila de Melo, na serra da Estrela, a qual primitivamente se denominou de Merlo, forma arcaica de melro.

D. Soeiro casou com. D. Urraca Viegas, filha de D. Egas Gomes Barroso e de sua mulher, D. Urraca Vasques de Ambia, de quem teve, entre outros filhos, a D. Mem Soares de Melo, senhor da casa paterna, de Melo e de Gouveia, rico-homem, alferes-mor de D. Afonso III. Com quem esteve na tomada de Faro, e casado com D. Urraca Fernandes, da qual teve filhos que seguiram o apelido de Melo, propagando-o.


BRASIL*

Os Vieira de Mello, no Brasil, advém de Antonio Vieira de Mello, Cavalheiro Fidalgo da Casa Real, natural de Catanhede. Consta que era filho de Manoel Francisco e de Francisca Gonçalves, gente honrada, e dos principais da dita Villa de Catanhede. Nos livros da Câmara se acha a este Antonio Vieira, servindo de Vereador em Olinda no ano de 1648 e encarregado da diligencia de fazer conduzir gados do Rio São Francisco para o nosso Exercito, e no 1." da Veãoria se acha o mesmo. Foi senhor de uma propriedade no Cabo de Santo Agustinho, a que ainda hoje chamam Molinote de Antonio Vieira. Serviu com honra na guerra o posto de Capitão de Cavalos e depois delia o de sargento-mor da Comarca. Casou com Margarida Muniz, filha de Marcos Fernandes Bitencourt e de Paula Antunes Muniz, naturais da Ilha da Madeira.

 


Bernardo Vieira de Mello (*Muribeca, 1658. + Lisboa, 1714), filho do Capitão de Ordenança, fidalgo cavalheiro da Casa Real, Bernardo Vieira de Melo e de Maria Camelo de Melo, e neto de António Vieira de Melo. Foi casado com dona Maria de Barros não tendo filhos e em segunda núpcias com Catarina Leitão, filha do capitão Gonçalo Leitão Arnoso, com quem teve quatro filhos.

Bernardo Vieira de Melo foi militar desde 1675 e recebeu patente de capitão-mor de Igarassu em 17 de novembro de 1691. Quando auxiliou o capitão Fernão Carrilho na guerra do Quilombo dos Palmares, onde teve atuação destacada, combatendo gueguês e jacurus. Na Serra da Barriga - Palmares, socorrendo o sargento-mor da tropa alagoana Sebastião Dias Manelli, e agindo de acordo com Domingos Jorge Velho, provocou enorme matança de mais de quatrocentos negros prisioneiros. Por reconhecimento de sua atuação em Palmares foi nomeado Governador do Rio Grande do Norte em 8 de janeiro de 1695, tendo sido o grande responsável pela pacificação da região ao combater os índios Janduís no sertão do Rio Grande do Norte. De regresso a Pernambuco, em 25 de setembro de 1709 foi nomeado sargento-mor do Terço da Linha do Recife.

Tomou parte ativa na luta pela nobreza de Olinda contra a burguesia do Recife, defendendo a aristocracia brasileira. Em 10 de novembro de 1710, revoltados com as concessões dadas pelo reino de Portugal aos mascates do Recife (Carta Régia que elevou Recife à condição de vila e a autorização para instalação de um Pelourinho dada pelo governador de Pernambuco), os olindenses sublevaram-se, eclodindo o que ficou conhecida como Guerra dos Mascates. Após destituírem o governador, que fugiu para Salvador, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro brado de República no novo mundo no Senado da Câmara de Olinda, onde exercia a função de vereador. Pregou a independência de Portugal e, se necessário, se aliar aos franceses.

Em junho de 1711, segundo dizem: por causa de uma mulata.... homens da tropa de Bernardo Vieira de Mello se desentenderam com portugueses. Tendo os mascates assaltado a casa do capitão e o prendido. Tomando o controle da vila do Recife, e reivindicando a volta do governador Sebastião de Castro, que havia fugido.

Mais uma vez os nobres, tendo a frente Bernardo Vieira de Mello e Pedro Ribeiro da Silva, cercaram Recife, com muitas refregas no interior, até a chegada, em outubro, de um novo governador, Felix Machado, que trouxe um perdão geral para todos os implicados.

Felix Machado pareceu agir com bom senso e justiça, buscando acalmar os ânimos. Mera dissimulação do pilantra. Depois de tomar pé da situação e fazer acordos secretos com os “principais” a favor de Portugal, ele mostrou, de fato, a que viera. Em fev. de 1712, decretou a prisão e o sequestro dos bens de dezenas de nobres, sob pretexto de haver em andamento uma nova conspiração. E todos foram submetidos a grandes humilhações, sendo exibidos ao povo em grilhões. Humilhação jamais perdoada e nunca esquecida.

Bernardo Vieira de Melo foi condenado por crime de lesa-majestade e inconfidente. Juntamente com outros parentes e companheiros, e entregou-se em 1712, sendo recolhido inicialmente ao Forte de São João Batista do Brum, no Recife, e em seguida, em out. de 1713, foi embarcado para Lisboa juntamente com seu filho primogênito, o alferes tenente André Vieira de Melo.

