sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Clã dos Barretos


BARRETO. Entre as mais antigas e nobres famílias de Portugal encontra-se a dos Barretos, pois descende de D. Arnaldo de Baião, pai de D. Guido Araldes, avô de D. Soeiro Guedes, bisavô de D. Nuno Soares, trisavô de D. soeiro Nunes, 4º avô de Nuno soares, que casou com Maria Pires Perna, filha de D. Pedro Pais Escacha.

De Nuno Soares e de sua milher, Maior Pires Perna, nasceu Mem Nunes Velho, sepultado no mosteiro de Carvoeiro, junto da barra de Viana do Castelo, o qual de seu casamento teve filhos que tomaram o apelido de Barreto, parece que derivado de terem solar junto da referida barra. Gomes Mendes Barreto, filho do sobredito Nem Nunes Velho, possuiu, por sua mãe, parte do padroado da vila de Marim, e uma herdade na mesma freguesia.  Viveu em tempo dos Reis D. Afonso II e D. Sancho II e recebeu-se com D. Constança Pais, filha de D. Paio Gomes Gravel e de D. Sancha Pais, de cujo matrimonio houve geração, continuadora do apelido.

Heráldica, brasão de armas da família Barreto: em campo de prata, semeado de arminho negros.

Timbre: uma dama vestida de prata e arminhos, com as mãos cobertas e os cabelos soltos (Sanches Baena, II, 24).


Brasil:

A Família Paes Barreto em Pernambuco:

Paes Barreto
A saga de João Paes Barreto, cabeça do clã Paes Barreto em Pernambuco, ilustra as motivações, como as de várias outras famílias pertencentes a aristocracia nortenha, que vieram para o Brasil.  Segundo filho de Antônio Velho Barreto (Cavaleiro da Ordem de Cristo, Morgado de Bilheira) e de Mariana Pereira da Silva, da Casa dos Regalados. Neto de João Velho Barreto, bisneto de Mendo Paes Barreto e trineto de Florentino Barreto (senhor da Torre de Constantino Barreto), era João Paes Barreto pertencente a uma nobilíssima família do Minho, das mais nobres de Portugal, contudo, sendo segundo filho, sem direito à herança. Isso o leva, como a vários outros,  a preferir imigrar para o Brasil e se fazer senhor de suas próprias terras (dominus brasilis) ao invés de se submeter a tutela e caprichos do irmão primogênito. 

João Paes Velho Barreto veio para o Brasil ainda adolescente, em 1557, com 13 anos, trazendo apenas sessenta mil réis, como muitos moços que os morgadios minhotos destinavam à aventura ultramarina. Natural de Viana do Castelo, norte de Portugal, casou-se com D. Inês Guardez, filha de Francisco de Carvalho Andrade e de sua mulher Maria Tavares Guardez, senhores do Engenho São Paulo, na Várzea do Capibaribe. Recebeu o engenho Guerra, de seu genro, como dote de sua mulher.

Ao pisar em terras brasileiras (1557 a 1560) logo começou a trabalhar e tomou parte nas milícias que conquistaram o sul da Capitania. Na sequência dessas lutas pela terra, à medida que iam sendo conquistada, eram repartidas entre portugueses que tinham prestado relevantes serviços.

João Paes Barreto no final do primeiro século adquiriu, em Olinda, um engenho de propriedade de Luiz Henriques, e outro chamado eng. São João, em Cabo de Santo Agostinho. Confiante no sucesso da nova jornada dedicou-se com entusiasmo à produção de cana-de-açúcar.

Participou como Capitão dos Cavalos de várias campanhas militares contra os índios da Mata Sul da Capitania de Pernambuco. Como recompensa pelos serviços prestados recebeu sesmaria (1571) no Cabo de Santo Agostinho, ao sul do rio Jaboatão, no baixo Pirapama (antes rio Arassuagipe). 

Como Capitão do Cabo de Santo Agostinho e contando 45 anos, prestou serviços de alta monta na colonização da Paraíba, acudindo a convocação do Ouvidor Martim Leitão para conquista da Parahyba contra os franceses. Naquela que foi, segundo o conceito de Frei Vicente Salvador: "o mais belo exército que Pernambuco já viu nem sei se verá". 

