sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Clã Aguirre



O primeiro fundador da torre e solar de Aguirre, no município de Bermeo, em Biscaia, foi um filho da casa de Arandia, que casou com uma filha de Afonso Ortiz de Zamudio, e, segundo outros, de Ordonho Ortiz de Zamudio, da qual teve por filhos Martin, Rodrigo e Pedro Aguirre.

Acrescentam que o primeiro desses irmãos, Martin, se casou com uma filha de Lopo Garcia de Arribas, e que estes descem muito bons cavaleiros.

Outros autores afirmam que antes da Biscaia houve Aguirre em Navarra, e que o primeiro Cavaleiro deste apelido foi João de Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Sancho, o Sábio de Navarra, entre os anos de 1200, e que a casa solar e palácio destes Aguirre estava na vila de Vera de Bidasoa. Convém neste ponto avisar que nessa mesma vila havia uma casa de Aguerre, como já consignado ao falar deste apelido, e pode caber dúvida se as duas eram a mesma, de se procedia de uma outra, ou se, pelo contrário, eram casas diferentes, de linhagens também diferentes, pois suas armas, como se verá quando as descrevamos, têm diferenças notáveis.

Cabe pensar também em presença de tais armas de Aguirre de Vera de Bidasoa, que estes não eram de origem navarro, mas inserção; pois essas armas são exatas e os Aguirre de Gaviria, e indicam, portanto, que pertenciam a eles. Porque temos de acrescentar que há também vários autores que afirmam que, onde, primeiramente, surgiu o apelido Aguirre foi em Guipúzcoa, e que esta província passou a Navarra, Biscaia e Alava.

Corrobora essa afirmação a notícia que encontramos em vários escritores de cavaleiros Aguirre provenientes de Guipúzcoa serviram ao Rei Dom Ramiro I e se achou na batalha de Clavijo. E como esse Monarca reinou a partir de 843 a 850, é, de ser verdadeira tal notícia, o que houve Aguirre cerca de três séculos antes dos tempos em que viveu o referido Cavaleiro João Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Afonso, o Sábio, de Navarra, que alguns autores consideram como o primeiro cavaleiro de linhagem.

Todos estes dados, no entanto, não são suficientemente sólidos, como se vê bem às claras, para deduzir que casa de Aguirre foi a mais antiga nem onde teve sua origem a linhagem. Por isso, voltamos a cair no que dissemos no início; que não se pode afirmar que todas essas casas são provenientes de um mesmo lote e que mais parece que muitas delas são completamente diferentes e não tem relação alguma de origem ou de links.

Diante dessa notória dificuldade, temos, pois, de concretizarmos a enumerar as casas de Aguirre, que nos referidos territórios moram atualmente, a relação de procedência entre algumas delas, e as armas que lhes pertencem.

Na vila de Gaviria. Eram parentes maiores do bando Oñacino e seu palácio foi fundado, de acordo com Lope de Vega García de Salazar, por uma haste da Casa Real de Navarra. Essa casa dimanaron outras em Gaviria e diversos pontos do País Basco. Outra na vila de Zarauz, outra em Goyaz, outra em Ichaso, outra no bairro de Oiquina, da câmara Municipal de Zumaia; outra na vila de Lisboa; outra em Astigarreta, dois na de Penafiel; outra na Cidade; a outra Deva; outra na localização do Iciar, no Pátio; outra no bairro de Eizaga, de Zumárraga; outra na de Cerain; outra na de Segura; e outra em Urrestilla e outra na de Azkoitia.

Na vila de Villarreal de Urrechua, outra de Vergara, cujo solar foi construído no bairro de San Martin; outra em Placencia, outra na vila de Motrico, outra no bairro de Olaberrieta, da câmara Municipal de Motrico; três, na cidade de Odivelas, outra de Zumárraga, outra em Eskoriatza, dois na localização do Zarimuz e outra na de Marín, ambas da câmara Municipal de Advogados; outra na vila de Mondragón; outra na de Elgueta; outra na de Anzuola; outra na de Oñate; outra na de Osasco e de Placencia das Armas.

Na Universidade de Régil, outra em Asteasu, outra no Anoeta, outra em Machado, outra na localização do Araz-Machinventa, da câmara Municipal de torres novas; outra na vila de Albiztur, dois na de Ataun; outra na de torres vedras; outra na de Alquiza; outra em Gudugarreta (Guipúzcoa); outra em Isasondo; outra de Corpo, outra em Prata; duas na vila do exército de carlos magno; a outra de Cizúrquil; outra na de Elgóibar; outra na de Lisboa; outra em Orendain; outra em Zaldibia, e três casas em Lizarza e outra em Leaburu. Segundo o Cronista Francisco Gómez Arevalo de Villafufre houve outra casa solar na vila de Ormaiztegui.

Dois no vale de Oyarzun, outra no bairro de Alcibar, da câmara Municipal de Oyarzun; outra em Artiga, jurisdição da cidade de São Sebastião, das mais antigas da província e uma das fundadoras da igreja paroquial de São Sebastião, o Antigo; outra no bairro de Eleizalde, da câmara Municipal de Usúrbil; outra na localização de San Esteban, da câmara Municipal de Usúrbil, de cujo princípio e fundação não há memória, sendo uma das antigas pobladoras da província de Guipúzcoa, com um ramo muito principal da cidade de San Sebastián; outra em Aduna, outra em Natal; outra Usúrbil; outra em Astigarraga, outra em Orio, e outra em Umieta.

Outra no vale de Gouveia, e em Larraul.


No Brasil:

Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Entre os antigos Aguirre, registra-se Lope de Aguirre, aventureiro originário da Espanha, nascido no ano de 1518, que participou da expedição organizada por Pedro de Urzua, que partiu ao Maranhão, no Brasil, em busca de ouro.

Sobrenome de diversas famílias originárias do Uruguai, Espanha e Argentina, recentemente emigradas para o Brasil, estabelecidas no Rio Grande do Sul. 

No Espírito Santo existe a família Aguirre Coutinho.

Os Aires (Árias) de Aguirre da Bahia:

PEDRO AIRES (Árias) DE AGUIRRE. Fidalgo castelhano biscainho, lê-se na árvore genealógica que acompanha processo de limpeza de sangue de um de seus descendentes, no Arq. Hist. Ultramarino. Como o irmão, Diogo Aires de Aguirre, natural de Nova Espanha, neto de Diogo Fernandes Martins e Isabel Rodrigues da Ribeira, capitão-mor de São Vicente de 1598 a 1600, José Gonçalves Salvador, op. cit., p.97, teria vindo com o governador D. Francisco de Souza. Capitão do forte de São Filipe (Montserrate) com 80$ por ano, 25 de maio de 1598, Doc. Hist., v. 14, p.486, nele continuava ao chegar os holandeses, em 1624. O forte foi tomado, mas o seu velho comandante o recuperou no mesmo dia em que os invasores o abandonaram. Não procedeu com o mesmo destemor em 1638. Já não tinha idade para a refrega, esclarece Duarte de Albuquerque, nas Memórias Diárias. Foi suspenso "por largar o seu forte qualldo aqui veio o conde de Nassau no ano de 1638 que o rendeu, foi absolvido e livre por sentença do marquês de Montalvão governador geral deste Estado de 8 de janeiro de 641 e mandara que tornasse a servir seu forte", aliás, conta Brito Freire, História da Guerra Brasílica, p. 436, Lisboa, 1645, "tão limitado como seu capitão Pedraires de Aguirre" . 

Teve sesmaria em 1609 no Paraguaçu, Publ. do Arquivo Nacional, XXVII, p. 233 Era senhor de engenho, Denunciações de 1618, fl. 270, casado com Catarina Quaresma, filha de Diogo Gonçalves Laço ("não sabe se é cristão velho ou novo e de sua mulher Guiomar Lopes, que não sabe também se é cristã velha ou nova) de idade de 24 ou 25 anos" em 1591, Denunciações, p. 554, quando ainda "estava debaixo do poder de seu pai e sua mãe moradores ora nesta cidade". - Diogo Gonçalves Laço, "espantoso soldado", Fr. Vicente do Salvador, op. cit., p. 320, foi seis anos o administrador das minas de São Vicente, feito por D. Francisco de Souza, Pedro Taques, Nobiliarquia, I, p. 328, tendo como um de seus companheiros Diogo Aires de Aguirre, irmão de Pedro. Em 1629 aforou Pedro Aires de Aguirre à Santa Casa terras deixadas pela mulher de Garcia d'Ávila, Mécia Rodrigues em Itapagipe, L. 1° do Tombo da S. Casa, fi. 40, por 8$ mensais. Filhos, Bernardo (acima); Diogo Gonçalves Laço, capitão do forte de São Filipe e escudeiro fidalgo, 6 de junho de 1644; Francisco Quaresma, que se passou à Espanha, declara o alvará de 1644 em favor do irmão R. Garcia, nota à Hist. Geral de Varnhagem, 11, p. 106: as filhas casadas com Pedro de Aguiar, Denunciações de 1618, fi. 225, cristão velho, morador em Toque-Toque, com Diogo de Sandoval (Maria); com Bartolomeu Soares Feio (Serafina). Árvore genealógica anexa ao processo de descendente de Pedro Aires de Aguirre. 

