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segunda-feira, 25 de março de 2019

Clã dos Araújos


O primeiro deste apelido parece ter sido Rodrigo Anes de Araújo, que teve o senhorio do castelo de Araújo, na Galiza, donde tomou o nome. Pretendem alguns genealogistas que vivera com seu pai nas gralheiras de Araújo, cujas terras herdara de sua mãe, e que fora o fundador do castelo. A origem desta família não é bem conhecida, pois se lhe atribuem diversas: os Azas, os Maias, o francês João Tiranoht, etc.

Rodrigo Anes de Araújo casou com D. Maior Álvares de Aza, sua parenta, segundo dizem, filha de D. Rodrigo Álvares de Aza e de sua mulher, D. Maria Pires de Ambia, casamento que Manso de Lima considera impossível. Deste Rodrigo Anes descenderam os Araújos da Galiza, onde foram senhores de muitos lugares, Vasco Rodrigues de Araújo e de sua mulher, o qual era neto do primeiro Rodrigo Anes, passaram a Portugal, cujos Reis serviram e foram progenitores das famílias destes apelidos existentes no Minho ou desta província derivadas.

Rodrigo Anes de Araújo,era descendente de membros das famílias reais do Reino de França e da Burgúndia através de um nobre cavaleiro chamado Jean Tiranoth. Jean Tiranoth com grande número de cavaleiros franceses e burgúndios tomaram parte na Reconquista da Galiza contra os mouros, e como recompensa, lhe foram doadas terras reconquistadas. Seu bisneto Pedro Anes de Araújo se passou para o Reino de Portugal, em torno de 1375.

Etimologia: 'Araújo' vem do celta, *āradūsion, lugar de passagem (espiritual), supostamente é uma referência a um santuário aonde os druidas desfaleciam em transe, com sua alma indo ao além, segundo as crenças kélticas. 

Armas: As armas usadas em Portugal, são: de prata, com aspa de azul carregada de cinco besantes de ouro, postos em aspa. Timbre: meio mouro, sem braços, vestido de azul e fotado de ouro ou a aspa do escudo. Os Araújos, alcaides-mores de Lindoso, usaram talvez armas diversas, semelhantes às dos Veloso.


BRASIL*

O Clã Araújo da Bahia:

Francisco de Araújo, natural de Ponte de Lima, filho de Gaspar Barbosa de Araújo e Maria de Araújo, da “nobilíssima família dos Araújo da Província de Entre Douro e Minho”, casou com Maria Dias, neta de Diogo Alvares Correia, o Caramuru, e de Catarina Alvares (Paraguaçu). Foi sesmeiro em Sergipe e faleceu em Salvador da Baía em 27 de Agosto de 1602. Deste casamento houve três filhos sem geração e uma filha chamada Catarina Álvares que viria a casar com o seu tio paterno Baltazar Barbosa de Araújo, também ele natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo. Das duas filhas nascidas deste casamento, Francisca de Araújo e Joana Barbosa, esta veio a casar com António de Souza Drummond, nobre família de origem escocesa (Clã dos Drummonds), estabelecida na ilha da Madeira.

Em reconhecimento dos seus serviços, o próprio governador-geral, Tomé de Sousa, armou cavaleiros três dos seus filhos – Gaspar, Gabriel e Jorge Álvares – e um dos seus genros, João de Figueiredo, tendo o rei D. João III confirmado no ano seguinte através de carta régia a concessão atribuída.

Pernambuco:

Na família Araújo, se registra a ilustre figura de Amador de Araujo Pereira, em Pernambuco, um dos heróis da Insurreição Pernambucana. Foi natural da Província do Minho, onde seus pais Pedro Gonçalves, o Novo, e Felippa de Araujo Pereira, aparentado em grau muito próximo com a casa de Esquivo e com a de D. Miguel de Azevedo e de Luiz de Miranda Pereira, com cujos parentes conservou sempre comunicação, como se prova das cartas que conservam seus descendentes. Veio a Pernambuco antes da entrada dos Holandeses e casou na freguesia de Ipojuca com D. Maria da Costa de Luna, filha de Álvaro Gonçalves de Luna e de sua mulher Isabel da Costa. 

Amador de Araujo é em Pernambuco o tronco da família de seu sobrenome. Dele fazem honorífica memoria os autores que escreveram a guerra dos holandeses, na qual foi eleito Capitão-mór de Ipojuca, e procedeu com tanta honra que S. Majestade em atenção aos seus serviços o nomeou governador de São Thomé, posto que não logrou por falecer quando estava para embarcar.