O nome de João Paes Barreto é lembrado como o herói da batalha da Baía da Traição-PB  (1584), aonde lutou heroicamente com seus 300 homens, após 05 dias de viagem.

João Paes Velho Barreto, foi um dos que participaram da famosa missa pela conquista da Fortaleza dos Santos Reis-RN, em 24/06/1588.

Em 1592 foi Comandante de um dos navios armados em guerra pelo Capitão-mor de Pernambuco, Manuel Mascarenhas Homem, para a expulsão definitiva dos índios e franceses do Rio Grande do Norte.

Chegando a ser o homem mais rico na então Nova Lusitânia. Paes Barreto chegou a ter oito a dez engenhos que deixou para seus oito filhos. Foi o primeiro senhor de engenho a realizar o sonho de deixar um engenho para cada filho e orgulho para seus descendentes como dizia Joaquim Nabuco, descendente pelo lado materno.

João Paes Velho Barreto é também lembrado pelo seu profundo senso social, um dos benfeitores daquela bela aristocracia rural que surgiu em Pernambuco. Cuidou das famílias dos colonos e da sociedade local. Desenvolveu as propriedades, deu conforto aos seus e ajudou aos necessitados. Proporcionou instrução aos filhos e servidores, mantendo em suas terras escolas para o ensino de leitura, latim e aritmética. Mantinha pedreiros, marceneiros e obreiros.

Paes Barreto faleceu em 21/05/1617, com "odor de santidade", ganhando a distinção de ingressar no hagiológio de varões santos ou virtuosos de Portugal e de suas conquistas que Jorge Cardoso escreveu em meados do século XVII. Para a fama de piedoso concorreu, sobretudo ter sido provedor e grande benfeitor da Santa Casa de Misericórdia de Olinda.

Em 1637, no grande êxodo que se seguiu após a queda do arraial do Bom Jesus e a sedimentação do domínio holandês, seguiram com Mathias de Albulquerque para Bahia. Sendo seus bens e engenhos confiscados pelos holandeses.



GENEALOGIA DOS PAES BARRETO:

1. João Paes Barreto c.c. D. Inês Tavares Guardez, nascida em 1544, filha de Francisco de Carvalho Andrade e de Maria Tavares Guardez.
2.1 João Paes Barreto falecido e sem geração.
2.2 Estevão Paes Barreto – c.c. D. Catarina de Castro de Távora, filha de Martim Fernandes Távora e de Margarida Castro. C.g;
2.3 Filipe Paes Barreto  c.c. Brites de Albuquerque. Preso pelos holandeses quando fugia para a Bahia, ao atravessar o Rio São Francisco, retornou a Pernambuco e negociou seu eng. Garapu.
2.4 Cristóvão Paes Barreto c.c.  Margarida de Melo (não Maria), filha de João Gomes de Mello e Anna de Hollanda. Capitão-mor do Cabo de Santo Agostinho. Fidalgo Cavaleiro da Ordem de Cristo.
2.5 Miguel Paes Barreto que faleceu solteiro.
2.6 Diogo Paes Barreto
2.7 Catarina Paes Barreto c.c.. Luís de Sousa Henriques, que recebeu de dote o Morgado de Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho;
2.8 Maria Paes Barreto, freira.


Ramo da Família Barreto no Rio de Janeiro:

