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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Clã Cavalcanti


CAVALCANTI. Familia originária de Itália (Florença), que diz ter ali passado de França, antes do século XVI. Baptista Cavalcanti, ilustre fidalgo de Florença, casou com Francisca Achioli, filha de Zenóbio Achioli e de Catarina Delfini: tiveram Rodrigo Cavalcanti e Antonio Cavalcanti. O primeiro dos filhos passou a Castela, casando em Madrid, onde deixou geração nobre. Antônio Cavalcanti casou e teve Felipe Cavalcanti, que veio homiziadiado para Portugal e em Pernambuco casou com D. Catarina de Albuquerque, filha bastarda de Jerônimo de Albuquerque e de D. Maria de Arco Verde, descendendo deste matrimonio os Cavalcantis de Albuquqerque.
Há quem dê diversa ascendência a Filipe Cavalcanti, fazendo-o filho do duque Cosme de Médicis e descendente de João Cavalcanti e de Genebra Maneli.


No Brasil*

Giovanni di Lorenzo di
Filippo Cavalcanti, pai de Filippo
Cavalcanti.
A família Cavalcanti (ou Cavalcante, forma aportuguesada) é o maior ramo familiar do país, conforme Carlos Barata, autor do Dicionário das Famílias Brasileiras e presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia. O sobrenome Silva embora mais numeroso, são oriundos de famílias diferentes, enquanto os Cavalcantis descendem todos do mesmo ancestral. A considerar somente o patronímico. Os Cavalcantis, são uma ramificação dos Albuquerques no Brasil, aonde todos tem como patriarca Jerônimo Albuquerque.

Descendem de Filippo Cavalcanti, filho de Giovanni di Lorenzo di Filippo Cavalcanti, mercador de Florença, e de Ginevra Manneli. Aporta em Pernambuco em 1560,  onde se casa com Catarina de Albuquerque, filha de Jerónimo de Albuquerque e de Maria do Espírito Santo Arcoverde. Filippo torna-se o lugar-tenente de Jerônimo de Albuquerque e, tendo com Catarina, 12 filhos, 3 faleceram jovens, 1 sem sucessão, de modo que, dos 9 remanescentes, 4 se unirão a família Holanda




1. Giovanni di Lorenzo di Filippo Cavalcanti c.c. Ginevra Manneli

2. Filippo Cavalcanti c.c. Catarina de Albuquerque, f.ª de Jerônimo de Albuquerque e de Maria do Espírito Santo:
  1. Diogo Cavalcanti, morreu ainda criança.
  2. Antonio Cavalcanti Albuquerque, que se casou com Isabel de Goes, filha de Arnau de Holanda e de Brites Mendes (A Velha), C.s., o ramo varonil dos Cavalcanti Lacerda, que persistiu até o século XX. Trisavós de Leonardo Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, um dos principais expoentes da Guerra dos Mascates, representante da nobreza da terra. 
  3. Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, sem sucessão.
  4. Jerônimo Cavalcanti Albuquerque, com geração ilegítima em Portugal.
  5. Filipe Cavalcanti Albuquerque, falecido jovem.
  6. Genebra Cavalcanti c.c. seu tio, Felippe de Moura, f.º de Isabel de Albuquerque, irmã de Jerônimo de Albuquerque (o torto).
  7. Joana Cavalcantic.c.c. Diogo Rangel de Macedo
  8. Margarida de Albuquerque c.c. João Gomes de Mello, f.º de Anna de Hollanda, sua filha: Ana de Albuquerque Cavalcanti, se casará com Gaspar Acciaiuoli, dando origem ao Clã dos Accioly no Brasil.
  9. Catarina de Albuquerque c.c. Cristovão de Hollanda  de Vasconcelos.
  10. Filipa de Albuquerque c.c. Antonio de Hollanda  de Vasconcelos
  11. Brites, falecida jovem.
  12. João c.c. Brites de Sá (?)
2. Da união de Antonio Cavalcanti Albuquerque com Isabel Goes, nasce: 
  1. Isabel Cavalcanti Albuquerque, que se casa com Manoel Gonçalves Cerqueira, que concebe Antonio Cavalcanti Albuquerque.
  2. Antonio Cavalcanti Albuquerque se casa com Margarida Vasconcelos Souza, tendo como filha: Leonarda de Cavalcanti Albuquerque.
  3. Leonarda de Cavalcanti Albuquerque, se casa com Cosme Bezerra Monteiro, tendo como filho: Leonardo Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, líder dos nobres pernambucanos na guerra dos mascates.

