quinta-feira, 13 de abril de 2023

Clã dos Furtado de Mendonça

MENDOZA / MENDONÇA. Conta-se entre as mais ilustres e antigas famílias da Espanha a dos Mendozas / Mendonças, por vir dos senhores de Biscaia. D. Iñigo Lopes, sexto senhor soberano de Biscaia, de Durango e de Nájera, desde o ano de 1025 até o de 1076, contraiu matrimônio comD. Toda Ortiz, filha herdeira de D. Ortiz Sanches, senhor de Nájera, alferes-mor de Navarra, de quem teve por filho segundo a D. Sancho Iñigues que morreu em 100, vivendo seu pai, e se casou com D. Teresa, deles nascendo D. Lopo Sanches. Este D. Lopo Sanches teve o senhorio de Alaba e do vale de Lodio, confirmou privilégios nos anos de 1081 e 1101 e no de 1094. Casou com sua prima D. Sancha Dias le Frias,filha de D. Diogo Lopes, oitavo senhor soberano de Biscaia, que era neto paterno de D. Iñigo Lopes,a cima referido, e teve D. Iñigo Lopes, senhor de Lodio e Mendoza, pelo que tomou o apelido de Mendoza, como consta de documento do ano de 1164, senhor de Tade em 1189, ano em que morreu. Em 1184 doou o lugar de Pedra Longa ao mosteiro de Uvarenes. Foi casado com D. Teresa Ximenes, filha de D. Ximeno Iñigues, rico-homem, senhor de Cameras, e de sua mulher, D. Maria Gonçalves de Lara, nascendo deste matrimonio vários filhos que usaram o apelido de Mendoza e, entre eles, D. Diogo Lopes de Mendoza, quarto senhor de Lodio, Laiterim e Mendoza, rico-homem,  casado com D. Leonor  Furtado, senhora de Mendobil, filha de Fernão Peres de Lara, chamado o Furtado, meio-irmão de D. Afonso VII, rei de Castela, chamado Imperador, por sua mãe. Por este casamento de D. Diogo Lopes de Mendonça com D. Leonor Furtado se uniram os dois apelidos, que uns usaram em separado, outros em conjunto, chamando-se Furtado de Mendonça ou Mendonça Furtado.

Fernão Furtado, filho deste casal, veio para o reino de Portugal no tempo de D. Afonso III, na companhia da Rainha D. Brites, e o Rei lhe deu a honra de Pedroso. Recebeu-se com D. Guiomar Afonso de Resende, filha de Garcia Afonso de Resende, dos quais proveio ilustre descendência dos apelidos Furtado de Mendonça.


André Furtado de Mendonça
André Furtado de Mendonça: André Furtado de Mendonça foi um dos mais destacados capitães do Estado da Índia onde viveu cerca de 30 anos. Nasceu em Lisboa por volta de 1558, filho de Afonso Furtado, comendador de Borba e Rio Maior, da Ordem de Avis e de sua mulher D. Joana de Sousa1. Aos 16 anos acompanhou D. Sebastião na sua primeira jornada a África e em 1576, apenas com 18 anos, embarca pela primeira vez para a Índia, a cargo do vice-rei Rui Lourenço de Távora, e acompanhado de dois irmãos. Naquela época era difícil ser-se soldado e em particular, sê-lo na Índia. Somente alguns capitães conseguem afastar do espírito a tentação de seguir o caminho fácil do enriquecimento e sucesso individual, sublimando, em si, os ideais de fidelidade à Pátria, ao Rei, a Deus e à Moral.