Bernardo de Aguyirre, nascido em Salvador, Bahia. Teve mercê do hábito da Ordem de San Thiago em 1645, pelos serviços prestados no Brasil e no Reino. Distinguiu-se como sertanista, encarregado de combater os mocambos negros revoltosos. Filho de Pedro Arias de Aguirre e de Catarina Quaresma, citados acima.


GENEALOGIA AIRES DE AGUIRRE:

1.Pedro Aires de Aguirre c.c. Catarina Quaresma f.ª de Diogo Gonçalves Laço e de Guiomar Lopes.
2.1. Bernardo de Aguirre c.c. Maria de Aguiar, fl.ª de Sebastião de Aguiar e de sua mulher Inês Ribeiro. Aos 21 anos, casado, morava para as bandas de "Tapagipe", perto do forte de São Filipe, de que o pai era capitão. Assistiu às guerras "desde o ano de 1624 em que foi ocupada a cidade da Bahia pelos holandeses até se recuperar", e "particularmente no sítio que o conde de Nassau pôs à mesma cidade o ano de 1638" (sobretudo a 21 de abril e 18 de maio) ganhando um escudo de vantagem, 21 de janeiro de 1639 - diz-se no Processo de Habilitação de Bartolomeu Godinho para cavaleiro da Ordem de Cristo. Teve a promessa de 20$ de pensão em uma comenda de S. Tiago, mais ofício de justiça ou fazenda, ajudando a render a nau almirante holandesa; na empresa do Mocambo, onde se refugiaram negros revoltados; na armada do conde da Torre na Catalunha, de onde voltou a Portugal. Em 1645 foi incumbido de levar à Bahia (com João Mendes de Vasconcelos) um contigente de 500 homens. Subira de soldado a capitão. Cabo de duas caravelas que foram recrutar gente à ilha Terceira, privaram-no do posto, na Bahia, "por levantar a espada contra Gaspar Pinheiro Lobo, em defesa do mestre de campo João de Araújo". Obteve licença para defender em Lisboa a sua causa (4 de janeiro de 1650, Arq. públ. da Bahia, Alvarás de 1630 a 1676, fl. 437, e acabou reintegrado, 12 de outubro de 1651. Morreu em 1658. Por sua morte, foi provido como capitão de infantaria Francisco de Araújo, 6 de maio de 1658, Arq. públ. da Bahia, Registros de Patentes de 1657 a 1678. Diverge a árvore genealógica abaixo citada do Catálogo Genealógico, quanto aos nomes dos filhos. Seriam Francisco Antônio e Nuno Álvares Pereira, que viveu no Reino, vila da Barca do Minho.
3.1. PEDRO AIRES DE AGUIRRE. 2.°. Achou-se em "todas as ocasiões de peleja que houve" na Bahia, de 17 de outubro de 1630 a 1645, quando embarcou na armada que foi ao socorro de Pernambuco, "a apaziguar as alterações que havia nos moré!Pores", fazendo aos flamengos "muitas emboscadas e vigias em postos de muita importância e risco", Processo de Habilitação para a Ordem de Cristo, de Bartolomeu Godinho, citado. - "Ordem para se tirar devàssa sobre a morte de Pedro de Aguirre, filho de Bernardo de Aguirre", provisão de 5 de fevereiro de 1652.

4.1. Pedro, batizado na Sé a 21 de junho de 1620.
4.2. Sebastião Carlos e Catarina Quaresma.
4.3. Tomé de Aguiar.
4.4. Nuno Alvares Pereira. Casou em Portugal três vezes, diz a árvore genealógica de Pedro Aires de Aguirre, T. T., Familiar. O filho mais velho foi o padre Carlos Pereira de Aguiar, do hábito de São Pedro. Tivera licença para acompanhar o pai na viagem ao Reino, em 1650. Era soldado da companhia do capitão Damião de Lençóes. A patente de capitão-mor do forte do morro de São Paulo, 15 de julho de 1667, conta os seus serviços, em 1655 indo à Índia com o vice-rei conde de Savedra, na guerra aos espanhóis no Alentejo Voltou à Bahia com o governador Alexandre de Souza Freire, Patentes de 1657 a 1678. Regressou a Lisboa em 1671.
4.5. Francisco Aires de Aguirre c.c. Filipa Ferreira, irmã do padre Gavião.
2.2. Diogo Gonçalves Laço, capt. do forte de São Filipe e escudeiro fidalgo.
2.3. Francisco Quaresma, que passou à Espanha.
2.4. D. Mariana Quaresma c.c. Bartolomeu Sodré Feio
       3.1. D. Luiza c.c. Antônio Soares de Sousa.


GENEALOGIA ESCOBAR AGUIRRE:
João Borges Escobar c.c. Leonor de Aguirre
João Borges de Escobar c.c. Joana Teles, flª. De Rafael Teles e de Maria Rangel.
D. Leonor Teles c.c. Francisco Carvalho Pinheiro. Batizada esta D. Leonor Teles em 1º de agosto de 1633. Padrinho o governador Diogo Luiz de Oliveira.


Os Aires de Aguirre de São Paulo:

Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Diogo Árias de Aguirre, natural de Lisboa - irmão de Pedro Arias de Aguirre, referido acima. Outros grafam este sobrenome na forma Aires de Aguirre (v.s.).Veio para São Vicente e São Paulo em 1598, capitaneando uma esquadra, investido, em nome do Rei, no cargo de governador da capitania até a chegada de D. Francisco de Sousa.

Estabeleceu-se em Santos, casando com Mariana Leitão de Vasconcelos. Filho de João Martins de Aguirre, Fidalgo da Casa Real, com Carta de Brasão de Armas (1577), e de Isabel de Araújo Barros. Neto paterno de Diogo Fernandes Martinez (da cidade de Mogosio, da Nova Espanha) e de Isabel Rodrigues de Ribeira. Tendo recebido a nomeação de Capitão-Mor da capitania de São Vicente, Diogo chegou em dezembro de 1598 a São Paulo e fez uma entrada às minas de ouro do Jaraguá e de ferro do Araçoiba. Em 1613 exerceu o cargo de vereador em Santos, vindo a falecer nessa vila nas cercanias de 1639. Era fidalgo de cota d’armas, com brasão registrado na câmara de Santos. Foi também provedor das minas de São Paulo.

Há um outro grupo com este sobrenome, estabelecido em São Paulo, que foram os fundadores de Monte-Mor.

Outros, estabeleceram-se em Itaquerí da Serra, São Paulo, onde nasceu, em 1880, o Bispo, D. José Carlos de Aguirre. Sacerdote (1904) e 1º Bispo diocesano de Sorocaba (1924). Filho de Francisco Leopoldo de Aguirre (1852-) e de Maria Ercília de Campos (1857-).


Arias de Aguirre do Rio de Janeiro:

Procedem do Capitão Domingos Arias de Aguirre, nascido por volta de 1642 e falecido, no Rio de Janeiro, em 1687. Filho de Diogo Arias de Aguirre e de Marianna Leitão de Vasconcellos. O Capitão Domingos Arias de Aguirre deixou larga descendência do seu casamento com Inês Rabelo, nascida por volta de 1646 e falecida no Rio de Janeiro, em 1683.

Registram-se ainda diversas famílias com este sobrenome, uma delas, de Francisco Muniz de Aguirre, casado em 1817, com Ana Joaquina do Espírito Santo.

Sobrenome também registrado, em 1833, pela Intendência Geral da Polícia da Corte, dos passageiros espanhóis, José Miguel de Aguirre, comerciante, e de João Miguel de Aguirre, negociante, ambos de passagem pelo porto do Rio de Janeiro, com destino a Cabo Frio; o primeiro em 1832 e o segundo em 1833.


