sábado, 7 de setembro de 2019

Clã dos Camargos



Os Camargo são originários do vale de Camargo (Santander, País Basco), de onde se espalharam por Santillana (Santander), Castrojeriz e Roa (Burgos), Agreda (Soria), Pozal de Gallinas (Valladolid), Placencia (Cáceres) e Guadalajara.


No Brasil:

Registra-se como cabeça de clã: Jusepe Ortiz de Camargo ("José Ortiz de Camargo"),  natural de Burgos, que veio a S. Paulo na última parte do século 16.º, f.º de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, n. p. de Luiz Dias de Camargo e de Beatriz de la Peña.

Em São Paulo, casou com Leonor Domingues, falecida com testamento em 1630 na mesma vila no estado de viúva de seu marido, f.ª de Domingos Luiz - o Carvoeiro - cavaleiro fidalgo, e de Anna Camacho.

Jusepe de Camargo foi concunhado de Amador Bueno da Ribeira, que foi casado com Bernarda Luiz, também f.ª do dito Domingos Luiz. Esta família (bem como a descendência de Amador Bueno) participa do sangue de João Ramalho, que foi casado com Izabel Dias f.ª do cacique Tibiriçá. Foi Jusepe de Camargo pessoa de autoridade e respeito em São Paulo, onde ocupou o cargo de juiz ordinário em 1611; e seus descendentes, conservando o prestígio de seu progenitor, disputaram por muitos anos as rédeas do governo, tendo como competidora a não menos nobre e poderosa família dos Pires.

Do casamento de Jusepe Ortiz de Camargo com Leonor Domingues, tiveram como filhos:

1.º Capitão Fernão de Camargo
2.º José Ortiz de Camargo
3.º Francisco de Camargo (Capitão)
4.º Capitão Marcellino de Camargo
5.º Jeronimo de Camargo
6.º Gabriela Ortiz de Camargo
7.º Marianna de Camargo
8.º Anna Maria de Camargo


José Ortiz de Camargo foi bandeirante e morreu testado em São Paulo em 23 de julho de 1663, em sua fazenda de Bitarulaia, hoje Buturuju, município de Jundiaí, em terras da sesmaria obtida em 1642.

Com seu irmão Fernão ou Fernando de Camargo, o Tigre, chefe do partido dos Camargos contra os Pires. Eram filhos de Jusepe Ortiz de Camargo e Leonor Domingues. Irmão ainda do capitão Marcelino de Camargo (?-1676), juiz ordinário em São Paulo, patriarca da família Camargo Pimentel.

Fez parte da bandeira do capitão Diogo Coutinho de Melo em 1636, sob as ordens do capitão Antônio Raposo Tavares, contra os índios no sertão dos Carijós. Diz a respeito da bandeira o genealogista Silva Leme: 
"a qual dando um assalto ao gentio nos sertão dos Carijós, chamados dos Araxás, aconteceu nele ser ferido um dos companheiros da bandeira de nome Brás Gonçalves, que veio a falecer nesse sertão, fora do arraial onde tinha jurisdição o dito capitão-mor Antônio Raposo. Pelo que o capitão Diogo Coutinho, que comandou o assalto, julgando do seu dever salvaguardar os interesses dos órfãos herdeiros do falecido Brás Gonçalves, não somente tomou conhecimento do testamento que este fizera nesse sertão como também nomeando para servir de escrivão a João de Godói o qual mandou inventariar os bens que consigo levava o dito Brás Gonçalves; e como houvesse dificuldade em conduzi-los a povoado, além do grande risco de cairem esses bens nas mãos dos inimigos, em cujas terras se achavam, determinou que, avaliados, fossem postos em leilão, devendo o pagamento ser feito pelos arrematantes no prazo de seis meses, com um fiador."
Silva Leme acrescenta: «Julgando de interesse para o leitor conhecer em que consistia a bagagem de um bandeirante naqueles tempos, e também conhecer quais os companheiros que com ele se achavam nessa bandeira, damos em seguida a lista dos bens que deixou, e juntamente o nome dos companheiros arrematantes e seus fiadores: três negros do gentio da terra (ou seja, índios) de nome Francisco, João e Dionísia, que foram entregues a Baltasar Gonçalves Vidal para conduzi-los a São Paulo e entregá-los à justiça para distribui-los aos herdeiros. Uma berruma (sic) e uma sovela, arrematadas por Fernando de Godói (filho do castelhano), por seis vinténs, fiador João de Godói; um martelinho de ferro arrematado por Baltasar de Godói (o moço) por um cruzado, fiador José Ortiz de Camargo; umas mangas velhas arrematadas por Simão da Costa por um tostão, fiador João de Godói; um cabacinho com sal e um ralo arrematados por José Ortiz de Camargo, por 720 rs., fiador Baltasar de Godói. Um cesto encourado arrematado por João de Godói por 560 rs., sendo fiador José Ortiz de Camargo.