André Furtado de Mendonça evoluiu em sete anos de simples soldado a capitão famoso, que comandava já outros capitães, apenas com a idade de 25 anos. Em 1581 entra em combate contra corsários malabares no rio Carapatão. Nos 2 anos seguintes distingue-se na luta contra o corsário Cunhale Marcar, vassalo do samorim de Calecute e grande inimigo dos portugueses. Em 1583 socorre a fortaleza de Barcelor. Tendo vindo a Lisboa requerer o despacho dos seus serviços regressa à Índia em 1588. Em Outubro de 1591, o Vice-Rei da Índia, Matias de Albuquerque, eleva André Furtado de Mendonça a capitão-mor de uma armada e encarrega-o de fazer guerra ao Rajá de Jafanapatam em Ceilão. No caminho para Jafanapatam André Furtado derrotou a frota do pirata Cote Muça. Em Jafanapatam as forças navais e terrestres do Rajá foram destroçadas nos combates de 20 e 21 de Outubro, tendo o Rajá sido morto bem como algumas centenas dos seus séquitos. Como consequência se estabeleceu a paz, passando a ilha de Manar para o domínio português. Apesar disso o vice-rei viria a retirar-lhe o comando da armada, o que levou André Furtado de Mendonça a recolher-se em Goa onde se manteve vários anos sem cargos atribuídos. Em 1599, feito capitão-mor do Malabar, é designado para o comando de uma armada de 37 navios e 2000 homens, com a missão de erradicar a pirataria, liderada pelo corsário muçulmano Mohamed Marcar Cunhale. A missão contra o corsário desenrolar-se-á de dezembro de 1599 até ao ataque final em princípio de Março de 1600 à fortaleza que servia de base às operações de pirataria na foz do rio Pudepatão.

Em 1606, a armada holandesa com 11 naus sitiou Malaca, governada por André Furtado Mendonça. A resistência durou até 13 de agosto de 1606, quando os sitiantes receberam a notícia da aproximação da armada do Vice-Rei da Índia D. Martim Afonso de Castro e demandaram outras paragens, com perdas superiores a 250 homens.

André Furtado Mendonça foi governador da Índia portuguesa em 1609, antes da chegada do novo vice-rei Rui Lourenço de Távora. Seu governo na Índia portuguesa, apenas por alguns meses, conseguiu inverter a tendência de desgoverno que se vinha acentuando anteriormente. Em 1610, entregou o governo da Índia ao Vice-Rei Rui Lourenço de Távora e embarcou para Portugal para se avistar com o Rei Filipe II. Furtado de Mendonça faleceu a 1 de Abril de 1611, quando a nau que o transportava se encontrava a cerca de 270 léguas da ilha de Ascensão naufragou. A 5 de Julho decorreu o cortejo fúnebre que levou o corpo para a igreja da Graça onde ficou sepultado ao lado de outro dos heróis da Índia, Afonso de Albuquerque.

Viveu para servir a Pátria. Com total dedicação, não obtendo quaisquer vantagens materiais da sua missão, contando 33 anos de serviço na Índia, dizia ele que foi para a Índia servir e não comerciar. Entre outros feitos, eliminou a pirataria que aniquilava o comércio português, apaziguou e submeteu os reinos locais rebelados, liderou a resistência ao cerco de Malaca imposto pelos holandeses com uma guarnição muito menor, culminando a sua estadia na Índia portuguesa com o exercício da governação daquelas possessões, constituindo um exemplo da liderança lusitana sob a qual foi edificado o império português no Mundo.


Brasil:

Há diferentes ramos dos Furtados de Mendonça no Brasil. Na Bahia os Furtados de Mendonça se entrelaçam com a família d'Eça, com dois irmãos Furtado de Mendonça, casando com duas irmãs d'Eça. Em Pernambuco, com os Moura Rolim e Drummonds, casas já entrelaçadas com Albuquerques, Cavalcantis e Acciolys. Ainda em Pernambuco, com posterior estabelecimento na Bahia, por conta da invasão holandesa e o êxodo havido de famílias pernambucanas que lá se refugiaram, um ramo dos Mouras Rolim se entrelaça com um Furtado de Mendonça. Desse ramo descende o Maquês de Pombal e seu irmão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador do Grão Pará. Em São Paulo, o coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça foi dos maiores bandeirantes daquela terra, descobridor do ouro nas Minas Gerais, fundador da cidade de Mariana, e seu povoador. 

Diversos foram os Furtados de Mendonça que figuraram como administradores: Heitor Furtado de Mendonça, primeiro governador-geral do Brasil em 1591, bem como o primeiro inquisidor do Santo Officio no Brasil; Diogo de Mendonça Furtado Governador-Geral do Brasil de 1621-24; Jerônimo de Mendonça Furtado, governador de Pernambuco de 1664-66; Luís de Mendonça Furtado e Albuquerque, Governador (1661) e Vice-Rei da India (1671-77), dos Conselhos de Estado e da Guerra ; Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça, governador Geral do Brasil (1671-75); além dos já citados Maquês de Pombal e seu irmão Francisco Xavier de Mendonça Furtado.