Outros Clãs:

Clã dos Bettencourt
Clã dos Barros
Clã dos Castros
Clã dos d´Eças
Clã dos Holandas
Clã dos Lins

domingo, 23 de junho de 2019

Clã dos Meneses / Menezes


MENESES. Uma das famílias mais ilustres e antiga da Peninsula. D. Fruela II, Rei de Leão e de Galiza, subiu ao trono no ano de 92, por morte de seu irmão o Rei Ordonho II, e foi casado duas vezes, a primeira das quais com D. Numilo, filha de D. Sancho Garcez, Rei de Navarra, morrendo no ano de 925. Teve entre outros, a D. Ordonho, chamado o Cego por seu primo D. Ramiro II de Leão o haver mandado cegar. Casou este infante com D. Cristina, filha de D. Bermudo II, Rei de Leão e Oviedo, e de sua primeira mulher, D. Velasquita, e teve o Conde D. Afonso Ordonhes, que fundou com sua mulher, D. Justa, o mosteiro de Santa Maria de Liébana, no ano de 995, para pôr nele o corpo de S. Toríbio, o qual quis reconhecer, pelo que cegou, recuperando a vista por intercessão do mesmo santo. Foi senhor de muitas terras nas Asturias, e de sua mulher, que era de sangue real, houve a D. Rodrigo Afonso das Asturias, e de sua mulher, que era de sangue real, houve a D. Rodrigo Afonso das Asturias, senhor do solar de Nava, nas Asturias, que é o primitivo desta família. Este D. Rodrigo foi casado com D. Gónia, senhora muito poderosa nas Asturias e Leão, e morreu no ano de 1011, nascendo do matrimonio D. Diogo Rodrigues das Asturias. 

Foi D. Diogo Rodrigues Duque das Asturias, Conde de Oviedo, senhor de Noronha, rico-homem, governador e capitão-general das Asturias, cavaleiro muito esforçado de D. Fernando I, o Magno, confirmante no ano de 1063, e marido da infanta D. Ximena, filha de D. Afonso V, Rei de Leão, e de sua mulher, D. Elvira, de quem houve a D. Bernardo Dias das Astúrias, que também foi Conde e confirmava no ano de 1119. Contraiu matrimonio com uma filha de D. Afonso Teles, rico-homem, senhor de Monte Alegre e mordomo-mor do rei D. Afonso VI. Deste casamento nasceu D. Pedro Bernardo de S. Fagundo, que confirmava no ano de 1124, senhor do castelo de Magalon, casado com D. Maria Soares, filha de D. Soeiro Mendes da Maia, o Bom, e de D. Gontrode Moniz, de quem teve D. Tel Peres de Meneses, o qual sucedeu na casa de seu pai, foi rico-homem, senhor do castelo de Magalon, que trocou com o Rei de Castela, D. Afonso VIII, pelas vilas de Meneses, Vila Nova, S. Romão, outras muitas terras e umas casas em cuenca, no ano de 1181. Confirmou no ano de 1168 e doou à Ordem de Sant´Iago as casas de Ciuenca, no ano de 1181. Serviu D. Afonso IX, foi um dos ricos-homens que assistiram às pazes feitas no ano de 1195 com o Rei de Aragão e enviado a França para buscar a Rainha D. Leonor, mulher do mesmo príncipe, e fundador do  hospital de Villamartin, onde fez vida santa. Casou com D. Urraca Garcia Dorca, segundo uns, ou, conforme outros, com D. Gontrode Garcia de Villamayor, filha de D. Garcia Ordonhes, rico-homem, senhor de Villamayor e Celada, e de sua mulher, D. Maria senhora de Almenara. Deste casamento nasceram diversos filhos que seguiram o apelido de Meneses, tornado por seu pai da vila do mesmo nome, conservando seus descendentes o patromínico Teles (que também usaram na forma não derivada de Telo) junto com apelido. Alguns desta família largaram o apelido Meneses e ficaram somente com o patromínico, que ligaram a outro apelido, como os Teles da Silva.

Passaram os Teles de Meneses a Portugal, dando ao trono português uma rainha: D. Leonor Teles, mulher de D. Fernando I. 

Brasão: O brasão da família Meneses encontra-se relacionado no Salão de Sintra, em que consta as mais nobres casas de Portugal, embora a nobreza dos Meneses seja muito mais antiga, anterior ao Reino de Portugal. O escudo dos Menezes não tem qualquer desenho porque sendo a primeira família portuguesa com escudo/brasão não necessitava de qualquer elemento secundário identificativo. As outras famílias é que tinham de identificar os seus escudos com ornamentos próprios (Nobiliário manuscrito de Damião de Góis). Conta-se que a filha do Rei Ordonho II de Leão, a princesa Ximena fugiu da casa real para casar com um lavrador. Por coincidência o rei durante uma caçada foi comer na casa desse lavrador. A filha reconhecendo-o da cozinha preparou-lhe a refeição e deixou-a servir pelos seus dois filhos tão louros quanto ela. Também pousou o seu anel de rubis dado pelo pai real no seu prato. O pai comovido reconcilia-se com a filha e muda o nome do lavrador de Telo para Telles. Assim deu-se início à família Telles de Menezes em cujo brasão se pode ver em cima do escudo liso uma dama loura e sobre o escudo se pode pousar um anel (Camilo Castelo Branco? Novelas do Minho).



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Brasão dos Meneses no Salão de Sintra
Brasil


Francisco Barreto de Meneses
A Bahia foi a principal capitania onde os Menezes se estabeleceram. Sendo o governador-geral D. Diogo de Menezes e Siqueira, um dos primeiros que ali residiu, tendo ainda conquistado o Maranhão e o Ceará. 

Em 1625 a esquadra comandada por D. Fradique de Toledo Osório, que veio libertar a Bahia, tinha várias naus comandadas por membros dos Menezes: D. Manuel de Menezes, Rui Barreto de Moura Menezes, D. Diogo Teles de Menezes, D. Antonio de Menezes e Francisco de Sá e Menezes e seus filhos.

Ainda na Bahia, Antonio Teles de Menezes, Conde de Vilapouca de Aguiar; Antonio Furtado de Mendonça Castro do Rio e Menezes, conhecido como "O Braço de Prata"; Antonio Luis de Souza Teles de Menezes, segundo marquês das Minas: Vasco Fernando César de Menezes, quarto vice-rei e D. Luis Pedro Peregrino de Carvalho Menezes de Ataíde, sexto vice-rei. 

Na batalha dos Guararapes D. Francisco Barreto de Menezes, comandou as tropas luso-brasileiras. Quando desempenhava o cargo de alcaide-mor, na Bahia, Francisco Teles de Menezes foi assassinado na Rua-atrás-da-sé por oito mascarados. Destacam-se nesse tempo, os provedores da Santa Casa da Misericórdia em Salvador, Rodrigo José de Menezes e Manuel Coelho de São Payo e Menezes (Sampaio de Menezes). 

Depois que a capital da colônia foi transferida para o Rio de Janeiro, vários Menezes governaram a Bahia: Manuel da Cunha Menezes; Manoel Inácio da Cunha Menezes, senador do Império e presidente da província da Bahia. Antonio de Brito Freire de Menezes governou São Paulo; Nas Minas Gerais, encontra-se o nome de D. Rodrigo César de Menezes na conjuração mineira, quando era governador D. Luis da Cunha e Menezes.

No período de 1697 a 1703, no governo por Artur de Sá e Menezes no Rio de Janeiro, sucederam-se por hereditariedade no juizado de Órfãos, D. Diogo Lobo Teles de Menezes, sendo substituído após sua morte por seu filho Francisco Teles Barreto de Menezes, que foi substituído por Luis Teles Barreto de Menezes, que deu sucessão a seu filho, Francisco Teles Barreto de Menezes, uma verdadeira dinastia de Menezes, e após breve hiato, outro membro da família, Antonio Teles Barreto de Menezes, assumiu o cargo. Nos jornais da época foi noticiado que na madrugada de 20 de junho de 1790, um incêndio destruiu a casa do juiz Francisco Teles Barreto de Menezes. Esta residência localizava-se na atual praça XV de novembro, defronte da também atual igreja de N.S. do Carmo. O local da antiga casa é conhecido hoje em dia como Arco do Teles. 

Encontra-se nas crônicas de 1810, a história do alferes da linha de Moçambique, Augusto César de Menezes conhecido como um terrível arruaceiro, era o terror da cidade, brigando sem qualquer motivo e dando muito trabalho a policia.Tantas fez que o príncipe D. Pedro ordenou por decreto de 02 de abril de 1810, sua demissão do exército e seu degredo para o presídio de Angoche, na África, de onde não poderia mais voltar, sob pena de condenação à morte. 

Francisco de Sá e Menezes, que governou o Maranhão, foi acusado de ser aliado de Manuel Beckman, no movimento nativista conhecido como a "Revolta de Beckman" em 1684. 

Os Menezes são conhecidos por seu amor à arte. São vários os nomes da família Menezes ligados à literatura, poesia e música. Entre os condes de Ericeira destacou-se D. Luis de Menezes, autor da obra 'Historia de Portugal Restaurado.' Sua esposa D. Joana Josefa de Menezes, foi uma renomada escritora e poliglota.