Umas chinelas velhas arrematadas por Miguel Nunes, por 70 rs., sendo fiador João de Godói. Umas ceroulas arrematadas por Jerônimo Rodrigues, sendo fiador Baltasar Gonçalves Vidal. Uns sapatos velhos de cordavão arrematados por Duarte Borges, sendo fiador João de Godói. Um arratel de chumbo e uma quarta de pólvora arrematados por Luiz Feio por dois cruzados, sendo fiador João de Godói. Um prato de estanho arrematado por Francisco de Chaves, por 510 rs., fiador Baltasar de Godói. Um facão arrematado por José Ortiz de Camargo por 600 rs., fiador João de Godói; Uns escopros arrematados por José Ortiz de Camargo, fiador Fernando de Godói. Um capote e calção arrematados por João Maciel Bassão por 21 patacas, fiador Baltasar Gonçalves Vidal. Meias de cabestrilho arrematadas por José Ortiz de Camargo, fiador João de Godói. Uma forma de pelouro arrematada por José Ortiz de Camargo, fiador João de Godói. Uma enxó arrematada por Duarte Borges por uma pataca, fiador João de Godói. Um novelo de linha.

Deste bandeirante se narram desordens feitas em 5 de fevereiro de 1654 quando os vereadores se reuniram para pedir contra ele auxílio ao capitão-mor que residia em Santos pois reunira seus sequazes em corpo de armas e tentavam entrar na vila. A 7 de fevereiro, reuniram-se de novo os vereadores porque José Ortiz d C, tendo entrado na vila com seus capangas armados, foi tumultuadamente à câmara e apresentou provisão que o nomeava Ouvidor. Mas a câmara negou-lhe posse e mandou afixar editais deste acontecimento. Dois dias mais tarde se reuniram de novo os vereadores, o capitão-mor, o visitador da Companhia de Jesus, Padre Simão de Vasconcelos, o abade de São Bento, o prior do Carmo, o guardião de São Francisco, e decidiram que nada seria alterado no governo da terra do que respeitasse à eleição dos cargos públicos e oficiais da câmara, contanto que não usasse nem executasse papel ou ordem que não viesse da Bahia, ou lhe venha de novo até a chegada do Ouvidor sindicante. José Ortiz não se sujeitou ao acordo e prosseguiu no exercicio de suas funções, com o competente cortejo de violências.


A Guerra entre os Pires e os Camargos:

Em 24 de novembro de 1655 um alvará de D. Jerônimo de Ataíde, conde de Atouguia, governador geral do Brasil, aprova a concordata feita na vila de São Paulo. Diz o alvará:

Faço saber aos juízes, vereadores, procurador do conselho, pessoas particulares e povo da vila de São Paulo e ao capitão-mor ouvidor e mais justiças da capitania de São Vicente que Francisco Nunes de Siqueira, procurador da família dos Pires, e José Ortiz de Camargo, da dos Camargos, moradores uns e outros na mesma vila, me representaram diferentes papéis e queixas de ambas as partes, assim sobre os tumultos e sedições que haviam resultado da eleição da câmara que naquela vila havia feito o Ouvidor-geral do Rio de Janeiro João Velho de Azevedo, como sobre outros procedimentos seus de que se havia ocasionado chegarem aquelas duas famílias a tomarem armas com numeroso séquito de índios e quase a rompimento de batalha, se os prelados das religiões que ali se achavam o não advertissem, evitando a última ruína daquela praça, enquanto se recorria a este governo para nele se determinar o que mais conviesse ao serviço de Sua Majestade e quietação daquele povo.