Leonardo Bezerra Cavalcanti Albuquerque

Descendente de duas antigas famílias de Pernambuco, da aristocracia lusitana: os Bezerra e os Cavalcanti de Albuquerque. Tinha quatro irmãos comandantes de milícias, vereadores nas câmaras de Olinda e Goiana. Contudo, sem grande fortuna, nem casara com mulher rica. Ele e seus familiares plantavam cana, criavam gado e negociavam com arrecadação de impostos, para ganhar a vida. E a raiz da sua ira contra os mascates residia aí: em ter que barganhar e ser miseravelmente explorado por gente “de categoria inferior”.

Desde a expulsão dos holandeses, passara a chegar no Brasil uma legião de portugueses miseráveis. Esses sujeitos, quando não eram bêbados contumazes, recebiam fazendas (tecidos e outros apetrechos) dos seus patrícios comerciantes, para mascatear de porta em porta. E logo enricavam, abriam lojas no Recife e traziam seus parentes para trabalhar como caixeiros. Alguns até viravam mercadores de sobrado (capitalistas).

A vantagem deles residia em serem os únicos autorizados a exportar e a importar mercadorias e a financiar os agricultores. Ao final de cada safra, os senhores de engenho estavam sempre lhes devendo somas consideráveis, cobradas em dobro, no ano seguinte. Ou, então, entregavam seu açúcar a 400 réis por arroba, remetida para Lisboa por 1.400. E, não satisfeitos, esses estrangeiros passaram a subornar os governadores para ocupar os cargos públicos mais lucrativos – um privilégio que deveria ser exclusivo dos filhos da terra, segundo a lei vigente.

Então, em 1710, com a elevação de Recife à categoria de vila. Os mascates de Recife passaram a ter sua própria câmara de vereadores, não mais submetidos à Câmara de Olinda, dominada pelos nobres, assim, os mascates teriam maior poder político e controle sobre o dinheiro dos impostos.

Inconformados, Leonardo, seu irmão Manoel e seu filho Cosme foram os que mais protestaram. “Ou aquele ato era revogado”, ameaçaram, “ou havia de acabar-se o mundo”. E por isso foram presos; postos a ferros, como escravos.

O governador Sebastião de Castro, responsável pelas prisões, sofreu um atentado, escapando com vida. O atentado foi atribuído a Leonardo que: “mandara da prisão em que estava atirar à espingarda ao dito governador”. Então, dois parentes dele, os capitães das freguesias de São Lourenço e de Santo Antão, ameaçados de também serem presos, se sublevaram junto com outros nobres, derrotando tropas enviadas do Recife.

Derrotado, o governador Sebastião de Castro fugiu para Salvador. No Senado de Olinda, Bernardo Vieira de Mello propõe a instituição de uma República e a independência do Brasil de Portugal. A maioria decide por um governo interino do bispo D. Manoel, contra o qual os portugueses também se revoltaram, em junho de 1711. E a luta prosseguiu até outubro, com o cerco do Recife pelos nobres e muitos enfrentamentos no interior, até a chegada do novo governador, Felix Machado.

Trazendo um perdão geral e agindo equilibradamente, de início, Felix ganhou a confiança dos pernambucanos. Para, já em fevereiro de 1712, começar a prender centenas deles, pondo-os a ferros, além de sequestrar seus bens e despachar os líderes do levante para Lisboa. Inclusive, Leonardo Bezerra, detido pela quinta vez, junto com seu filho Cosme.

Vários, como Bernardo Vieira de Melo e seu filho André, morreram na prisão, outros, foram julgados e anistiados, em 1718. Menos Leonardo e Leão Falcão, desterrados perpetuamente para Goa, na Índia, como os principais cabeças das alterações.

De lá, contudo, os dois tentaram voltar clandestinamente para o Brasil, tendo Falcão morrido na viagem. Já Leonardo conseguiu chegar até Salvador, onde o prenderam pela sexta vez. Mas, por intercessão de um parente influente, foi solto, alegando estar cego e sob a condição de jamais voltar para sua terra.