Outros Clãs:

Clã dos Canto
Clã dos d´Eças
Clã dos Holandas
Clã dos Wanderley
Clã dos Teixeiras

*Abordamos apenas os ramos familiares mais antigos, registrados no Brasil. Podendo haver outros que advieram em épocas posteriores, ou mesmo da mesma época, porém não registrados.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Clã Alvares Correia (Caramurus)


O sobrenome Alves, é de uso amplo, envolvendo muitas famílias sem que haja especificamente laços sanguíneos entre si.

ETIMOLOGIA: "Álvaro" do qual "Alves" é abreviação, seria ou de origem sueva, que se estabeleceram no norte de Portugal,  provindo do proto-germânico: Alewar,  al tudo e war protetor/guardião, logo significando "guardião de todos", ou do celta Albos, que significa branco, brilhante.


BRASIL*

Diogo Alvares Correa, da principal nobreza de Viana do Castelo, vindo ter à Bahia por acaso da fortuna, sendo o primeiro Português, que nela aportou, e pisou as suas praias, e pelo sucesso do seu naufrágio, e modo com que escapando com vida a conservou entre o gentio, que lhe acrescentou o cognome de - Caramuru - tão celebrado na tradição e história. Depois de ter de uma filha do principal dos índios, que habitavam as costas da barra da Bahia, várias filhas ilegítimas que nesse lugar se assentaram, e chamada ainda então, como gentia, - Paraguaçu - como escrevem algumas memórias, ou como têm outras - Guaibim - Pará - e tudo quer dizer o mesmo que - mar ou rio-grande - e conhecida depois de batizada por Catarina Alvares. Diogo Álvares Correia veio a falecer em 5 de Outubro de 1557, contando setenta anos de idade, tendo sido sepultado na igreja de Jesus, pertencente aos Jesuítas.

Foi este Diogo Álvares Correa, natural de Vianna, pessoa nobre, e de linhagem conhecida da Província de Entre Douro, e Minho. Era moço, e o desejo, que levava a outros muitos sujeitos da sua qualidade naqueles tempos a sair de suas pátrias, e buscar nas novas conquistas do Reino alguma aventura, o arrastava agora para a da Índia em companhia de um tio seu, que em certa nau fazia para lá a sua derrota. [...] a sua nau se veio meter na grande boca da Enseada da Bahia, agitada de ventos contrários, onde sobrevindo-lhe outra tempestade, deu com ela, quebrados os mastros, e perdido o rumo, nos baixios, que ficam a leste da sua barra, a que o gentio chamava Mairagúiquiing; em fronte donde se mete no mar o Rio Vermelho, uma légua distante da ponta, que dizem do Padrão (atual Farol da Barra). Aqui tiveram todos, com a perda da nau, lastimoso naufrágio, do qual os que livraram com vida, não escaparam de serem presas do bárbaro gentio tupinambá, que habitava aquela costa, e ali acudiu, fazendo pilhagem, não só no que a despedaçada nau lançava às praias, muito melhor dos miseráveis naufragados, que recolhidos às suas estacadas, lhes foram servindo de gostoso manjar para repetidos dias. Menos Diogo Álvares Correa, que ou a sua sorte, ou a sua viveza, ou tudo junto com superior destino, lhe administrou para isso meios oportunos. Era moço, esperto, ágil, e de entendimento vivo, e vendo aquela gente mui ocupada na colheita dos vários despojos da perdida nau, introduzido com eles os ajudava a comboiar para onde via que eles os iam acomodando: e aqui começou a fortuna a traçar a sorte de Diogo Álvares. Este os servia cuidadoso, e eles o atendiam alegres.

Havendo já recolhido o gentio às suas estâncias tudo o que do naufrágio entendeu Ihes podia servir, e eles já também mais sossegados nas suas cabanas, tratou Diogo Álvares de preparar algumas daquelas armas; carrega uma, faz tiro com ela a certa presa (seria a alguma ave) dá com ela em terra, e foi tal o alvoroço no incauto gentio, que meninos, e mulheres se punham em fugida, e os maiores em espanto, e admiração, de verem, e ouvirem uma tal coisa, e especialmente o dano, e estrago, que causavam as balas sem serem vistas. Algum gênero de desconfiança alcançou Diogo Álvares do espanto, e temor do gentio, mas ele no melhor modo que pode os deixou satisfeitos, dando-lhes a entender, que aquele gênero de instrumento não fazia danos mais que a inimigos, que com facilidade, e menos perigo podiam ser vencidos com aquelas novas armas, do que com os seus antigos arcos, e flechas.

Em seu livro, Jaboatão demonstrou ter conhecimento de outras versões sobre as origens de Caramuru, a quem chamou de herói, mas preferiu expor a que lhe é era mais sensata. Na continuação da transcrição do manuscrito, Caramuru lutou junto com os índios, abatendo os inimigos com seu arcabuz e ganhando alta reputação. Com o tempo tornou-se o líder dos índios locais.

Diogo Álvares era chamado de Caramuru-Guaçu, que significava moreia grande. O apelido teria sido dado por Catarina Paraguaçu, referindo-se a Diogo Álvares, que pediu ao pai que não o matasse. Há dúvidas sobre essa versão. Ela seria muito jovem, talvez um bebê. As evidências indicam que Diogo Alvarez teve outras mulheres tupinambás antes dela.

Os Tupinambás já conheciam armas de fogo, por expedições portuguesas anteriores, como a de Gonçalo Coelho em 1501. Após a expedição de 1501, Portugal arrendou a exploração do pau-brasil a Fernão de Noronha, enquanto os franceses também se interessaram pelo recurso e exploravam a costa brasileira. Apesar do tratado de 1485 entre Portugal e França, os franceses agiam como piratas no Brasil.

Foi nesse contexto, que navegadores, que passavam pela Baía de Todos os Santos, relatavam a presença de um prestativo português, que os índios chamavam de Caramuru. Diogo Álvares aprendeu línguas e costumes dos nativos e teve várias mulheres. Entregava pau brasil a mercadores franceses e ajudava a reabastecer as embarcações. Com o tempo, passou a dominar o comércio na Baía.

Caramuru seguiu para a França, em 1527, com Catarina Paraguaçu, filha de um chefe tupinambá com uma francesa. Levados pelo navegador bretão Jacques Cartier, amigo de Caramuru. Paraguaçu foi batizada, em 30 de julho de 1528, na antiga Catedral de Saint-Malo, na Bretanha francesa, com o nome de Katherine du Brézil e casou-se com Diogo Alvares Correa (Caramuru). Seu registro de batismo é o primeiro documento conhecido de uma brasileira. O casal permaneceu na França por três anos.

Caramuru retornou à Bahia e prosperou. Tinha o respeito dos índios, de nobres e de reis europeus. Por volta de 1535, construiu a Igreja da Graça, a pedido de Catharina Paraguaçu.

Em 1536, chegou o donatário da Capitania da Bahia, Pereira Coutinho, que doou uma sesmaria a Caramuru, a qual incluía os atuais bairros da Graça, Chame-Chame e parte da Barra. Em 1540, construiu sua casa forte, perto da Igreja da Graça, onde morava com sua família. A área também abriga a Fonte da Graça, usada por Caramuru.

No século 16, existia escassez de mulheres brancas no Brasil e os homens que aqui se aventuravam uniam-se frequentemente com mamelucas franco-brasileiras. Assim surgiu a aristocracia brasileira.

Diogo Dias, neto de Diogo e Catarina, casou-se com a filha de Garcia d'Ávila, senhor da Casa da Torre (que deu o nome à Praia do Forte). Seus nobres descendentes viveram nessa castelo até o século 19 e foram protagonistas em muito da História do Brasil.

Diogo Álvares Correia faleceu na Bahia, em 05 de outubro de 1557, com setenta anos de idade, tendo sido sepultado no Mosteiro de Jesus, pertencente aos jesuítas, atual Catedral Basílica. Esses dados foram encontrados por Jaboatão, em um caderno de óbitos da antiga Sé da Bahia, com o seguinte texto (grafia da época):
"Aos sinquo dias do mes de Outubro de 1557 falleceo Diogo Alvares Correia, caramurú, da Povoação do Pereira; foi enterrado no Mosteiro de Jesus. Ficára por seo testamenteiro Joaõ de Figueiredo seo genro; o cura Joaõ Lourenço, a folhas 70."
Catarina Paraguassu contava oitenta e oito anos quando em 26 de Janeiro de 1583 morreu em Salvador da Baía, tendo ficado sepultada na Igreja de Nossa Senhora da Graça, local onde constam os seguintes dizeres:
“Sepultura de Catarina Alz senhora desta Capitania da Bahia a, qual, ela e seu marido Diogo Alz corrêa, natural de Viana derão, aos, senhores Reys de Portugal e fés e deu esta Igreja ao, Patriarca S., Bento, Era de 1582”.   
Esta lápide confirma a adoção do apelido Álvarez por parte de Catarina (Paraguaçu), o que contraria a tese de alguns de que teria passado a chamar-se “Catarina do Brasil” pelo batismo. Tal como, aliás, sucede com o nome próprio Catarina, associado ao da esposa do rei D. João III.