Numa noite fria, a 10 de janeiro de 1714, acendeu em sua cela na Cadeia do Limoeiro (Lisboa) um fogareiro de carvão, tendo falecido vítima da intoxicação por gás carbônico. Foi sepultado no Mosteiro do Carmo na capital do Reino. O alferes André morreu um ano depois, ainda prisioneiro, de ataque cardíaco, contando 46 anos de idade.


Genealogia Família Vieira de Mello:

1. Manoel Francisco c.c. Francisca Gonçalves

2. Antonio Vieira de Mello c.c. Margarida Moniz, f.ª de Marcos Fernandes Bittencourt e de Paula Antunes, naturais da Ilha da Madeira.

3.1. Antonio Vieira de Mello, Cavalheiro da Ordem de Christo, e também foi Sargento Mor da Comarca de Pernambuco. Casou na Bahia com Anna de Campos, filha de Jacintho de Campo, e não teve successão.

3.2. Bernardo Vieira de Melo, I, Sr. Eng. Pindoba; c.c. Maria Camello, f.ª de Belquior Álvares Camelo, Morgado das Alagoas e Joana Bezerra.

4.1. Antonio Vieira de Melo;

4.2. Maria Camello, II;

4.3. Sebastiana de de Melo, Sr.ª Eng. Sibiró de Cima;

4.4. Angela Vieira, Sr.ª do Eng. Pindoba de Cima c.c. Francisco de Sá Peixoto, filho de João

Peixoto Viegas e de Joanna de Sá, de familia nobre da Bahia, para onde foram viver, e la tiveram os filhos seguintes:

5.1. João Peixoto Viegas, Coronel da Ordenança que casou no Arrayal do Mestre de Campo Mathias Cardoso com D, Rita..... erva rcu vcas filha de Januario Cardoso e neta do sobredito Mestre de Campo. E deste matrimonio não houve successão, |

5.2. José de Sá Bezerra Peixoto, que também foi Coronel da Ordenança e faleceu solteiro, 

5.3. D, Joanna..... erasrcora “-.«Religiosa em um dos Mosteiros da Cidade da Bahia.

5.4. D. Maria, que vivia solteira no ano de 1748

5.5. Manoel de Mello Bezerra

4.2. Paula Vieira de Mello; c.c. Gonçalo Novo de Lyra (III), Sr. Eng. Uruaé e Araripe

5.1. Cristóvão Vieira de Mello, I, Sr Eng Uruaé;

5.2. Gonçalo Novo de Lira, IV, Sr Eng Uruaé e Araripe;

5.3. Lourenço Muniz de Melo e

5.4. Margarida Moniz, II, Sra Eng Pirajuí

4.3. Antonio Vieira de Melo, II; c.c. Anna de Campos, f.ª de Jacinto de Campos. Sem Sucessão.

4.4. José Vieira de Melo, Padre em Ipojuca;

4.5. Manoel de Melo;

4.6. Angela Vieira

4.7. Cap. Dionísio Vieira de Melo, Sr Eng Trapiche

3.3. José Vieira de Mello, que foi clérigo presbítero e Vigário Confirmado da Igreja de S. Miguel de Ipojuca.

3.4. Manoel de Mello, que faleceu solteiro na Bahia.

3.5. Dionysio Vieira de Mello, foi Cavalheiro Fidalgo, professo na Ordem de S. Bento de Aviz e Capitão de Infantaria do terço ão Mestre de Campo João Fernandes Vieira, por patente de 14 de Fevereiro de 1654. Casou com D. Maria Barbosa, filha de Antonio Teixeira Barbosa, natural de Porto Carreiro, Bispado do Porto, e de sua mulher Anna Mendez, irmã do P. Francisco Dias Teixeira Níta por via paterna de Gaspar Teixeira e de Anna Nogueira, pessoas nobres e principaes da dita freguesia de Porto Carreiro, o que consta de um juramento do genere passado em 14 de Fevereiro de 1680 pelo Doutor Hilário da Rocha de Calheiros, Provisor e Vigário Geral do Bispado do Porto, D. Fernando Correia í.e Lacerda. E por via materna foi a dita D. Maria Barbosa neta de Francisco Pias Delgado, que em 1649 era Juiz ordinário de Olinda, e foi homem de grande. respeito e autoridade. Era senhor do engenho do Trapiche de Ipojuca, sobre c qual teve litígios com Felippe Cavalcante de Albuquerque, e por concerto ficou com o da Tapera, que coube em herança ao dito P. Francisco Dias Teixeira, seu filho, que o vinculou.

4.1. Antonio Vieira de Mello, clérigo presbítero.

4.2. Antonio Teixeira Barbosa c.c. Catharina Bezerra, f.ª de Domingos Gonçalves da Costa e de D.ª Adriana Camello. Sem sucessão.