Seu ato final de rebeldia foi uma carta enviada aos pernambucanos, recomendando que não cortassem um só quiri (madeira muito resistente) das matas. Para, mais adiante, quebrá-los nas costas dos portugueses.


Antonio Cavalcante de Albuquerque, conhecido por Antonio Cavalcante, o da Guerra; foi um dos principais chefes na guerra de libertação contra o domínio holandês. E que forçou João Fernandes Vieira a enfrentar as tropas holandesas, quando esse titubiava em fugir com sua tropa para a Bahia.

Na noite de 12 de Junho de 1645 partem furtivamente do Recife tropas holandesas com o fim de cercar as casas dos principais conjurados indigitados, que eram Antonio Cavalcante, João Fernandes Vieira e outros, todos moradores e proprietarios de diversos engenhos da freguezia da, várzea, e prende-los, para assim abortar a conspiração que, segundo a denuncia dada ao Supremo Conselho Hollandez, devia romper no dia seguinte.

Auxiliados pela escuridão da noite, os holandeses chegaram mas não encontraram Antonio Cavalcanti e os demais, que prevenidos da denuncia, se refugiaram nas matas. 

Descobertos pelos holandeses, puseram-se os revoltosos em campo, e reunidos em S. Lourenço da Matta aos 13 de Junho de 1845 no engenho de Luiz Braz Bezerra, deram o grito de revolta que restaurou o País do domínio holandês.

Três dias depois (16 de junho de 1645), dentro das matas, no oiteiro do Bezerra, fez-se a resenha nas matas, e contou-se apenas 130 homens mal armados. Daí partiu Antonio Cavalcanti, proclamado chefe, a frente do seu exército para Camaragibe, onde acampa,  afim de experdir-se comunicações aos demais conjurados, e organizar a tropa mais regularmente. 

João Fernandes Vieira, em um ato unilateral, se auto-proclamou Capitão-Mór e Governador da Guerra, e as vezes da Liberdade Divina, Antonio Cavalcanti, nada reservou para si, senão a glória de ver restaurada sua pátria. 

Antonio Cavalcante ao reunir suas tropas com as de Fernandes Vieira, se desintenderam, quando João Fernandes Vieira pretendeu executar pernambucanos que haviam atirado em traidores holandeses, a serviço da causa; e por adiar o ataque que veio a ser a batalha do Monte das Tabocas. Ali, Vieira teve que se desdizer de resoluções tomadas, no sentido da execução; aqui, ele marchou sob a pressão dos oficiais insurgentes. A situação esteve por um puxar de espadas:

“Os filhos de Portugal, assim como as tropas da Bahia e os eclesiásticos foram por Vieira, diz Frei Calado, os brasileiros, por Antonio Cavalcanti”. 

Este lance é nítido e expressivo. Quem salvou a situação, evitando a luta intestina, foi Antonio Dias Cardoso. Os pernambucanos acusavam a Vieira de evitar a luta e de procurar o caminho da Bahia. Eles não aceitavam o comando exclusivo de Fernandes Vieira, e exigiam que as ordens tivessem, também, a assinatura de Antonio Cavalcanti.

Depois da esplendida vitória nos Montes das Tabocas, o exército restaurador seguiu para o sul, unindo-se a tropas de Henrique Dias e Camarão, foi acordado entre os chefes que se destaca-se uma parte da força para o norte sob comando do capitão-mór Antonio Cavalcanti, que partiu do engenho Gurjaú, onde então acampou com uma força de 150 homens. Chegando em Iguarassú, deteve-se aí algum tempo, e depois seguiu para Goyanna, onde terminou os seus dias misteriosamente. 

As acusações contra Antonio Cavalcanti, partidas de escritores ligados a João Fernandes Vieira, mesmo a pós a morte de Antonio Cavalcanti, torna sua morte envolta em mistério.... 