Clã Furtado de Mendonça & d'Eça em Ilhéus (Bahia):

João Furtado de Mendonça, casou, com D. Arcângela d'Eça, filha de Manuel de Souza d'Eça e de D. Maria d'Eça. Francisco Furtado de Mendonça, irmão de João Furtado de Mendonça, casou com D. Isabel d’Eça, também filha de Manuel de Souza d'Eça e de sua mulher D. Maria d'Eça já referidos. Ambos com geração.




Clã dos Mendonça Furtado de Pernambuco:  

Em Pernambuco, a família Mendonça Furtado se entronca com os Moura Rolim, já entrelaçados com Albuquerques, Cavalcantis, Aciolys e Drummonds

D. Francisco de Mendonça Furtado casou com D. Antonia de Moura, e tiveram três filhos, 2 machos e uma fêmea. Sendo os dois machos religiosos (frades franciscanos), mortos pelos holandeses. A femea Dª Magdalena de Moura casou com Francisco Fernandes Braga, capitão na Guerra Holandesa. Filho de Pedro Fernandes Braga, natural de Braga, da família dos Mendonça Fernandez e Bragança. D. Francisco Fernandez Braga e de D. Magdalena de Moura, tiveram dois filhos, o macho morreu ainda em menor idade, e a femea, chamada D. Victoria de Moura, casou com Leandro Teixeira Escocia de Drummond. Tiveram oito filhos. 

A mais velha, primogênita,  D. Juliana de Drummond casou com Francisco de Brito Lyra, filho de Gaspar de Mendonça de Vasconcelos, natural da ilha da Madeira, homem grave e filho de Manoel de Castro Flores e de D. Lucinda de Mendonça Vasconcellos; o qual Gaspar de Mendonça, vindo a esta terra, casou com Maria de Lyra, da familia dos Lyras.


Francisco Xavier de Mendonça Furtado, foi um administrador colonial e capitão general do Exército. Ele fundou as cidades de Soure e São Domingos do Capim, no Pará e em 1758 transformou o povoado de Macapá em vila. Ele nasceu em 1701 e era irmão do ministro do Reino Marquês de Pombal e do cardeal Paulo António de Carvalho e Mendonça. Foi governador geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão de 1751 a 1759 e secretário de Estado da Marinha e do Ultramar entre 1760 e 1769. Ele ajudou na conspiração que levou à condenação à morte do padre Gabriel Malagrida e para a expulsão dos Jesuítas de Portugal.

Como governador geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado recebeu duas importantes diretrizes: promover a secularização da administração das aldeias e a declaração da “liberdade” dos índios e a criação de uma companhia geral de comércio para o Grão-Pará. Essas diretrizes levantaram questões sobre a liberdade dos índios, a abolição do governo temporal das aldeias controladas pelos missionários e o incentivo à produção e ao comércio da capitania. Em 1752, foi designado como chefe plenipotenciário da missão demarcatória dos limites fronteiriços da bacia Amazônia. Tendo sido o braço do governo pombalino nas capitanias do norte e responsável por várias iniciativas, incluindo a demarcação dos limites estabelecidos no Tratado de Madri de 1750 entre Portugal e Espanha, a criação de vilas, incentivo ao povoamento, a resolução de questões relativas aos indígenas e à mão de obra, e o incentivo à agricultura. Também foi responsável por uma nova política em relação aos índios, promulgando leis que lhes concediam liberdade e reconhecimento como vassalos do rei e abolindo o domínio religioso sobre as missões e aldeamentos. Essas medidas culminaram na publicação do Diretório dos índios em 1757 e na expulsão dos jesuítas em 1759. Furtado também cuidou da demarcação e defesa dos limites do Estado. Regressou a Lisboa em 1759 e foi nomeado secretário de Estado da Marinha e Negócios Ultramarinos em 1762. Falecendo em Vila Viçosa em 1769.



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