4.3. Francisco de Mello c.c. Ursula Cavalcante, f.ª de Matheus de Sá e de D.ª Maria Cavalcante. Sem sucessão.

4.4. Dionisio Vieira, que morreu menino.

4.5. D. Margarida Muniz de Mello c.c. Mathias Albuquerque Maranhão 

4.6. D. Maria de Mello c.c. Francisco de Noballas Yurrea, f.º de Manoel Yurrea

5.1. Manoel Nobalhas Yurrea , Sr. Eng. Sibiró, 1º c.c. D. Luisa de Mello, e a 2ª c.c. Sebastiana de Mello. ambas sem sucessão.

5.2. Julianna de Noballas, faleceu solteira, com o hábito de N. Sr.ª do Carmo.

5.3. D. Joanna de Nobalhas, que tambem faleceu solteira,

3.6. Bernardo Vieira de Mello c.c. Maria Camello, f.ª de Belchior Alves Camello, n. de Ponte de Lima, e de Joanna Bezerra, f.ª de Antonio Bezerra Barriga e de Izabel Lopes, n. da ilha da Madeira.

4.1. Bernardo Vieira de Mello c.c. Catharina Leitão, f.ª Gonsalo Leitão Arnoso e de Maria Leitão

5.1. André Vieira de Mello c.c. D. Anna Thereza dos Reis, f.ª de Nicolao Coelho dos Reis e de D. Maria de Faria.

6.1. D. Luisa Bernarda de  Mello c.c. Gonçalo Francisco Xavier Cavalcante, seu primo.

6.2. D. Catharina José de Mello c.c. seu primo Nicolau Coelho d’ Albuquerque, irmão de seu cunhado.

5.2. Bernardo Vieira de Mello c.c. D. Maria Felippa de Albuquerque, sem sucessão.

5.3. Antonio Leitão Arnoso c.c. sua prima D. Maria Muniz de Mello, filha do Sargento-Mor Christovão Vieira de Mello, e de sua mulher Ursula Leitão, em titulo de Novos. E deste matrimonio nasceram.

6.1. Bernardo Vieira de Mello,

6.2. Antonio Leitão Arnoso.

6.3. Manoel de Mello Bezerra.

6.4. Antonio Vieira Muniz de Mello.

6.5. Christovão Vieira Muniz de Mello.

6.6. D, Ursula Leitão de Mello.

6.7. D, Catharina Leitão de Mello,

6.8. D. Ignez Maria Muniz de Mello,

6.9. N. N. N. N. que morreram meninas,

5.4. José Vieira,que morreu menino.

5.5. D. Maria, que morreu menina.

3.7. Angela Vieira, que casou com o Doutor Antonio Pereira de Fontela, que foi Ouvidor na Ilha da Madeira, e não tiveram sucessão.

3.8. Paula Vieira de Mello, que casou com Gonçalo Novo de Lyra, filho de Gonçalo Novo de Lyra, o ruivo, e de sua mulher Anna Correia. Da sua sucessão se escreve em titulo de Novos.

4.1. Cristóvão Vieira de Mello

4.2. Gonçalo Novo de Lira (IV)

4.3. Lourenço Muniz de Mello

4.4. Margarida Muniz (II)

 

 

 

Outros Clãs:

Clãs Brasilaicos
Clã Aguirre

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Clã Brito Peixoto


Esta família procede da dos Portocarreiros, pois D. Egas Henriques de Portocarreiro, que esteve na conquista de Sevilha e foi casado com D. Teresa Gonçalves de Curveira, houve vários filhos e entre eles um chamado Gomes Viegas de Portocarreiro, que teve a alcunha de Peixoto, dizem que por levar uma truta do mar ao conde de Bolonha depois rei D. Afonso III, a qual um corvo marinho deixara cair dentro do castelo de Celorico da Beira, quando este estava sitiado por aquele príncipe, por ele se manter fiel ao rei D. Sancho II, seu irmão. Diz-se que este Gomes Viegas de Portocarreiro foi primeiro chamado Peixão e depois Peixoto, o que tudo significa o mesmo: Peixe pequeno. Foi Gomes Viega rico-homem de D. Sancho II e seu embaixador a França, esteve no concílio de Leão convocado pelo Papa Inocêncio IV, mereceu grande valimento de D. Afonso II; que lhe deu e honras de Pardelhas, junto de Guimarães, e outras terras teve o senhorio da Calçada, em Santo Estêvão de Oldrões, no concelho de Penafiel de Sousa que era solar da família. Foi casado com D. Maria Rodrigues filha de rui Gonçalves Pereira e de D. Urraca Viegas e neta paterna de D. Gonçalo Rodrigues da Palmeira, de cujo matrimónio provêm os do apelido de Peixoto.