"Desejando eu reduzi-los à universal concórdia e as duas famílias e parcialidades à união, com que se deve tratar dos aumentos da sua república e observância das obrigações de bons vassalos, para com maior acerto se eleger o meio que fosse mais eficaz e dispositivo deste fim, ordenei se visse esta matéria na relação do Estado com toda a circunspecção que o caso pedia. E considerando tudo que, por uma e outra parte se propôs em suas petições, o que constou das certidões, devassas e mais documentos em que as fundaram, e a informação e voto que haviam precedido de todos os religiosos e mais autoridades que se haviam achado no referido congresso das duas parcialidades, com sujeitos que mais interior e desinteressadamente o podiam dar, o parecer do chanceler e mais desembargadores e resolução que na relação se teve por mais conveniente seguir-se; procurando conformar-me com ela em tudo que a gravidade e as circunstâncias deste negócio e suas dependências o permitem, por envolver também razões políticas e que não menos deve o governador atender que as da justiça quando estas são tão implicitas como as do Estado, Hei por bem e serviço de sua majestade que daqui em diante sirvam na câmara da dita vila tanto os de um bando como de outro, para que com essa igualdade cessem as inquietações que, de não a haver, se acenderiam naquele povo, e a eleição se fará da maneira seguinte: chamará o Ouvidor da capitania com o escrivão da vila, na forma da Ordenação, os homens bons e o novo dela ao Conselho, e lhe requererá nomeie cada um seis homens para eleitores, três do bando dos Pires e três do dos Camargos, e lhes ordenara façam seus três rois como de estilo, a saber: seis para juízes, três de um bando e três de outro, e um neutral, e três para procuradores do Conselho, um Pires e um Camargo e um neutral; e assim se usara para os mais ofícios se os houver na câmara, etc. .

E porque das devassas que o mesmo ouvidor-geral do Rio de Janeiro João Velho d Azevedo tirou naquela Capitania ficaram culpados diversos moradores daquela vila que estão inábeis para poderem ser eleitores, e só concedendo-se perdão geral só aos que não tivessem parte se poderá encaminhar a eleição na Câmara e a quietação do povo ao acerto que se pretende, em nome de Sua Majestade concedo perdão a todas as pessoas de qualquer qualidade e condição que sejam, que de modo algum ficam culpadas nas devassas que o dito Ouvidor tirou naquela Capitania de quaisquer crimes em que tenham parte.

Mas considerando que os que a têm e estão sentenciados com pena capital são os principais sujeitos da família dos Camargos, e se totalmente se lhes denegar perdão, ou da parte ou absoluta de Sua Majestade, se poderão ocasionar novos prejuízos, que depois terão dificilimo remédio e agora se devem prevenir pelos possiveis da suavidade e conveniência em que ambas as familias é justo que se conformem e perdoem reciprocamente, pondo os olhos nas mortes e penas que uma e outra tem padecido, e nos inconvenientes que ao diante se podem seguir de se acusarem com todo o rigor da justiça e recomendando mui encarecidamente aos prelados das religiões, ordeno ao capitão-mor e a todas as pessoas de posto e à maior autoridade naquela vila que, com interposição da presente e em nome deste Governo, procurem reduzir as partes a lhes conceder perdão, para que com a demonstração dele se confirmarem mais indissoluvelmente os vinculos de paz com que desejo unir ambas as familias no antigo sossego em que as conservava a sociedade de comuns moradores daquela vila e o particular parentesco que entre si têm, e a amizade que antes professavam.

E neste caso, tendo perdão das partes (como confio) o hei por concedido também em nome de Sua Majestade a todos os de uma e outra família que estiverem culpados nas devassas referidas, e em especial aos Camargos, que estão sentenciados em pena capital, e uns e outros poderão ser livremente ocupados em todos os cargos públicos sem em tempo algum se lhes formar culpa nem impedimento. Mas se for tanta a abstenção das partes (o que não espero) que continuam a acusação para este negocio não tornar a seus principios, e se obviarem todas as consequencias que podem ser danosas à conservação daquela vila, Hei por bem e serviço de Sua Majestade que aos culpados que tiverem parte, e principalmente aos condenados em pena capital da família dos Camargos, por haverem sido sentenciados à revelia, se suspenda a execução dela, e não obrem as justiças contra eles, em virtude das sentenças dadas, cousa alguma, enquanto não vem resolução de Sua Majestade sobre esta materia. E quando eles livrarem-se o façam ordinariamente perante os julgadores a que pertençam, nem serem constrangidos à prisão; para o que lhes concedo por este seguro real em nome de Sua Majestade e debaixo deste poderão livremente aparecer nas audiências e estar na mesma vila ou fora dela sem impedimento algum das justiças, para com menor temor delas requererem até com efeito se sentenciar definitivamente a sua culpa. Pelo que ordeno aos oficiais da Câmara daquela vila, capitão-mor, ouvidor, pessoas particulares e povo dela e de toda a Capitania de São Vicente bem assim a todas as mais justiças deste Estado a que o conhecimento desta com direito pertencer, que a cumpram, (etc). Antonio Veloso a fez nesta cidade do Salvador da Bahia de Todos os Stos, aos 24 de Novembro de 1655. Bernardo Vieira Ravasco a escreveu.

Huve provisões posteriores de 23 de julho de 1674 e de 28 de dezembro de 1688 para confirmar e ratificar o perdão dado, pois alguns Ouvidores, com interpretações sibilinas, tentaram anular e recomeçar as devassas, pois tal era, segundo a experiência de longos anos, a missão dos magistrados portugueses que auferiam assim custas e propinas dos processos.