No Rio de Janeiro, entre seus mais antigos povoadores, registra-se Francisco Barreto (1570), que deixou descendência do seu casamento com Maria Gonçalves. Ainda no Rio de Janeiro, a antiga família do Capitão Antônio Pacheco Barreto, vereador em 1641, que deixou numerosa descendência do seu casamento, antes de 1619, com Úrsula de Brito, que foi filha de João Pereira de Souza Botafogo, patriarca da família Botafogo, do Rio de Janeiro. Desta união descendem alguns Barreto de Brito, no Rio de Janeiro. Entre os descendentes do casal, registram-se:
I - a filha, Adriana Barreto (batizada em: 30/08/1619, Rio, RJ - 09.1708, idem), matriarca da família Carvalho de Figueiredo (v.s.), do Rio de Janeiro;
II - o filho, o licenciado Padre Sebastião Barreto de Brito (bat. 27/01/1628, Rio, RJ - 26.06.1693, idem), padre, foi vigário colado da freguesia da Candelária e governador do bispado do Rio de Janeiro. Serviu de Vigário da Freguesia de Nossa Senhora da Candelária, de 04.1668 a 26.06.1693. Foi o 2.º Vigário colado. Foi quem tomou posse do Bispado e o inaugurou, governando-o por procuração de D. José de Barros Alarcão, desde 14 de Dezembro de 1681;
III - o neto, padre Antônio Barbosa, da companhia de Jesus;
IV - o neto, padre Manuel Dias de Andrade, clérigo, coadjutor da Candelária.
Registra-se ainda, mais 23 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.


Ramo da Família Barreto em São Paulo:

Em São Paulo, entre os mais antigos: os irmãos Roque Barreto (f.1634), casado, em São Paulo, com Ana Moreira; Nicolau Barreto, casado, em São Paulo, com Lucrécia Moreira; e Francisco Barreto [tes.1607], casado, em São Paulo, com Maria Jorge.



Outros Clãs:

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Clã dos Lins/Linz


A família Lins procede de Linz na Áustria, aonde se registra em 1296 o nome de HEINRICH der Linzer (I) cidadão de Ulm. Em 1350 aparece HEINRICH LINZ (II) negociante de Ulm, em Esslingen e em Frankfurt. Bisneto do precedente, † após 1404. ALBRECHT LINZ (II). À HANS LINZ e seus irmãos, em 2.12.1430 é concedido carta de brasão de armas, por Sigismundo de Luxemburgo. KONRAD LINZ, cidadão de Ulm, onde foi juiz em 1488, provedor do hospital local (1490– 97) e conselheiro municipal em 1497; † 1497. Recebeu dos condes de Montfort o senhorio de Dorndorf, que passou a juntar ao seu nome. Com ZIMPRECHT LINZ VON DORNDORF, Hugo von Montfort confirma o senhorio de Dorndorf. casa em 1490 com Barbara Gienger, † 7.12.1508, filha de Matthäus Gienger e de s.m. Ursula Hutz; n.p. de Jakob Gienger o velho, comerciante riquíssimo de Ulm; n.m. de Hans Hutz, ourives de Ulm e conselheiro municipal. Dele descende BARTHOLOMMÄUS LINZ VON DORNDORF (I), pai de SEBALD LINZ (o mesmo Sebaldo Lins, que se estabelece em Olinda-PE) e  SEBALD LINZ VON DORNDORF (I) gêmeo de Bartholommäus, que irá ser o fundador do tronco dos Lins em Porto Calvo-AL.  Havendo menção ainda de um outro irmão chamado KONRAD LINZ, que teria passado á Bahia, porém sem ser casado, mas que tivera lá filhos naturais. 

Heráldica, Brasão da Família Linz / Lins: “de vermelho, com uma faxa de azul cosida do campo, carregada de três estrelas de seis pontas de ... Por timbre, uma capela de penas de pavão entre dois probóscides faxados de vermelho e azul de três peças, carregada cada peça de uma estrela de cinco pontas de ... ”


Clã da Família Lins no Brasil:

A família Lins é uma das mais antigas famílias brasileiras e dos seus principais troncos, vindo para o Brasil, ainda, com Duarte Coelho em 1540, por intermédio de dois irmãos e um de seus sobrinhos: Sebald Linz von Dorndorf (I), que se estabelece em Olinda-PE, seu sobrinho Sebaldo Lins (II) em Porto Calvo-AL, e Konrad Linz (irmão de Sebald Linz I) na Bahia. 

Os Lins de Olinda inicialmente se entrelaçam com os Albuquerques, e um dos ramos de sua descendência, com a família Hollanda. Os de Porto Calvo também se ligam a família Hollanda, formando um interessante clã germânico no Brasil, que posteriormente também irá se entroncar com os Wanderley (Van der Ley). 