No Brasil

"Estudando-se o processo de povoamento do Rio Grande do Sul a primeira figura com que se depara é a de Francisco de Brito Peixoto, que foi o pioneiro da conquista pacífica das terras que se interpõem entre a Laguna a Colônia do Sacramento, ao longo da trilha litorânea. Fundador, com seu pai, Domingos de Brito Peixoto, da povoação da Laguna, levou Francisco as suas aventuras e descobertas pelo território a dentro [...] na procura de jazidas auríferas ou de prata, quer descendo para o Sul, até o grande estuário do Prata, na captura de gados e cavalos, perlustrando nessas investidas terras que, sob o domínio dos índios e jesuítas pertenciam de fato à soberania castelhana. Se essa soberania era exercida de fato, não era reconhecida de direito pela corte portuguesa que reivindicava para Portugal, com a existência da Colônia do Sacramento, o domínio senhorial da margem norte do Rio da Prata"
General João Borges Fortes

Domingos de Brito Peixoto, nascido na vila de Santos, foi o fundador, em 1676, do povoado de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, em Santa Catarina, juntamente com seu filho Francisco de Brito Peixoto.

O estabelecimento de Francisco Peixoto no Rio Grande, implicou em levar toda sua parentela consangüínea e afins, como é atestado  em sua petição ao Rei, pedindo sesmarias em paga dos seus serviços à Coroa: "Esses campos e terras que peço a V. Majde para mim e minhas famílias":
"João de Magalhães, seu genro; Jerônimo de Meneses e Vasconcelos e Dionísio Rodrigues Mendes, casados com as duas irmãs, Lucrécia e Beatriz, da família Barbosa, de Guaratinguetá, ramo dos Lemes, dos Prados e dos Raposos Góis - dos velhos troncos paulistas, parentes consangüíneos da mãe do Capitão-Mor (Brito Peixoto); Sebastião Pacheco, o pai de Francisco Pacheco, este casado com outra Leme, Ludovina, irmã de Lucrécia e Beatriz; Diogo da Fonseca, casado com Ana Guerra, também filha de Brito Peixoto; e os filhos de José Pinto Bandeira, sobrinhos do chefe de Laguna (Brito Peixoto)". 
Com esta vasta parentela de Brito Peixoto, foi também para ali uma outra Leme Barbosa, irmã de Ludovina e Lucrécia - Antônia Maria de Jesus, casada com Francisco Antônio da Silveira. Para avaliar-se o tamanho do clã parental, que gravitava em torno de Brito Peixoto, basta recordar que este Dionísio Rodrigues - "parente consangüíneo" dele e que o havia acompanhado também na sua emigração de Laguna - aparece inscrito, num recenseamento de 1784, da seguinte forma:
"Dionísio Rodrigues -- Possui um campo e sua fazenda, em que está estabelecido há cinqüenta anos, por ser um dos primeiros povoadores do Viamão, cujo campo terá pouco mais ou menos duas léguas de extensão e tem em sua companhia alguns filhos e genros agregados, que todos vivem de lavoura e criação de animais".

Francisco de Brito Peixoto – Wikipédia, a enciclopédia livre
Francisco Brito Peixoto
Francisco de Brito Peixoto foi escolhido pelo Governo para penetrar nos sertões, com o fito de povoá-los e tomar posse das terras. Abriu estradas de Laguna ao Rio Grande e aos denominados Campos de Buenos Aires, assegurando ao final o domínio lusitano sobre todo aquele território. ‘O prêmio que disso tive, escrevia ele de Laguna, a 18 de janeiro de 1723, foi ir preso para a vila de Santos, sem culpa alguma mais que servir a El-Rei meu Senhor’. Essa prisão havia sido efetuada em 1720, a pedido do governador do Rio de Janeiro, e Francisco de Brito Peixoto atribuiu-a a intrigas de Manuel Manso de Avelar, morador na ilha de Santa Catarina. Em Santos, Brito Peixoto pôs o governo a par do contrabando que se fazia naquela região, sendo chefe um francês a quem chamavam Pedro Jordão e sócios do mesmo, Manuel Afonso de Avelar e o juiz ordinário de Laguna, Manuel Gonçalves Ribeiro. Livre em 1721, embarcava novamente para Laguna, com a patente de capitão-mor das terras até Rio Grande de São Pedro, pelo tempo de três anos.

Francisco de Brito Peixoto, foi casado, mas não no papel, com uma índia carijó de nome Sevirina. Morreu solteiro deixando uma filha natural, Ana de Brito Peixoto, nascida em Laguna, casada com seu genro, João de Magalhães.

Outra filha natural foi Maria de Brito Peixoto nascida em 1698 (Laguna) e falecida em 1772 (Viamão-RS) e casada com o espanhol Agostinho Guterres nascido em 1685 (Almanço, Valencia) e falecido em 1º de janeiro de 1763 (Viamão-RS), pais do Tenente Felipe Guterres.