Caramuru doou aos jesuítas, em testamento, parte de sua fortuna. Deixou grande prole e tornou-se uma lenda. Catarina  faleceu em 1586 e sua Igreja foi doada aos beneditinos.

Diogo Álvares teve 14 filhos (outras fontes falam em 16), dos quais, 4 com sua mulher legítima Catarina e 10 com diversas índias. De Catharina, por outras fontes, além dos 4, dar-se conta de outros três filhos: 2 femeas e 1 macho (Diogo Alvares Correa Filho).
1. Ana Alvares, primogenita, c.c. Custódio Rodrigues Correa, pessoa nobre e das principais famílias de Santarém, donde era natural.
2. Genebra Alvares c.c. Vicente Dias, natural de Beja e moço fidalgo da Casa Real. Estes tiveram como filho Diogo Dias que viria a casar-se com Isabel de Ávila, filha do senhor do Castelo da Casa da Torre. (Clã dos d'Ávilas)
3. Apolônia Alvares c.c. Francisco de Mendonça
4. Grácia Alvares c.c. Antão Gil
5. Diogo Alvares Correa Filho c.c. sua sobrinha Maria de Mendonça, f.ª de Apolônia Alvares e de Francisco de Mendonça.
6. Baltasar Alvares
Maria Dias, f.ª de Genebra Alvares e de Vicente Dias, c.c. Francisco de Araújo, natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo e Maria de Araújo, da “nobilíssima família dos Araújo da Província de Entre Douro e Minho”. Foi sesmeiro em Sergipe e faleceu em Salvador da Baía em 27 de Agosto de 1602. Deste casamento houve três filhos sem geração e uma filha chamada Catarina Álvares que viria a casar com o seu tio paterno Baltazar Barbosa de Araújo, também ele natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo. Das duas filhas nascidas deste casamento, Francisca de Araújo e Joana Barbosa, esta veio a casar com António de Souza Drumond cuja genealogia nos levaria a uma autêntica incursão pela história da Europa e o povoamento da Ilha da Madeira.

Em reconhecimento dos seus serviços, o próprio governador-geral, Tomé de Sousa, armou cavaleiros três dos seus filhos – Gaspar, Gabriel e Jorge Álvares – e um dos seus genros, João de Figueiredo, tendo o rei D. João III confirmado no ano seguinte através de carta régia a concessão atribuída.

Para além das filhas que teve de Paraguassu, Diogo Álvares teve porém, muitos outros filhos e filhas das relações que manteve com numerosas índias.


GENEALOGIA:

1. Diogo Álvares Correia c.c. Catarina Álvares (Paraguaçu)
2.1. Ana Alvares, filha primeira de Catarina Alvares e seu marido Diogo Alvares Caramuru, foi casada com Custódio Rodrigues Correa, pessoa nobre e das principais famílias de Santarém, donde era natural e deles nasceram os filhos seguintes:
3.1. O padre Marçal Rodrigues Correa, vigário de Vila-Velha e povoação do Pereira.
3.2. O capitão André Rodrigues Correa, sem sucessão.
3.3. Paulo Rodrigues Correa, sem sucessão.
3.4. Lourenço Rodrigues Correa, sem sucessão.
3.5. Jorge Alvares Correa, sem sucessão.
3.6. Isabel Rodrigues, mulher de João Marante, sem sucessão.
3.7. Maria Correa, c.c. Aires da Rocha Peixoto, natural da cidade de Elvas, das principais famílias, sua mãe Leonor Peixoto era dos Alvarados, Peixotos do Porto. Aires da Rocha Peixoto veio para o Brasil por uma morte que fez, sendo de 16 anos. Assim o confirma um instrumento de sua nobreza e qualidade. Desta Maria Correa descendem os Rochas Peixotos e alguns Correas, que há nesta cidade da Bahia e seu recôncavo.
2.2. Genebra Álvares, f.ª segunda de Catarina Álvares e de seu marido Diogo Alvares Caramuru, c.c. Vicente Dias de Beja, natural da província do Alentejo, moço fidalgo da casa do infante D. Luiz. Assim se acha em vários papéis manuscritos feitos por pessoas antigas, que tiveram o cuidado de escrever e fazer memória dos sujeitos, que casaram com estas filhas de Catarina Álvares e seu marido Diogo Álvares Caramuru.
3.1. Diogo Dias, c.c. Isabel de Avila, f.ª natural de Garcia de Ávila, o velho, que veio à Bahia com Tomé de Souza, primeiro governador que fundou esta cidade. A dita Isabel de Ávila acima, antes de casar com o sobredito Diogo Dias havia sido casada com um fidalgo genovês, que a tirou por justiça, e vivendo com era no Itapuã, o matou um gentio, sem deixar sucessão alguma. Por morte deste casou então com o dito Diogo Dias; viveram sempre no Itapuã, aonde existe um grande penedo, à beira-mar no porto de cima, chamado a Pedra de Diogo Dias. Deste e de sua mulher Isabel de Avila nasceu único filho varão.
4.1. Francisco Dias de Ávila, filho de Diogo Dias e de sua mulher Isabel de Ávila teve o foro de cavaleiro fidalgo. Casou com Ana Pereira, filha de Manuel Pereira Gago e de sua mulher Catarina Fogaça; gente honrada de Porto Seguro. Deste Francisco Dias e de sua mulher Ana Pereira foi filho.
5.1 Garcia de Ávila, filho de Francisco Dias de Ávila e de sua mulher Ana Pereira foi capitão de ordenança, feito pelos governadores interinos Luiz Barbalho Bezerra, Lourenço de Brito Correa, e o Bispo, governador, no ano de 1641, pelos serviços de seu pai Francisco Dias no recebimento do exército do Conde de Bagnuolo, e teve o mesmo foro de fidalgo de seu pai. Casou com Leonor Pereira filha de Manoel Pereira Gago e de sua mulher Catarina Fogaça, irmã de sua mãe. Dessa Leonor Pereira e de seu marido Garcia de Ávila foram filhos:
6.1. Francisco Dias de Ávila, que se segue.
6.2. Bernardo Pereira Gago, (30) batizado a 2 de agosto de 1654, sem sucessão.
6.3. Catarina Fogaça c.c. Vasco Marinho Falcão; casaram a 23 de junho de 1659, e tiveram filhos, D. Leonor Pereira Marinho, que casou com seu tio Francisco Dias de Ávila, acima, e aí se acha a sua descendência. Teve mais esse Vasco Marinho Falcão dessa sua mulher Catarina Fogaça outra filha por nome Isabel de Ávila Marinho, que contra a vontade de seu pai casou com o capitão Manoel Paes da Costa e faleceu a 24 de janeiro de 1704. Sepultada no Carmo. E Vasco Marinho, seu pai, faleceu a 18 de agosto de 1666. Sepultado em S. Francisco.
3.2. Maria Dias. mulher de Francisco de Araújo, adiante.
3.3. Lourenço Dias, (14) sem geração.
3.4. Melchior Dias, (15) sem geração.
3.5. Vicente Dias, sem geração.
3.6. Catarina Álvares,- adiante.
3.7. Andresa Dias, mulher de Diogo de Amorim Soares,  filho de Francisco Soares, de Ponte de Lima; sem geração.
3.8. Francisca Dias mulher de Antônio de Araújo, irmão de Gaspar Barbosa, de Ponte de Lima. Segunda vez casou essa Francisca Dias como consta do assento seguinte; Aos 15 de fevereiro de 1597 recebeu o licenciado Pedro de Campos, deão de Sé, a Francisco de Aguilar, f.º de Jácome Duarte e de sua mulher Isabel de Aguilar, moradores na cidade de Braga, freguesia de S. João de Souto, com Francisca Dias, f.ª de Vicente Dias e de sua mulher Genebra Alvares.