Tudo isso se verifica no Arquivo da Câmara de São Paulo, em seus livros de vereanças e de registros de alvarás e cartas regias de 1653 a 1670 e outras memórias.


Outros Clãs:

Clã dos Urrea/Urreya


Em sua história de San Juan de La Peña diz Briz Martinez que os Urrea descendem do primeiro Rei de Navarra, Garcia Ximenez, pelo ano de 718.

Jerónimo de Aponte-se que, em fins do século XI, quando a conquista de Huesca, floresceu um cavaleiro chamado Maximiliano de Urrea, marido de dona Toda Garcês da Casa de Sobrarbe.

Há autores, como Jerónimo Zurita, em seus Anais da Coroa de Aragão, que derivam da Casa de Urrea da soberana da Baviera. Dizem que o tal Maximiliano era filho do Imperador germânico, e que, tendo vindo em peregrinação a Santiago de Compostela, ficou ao serviço do rei de aragão Pedro I, participou da batalha de Alcoraz em 1094 (segundo a lenda, em companhia do próprio São Jorge) e na posterior reconquista de Huesca. Já sob o reinado de Afonso I, o Batalhador, participaria da reconquista de Saragoça, em 1118 e a posterior campanha deste mesmo rei, na região do vale do Jalón, em 1120, tomando o sobrenome Urrea por ter conquistado aos mouros em lugar de esse nome (provavelmente a atual Urrea de Jalon) e fundando nesta área um domínio cujos vestígios ainda perduram em nossos dias refletidas na heráldica municipal da área.

Mossèn Jaime Febrer encontro em suas Trovas: "Veio para a conquista Ximén de Urrea, rico hombre de Aragão, com cavaleiros e soldados a pé. Diz ser descendente antigo dos duques da Baviera, de acordo com o manifesta seu escudo com três faixas azuis, e outras três de prata, logo certa de sua grande casa. A história refere os seus feitos e virtudes; e é por isso que lhe ofereceu o Rei lhe dar prêmio a Alcalatén, que admitiu saboroso, fundando um castelo para conter o mouro".

O que está fora de dúvida é a grande preponderância alcançada por este linhagem no reino de Aragão, em virtude de suas brilhantes intervenções nos momentos mais antigos e notáveis daquela monarquia. Também são notórias suas ligações com nobilíssimas famílias e os altos cargos que desempenharam. Foram senhores de Épila, Boyo, Lucena, Salillas, Berbedel, Urrea, Jarque, Sestrica, por favor, Tierga, Pensões, Almonacid, O. e Alcalatén, Marqueses da Vilueña, Viscondes de Roda e Biota e o Conde de Aranda, este último concedido por Fernando o Católico.

A nobreza dos Urreyas, foi provada nas Ordens de Santiago (1539) e San Juan de Jerusalém (1535) e da Real Chancelaria de Campinas (1511 e 1581). Don Lope Ximenez de Urrea, Visconde de Roda, Senhor de Almonacid, Epila, Trasmor, Mata, Castelviejo, Salinas e Casanueva, foi criado Conde de Aranda, em 19 de Janeiro de 1508; Grandeza de Portugal, em 1626, o V Conde, Antonio Ximenez de Urrea. A casa de Urrea acabou sendo incorporada à de Cobre do Povo, reformulada mais tarde na ducal de Hijar. Desde 1957, é XVII Condessa da Duquesa de Alba.

Em Soria, houve uma família com esse nome, com filial em Goiânia, a que pertenceu o Capitão João de Urrea e Briand, batizado em Bilbao, que casou com d. Francisca Teresa Guilherme, Senhora de Morandais. Esses maridos passaram para o Chile, onde seus descendentes são apelidaram Morandais, e depois Morandé. Suas armas parecem ter origem na etimologia basca de URREA (urre = ouro, urritz = aveleira) e o sobrenome, neste caso, pode derivar do nome Urrecha, vasco, proveniente do Duranguesado (Vizcaya) e que também tem como armas: Em campo de ouro, um aveleira de sinopla, terrasado de gules e acompanhado por dois cabras de azur íngremes ao tronco.


No Brasil:

1. MANOEL NOBALLAS Y URREYA cc D. ANNA SOARES:

2.1 João Noballas y Urreya (Nabalhas y Hurrea) – Filho de Manuel Noballas y Urreya, nobre espanhol que chegou a Pernambuco antes dos holandeses, e de D. Anna Soares.