Outros Clãs:

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O Clã Pinto Bandeira


A família Pinto Bandeira é originária do Valongo, no Porto, em Portugal. Chegou ao Brasil com José Pinto Bandeira (em 1696), que se estabeleceu em Laguna, fundada em 1684, dedicando-se à criação de gado. Os Pinto Bandeira é tronco dos Bittencourt no Rio Grande do Sul, como dos Brito Peixoto, são considerados os desbravadores do continente de São Pedro de Rio Grande, quando ali desposa Catarina de Brito, neta de Domingos de Brito Peixoto, com quem teve cinco filhos:

1. Bernardo, nascido em 1700; 
2. Francisco, nascido em 1701, pai de Rafael Pinto Bandeira; 
3. Manuel; 
4. Salvador; e 
5. José. De sua segunda esposa, Inocência Ramires, indígena Carijó natural de Paranaguá, nasceriam ainda: 
5.1. Raimundo Pinto Bandeira;
5.2. Maximiano Pinto Bandeira; e
5.3 José Pinto Ramires.
Francisco Pinto Bandeira e de D. Clara Maria de Oliveira. O pai, lagunense, escolhido para comandar a 1ª Companhia do Regimento de Dragões do Rio Grande.

D. Clara Maria de Oliveira (nascida em Laguna/SC, onde faleceu em 1715 – filha do fundador de Laguna, Francisco de Brito Peixoto e de Severina Dias, índia carijó) migrara, com pais e irmãos de Colônia do Sacramento para o nascente povoado de Rio Grande. Era neta do Capitão Mór de Laguna, Domingos Brito Peixoto que, por sua vez, era bisavô de Rafael, pelo lado paterno. 

neta materna, de Antônio de Souza Fernando (nascido por volta de 1690 em Valongo – sobrinho de Nicolau de Souza Fernando, acima referido) e de Apolônia de Oliveira (nascida em 1695 em Formedo, Portugal e falecida a 1º/8/1765 em Viamão/RS). 

A HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO A PADROEIRA DE ...
Rafael Pinto Bandeira
"O Centauro dos Pampas"
Rafael Pinto Bandeira (O Centauro dos Pampas) nasceu no Presídio Jesus-Maria-José (atual cidade de Rio Grande), em 16 de dezembro de 1740, quase 4 anos da fundação portuguesa do Rio Grande do Sul, com o desembarque naquele local, em 17 de fevereiro de 1737, de uma expedição ao mando do Brigadeiro José da Silva Paes. Rafael foi batizado no dia seguinte ao seu nascimento na modesta capela do Forte Jesus Maria-José, da Fortaleza de Santana e, do Estreito que fechava o acesso terrestre ao Presídio do Forte, ainda incipiente. O pai de Rafael subcomandava as tropas de Ordenanças ao comando do Coronel Ordenanças Cristóvão Pereira de Abreu, constituída de tropeiros e estancieiros estabelecidos, desde cerca de 1730, na região de Viamão. 

Falecendo dona Maria Magdalena, casou pela segunda vez a 2 de abril de 1788, já com 47 anos de idade, com dona Josefa Eulália de Azevedo e Souza, natural da Colônia do Sacramento, que viera com seus pais José de Azevedo e Souza e dona Bernardina do Espírito Santo Duarte e mais onze irmãos, para a vila do Rio Grande em virtude do tratado de 1777.

Rafael Pinto Bandeira, casou-se duas vezes. A primeira com dona Maria Magdalena Pereira (15 de outubro de 1773), a 2 de abril de 1788, do qual não tiveram filhos, e que veio a falecer.

Contando 47 anos, Rafael Pinto Bandeira, se casou pela segunda vez, agora, com sua prima Josefa Eulália de Azevedo filha do ajudante José de Azevedo e Souza, nascido em 1721 em Colônia do Sacramento, Cisplatina, onde casou a 24/11/1751 e falecido a 9/7/1788 em Rio Grande/RS, e de Bernardina do Espírito Santo Duarte, nascida em 1738 em Colônia e falecida 14 a 28/3/1818 em Porto Alegre, neta paterna de José de Azevedo Barbosa (nascido em 1693 em Penafiel, Portugal) e de Maria Marques de Souza (nascida em 1691 em Valongo, Portugal e falecida a 17/5/1736 na Colônia – esta filha de Nicolau de Souza Fernando e Ana Marques) e, neta materna de Manuel Duarte Nunes (nascido em 1694 em Lagares, Coimbra, Portugal e falecido a 4/2/1744 na Colônia, onde casou a 27/2/1724) e de Antônia Bernarda de Siqueira (n. 1710, Lisboa, Portugal e fal. 1º/1/1800, Rio Grande).

Desse segundo matrimônio tiveram uma filha, D. Rafaela (que passou à História com o apelido de "Brigadeira") que foi casada com o Cel. Vicente Ferrer da Silva Freire, um dos primeiros habitantes do atual município de Canoas e proprietário de uma chácara em Porto Alegre, na zona ocupada pela Praça D. Feliciano e ruas Pinto Bandeira e Coronel Vicente, até a Voluntários da Pátria. O local era conhecido por "Chácara da Brigadeira", pois ali residiu após a morte do marido.

O casal de Rafaela e Vicente teve sete filhos: 
2.1.1. Diogo,
2.1.2. Maria Josefa,
2.1.3. Rafaela,
2.1.4. Maria Sofia,
2.1.5. Maria Luísa,
2.1.6. Vicente e
2.1.7. Maria Amália da Silva Freire. 