2.3. Apolônia Alvares, c.c. João de Figueiredo Mascarenhas, fidalgo da casa de Sua Majestade e natural da cidade de Faro, no reino do Algarve. Era f.º de Lourenço de Figueiredo, que passou ao Brasil no princípio, em que se fundava a Bahia, por haver morto um cônego seu parente, e trouxe consigo a este seu filho de idade de 12 anos, os quais ambos fizeram a Deus e a el-rei grandes serviços na conquista desta capitania, pela qual razão el-rei D. João III lhe escrevia e o estimava muito. A este João de Figueiredo chamava o gentio o Buatucá. Teve de sua mulher os filhos seguintes:
3.1. Filipa de Figueiredo Mascarenhas, filha primeira de Apolônia Álvares e seu marido João de Figueiredo Mascarenhas, c.c. o capt. Antônio de Paiva, e deles nasceu:
4.1. Antônio Guedes de Paiva, que se segue. N. 6. Antônio Guedes de Paiva,  f.º de Filipa de Figueiredo, e de seu marido Antônio de Paiva, foi coronel; c.c. D. Ana de Araújo, que era viúva de Pedro Camelo, e teve f.ª, Ana batizada a 16 de novembro de 1689 na capela do engenho da Ponta.
3.2. Mícia de Figueiredo Mascarenhas, que c.c. Manuel Correa de Brito, faleceu Mícia de Figueiredo a 18 de agosto de 1614 e foi sepultada em Nossa Senhora da Ajuda. Destes foram filhos:
4.1. D. Violante de Araújo, filha de Mícia de Figueiredo Mascarenhas, e de seu marido Manuel Correa de Brito, foi casada com Francisco Fernandes Pacheco, fidalgo da casa de Sua Majestade, f.º de Gaspar Fernandes de Afonseca, também fidalgo, e tiveram filhos:
5.1. O capitão Francisco Fernandes Pacheco, cavaleiro da Ordem de Cristo, solteiro.
5.2. D. Luiza Pacheco, filha segunda de D. Violante de Araújo, e de seu marido Francisco Fernandes Pacheco, foi c.c. Bartolomeu de Vasconcelos, f.º de Paulo de Carvalhal de Oliveira, e de sua mulher D. Francisca de Aguiar Espinosa ou de Espínola, filha de Cristóvão de Aguiar Daltro e de sua mulher D. Ana de Figueiró, e tiveram uma só filha, que foi:
6.1. D. Maria de Vasconcelos, f.ª única de D. Luiza Pacheco, n. 4, e de seu marido Bartolomeu de Vasconcelos, foi c.c. Mateus de Aguiar Daltro, f.º de Custódio Nunes Daltro, Sr. de engenho em Cotegipe, e de sua mulher D. Isabel de Figueiró, e tiveram filhos, que vão adiante
5.3. Frei Antônio dos Anjos, religioso do Carmo.
2. Catarina Correa de Brito,  D. Violante de Araújo.
3.3. Maria de Figueiredo Mascarenhas, mulher de Sebastião de Brito Correa.
3.4. Grácia de Figueiredo, que c.c. Francisco de Barros, de Ponte de Lima, adiante.
3.5. Clemência de Figueiredo, mulher de Bento de Barbuda. Teve mais a Catarina, batizada na Sé a 21 de dezembro de 1557. isabel, batizada na Sé a 2 de março de 1559, pelo cura .João Lourenço.

2.4. Grácia Alvares, c.c. Antão Gil.
3.1. Catarina Gil c.c. Gaspar Barbosa
4.1. Domingos Barbosa de Araújo c.c. D. Luiza da França Corte-Real, f.ª de Afonso da França, e de D. Catarina Corte-Real.
3.2. Maria Gil, c.c. capitão Gonçalo Bezerra de Mesquita.
3.3. Cosme Gil,
3.4. Diogo Alvares
3.5. Lourenço Barradas
3.6. Antão Gil.


Clã da Família Alves em São Paulo:

Em São Paulo, cita-se o nome de: Francisco Alves, que foi Juiz Ordinário em 1554 e interinamente em 1555. Depois, alcaide e porteiro. Ainda vivia em 1558.


Clã da Família Alves em Pernambuco:

Em Pernambuco, uma das antigas famílias com este sobrenome, procede do Capitão Antônio Alves, nascido por volta de 1696, filho de Luís Alves da Costa e de Francisca de Barros. Neto paterno de Rodrigo Alves e de Maria Quaresma. 


Outros Clãs:

segunda-feira, 25 de março de 2019

Clã dos Araújos


O primeiro deste apelido parece ter sido Rodrigo Anes de Araújo, que teve o senhorio do castelo de Araújo, na Galiza, donde tomou o nome. Pretendem alguns genealogistas que vivera com seu pai nas gralheiras de Araújo, cujas terras herdara de sua mãe, e que fora o fundador do castelo. A origem desta família não é bem conhecida, pois se lhe atribuem diversas: os Azas, os Maias, o francês João Tiranoht, etc.

Rodrigo Anes de Araújo casou com D. Maior Álvares de Aza, sua parenta, segundo dizem, filha de D. Rodrigo Álvares de Aza e de sua mulher, D. Maria Pires de Ambia, casamento que Manso de Lima considera impossível. Deste Rodrigo Anes descenderam os Araújos da Galiza, onde foram senhores de muitos lugares, Vasco Rodrigues de Araújo e de sua mulher, o qual era neto do primeiro Rodrigo Anes, passaram a Portugal, cujos Reis serviram e foram progenitores das famílias destes apelidos existentes no Minho ou desta província derivadas.

Rodrigo Anes de Araújo,era descendente de membros das famílias reais do Reino de França e da Burgúndia através de um nobre cavaleiro chamado Jean Tiranoth. Jean Tiranoth com grande número de cavaleiros franceses e burgúndios tomaram parte na Reconquista da Galiza contra os mouros, e como recompensa, lhe foram doadas terras reconquistadas. Seu bisneto Pedro Anes de Araújo se passou para o Reino de Portugal, em torno de 1375.

Etimologia: 'Araújo' vem do celta, *āradūsion, lugar de passagem (espiritual), supostamente é uma referência a um santuário aonde os druidas desfaleciam em transe, com sua alma indo ao além, segundo as crenças kélticas. 

Armas: As armas usadas em Portugal, são: de prata, com aspa de azul carregada de cinco besantes de ouro, postos em aspa. Timbre: meio mouro, sem braços, vestido de azul e fotado de ouro ou a aspa do escudo. Os Araújos, alcaides-mores de Lindoso, usaram talvez armas diversas, semelhantes às dos Veloso.


BRASIL*

O Clã Araújo da Bahia:

Francisco de Araújo, natural de Ponte de Lima, filho de Gaspar Barbosa de Araújo e Maria de Araújo, da “nobilíssima família dos Araújo da Província de Entre Douro e Minho”, casou com Maria Dias, neta de Diogo Alvares Correia, o Caramuru, e de Catarina Alvares (Paraguaçu). Foi sesmeiro em Sergipe e faleceu em Salvador da Baía em 27 de Agosto de 1602. Deste casamento houve três filhos sem geração e uma filha chamada Catarina Álvares que viria a casar com o seu tio paterno Baltazar Barbosa de Araújo, também ele natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo. Das duas filhas nascidas deste casamento, Francisca de Araújo e Joana Barbosa, esta veio a casar com António de Souza Drummond, nobre família de origem escocesa (Clã dos Drummonds), estabelecida na ilha da Madeira.

Em reconhecimento dos seus serviços, o próprio governador-geral, Tomé de Sousa, armou cavaleiros três dos seus filhos – Gaspar, Gabriel e Jorge Álvares – e um dos seus genros, João de Figueiredo, tendo o rei D. João III confirmado no ano seguinte através de carta régia a concessão atribuída.

Pernambuco:

Na família Araújo, se registra a ilustre figura de Amador de Araujo Pereira, em Pernambuco, um dos heróis da Insurreição Pernambucana. Foi natural da Província do Minho, onde seus pais Pedro Gonçalves, o Novo, e Felippa de Araujo Pereira, aparentado em grau muito próximo com a casa de Esquivo e com a de D. Miguel de Azevedo e de Luiz de Miranda Pereira, com cujos parentes conservou sempre comunicação, como se prova das cartas que conservam seus descendentes. Veio a Pernambuco antes da entrada dos Holandeses e casou na freguesia de Ipojuca com D. Maria da Costa de Luna, filha de Álvaro Gonçalves de Luna e de sua mulher Isabel da Costa. 

Amador de Araujo é em Pernambuco o tronco da família de seu sobrenome. Dele fazem honorífica memoria os autores que escreveram a guerra dos holandeses, na qual foi eleito Capitão-mór de Ipojuca, e procedeu com tanta honra que S. Majestade em atenção aos seus serviços o nomeou governador de São Thomé, posto que não logrou por falecer quando estava para embarcar.

É Amador Araújo que desencadeia a insurreição em 17 de junho de 1645. Ao seu comando, e de par com o capitão Agostinho Fagundes, dirige um terço de 400 homens com o qual cercou Ipojuca, e prendeu a guarnição holandesa. Em 24 de junho, o comandante holandês, Henrique Hus, sai a sombra da noite, com tropa de 600 homens, para debelar o motim de Ipojuca. No caminho comete inúmeras atrocidades em puro atos de covardia. Há uma légua de Ipojuca, em Tabatinga, Fagundes o embosca com 20 homens, consegue dar morte a 3 holandeses e ferir outros tantos, se retira, e volta a se unir a Amador de Araújo, que abandona sua posição na vila e busca o encontro de suas tropas com as de Fernandes Vieira. Durante 45 dias, Amador Araújo, entreteve o exército de holandês, o acuando e detendo seu avanço, possibilitando a mobilização do exército de João Fernandes Vieira, que de par com a sua tropa, se bateria com os holandeses na Batalha do Monte das Tabocas, impondo a primeira grande derrota militar aos hereges.