Os seus serviços constam de patente passada pelo governador André Vidal de Negreiros: "nas ocasiões de peleja, sobretudo na de Taparica, quando o general Segismundo foi àquela cidade e também na em que o Blarde (Lichardt) foi ali a queimar os engenhos do Recôncavo, na recuperação de Pernambuco e no socorro contra os negros dos Palmares que desbaratou com os seus homens. fazendo o mesmo em 669 e 670". 

Consta ainda ter tido sesmaria no Rio Grande do Norte no ano de 1664.

Manoel de Nobalhas y Urrea, se retirou para Salvador com Matias de Albuquerque, quando do grande exôdo dos pernambucanos, diante da invasão holandesa que se firmava em 1935. Seu engenho Sibiró de Cima, foi confiscado pelos holandeses e arrematado por João Carneiro de Mariz, sendo posteriormente, com a expulsão dos holandeses, restituído a Manoel de Nobalhas y Urrea. 

Casamento 01: D. Joanna da Câmara de Albuquerque, filha de Mathias de Albuquerque Maranhão e de Catarina Feijó Guardes. Depois de viúva D. Joanna foi a segunda esposa de Domingos de Albuquerque Montenegro, s.g.
Filhos: Francisco de Nobalhas Yurrea c.c. Maria de Mello; Isabel da Câmara.

2.2 Francisco de Nobalhas e Urreya cc D. Maria de Mello.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Clã Aguirre



O primeiro fundador da torre e solar de Aguirre, no município de Bermeo, em Biscaia, foi um filho da casa de Arandia, que casou com uma filha de Afonso Ortiz de Zamudio, e, segundo outros, de Ordonho Ortiz de Zamudio, da qual teve por filhos Martin, Rodrigo e Pedro Aguirre.

Acrescentam que o primeiro desses irmãos, Martin, se casou com uma filha de Lopo Garcia de Arribas, e que estes descem muito bons cavaleiros.

Outros autores afirmam que antes da Biscaia houve Aguirre em Navarra, e que o primeiro Cavaleiro deste apelido foi João de Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Sancho, o Sábio de Navarra, entre os anos de 1200, e que a casa solar e palácio destes Aguirre estava na vila de Vera de Bidasoa. Convém neste ponto avisar que nessa mesma vila havia uma casa de Aguerre, como já consignado ao falar deste apelido, e pode caber dúvida se as duas eram a mesma, de se procedia de uma outra, ou se, pelo contrário, eram casas diferentes, de linhagens também diferentes, pois suas armas, como se verá quando as descrevamos, têm diferenças notáveis.

Cabe pensar também em presença de tais armas de Aguirre de Vera de Bidasoa, que estes não eram de origem navarro, mas inserção; pois essas armas são exatas e os Aguirre de Gaviria, e indicam, portanto, que pertenciam a eles. Porque temos de acrescentar que há também vários autores que afirmam que, onde, primeiramente, surgiu o apelido Aguirre foi em Guipúzcoa, e que esta província passou a Navarra, Biscaia e Alava.

Corrobora essa afirmação a notícia que encontramos em vários escritores de cavaleiros Aguirre provenientes de Guipúzcoa serviram ao Rei Dom Ramiro I e se achou na batalha de Clavijo. E como esse Monarca reinou a partir de 843 a 850, é, de ser verdadeira tal notícia, o que houve Aguirre cerca de três séculos antes dos tempos em que viveu o referido Cavaleiro João Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Afonso, o Sábio, de Navarra, que alguns autores consideram como o primeiro cavaleiro de linhagem.

Todos estes dados, no entanto, não são suficientemente sólidos, como se vê bem às claras, para deduzir que casa de Aguirre foi a mais antiga nem onde teve sua origem a linhagem. Por isso, voltamos a cair no que dissemos no início; que não se pode afirmar que todas essas casas são provenientes de um mesmo lote e que mais parece que muitas delas são completamente diferentes e não tem relação alguma de origem ou de links.

Diante dessa notória dificuldade, temos, pois, de concretizarmos a enumerar as casas de Aguirre, que nos referidos territórios moram atualmente, a relação de procedência entre algumas delas, e as armas que lhes pertencem.

Na vila de Gaviria. Eram parentes maiores do bando Oñacino e seu palácio foi fundado, de acordo com Lope de Vega García de Salazar, por uma haste da Casa Real de Navarra. Essa casa dimanaron outras em Gaviria e diversos pontos do País Basco. Outra na vila de Zarauz, outra em Goyaz, outra em Ichaso, outra no bairro de Oiquina, da câmara Municipal de Zumaia; outra na vila de Lisboa; outra em Astigarreta, dois na de Penafiel; outra na Cidade; a outra Deva; outra na localização do Iciar, no Pátio; outra no bairro de Eizaga, de Zumárraga; outra na de Cerain; outra na de Segura; e outra em Urrestilla e outra na de Azkoitia.