É Amador Araújo que desencadeia a insurreição em 17 de junho de 1645. Ao seu comando, e de par com o capitão Agostinho Fagundes, dirige um terço de 400 homens com o qual cercou Ipojuca, e prendeu a guarnição holandesa. Em 24 de junho, o comandante holandês, Henrique Hus, sai a sombra da noite, com tropa de 600 homens, para debelar o motim de Ipojuca. No caminho comete inúmeras atrocidades em puro atos de covardia. Há uma légua de Ipojuca, em Tabatinga, Fagundes o embosca com 20 homens, consegue dar morte a 3 holandeses e ferir outros tantos, se retira, e volta a se unir a Amador de Araújo, que abandona sua posição na vila e busca o encontro de suas tropas com as de Fernandes Vieira. Durante 45 dias, Amador Araújo, entreteve o exército de holandês, o acuando e detendo seu avanço, possibilitando a mobilização do exército de João Fernandes Vieira, que de par com a sua tropa, se bateria com os holandeses na Batalha do Monte das Tabocas, impondo a primeira grande derrota militar aos hereges.

Manoel de Araujo de Miranda, Filho de Amador Araújo, foi Capitão na guerra dos holandeses e morreu valerosamente na segunda batalha dos Guararapes. Foi casado, e segundo marido de 3 que teve D. Lourença Correia, irmã de João Correia Barbosa, Cavaleiro da Ordem de Christo e Capitão-Mór de Ipojuca.


GENEALOGIA DOS ARAÚJO PEREIRA

1. Amador de Araújo Pereira c.c. D. Maria Costa de Luna

2. Manoel de Araujo de Miranda, c.c. D. Lourença Correia, irmã de João Correia Barbosa, Cavaleiro da Ordem de Christo e Capitão-Mór de Ipojuca, e foram seus filhos:
3 — Manoel de Araujo de Miranda, Capitão de Auxiliares, no cerco de cabo de Ipojuca e Serinhaem, de que era Mestre de Campo Marcos de Barros Correia, por Patente de 10 de Fevereiro de 1666, da qual consta que seu pai falecera na segunda batalha dos Guararapes. As memórias do Capitão Jer°. de Faria de Figueiredo, dizem que foi casado com Maria da Cunha e que o matrimonio [...]
3—Luiz de Miranda Pereira, que também foi Capitão de Auxiliares do Terço do Mestre de Campo Marcos de Barros Correia na Companhia que se formou da gente que sobrou das Companhias de Bernardo Vieira e de seu irmão Manoel de Araujo Miranda, por Patente de 12 de Março de 1666, e delia consta que seu pai morrera na segunda batalha dos Guararapes. Casou com Beatris de Brito de Vasconcellos, irmã de seu ultimo padrasto o Capitão Domingos Gomes de Brito e filho de Diogo de Brito Borges, e de sua mulher Custodia Gomes de Abreu. Ainda vivia o dito Luiz de Miranda Pereira, em 1693, e teve de sua mulher os seguintes filhos:

2. Bernardino de Araujo Pereira, foi Capitão de Cavalos de Ipojuca. por Patente de 12 de Março de 1666. Ao 1º de Novembro de 1664, assinou termo de Irmão da Mizericordia de Olinda e dele consta que já então era casado com D. Ursula Cavalcante d'Albuquerque, filha do Capitão Pedro Cavalcante d'Albuquerque. Fidalgo da Casa Real e Cavalleiro da Ordem de Christo, e de sua mulher D. Brasia Monteiro.


O Ramo Araújo Costa no Ceará:

No Ceará, um dos ramos da família Araújo, são os "Araújo Costa", que advem de José de Araújo Costa, natural do Porto, região do Minho, Portugal, filho de Pedro Araújo e de Maria Sá, ambos portugueses, vindo a se casar com D. Brites Vasconcellos, natural de Goiana (Pernambuco), filha de Manoel Vaz Carrasco, e de D. Maria Magdalena, ambos de Igarassú, Pernambuco. E se estabelecendo no vale do Acaraú, região norte do Ceará. 

Um de seus filhos, Diogo Lopes Araújo Costa, nascido em 08 de março de 1761, e batizado no dia 22 do corrente mês e ano, teve 16 filhos, com três mulheres diferentes.  Um outro, José de Araújo Costa, teve 11 filhos: 3 homens e 8 mulheres. 

Outros Clãs:


*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não documentados.

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Clã dos Furtado de Mendonça

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