Outros Clãs:

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Clã dos Holandas

Os Holandas provêm do holandês Arnau Florentz, ou Arnau de Holanda (*1515 em Utrecht, + 24 de jun. 1614, em Olinda), filho de Margaretha Florentz e Hendrick Van Holland, Barão de Rhijnsburg / Theorobonet. Margaretha era irmã de Adriano Florentz, que veio a ser o Papa Adriano VI, o último Pontífice não-italiano até João Paulo II. 
    Arnau, veio para o Brasil em 1535, a convite de Duarte Coelho. Casou-se em Pernambuco com D.ª Brites Mendes de Vasconcelos, filha de Bartolomeu Rodrigues, camareiro-mor do infante D. Luís, filho do Rei D. João III. 
    D.ª Brites, quando jovem, orfã, ainda em Portugal, contava com valioso apoio da família Real. Conforme Borges da Fonseca, numa referência a Brites Mendes de Vasconcelos, diz que a Rainha D.ª Catarina, esposa d'El-Rey D. João III:


“a entregara a D. Brites de Albuquerque quando passou à Pernambuco em companhia de seu marido o Donatário Duarte Coelho, recomendando-lhe a sua acomodação, ao que generosamente satisfizera D. Brites de Albuquerque, casando-a com Arnau de Holanda e dando-lhe em dote muitas terras, nas quais fundou Brites Mendes muitos engenhos, que possuem hoje seus descendentes.”
Especula-se, que D.ª Brites, fosse na verdade, filha do infante D. Luís, ao invés do camareiro-mor Bartolomeu Rodrigues, que quando casou com a mãe da pequena Brites, já era um homem idoso. Oque explicaria o zelo da Rainha, D.ª Catarina, por D. Brites, sua neta (?).


Heráldica
: não se tem registro do Brasão da família Holanda (Florentz Holland). Com o incêndio de Olinda pelos protestantes, a depredação das igrejas, e com o êxodo das principais famílias de Pernambuco para a Bahia, inúmeros registros de batismos e documentos familiares foram perdidos. A título meramente ilustrativo, esboçamos o Brasão de armas do Papa Adriano VI, irmão de Margaretha Florentz, mãe de Arnau de Hollanda. O Papa Adriano VI, foi um dos poucos pontífices que conservou seu nome de batismo ao ser consagrado Papa, e comumente, o brasão papal, ostenta suas armas de família. Assim, ao menos pelo lado materno, o Brasão de Armas de Arnau de Holanda devia ser as mesma de seu tio materno, o Papa Adriano VI. 

Arnau de Holanda (Arnau Florentz) casou com D.ª Brites de Vasconcelos, e desse consórcio tiveram 10 filhos, 5 machos e 5 fêmeas. Quatro dos quais (Christovão, Antonio, Isabel e Anna) se entrelaçaram com a família Cavalcanti d'Albuquerque. Duas (Adrianna e Joana) com os Lins. Ignez casou com Luiz Rego Barros. Estando assim, os Hollandas, intrinsecamente ligados a progênese desses três clãs. 

Do matrimônio de Arnau de Holanda com Brites Mendes de Vasconcelos nasceram: 

1. CHRISTÓVÃO DE HOLANDA DE VASCONCELLOS casado com Catarina de Albuquerque, filha de Filipe Cavalcanti e Catarina de Albuquerque.
2. Antônio de Hollanda de Vasconcellos, foi casado duas vezes; a primeira com D. Felippa de Albuquerque, filha de Felippe Cavalcante, o Fidalgo florentino, do qual só teve os três filhos, e a segunda com Anna de Moraes
3. AUGUSTINHO de Holanda Vasconcelos. Nasceu em 1542, e faleceu em 1600. Juiz Ordinário, casou com Maria de Paiva, filha de Balthazar Leitão Cabral e de Ines Fernandes.
4. ISABEL de Goes, que veio a se casar com Antonio Cavalcanti Albuquerque, filho do nobre florentino Filippo Cavalcanti e de Catarina de Albuquerque, filha de Jerónimo de Albuquerque (o torto) e de Maria do Espírito Santo Arcoverde.
5. IGNEZ de Goes casada com Luiz do Rego Barros, natural de Viana do Castelo, Portugal, filho de Afonso de Barros Rego e Maria Nunes.
6. ANNA de Holanda, casada com João Gomes de Mello (f.º de Filippo Cavalcanti e de Catarina Albuquerque), com quem teve 10 filhos: 5 machos e 5 femeas. 
7. MARIA de Holanda, casada com o nobre Antônio de Barros Pimentel, natural de Viana do Castelo.
8. ADRIANNA de Holanda, casada com Christovão Lins.
9. JOANA de Goes de Vasconcelos, casada com Bartolomeu Jácome Lins.
10. MÉCIA Barbosa, casada com o nobre André da Rocha Dantas I, o Velho, natural de Viana do Castelo, proprietário de grossas fazendas no Rio São Francisco.