Na vila de Villarreal de Urrechua, outra de Vergara, cujo solar foi construído no bairro de San Martin; outra em Placencia, outra na vila de Motrico, outra no bairro de Olaberrieta, da câmara Municipal de Motrico; três, na cidade de Odivelas, outra de Zumárraga, outra em Eskoriatza, dois na localização do Zarimuz e outra na de Marín, ambas da câmara Municipal de Advogados; outra na vila de Mondragón; outra na de Elgueta; outra na de Anzuola; outra na de Oñate; outra na de Osasco e de Placencia das Armas.

Na Universidade de Régil, outra em Asteasu, outra no Anoeta, outra em Machado, outra na localização do Araz-Machinventa, da câmara Municipal de torres novas; outra na vila de Albiztur, dois na de Ataun; outra na de torres vedras; outra na de Alquiza; outra em Gudugarreta (Guipúzcoa); outra em Isasondo; outra de Corpo, outra em Prata; duas na vila do exército de carlos magno; a outra de Cizúrquil; outra na de Elgóibar; outra na de Lisboa; outra em Orendain; outra em Zaldibia, e três casas em Lizarza e outra em Leaburu. Segundo o Cronista Francisco Gómez Arevalo de Villafufre houve outra casa solar na vila de Ormaiztegui.

Dois no vale de Oyarzun, outra no bairro de Alcibar, da câmara Municipal de Oyarzun; outra em Artiga, jurisdição da cidade de São Sebastião, das mais antigas da província e uma das fundadoras da igreja paroquial de São Sebastião, o Antigo; outra no bairro de Eleizalde, da câmara Municipal de Usúrbil; outra na localização de San Esteban, da câmara Municipal de Usúrbil, de cujo princípio e fundação não há memória, sendo uma das antigas pobladoras da província de Guipúzcoa, com um ramo muito principal da cidade de San Sebastián; outra em Aduna, outra em Natal; outra Usúrbil; outra em Astigarraga, outra em Orio, e outra em Umieta.

Outra no vale de Gouveia, e em Larraul.


No Brasil:

Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Entre os antigos Aguirre, registra-se Lope de Aguirre, aventureiro originário da Espanha, nascido no ano de 1518, que participou da expedição organizada por Pedro de Urzua, que partiu ao Maranhão, no Brasil, em busca de ouro.

Sobrenome de diversas famílias originárias do Uruguai, Espanha e Argentina, recentemente emigradas para o Brasil, estabelecidas no Rio Grande do Sul. 

No Espírito Santo existe a família Aguirre Coutinho.

Os Aires (Árias) de Aguirre da Bahia:

PEDRO AIRES (Árias) DE AGUIRRE. Fidalgo castelhano biscainho, lê-se na árvore genealógica que acompanha processo de limpeza de sangue de um de seus descendentes, no Arq. Hist. Ultramarino. Como o irmão, Diogo Aires de Aguirre, natural de Nova Espanha, neto de Diogo Fernandes Martins e Isabel Rodrigues da Ribeira, capitão-mor de São Vicente de 1598 a 1600, José Gonçalves Salvador, op. cit., p.97, teria vindo com o governador D. Francisco de Souza. Capitão do forte de São Filipe (Montserrate) com 80$ por ano, 25 de maio de 1598, Doc. Hist., v. 14, p.486, nele continuava ao chegar os holandeses, em 1624. O forte foi tomado, mas o seu velho comandante o recuperou no mesmo dia em que os invasores o abandonaram. Não procedeu com o mesmo destemor em 1638. Já não tinha idade para a refrega, esclarece Duarte de Albuquerque, nas Memórias Diárias. Foi suspenso "por largar o seu forte qualldo aqui veio o conde de Nassau no ano de 1638 que o rendeu, foi absolvido e livre por sentença do marquês de Montalvão governador geral deste Estado de 8 de janeiro de 641 e mandara que tornasse a servir seu forte", aliás, conta Brito Freire, História da Guerra Brasílica, p. 436, Lisboa, 1645, "tão limitado como seu capitão Pedraires de Aguirre" . 