O ramo de Pernambuco, com Sibaldo Lins, casou e foi segundo marido de D. Brites d'Albuquerque, viúva de Gaspar Dias de Athayde e filha de Jeronymo de Albuquerque e de D. Maria do Espirito Santo Arco Verde, da qual D. Brites teve com Sibaldo Lins três filhos e duas filhas.

O ramo de Porto Calvo-AL, com Christóvão Lins casou com Adrianna de Hollanda, a primeira de cinco filhas que tiveram Arnáo de Hollanda e sua mulher Brites Mendes de Vasconcellos, tiveram 4 filhos.

Deram para o Brasil seus primeiros herois, Cristóvão Lins, é dos principais capitães de guerra entre os restauradores de 1645.

O nome “Cristóvão Lins” se repete pelo menos cinco vezes nas gerações dos Lins que se sucedem, destes. O 1º é o fundador de Porto Calvo, tronco dos Lins em Alagoas, o segundo é neto deste, filho de Bartholomeo Lins, seu pai, e foi esse Cristóvão Lins (II) um dos Restauradores de 1645. O 3º filho de Cibaldo Lins, sobrinho de Cristóvão Lins (II), e por assim, bisneto do primeiro Cristóvão Lins. O 4º “Cristóvão Lins” é filho de José Barros Pimentel, neto do primeiro Rodrigo de Barros, e casou com Méssia Lins de Almeida, filha de Cristóvão Lins (II), do qual foi genro portanto.

CRISTÓVÃO LINS (I), por volta de 1590 veio descendo do norte para o sul, em 1600 já é alcaide-mor de Porto Calvo e senhor do engenho Buenos Aires, que seria o mais antigo de Alagoas. Teria sido no engenho Buenos Aires, que a comitiva de Salvador Correa de Sá teria se hospedado, quando forçado por avarias no navio que seguia para Portugal, desembarcaram em Coruripe em 1601. 

CRISTÓVÃO LINS (II) Cavaleiro da Ordem de Cristo e alcaide-mor proprietário de Porto Calvo (1657). Era solteiro em 1673, mas casou com sua prima Brites de Barros Pimentel, filha de Rodrigo de Barros Pimentel e de Jerônima de Almeida.



GENEALOGIA DA FAMÍLIA LINS:

1 ZIMPRECHT LINZ VON DORNDORF, Nele Hugo von Montfort confirma o senhorio de Dorndorf. C. em 1490 c. Barbara Gienger, † 7.12.1508, filha de Matthäus Gienger e de s.m. Ursula Hutz; n.p. de Jakob Gienger o velho, comerciante riquíssimo de Ulm; n.m. de Hans Hutz, ourives de Ulm e conselheiro municipal.
2.1 Bartolomeu Lins (Bartholommäus Linz von Dorndorf), irmão gêmeo de Sebald cc Suzana Rang:
3.1 Sibaldo Lins (Sebald Linz II) cc D. Beatriz d·Albuquerque, com quem teve 3 filhos e 2 filhas.
4.1 D. Maria Lins d'Albuquerque cc Arnáo de Vasconcellos Albuquerque, em 17 de Abril de 1611, com quem teve quatro filhos varões e três filhas, seguindo para a Bahia após a queda do Arraial do Bom Jesus, onde faleceu ele e sua mulher.