Manoel de Araujo de Miranda, Filho de Amador Araújo, foi Capitão na guerra dos holandeses e morreu valerosamente na segunda batalha dos Guararapes. Foi casado, e segundo marido de 3 que teve D. Lourença Correia, irmã de João Correia Barbosa, Cavaleiro da Ordem de Christo e Capitão-Mór de Ipojuca.


GENEALOGIA DOS ARAÚJO PEREIRA

1. Amador de Araújo Pereira c.c. D. Maria Costa de Luna

2. Manoel de Araujo de Miranda, c.c. D. Lourença Correia, irmã de João Correia Barbosa, Cavaleiro da Ordem de Christo e Capitão-Mór de Ipojuca, e foram seus filhos:
3 — Manoel de Araujo de Miranda, Capitão de Auxiliares, no cerco de cabo de Ipojuca e Serinhaem, de que era Mestre de Campo Marcos de Barros Correia, por Patente de 10 de Fevereiro de 1666, da qual consta que seu pai falecera na segunda batalha dos Guararapes. As memórias do Capitão Jer°. de Faria de Figueiredo, dizem que foi casado com Maria da Cunha e que o matrimonio [...]
3—Luiz de Miranda Pereira, que também foi Capitão de Auxiliares do Terço do Mestre de Campo Marcos de Barros Correia na Companhia que se formou da gente que sobrou das Companhias de Bernardo Vieira e de seu irmão Manoel de Araujo Miranda, por Patente de 12 de Março de 1666, e delia consta que seu pai morrera na segunda batalha dos Guararapes. Casou com Beatris de Brito de Vasconcellos, irmã de seu ultimo padrasto o Capitão Domingos Gomes de Brito e filho de Diogo de Brito Borges, e de sua mulher Custodia Gomes de Abreu. Ainda vivia o dito Luiz de Miranda Pereira, em 1693, e teve de sua mulher os seguintes filhos:

2. Bernardino de Araujo Pereira, foi Capitão de Cavalos de Ipojuca. por Patente de 12 de Março de 1666. Ao 1º de Novembro de 1664, assinou termo de Irmão da Mizericordia de Olinda e dele consta que já então era casado com D. Ursula Cavalcante d'Albuquerque, filha do Capitão Pedro Cavalcante d'Albuquerque. Fidalgo da Casa Real e Cavalleiro da Ordem de Christo, e de sua mulher D. Brasia Monteiro.


O Ramo Araújo Costa no Ceará:

No Ceará, um dos ramos da família Araújo, são os "Araújo Costa", que advem de José de Araújo Costa, natural do Porto, região do Minho, Portugal, filho de Pedro Araújo e de Maria Sá, ambos portugueses, vindo a se casar com D. Brites Vasconcellos, natural de Goiana (Pernambuco), filha de Manoel Vaz Carrasco, e de D. Maria Magdalena, ambos de Igarassú, Pernambuco. E se estabelecendo no vale do Acaraú, região norte do Ceará. 

Um de seus filhos, Diogo Lopes Araújo Costa, nascido em 08 de março de 1761, e batizado no dia 22 do corrente mês e ano, teve 16 filhos, com três mulheres diferentes.  Um outro, José de Araújo Costa, teve 11 filhos: 3 homens e 8 mulheres. 

Outros Clãs:


*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não documentados.

terça-feira, 19 de março de 2019

Clã dos Andrade(s)


A Família Andrade é uma das mais antigas de que se tem registro em toda península ibérica. Sua origem advêm do reino da Galiza, cujo solar, a freguesia de Andrade, se localiza perto de Ferrol, atual município de Pontedeume, de cujas vilas o rei D. Henrique II fez mercê a seu privado Fernão Peres de Andrade, descendente de Bermudo Peres de Traba Freire de Andrade, que provinha dos antigos condes de Traba e Trastâmara.

Os Andrades, ou Andradas, usaram também tradicionalmente o apelido Freire, e os dois sobrenomes passaram a considerar-se indissociáveis, usando uns Andrade Freire, outros Freire de Andrade, como isoladamente.

A origem etimológica vem do celta: anderātis, significando “grande baluarte, fortaleza”, Andrade.

Galiza

Sepulcro de Fernan Perez de Andrade, figurando o mito
celta da "caça selvagem". O javali era signo celta do saber letrado. 
O Urso, a força selvagem guerreira, Berserker.
No final do Século XII, começou a tomar importância uma família originária de Andrade de cujas vilas o rei D. Henrique II fez mercê a seu privado Fernán Pérez de Andrade, descendente de Bermudo Peres de Traba Freire de Andrade, que provinha dos antigos condes de Traba e Trastámara. Esta família chegaria a dominar as terras de Ferrol, Pontedeume, Betanzos e Vilalba.

Atualmente, as propriedades que pertenceram aos Condes de Andrade e Vilalba, fazem parte das muitas outras posses da Casa de Alba.

A esta família pertenceram alguns personagens importantes da história da Galiza, como:
  • Fernán Pérez de Andrade, o Bom
  • Nuno Freire de Andrade, o Mau



Castelo dos Andrades, construido pelo
Conde Fernan Perez de Andrade em 1369,
destruido em 1467, e posteriormente reedificado,
novamente destruido em 1486, e restaurado
no Séc. XIX pelo Duque de Alba.
Portugal

Os principais ramos portugueses provêm de Rui Freire de Andrade (1295–1362), que veio para Portugal com os seus dois filhos D. Nuno Rodrigues Freire de Andrade (c. 1300–1372), mais tarde 6º mestre da Ordem de Cristo, e Vasco Freire.

João Fernandes de Andrade, filho de Fernão Dias de Andrade e de D. Beatriz da Maia, serviu os reis D. Afonso V e D. João II nas tomadas de Arzila e de Tânger e, em recompensa dos seus serviços, teve mercê nova de armas (28 de Fevereiro de 1485), além da doação, na ilha da Madeira, das terras do Arco da Calheta.







Brasil

Pedro da Cunha de Andrade, Moço Fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Cosma Froes, irmã de Leonardo Froes. Foi Pedro da Cunha de Andrade natural de Lisboa e um dos cabos principais da primeira guerra dos Holandezes, filho de Ruy Gonçalves de Andrada, Moço Fidalgo da Casa Real e natural da Ilha da Madeira, e de sua mulher D. Leonor da Cunha, filha B. de Nuno da Cunha que serviu na índia e foi Capitão-mor de Malasar, o qual foi filho de Tristão da Cunha e de sua mulher D. Helena de Athayde, irmã de D. Luiz Athayde, primeiro Conde e Senhor de Atouguia que foi duas vezes vice rei da índia. Tristão Gonçalves foi filho de Simão da Cunha, Comendador da Comenda de S. Pedro de Torres Vedras, Trinchante do Rei D. João o 3." e irmão do grande Nuno da Cunha, Governador da India, onde ele também serviu e de sua mulher D. Isabel de Menezes.

Pedro da Cunha de Andrade, foi eleitor da câmara dos escabinos, quando da dominação holandesa, juntamente com Antonio Carneiro Mariz. A proximidade uniu as duas famílias com quem Pedro da Cunha de Andrade casou sua filha, D. Cosma da Cunha, com o filho de Antonio Carneiro: Manoel Carneiro de Mariz.

Pedro da Cunha de Andrade, tomou parte na batalha das Tabocas, foi um dos capitães de guerra, posteriormente caiu prisioneiro dos holandeses, que o extorquiu em 5 mil florins para poupar sua vida.

GENEALOGIA DA FAMÍLIA CUNHA DE ANDRADE:

Rui Gonçalves de Andrade c.c D. Leonor da Cunha

1. Cel. Pedro da Cunha de Andrade c.c. D. Cosma Froes

2. D. Cosma da Cunha c.c. Manoel Carneiro de Mariz,

3. Pedro da Cunha de Andrade c.c. D. Anna de Vasconcellos, filha de João Gomes de Mello e de Anna de Hollanda,

4. Pedro da Cunha Pereira, c.c. D. Catharina Bezerra, filha de Antonio Bezerra Barriga e de D. Isabel Lopes. Deste matrimônio nasceram:

5.1. D. Leonor da Cunha Pereira.
5.2. D. Catharina da Cunha, casou com Diogo Soares de Albuquerque.
5.3. D. Anna da Cunha Pereira, que casou com Arnáo de Hollanda Barreto, e da sua descendencia se diz em titulo de Regos, Provedores da Fazenda Real de Pernambuco.
5.4. D. Marianna da Cunha Pereira, casou com Manoel da Rocha Bezerra, irmão de seu cunhado Francisco da Rocha Bezerra e filho do dito Antônio da Rocha Bezerra e de sua primeira mulher Isabel do Prado.
5.5. João da Cunha Pereira, foi Moço Fidalgo da Casa Real, casou com D. Constância da Cunha Manelli, filha de Fernando Soares da Cunha e de sua mulher D. Brites Manelli, filha de Fernão do ...... e deste matrimônio não houve sucessão. Houve o dito João da Cunha Pereira ilegitimo em uma mulher nobre ao filho seguinte:


6. João da Cunha Pereira


Família 'Berenguer de Andrade' de Pernambuco:

Francisco Berenguer de Andrade/Andrada. Fidalgo da Ilha da Madeira. Chegou a Pernambuco no começo do séc. XVII. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Coronel. Juiz de Órfãos. Um dos homens mais notáveis da Capitania pela sua família, posição social e fortuna. Foi um dos principais líderes da Restauração Pernambucana cujo compromisso com a causa foi assinado em 23-05-1645.