Teve sesmaria em 1609 no Paraguaçu, Publ. do Arquivo Nacional, XXVII, p. 233 Era senhor de engenho, Denunciações de 1618, fl. 270, casado com Catarina Quaresma, filha de Diogo Gonçalves Laço ("não sabe se é cristão velho ou novo e de sua mulher Guiomar Lopes, que não sabe também se é cristã velha ou nova) de idade de 24 ou 25 anos" em 1591, Denunciações, p. 554, quando ainda "estava debaixo do poder de seu pai e sua mãe moradores ora nesta cidade". - Diogo Gonçalves Laço, "espantoso soldado", Fr. Vicente do Salvador, op. cit., p. 320, foi seis anos o administrador das minas de São Vicente, feito por D. Francisco de Souza, Pedro Taques, Nobiliarquia, I, p. 328, tendo como um de seus companheiros Diogo Aires de Aguirre, irmão de Pedro. Em 1629 aforou Pedro Aires de Aguirre à Santa Casa terras deixadas pela mulher de Garcia d'Ávila, Mécia Rodrigues em Itapagipe, L. 1° do Tombo da S. Casa, fi. 40, por 8$ mensais. Filhos, Bernardo (acima); Diogo Gonçalves Laço, capitão do forte de São Filipe e escudeiro fidalgo, 6 de junho de 1644; Francisco Quaresma, que se passou à Espanha, declara o alvará de 1644 em favor do irmão R. Garcia, nota à Hist. Geral de Varnhagem, 11, p. 106: as filhas casadas com Pedro de Aguiar, Denunciações de 1618, fi. 225, cristão velho, morador em Toque-Toque, com Diogo de Sandoval (Maria); com Bartolomeu Soares Feio (Serafina). Árvore genealógica anexa ao processo de descendente de Pedro Aires de Aguirre. 

Bernardo de Aguyirre, nascido em Salvador, Bahia. Teve mercê do hábito da Ordem de San Thiago em 1645, pelos serviços prestados no Brasil e no Reino. Distinguiu-se como sertanista, encarregado de combater os mocambos negros revoltosos. Filho de Pedro Arias de Aguirre e de Catarina Quaresma, citados acima.


GENEALOGIA AIRES DE AGUIRRE:

1.Pedro Aires de Aguirre c.c. Catarina Quaresma f.ª de Diogo Gonçalves Laço e de Guiomar Lopes.
2.1. Bernardo de Aguirre c.c. Maria de Aguiar, fl.ª de Sebastião de Aguiar e de sua mulher Inês Ribeiro. Aos 21 anos, casado, morava para as bandas de "Tapagipe", perto do forte de São Filipe, de que o pai era capitão. Assistiu às guerras "desde o ano de 1624 em que foi ocupada a cidade da Bahia pelos holandeses até se recuperar", e "particularmente no sítio que o conde de Nassau pôs à mesma cidade o ano de 1638" (sobretudo a 21 de abril e 18 de maio) ganhando um escudo de vantagem, 21 de janeiro de 1639 - diz-se no Processo de Habilitação de Bartolomeu Godinho para cavaleiro da Ordem de Cristo. Teve a promessa de 20$ de pensão em uma comenda de S. Tiago, mais ofício de justiça ou fazenda, ajudando a render a nau almirante holandesa; na empresa do Mocambo, onde se refugiaram negros revoltados; na armada do conde da Torre na Catalunha, de onde voltou a Portugal. Em 1645 foi incumbido de levar à Bahia (com João Mendes de Vasconcelos) um contigente de 500 homens. Subira de soldado a capitão. Cabo de duas caravelas que foram recrutar gente à ilha Terceira, privaram-no do posto, na Bahia, "por levantar a espada contra Gaspar Pinheiro Lobo, em defesa do mestre de campo João de Araújo". Obteve licença para defender em Lisboa a sua causa (4 de janeiro de 1650, Arq. públ. da Bahia, Alvarás de 1630 a 1676, fl. 437, e acabou reintegrado, 12 de outubro de 1651. Morreu em 1658. Por sua morte, foi provido como capitão de infantaria Francisco de Araújo, 6 de maio de 1658, Arq. públ. da Bahia, Registros de Patentes de 1657 a 1678. Diverge a árvore genealógica abaixo citada do Catálogo Genealógico, quanto aos nomes dos filhos. Seriam Francisco Antônio e Nuno Álvares Pereira, que viveu no Reino, vila da Barca do Minho.
3.1. PEDRO AIRES DE AGUIRRE. 2.°. Achou-se em "todas as ocasiões de peleja que houve" na Bahia, de 17 de outubro de 1630 a 1645, quando embarcou na armada que foi ao socorro de Pernambuco, "a apaziguar as alterações que havia nos moré!Pores", fazendo aos flamengos "muitas emboscadas e vigias em postos de muita importância e risco", Processo de Habilitação para a Ordem de Cristo, de Bartolomeu Godinho, citado. - "Ordem para se tirar devàssa sobre a morte de Pedro de Aguirre, filho de Bernardo de Aguirre", provisão de 5 de fevereiro de 1652.