GENEALOGIA DA FAMÍLIA HOLANDA:

1. Hendrick Van Holland c.c. Margaretha Florentz

2.1 Christóvão de Hollanda de Vasconcellos filho primogênito de Arnáo de Hollanda e de sua mulher Brites Mendes de Vasconcellos, viveu sempre em Olinda, sua pátria, e nella fallecêo, a 2 de Junho de 1614,
3—Bartholomeo de Hollanda Cavalcante, que continua.
3—Christóvão de Hollanda de Albuquerque, adeante.
3—Felippe Cavalcante d'Albuquerque, adeante.
3—O Padre Luiz Cavalcante, clérigo Presbytero. — Frei João Cavalcante, Religioso da Ordem de N
3 — Manoel de Hollanda Calheiros, adeante.
3—Anna de Hollanda, que casou com seu parente Francisco de Barros Maneli, filho de Nicoláo Espineli e de sua mulher Adrianna de Hollanda e delle teve a sucessão.
3 — Bartholomeo de Hollanda Cavalcante que faleceu em Olinda, sua pátria, a 6 de junho de 1623, e foi sepultado na capela de sua avó Brites de Vasconcellos, digo, Brites Mendes de Vasconcellos, na igreja Matriz do Salvador, deixando por seus testamenteiros a sua mulher D. Justa, a seu primo Francisco do Rego Barros e a Manoel de Abreu. Foi casado com a dita D. Justa da Costa, irmã da segunda mulher de seu pai, e filha do sobredito Manoel da Costa Calheiros e de sua mulher Catharina Rodrigues e deste matrimônio nasceram:
4 —Jeronymo Cavalcante d'Albuquerque, que continua.
4 — Bartholomeo de Hollanda que foi senhor do engenho da Aldeia em Iguarassú (A).
4 — D. Anna Cavalcante, adeante.
4 — D. Isabel Cavalcante, da qual não tenho outra noticia. —Jeronymo Cavalcante d'Albuquerque, que serviu na guerra dos holandeses e foi Cavalleiro da Ordem de São Bento de Aviz, casou duas vezes; a primeira com D. Catharina de Abrêo, filha de Francisco de Abreo Soares e de sua mulher Leonor Borges, e a segunda com 1 de quem não tenho noticia, nem se deste segundo matrimônio houve sucessão e do primeiro só sei que nasceu:
— D. Justa Cavalcante, que do termo de Irmão da Mizericordia, que a 6 de Agosto de 1660 assignou Luiz Fernandes Delgado, filho de Gaspar Fernandes Madeira e de sua mulher D. Anna Delgado, consta que então era casado com ella e por fallecimento deste Luiz Fernandes Delgado, de quem não sei se teve sucessão, casou com Gaspar Ximenes de Aragão e Medina, o mudo, Senhor do Morgado das Medinas da Misericordia de Lisboa, filho de Antônio Fernandes Caminha de Medina e le sua mulher D. Felippa Soares de Abrêo, de cujo segundo matrimonio não houve successão.
3— Christóvão de Hollanda d'Albuquerque nasceo em Olinda, d'onde por ocasião da entrada dos holandeses se retirou a viver na freguesia de São Lourenço da Muribara. Serviu a pátria com tudo quanto possuía, mas não conseguiu por isso remuneração alguma. No anno de 1651, serviu de Vereador da Câmara de Olinda e ainda viveu alguns anos depois da restauração de Pernambuco, porque, a 27 de Junho de 1658, ratificou no livro novo o termo de Irmão da Misericórdia de Olinda, por se haver perdido ou queimado o livro velho quando os holandeses fizeram abrasar em horroroso incêndio os templos e edifícios d'aquela cidade; casou com .D Catharina da Costa, filha de Manoel da Costa Calheiros e de sua mulher Catharina Rodrigues, ja nomeados, e deste matrimônio nasceram:
4 — João Cavalcante d'Albuquerque que continua.
4 — Felippe Cavalcante d'Albuquerque, a quem a Câmara de Olinda, em attençao aos serviços de seu pai que não haviam tido renfuneração, doou por carta de 9 de Setembro de 1676 tres braças de testada de praia junto a ponte do Recife, partindo da parte do mar com a data "concedida a Álvaro Barbalho Feio e de fundo tudo o que estiver devoluto até entestar em o becco que vem á rua do Diabinho. Não casou e falleceo sem deixar geração, a 21 de Setembro de 1698, como consta do seu testamento que foi feito na freguesia de São Lourenço da Muribara, em a qual se mandou sepultar junto ao altar de N. Senhora do Rosário.
4—Francisco Cavalcante a quem as memórias de Antônio de Sá e Albuquerque não dão estado, e outras afirmam fora Religioso da Ordem de São Francisco nesta província do Brasil.
4 — Christóvão de Hollanda e Albuquerque, de quem não tenho mais noticia que acha-lo nomeado nas ditas Memórias de Antônio de Sá.
4—D. Joanna Cavalcante que casou e foi segunda mulher de Christóvão Paes de Mendonsa, que do termo de Irmão da Mizericordia, que assignou a 6 de Abril de 1667 consta ser filho de Gaspar de Mendonça, Senhor do engenho de Apipucos e de sua mulher D. Catharina Cabral e que ja então era casado com a dita D. Joanna; do qual não ha successão por que do Inventario que fez o Juiz de Orphãos João Carneiro da Cunha, com o Escrivão Fernando Velho de Araujo
2.2 Antônio de Hollanda de Vasconcellos,  viveu e faleceu antes da guerra dos holandeses, em Goyana, onde foi senhor do engenho Santo Antonio Guipitanga, a que hoje chamam engenho Novo. consta que ele fora casado duas vezes; a primeira com D. Felippa de Albuquerque, filha de Felippe Cavalcante, o Fidalgo florentino, do qual só teve os três filhos adeante referidos, e a segunda com Anna de Moraes.
Do 1.º matrimonio:
3— Arnáo de Vasconcellos e Albuquerque, que continua.
3— Lourenço Cavalcante d 'Albuquerque.
3 — Antonio de Vasconcellos Cavalcante.