Dispendeu por sua conta uma grande fortuna em favor da Restauração na guerra contra os holandeses. Ouvidor nomeado por Provisão dos Mestres de Campo governadores na guerra, André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira (seu genro). Senhor do engenho Jiquiá (São Timóteo, Novo, Santo Antônio, Mingau)/ Mangueira-Recife.


Genealogia dos Berenguer de Andrade:

Francisco Berenguer de Andrada c.c. Joanna de Albuquerque, fª de Antônio da Rocha e de D. Simoa de Albuquerque, Neta paterna da Belchior da Rocha, que vivia em Olinda em 1570. Descendente de Jerônimo de Albuquerque.

2.1- Antônio de Andrade – Cavaleiro da Ordem de Cristo. C.c. (?), em Portugal. (c.g.);
2.2- Christóvão Berenguer de Andrada – Cavaleiro da Ordem de Cristo. C.c. D. Florência de Andrada, viúva de Gabriel Soares (o velho);
2.3- D. Maria César – C.c. João Fernandes Vieira, Fidalgo da Casa Real (Cons. de Guerra da Casa Real, Alcaide-mor da Vila de Pinhel, Comendador de São Pedro de Torradas e Santa Eugênia da Alta Ordem de Cristo, Mestre de Campo, Governador da Paraíba, Gov. e Capitão General de Angola, líder da Restauração Pernambucana, Superintendente das Fortificações das Capitanias do Norte do Brasil). (s.g.);
2.4- D. Luzia de Andrada c.c. João de Freitas Correia – Fidalgo da Ilha da Madeira, filho segundo da Casa dos Morgados da Madalena.

2ª Casamento: Francisco Berenguer de Andrade c.c. D. Antônia Bezerra, filha de Antônio Bezerra, o Barriga, da casa dos morgado de Paredes em Vianna/PT.

2.5- Francisco Berenguer de Andrade – Capitão-mor de Igarassu. C.c. D. Thereza, filha do Capitão-mor Jerônimo Cesar de Mello.
2.6- Manoel Dias de Andrade Berenguer – Cavaleiro da Ordem de Cristo. C.c. D. Marianna Cavalcante de Albuquerque, viúva de Gaspar Accioly de Vasconcelos. Filha do Cel. Antônio Cavalcante e de D. Maria Joanna, viúva de Gaspar Accioli de Vasconcellos. (c.g.);
2.7- Antônio Bezerra, nascido na Paraíba;
2.8- João Cesar – Nascido na Paraíba;
2.9- Feliciana Berenguer – falecida solteira;
2.10- Úrsula Berenguer – C.c. Diogo Falcão d’Eça; 11- (NI) – C.c. Fernão de Sousa.
         3.1- Luisa Felipa d´Eça cc Cpt. Mór Antonio Alves Bezerra, fº de Francisco Camello Valcaçar e de Catarina de Vasconcellos .
          3.2- Francisca Luisa Berenguer cc Francisco Alves Camello, fº de Francisco Camello Valcaçar e de Catarina de Vasconcellos. 


Manoel Dias de Andrade


Ramo Andrade na Bahia:

A família Andrade no Brasil se registra Gaspar Carvalho de Novaes, filho de Pero Vaz de Carvalho e de sua mulher Cecília Feijó Barbosa, naturais todos de Entre Douro e Minho, e nascidos os filhos que teve o sobredito Gaspar Carvalho de Novaes na freguesia de S. Maria da Silva em Pernambuco, casado com Ana Brandão, filha de Gaspar de Caldas de Souza, juiz dos órfãos de propriedade do conselho de Loura, e de sua mulher Catarina de Andrade.

De Gaspar Carvalho de Novaes e de sua mulher Ana Brandão foram filhos:

1. Antônio de Souza de Andrade, que se segue.
2. João de Andrade, sacerdote e abade de S. Miguel de Fontoura.
3. Ana Brandoa, sem casar no ano de 1680.
4. Isabel Brandoa de Souza, viúva de Melchior Barbosa de Lima, já no mesmo ano.


Bernardino Freire de Andrade
1º Conde de Bobadela
Bernardino Freire de Andrade:
 governador e capitão-general do Rio de Janeiro durante trinta anos: (1733-63). Estudou no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra e progrediu na carreira militar durante a Guerra de Sucessão da Espanha. Foi nomeado Capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro em 1733 e tomou posse do cargo em 26 de julho. Também foi comissário e primeiro plenipotenciário de Portugal nas conferências sobre os limites da fronteira ou parte meridional do Estado do Brasil com as colônias espanholas da América do Sul.

Em 1735, Bernardino Freire de Andrade recebeu o encargo de administrar também Minas Gerais e em 1748, havendo aumentado a população de Goiás, Cuiabá e Mato Grosso, foi incumbido de administrar as duas novas capitanias que se fundaram. Ele foi enviado ao Brasil para ser governador da Capitania do Rio de Janeiro e acumulou sob seu comando os territórios de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e sul do Brasil. 

Bernardino Freire de Andrade foi um governador que atuou intensamente em favor da cultura e instrução na colônia: Academia dos Felizes (1736) e a Academia dos Seletos (1752). Realizou obras como o Aqueduto da Carioca, a Casa dos Governadores terminada em 1743 e o chafariz ou fonte pública da praça do Carmo. Incentivou também a construção de importantes obras religiosas, como o Convento de Santa Teresa e o Convento da Ajuda (demolido). Permitiu a abertura da primeira tipografia da colônia criada no Rio de Janeiro em 1747 por Antônio Isidoro da Fonseca, mas que teve de ser fechada por ordem do governo português. Depois da atuação notável como governador, agiu para o aproveitamento das minas de Paracatu recém descobertas e esforçou-se para tentar acabar com a falta de controle da circulação do ouro e a desorganização da coleta dos quintos. Reprimiu o contrabando articulado a partir do Rio, estabeleceu um sistema de taxas sobre o ouro de Minas, determinou a imposição de um contrato sobre os diamantes do Tijuco distrito que Portugal mantinha rigorosamente fechado e supervisionou a renovação urbana do Ribeirão do Carmo rebatizada Cidade Mariana em homenagem à Rainha D. Maria Ana de Áustria.

Em decorrência do Tratado de Madrid (1750), o governador deslocou-se em 1752 junto com Fernandes Alpoim para o sul, para delimitar as fronteiras com as colônias espanholas. Comandou as tropas luso-espanholas, vencendo, em menos de seis meses, os índios guaranis durante a Guerra Guaranítica (1754-1756).

Auxiliava os que se dedicavam ao estudo e entre os muitos que mandou educar no seminário de São José esteve José Basílio da Gama que, depois de concluir seus estudos na Europa, escreveu o poema  "O Uraguai", que trata sobre a guerra guaranítica, e que tem por herói Gomes Freire (1769).

Foi responsável por grandes melhorias na tecnologia militar, destacando a criação, em 1762, da “Casa do Trem da Província do Rio de Janeiro”, destinado ao abrigo e reparo do equipamento de Artilharia do Exército Colonial. A Casa do Trem é o marco de origem das atividades da indústria bélica no Brasil Colônia, e precursora dos atuais Arsenais de Guerra do Exército Brasileiro.

Depois do Pacto de Família, Portugal declarou guerra à Espanha, de que resultou D. Pedro de Cevallos tomar a cidade de Colônia do Sacramento, arrasando-a, e à qual nunca chegaram socorros do Rio de Janeiro. Diz-se que a notícia desse fato (dezembro de 1762), lhe causou tal desgosto, que adoeceu, morrendo em 1 de janeiro de 1763. Tendo sido sepultado na capela do convento de Santa Teresa - RJ. Deixou em testamento um valiosíssimo morgado em favor do irmão, José António Freire de Andrade, pois não se casou nem teve filhos.

*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos familiares que advieram para o Brasil em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não registrados.



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