4.2 Nathaniel Lins, Cavalleiro da Ordem de Christo, que vindo no ano de 1637 provido no posto de Capitão de Infantaria, fallecêo no mar
2.2 SEBALD LINZ VON DORNDORF (I) Gêmeo com Bartholommäus. Nn. em Ulm em 7.12.1508; † Sebald em Lisboa ou Setúbal c. 1590. Fixou-se em Lisboa em 1552, agente dos banqueiros Fugger de Augsburg. C. em Lisboa em 1553 c. Jácoma Mendes, filha de Francisco Jácome Alemão e n.p. de Jácome de Holanda, comerciante holandês que viajou até a Índia, e provavelmente pai ou avô de Arnal de Holanda, que passou ao Brasil junto aos Linz
3.1 CRISTÓVÃO LINS (Christoph Linz Von Dorndorf I). Bastardo. Teria n.c. 1530 em Dorndorf, no senhorio da família. Recebe em 1570 a imensa sesmaria em Porto Calvo que ficará durante séculos nas mãos de seus descendentes. Em 1608 doa-a em parte ao genro (e sobrinho afim) Rodrigo de Barros Pimentel. C.c. Adriana de Holanda, filha de Arnal de Holanda e de Brites Mendes de Vasconcelos, possivelmente bastarda do infante d. Luiz de Portugal.
4.1 BARTOLOMEU LINS (II) Vivia em 1635. C.c. Maria da Rocha Dantas, filha de André da Rocha Dantas, cav. da ordem de Cristo
5.1 CIBALDO LINS (III) Sr. do engenho Maranhão de Porto Calvo (AL). C.c. a prima Cosma de Barros Pimentel, filha de Rodrigo de Barros Pimentel e de s.m. Jerônima de Almeida.
6.1 CRISTÓVÃO LINS (III), o gentil-homem Sr. do engenho Maranhão, c.c. Adriana Wanderley, filha de Manuel Gomes Wanderley e de s.m. Maria de Barros.
6.2 Jerônima Lins c.c. o primo João Baptista Accioli (II), f.c.c.r. e sargento-mor de Pernambuco, filho do homônimo e de Maria de Mello, c.g.; c.c. Belchior Brandão de Castro, c.g
5.2 CRISTÓVÃO LINS (II) c.c. sua prima Brites de Barros Pimentel, filha de Rodrigo de Barros Pimentel e de Jerônima de Almeida.
5.3 Constantino Lins , c.g. na Bahia;
5.4 Maria Lins, casada primeiro com Manuel Camelo de Queiroga, c.g., e depois com Clemente da Rocha Barbosa.
5.5  Cosma Lins, que c.c. Rodrigo de Barros Pimentel, filho do homônimo e de Jerônima de Almeida (c.g. nos Barros Pimenteis.)
4.2 INÊS LINS C.c. Vasco Marinho Falcão, c.g. (Marinhos Falcões.)
4.3 BRITES LINS C.c. Baltazar de Almeida Botelho, f.c.c.r., n. de Lisboa. P.d.:
5.1 Cristóvão Botelho de Almeida, f.c.c.r., sr. de dois engenhos em Porto Calvo queimados em 1635 pelos belgas. S.g.
5.2 Jerônima de Almeida, c.c. Rodrigo de Barros Pimentel, c.g. (Barros Pimenteis.)
5.3 Adriana de Almeida, c.c. Manuel Gomes de Mello, sr. Do engenho do Trapiche do Cabo, c.g. (Gomes de Mello.)


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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O Clã dos Wanderley/Vanderley/Van der Ley


“Ser Wanderley é pertencer a uma família fundada no século XVII por um holandês que se tornou brasileiro por vontade própria, por livre escolha, por opção consciente. Pois assim é que procedeu ao Capitão Gaspar Van der Ley, ao proferir no Brasil o primeiro grande 'fico'... Casando-se com sinhazinha da família Mello, Gaspar integrou-se de corpo e alma num Brasil já então firmado na primeira grande civilização, criado por europeus no trópico, à base da lavoura da cana e do fabrico do açúcar... Esse holandês que não voltou, com a maioria dos seus companheiros, à Holanda, mas permaneceu em Pernambuco, e aqui fundou família; cresceu; multiplicou-se. Deu ao Brasil o seu sangue; e de tal modo que esse sangue vem há séculos animando toda uma sucessão de brasileiros, alguns ainda hoje alourados e até ruivos, a serviço do Brasil, uns na administração pública, outros na agricultura; vários na política, alguns nas indústrias, outros nas letras, tantos no sacerdócio, no magistério, nas artes, em carreiras militares..."
Gilberto Freyre

É a antiga família dos Neuhoff genannt von der Ley da Westfália, mais especificamente da Senhoria de Neustadt e Gimborn no Condado de Mark. Portanto, sua origem, não era "holandesa" como comumente se passou a posteridade, mas "alemão". 