Casou Antonio Cavalcante d'Albuquerque com D. Margarida de Sousa, filha de Antonio de Oliveira, natural do Reino e de sua mulher D. Leonarda de Sousa, filha de Antônio de Sousa Velho e de sua mulher Leonarda Velho, mulher do(ilegível) e das entradas dos Irmãos da Misericórdia de Olinda. E deste matrimônio de Antonio Cavalcante de Albuquerque, nasceram os filhos seguintes:

1—Antonio Cavalcante d'Albuquerque.
2— Manoel Cavalcante de Vasconcellos.
3 — Lourenço Cavalcante de Vasconcellos.
4 — João Cavalcante d'Albuquerque.
5 — D. Isabel Cavalcante, que casou com o Capitão Jeronymo Fragoso de Albuquerque, filho de Álvaro Fragosg d'Albuquerque, Alcayde mór e Capitão mór da Villa Formosa de Serinhaem, e de sua mulher D. Maria d'Albuquerque.
6— D. Leonarda Cavalcante, que casou com Cosme Bezerra Monteiro, filho de Domingos Bezerra Felpa de Barbuda e de sua mulher Antonia Rodrigues Delgado. E da sucessão deste matrimônio se escreve em titulo de Bezerras Felpas de Barbudas.
7— Antonio Cavalcante d'Albuquerque, que consta do termo de Irmão da Mizericordia de Olinda, que assignou a 27 de Maio üe 1658, que morava então na freguesia de São Lourenço e que já era casado com D. Maria de Albuquerque, filha de Jorge de Albuquerque e de sua mulher N..... da Rosa, filha de Belchior da Rosa, que vivia em Olinda em 1570, e o dito Jorge Teixeira de Albuquerque, foi filho de Jorge Teixeira e de D. Simôa de Albuquerque, filha B. de Jeronymo de Albuquerque, da qual Simôa foi Jorge Teixeira primeiro marido, porque ela foi segunda vez casada com Damião Gonçalves de Carvalhosa.

Lourenço Cavalcanti de Albuquerque; neto do florentino Filipe Cavalcanti. Foi “Superintendente da infantaria do norte com os poderes de governador, capitão e defensor da capitania de Itamaracá, capitão-mor da Paraíba e governador da cavalaria do mesmo Estado, e havendo procedido com valor nas ocasiões de peleja o fazer mais em particular em impedir as entradas e fazer as aguadas ao inimigo no presídio de Guiana, no socorro das embarcações com despesa de sua fazenda, no reencontro que teve com os holandeses no recôncavo da Bahia e noutros que lhe sucederam no Recife tomando o inimigo a vila de Olinda e assistindo depois no arraial se achar nos muitos sucessos que houve de guerra socorrendo ao capitão do campo em uma investida que o inimigo lhe fez no Recife deixar feito um forte à custa de sua fazenda, na peleja das Salinas, na junto à casa sua em muitas emboscadas da ponte da vila, e na dos Afogados obrar com resolução, e com a mesma pôr fogo ao campo em que esteve quase abrasado o inimigo, e vir a todo o risco descobrir o sítio para uma trincheira que lhe havia de dar cargas, e do trabalho do caminho adoecer gravemente, nos mais reencontros de guerra enquanto serviu, houve com os holandeses batalhas que se lhe deram se haver com tão particular valor que foi grande parte das vitórias que se alcançaram para o efeito das quais despendeu muito de sua fazenda com os cavalos e escravos e cria os com os que nelas se achava, na peleja das praias de Abray fazer retirar o inimigo ao mar com grande perda de gente, e em tudo proceder sempre com particular resolução sustentando muitas vezes a gente de guerra por sua fazenda”.

Genealogia de Lourenço Cavalcanti de Albuquerque:

1. Arnauld Florentz Boeyens Van Holand c.c. Brites Mendes de Goes Vasconcelos

2. Antonio de Hollanda de Vasconcellos c.c. Felipa de Albuquerque Cavalcanti, f.ª  de  Filippo Giovanni Di Cavalcanti c.c. Catharina de Albuquerque, f.ª de Jeronimo Albuquerque e de Maria do Arco Verde.

3. Lourenço Cavalcanti de Albuquerque c.c. Ursula Feio (Bahia)

4.1 Felipa de Albuquerque Cavalcanti

4.2 Maria Cavalcanti

4.3 Antonia Cavalcanti

2º Casamento de Lourenço Cavalcanti de Albuquerque c.c. Isabel de Lima, fª. De Antonio de Barros Cardoso e de Giomar de Mello. (Bahia)

                       4.4 Brites Francisca de Lima


Outros Clãs:


*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos familiares que advieram para o Brasil em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não registrados.

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