4.1. Pedro, batizado na Sé a 21 de junho de 1620.
4.2. Sebastião Carlos e Catarina Quaresma.
4.3. Tomé de Aguiar.
4.4. Nuno Alvares Pereira. Casou em Portugal três vezes, diz a árvore genealógica de Pedro Aires de Aguirre, T. T., Familiar. O filho mais velho foi o padre Carlos Pereira de Aguiar, do hábito de São Pedro. Tivera licença para acompanhar o pai na viagem ao Reino, em 1650. Era soldado da companhia do capitão Damião de Lençóes. A patente de capitão-mor do forte do morro de São Paulo, 15 de julho de 1667, conta os seus serviços, em 1655 indo à Índia com o vice-rei conde de Savedra, na guerra aos espanhóis no Alentejo Voltou à Bahia com o governador Alexandre de Souza Freire, Patentes de 1657 a 1678. Regressou a Lisboa em 1671.
4.5. Francisco Aires de Aguirre c.c. Filipa Ferreira, irmã do padre Gavião.
2.2. Diogo Gonçalves Laço, capt. do forte de São Filipe e escudeiro fidalgo.
2.3. Francisco Quaresma, que passou à Espanha.
2.4. D. Mariana Quaresma c.c. Bartolomeu Sodré Feio
       3.1. D. Luiza c.c. Antônio Soares de Sousa.


GENEALOGIA ESCOBAR AGUIRRE:
João Borges Escobar c.c. Leonor de Aguirre
João Borges de Escobar c.c. Joana Teles, flª. De Rafael Teles e de Maria Rangel.
D. Leonor Teles c.c. Francisco Carvalho Pinheiro. Batizada esta D. Leonor Teles em 1º de agosto de 1633. Padrinho o governador Diogo Luiz de Oliveira.


Os Aires de Aguirre de São Paulo:

Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Diogo Árias de Aguirre, natural de Lisboa - irmão de Pedro Arias de Aguirre, referido acima. Outros grafam este sobrenome na forma Aires de Aguirre (v.s.).Veio para São Vicente e São Paulo em 1598, capitaneando uma esquadra, investido, em nome do Rei, no cargo de governador da capitania até a chegada de D. Francisco de Sousa.

Estabeleceu-se em Santos, casando com Mariana Leitão de Vasconcelos. Filho de João Martins de Aguirre, Fidalgo da Casa Real, com Carta de Brasão de Armas (1577), e de Isabel de Araújo Barros. Neto paterno de Diogo Fernandes Martinez (da cidade de Mogosio, da Nova Espanha) e de Isabel Rodrigues de Ribeira. Tendo recebido a nomeação de Capitão-Mor da capitania de São Vicente, Diogo chegou em dezembro de 1598 a São Paulo e fez uma entrada às minas de ouro do Jaraguá e de ferro do Araçoiba. Em 1613 exerceu o cargo de vereador em Santos, vindo a falecer nessa vila nas cercanias de 1639. Era fidalgo de cota d’armas, com brasão registrado na câmara de Santos. Foi também provedor das minas de São Paulo.

Há um outro grupo com este sobrenome, estabelecido em São Paulo, que foram os fundadores de Monte-Mor.

Outros, estabeleceram-se em Itaquerí da Serra, São Paulo, onde nasceu, em 1880, o Bispo, D. José Carlos de Aguirre. Sacerdote (1904) e 1º Bispo diocesano de Sorocaba (1924). Filho de Francisco Leopoldo de Aguirre (1852-) e de Maria Ercília de Campos (1857-).


Arias de Aguirre do Rio de Janeiro:

Procedem do Capitão Domingos Arias de Aguirre, nascido por volta de 1642 e falecido, no Rio de Janeiro, em 1687. Filho de Diogo Arias de Aguirre e de Marianna Leitão de Vasconcellos. O Capitão Domingos Arias de Aguirre deixou larga descendência do seu casamento com Inês Rabelo, nascida por volta de 1646 e falecida no Rio de Janeiro, em 1683.

Registram-se ainda diversas famílias com este sobrenome, uma delas, de Francisco Muniz de Aguirre, casado em 1817, com Ana Joaquina do Espírito Santo.

Sobrenome também registrado, em 1833, pela Intendência Geral da Polícia da Corte, dos passageiros espanhóis, José Miguel de Aguirre, comerciante, e de João Miguel de Aguirre, negociante, ambos de passagem pelo porto do Rio de Janeiro, com destino a Cabo Frio; o primeiro em 1832 e o segundo em 1833.


Outros Clãs:

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Clã dos Castros
Clã dos d´Eças
Clã dos Holandas
Clã dos Lins

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Clã dos Furtado de Mendonça

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