A Família Wanderley / Vanderlei, teve como cabeça do clã: Gaspar Wanderley (Kaspar van't Neuhoff van der Ley), Filho de  Willen Neuenhof Van Der Ley e Maria Anna Von Omphal. Chegou ao Brasil por volta de 1630 como Capitão de Cavalaria das tropas holandesas, e de cuja nobreza tem-se testemunho autêntico em uma certidão do Conde Maurício de Nassau.

"Eu a vi a própria e a tive muito tempo em mãos, que m'a deu a ver o Mestre de Campo Antônio da Silva e Melo; e depois de sua morte a seu irmão Dr. João Maurício Wanderley, vigário de Camaragibe por via de seu parente o pe. Francisco Xavier de Paiva Lins, cura de Santo Antônio, que é a seguinte:
"João Maurício, pela graça de Deus, Príncipe de Nassau, Conde de Katzenellenbogen, Vianen e Dietz, Senhor de Beilstein, Mestre da Ordem Taem Teutônica de São João, Governador por Sua Serenidade Eleitoral de Brandenburgo dos Principados de Cleve e Minden, e dos Condados de Mark e Ravensberg, Mestre de Campo General das Províncias Unidas dos Países Baixos, fazemos saber aos que a presente virem que, quando o senhor João Maurício Wanderley, que presentemente assiste em Lisboa, nos pediu lhe quiséssemos dar uma certidão de nobre progênie de seu pai e avôs e todos que tiverem e ainda hoje têm o nome de Wanderley, sempre foram e ainda são Fidalgos de Sangue e linhagem nobre e assim no tempo de nossos antecessores como durante o tempo do nosso governo mereceram dos ditos Wanderley, sempre serem do Senhor Eleitor de Brandenburgo honrados com os primeiros corpos ofícios e dignidades nobres de sua pátria nos quais serviram sempre com muito louvor e honra. Em fé da verdade mandamos despachar sob nossa própria firma e selo. Data em Singen aos 20 de Dezembro de 1668 anos. JOÃO MAURÍCIO príncipe de Nassau (Selos).""

Gaspar serviu à WIC em vários postos militares e administrativos e, findo seu contrato com a companhia holandesa, permaneceu no Brasil. Gaspar, era tido pelos holandeses como pelos brasileiros uma pessoa nobre e honrada; tanto que quando foram saqueados, engenhos, que estavam sob a posse de holandeses, os de Gaspar foram poupados.

Quando eclodiu a Insurreição Pernambucana de 1645, Gaspar Wanderley, já se encontrava sem vínculos com a WIC, e casado, assim foi para a Bahia.

Heráldica, Brasão de Armas da Família Wanderley / Van der Ley: escudo germânico de esmalte negro, com uma corrente de prata com três anelos encadiados. Tendo por timbre, um penacho sobreposto por uma corrente de três anelos de prata.

A Família Wanderley Lins, um Clã Germânico em Pernambuco:

Casou com D. Maria Gomes de Mello, após ter se convertido ao catolicismo. Filha de Manuel Gomes de Melo Lins e de D. Adriana de Almeida. D. Maria Gomes de Mello era sobrinha do Papa Adriano VI, pelo seu lado materno Holanda. Dessa união resultou a fundação de um clã germânico em Pernambuco.

Dona Adriana de Almeida Lins era neta, pelo lado materno, de Cibaldo Lins e de Adriana de Hollanda, pelo lado paterno sua avó também era Hollanda: "Anna Hollanda", seu prenome Lins, veio do seu bi-avô materno Christoph Lins ou aportuguesado Cristóvão Lins, fundador de Porto Calvo. Sua avó materna, Adriana de Holanda, ainda vivia em 1635. O casal era de origem alemã. Cristóvão Lins nasceu por volta de 1529 no senhorio de Dorndorf, ao sul da cidade de Ulm, no sul da atual Alemanha, e foi criado nesta cidade. Era uma família importante de comerciantes internacionais e dos primeiros colonizadores do Brasil, oriundo do patriciado da cidade de Ulm. É provável que Adriana de Almeida Lins ainda falasse a língua do seu avô materno, já que o seu avô Cristóvão Lins, criado na Alemanha e sendo alemão, com certeza sabia falar alemão. E que surpresa deve ter sido para ela encontrar entre os holandeses um compatriota do seu avô materno!