2.3 Agustinho de Hollanda de Vasconcellos cc Maria de Paiva, filha única do primeiro matrimonio de Balthasar Leitão Cabral e de sua primeira mulher Ignez Fernandes de Góes.
3— Balthasar Leitão de Hollanda, serviu honradamente e com reputação na guerra da retirada dos Holandeses, como se mostra da patente de Capitão de seu filho Balthasar Leitão de Vasconçellos. Foi casado este Balthasar Leitão de Hollanda com Francisca dos Santos França, irmã de José de França Capitão da guerra dos Holandeses, filhos de Gaspar Fernandes França. Deste matrimônio nasceram os filhos seguintes:
  3 — Antonio Leitão de Vasconcellos.
  3 — Agustinho de Hollanda.*
  3 — D. Adrianna de Hollanda c.c. Nicholas Spinelli (Nicolao Espinelle / Nicolau Espineli)
  3 — D. Joanna de Góes. 
 3 — D. Anna de Hollanda, que casou e foi primeira mulher de João Soares Cavalcante, Cavaleiro da Ordem de Christo, natural de Lisboa, filho B. de Jeronymo Cavalcante d'AIbuquerque, natural de Pernambuco, e de Barbosa Soares, natural de Lisboa. Deste matrimonio não houve sucessão. 
3 — Brites Mendes de Vasconcellos, conhecida vulgarmente por Brites Mendes, a nova, casou, e por eleição própria, com Felippe Dias Vaz, Senhor do engenho de São Bartholomeo de Muribeca, que as memórias antigas dizem fora filho de Diogo Fernandes, feitor do engenho de Camaragibe da freguesia de São Lourenço de Muribara, no tempo do Governador Jeronymo de Albuquerque, o torto, e sua mulher Branca Dias.
2.4 Adrianna de Hollanda, que foi a primeira filha de Arnáo de Hollanda e de sua mulher Brites Mendes de Vasconcellos, ainda vívia em 1645. Casou-se com Christóvão Lins, que foi o primeiro povoador das terras do Porto Calvo, que conquistou aos índios Pitaguarés e nelas levantou sete engenhos. Por estes serviços, Jorge d'Albuquerque Coelho, terceiro donatário de Pernambuco, lhe fez mercê, no ano de 1600, da Alcaydaria-mór da Villa do Bom Sucesso de Porto Calvo, quando se erigisse, para ele e todos os seus sucessores, filhos e descendentes, para sempre, o que consta da Provisão passada a seu neto, do mesmo nome, em 15 de Janeira de 1657.
3.1 — Bartholomeo Lins, que vivia em 1635, como vemos na Nova Lusitania de Brito; casou com Mecia da Rocha, irmã de André da Rocha Dantas, Cavalleiro da Ordem de Christo e um dos cabos que mais se distinguiram na guerra dos holandeses, ambas filhos de André da Rocha Dantas, natural de Vianna, e de sua mulher Mecia Barbosa, natural do Rio de São Francisco.
3.2 — Ignez Lins, que casou com Vasco Marinho Falcão, progenitor da família Marinhos
3.3 — Brites Lins


Os Holandas no Ceará:

O Ceará recebeu muitos membros ativos deste clã, representados pelos bisnetos e trinetos de Arnau, que chegaram às praias de Aracati e Cascavel no decênio inicial do século XVIII. À exemplo de outros parentes e contraparentes, vinham com a idéia de instalar no Ceará engenhos de açúcar, o que não foi possível; mas dirigindo as suas potencialidades para os outros ramos da indústria pastoril e agrícola, firmaram-se nas zonas sertanejas de Quixadá e Quixeramobim, no criatório de gado vacum, e pouco mais tarde na serra de Baturité, introduzindo ali as excelências da cultura elitizante do café. Participaram menos que os antecedentes nas lutas políticas, preferindo a atividade do campo para demonstrar esta adesão ao progresso do Ceará


Outros Clãs:

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Clã dos Furtado de Mendonça

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