Gaspar Wanderley também parece ter mantido estreitos laços com Maurício de Nassau, que era seu conterrâneo, da região da Westfälia. Tendo posto, seu nome em seu primogênito, em sua homenagem: João Maurício Wanderley. Daí ter virado tradição a repetição do nome "João Maurício" entre seus descendentes. A lembrar ainda, que foi o próprio Maurício de Nassau, que a pedido de um dos seus filhos, que atestou por carta, a origem nobre de Gaspar Wanderley.

Gaspar Wanderley e D. Maria Mello tiveram 4 filhos: 3 varões e 1 fêmea. O primogênito, João Maurício Wanderley, veio a se casar com outra Lins: Maria da Rocha Lins (prima colateral em 4º grau de sua mãe) com quem teve uma vasta descendência com 15 filhos. Uma neta, Adriana Wanderley, filha de Manuel Gomes Wanderley (filho de Gaspar Wanderley), também veio a se casar com um Lins, Cristóvão Lins, tendo ambos 4 filhos.


GENEALOGIA DA FAMÍLIA WANDERLEY:

1 GASPAR DE WANDERLEY cc D. Maria de Mello, nasceram:
2.1 João Mauricio Wanderley, cc Maria da Rocha Lins, fª. De Clemente da Rocha Barbosa e de Maria Lins.
3.1 Cristóvão Da Rocha Wanderley
3.2 Gonçalo Da Rocha Wanderley
3.3 Adriana Wanderley
3.4 Rosa Maria Wanderley cc Cristovão Paes Barreto
3.5 José Maurício Wanderley
3.6 Antonio Maurício Wanderley 
3.7 João Maurício Wanderley, filho
3.8 Francisca Maurícia Wanderley
3.9 Bento Da Rocha Barbosa Maurício Wanderley
3.10 Bartholomeu Lins Wanderley
3.11 Anna Maria Wanderley
3.12 Luísa Wanderley
3.13 Madalena Wanderley                             
3.14 Izabel De Almeida Wanderley
3.15 Sebastião Maurício Wanderley
2.2 Manoel Gomes Wanderley, cc Mécia de Barros
3.1 Adriana Wanderley cc Cristóvão Lins
4.1 Gonçalo Lins
4.2 Bartholomeu Lins
4.3 Cibaldo Lins cc Micaela Coelho Negramonte
4.4 Sebastião Ignácio Lins cc Ignácia Victória De Barros Wanderley
5.1 João Nepomuceno Lins
5.2 Miguel Accioli Lins
5.3 Maria De Barros Wanderley cc Sebastião Lins Wanderley em 1757
6.1 Ana Florência Da Conceição Wanderley
5.4 Adriana De Almeida Wanderley
5.5 Maria Accioli
5.6 Antonia De Barros Pimentel
3.2 Maria Wanderley cc João Baptista Accioli (neto)
3.3 Lázaro Wanderley
3.4 Domingos Ferreira
2.3 Gaspar de Wanderley, § 3.
2.4 D. Adrianna de Almeida Wanderley, que casou com André de Barros Rego, Cavalleiro da Ordem de Christo, Senhor do engenho de S. João da freguesia de S. Lourenço da Matta e filho de Arnáo de Hollanda Barreto e de sua mulher Lusia Pessoa.
3.1 Luzia Pessoa De Melo

3.2 Ignês De Góes Pimentel



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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Clã dos Castro(s)


A linhagem dos Castro surgiu na aldeia de Castro Xerez, em Burgos, (parte do antigo Reino da Gallaecia) e pertence, junto com os Lara, Haro a dos Guzman e dos Aza, às cinco grandes famílias aparentadas aos primeiros reis de Castela. Depois que a família se mudou para a Galiza, no século XII, formaram o tronco principal das casas de Lemos e Sarria. Dominaram a Galiza e estiveram presentes nos eventos mais marcantes de sua história, bem como em Castela e Leão, destacando-se pela ajuda prestada a seus monarcas nas campanhas de conquista dos territórios muçulmanos. O declínio dos Trava permitiu tomar gradualmente seu lugar preeminente.

Segundo Manuel Murguía, a saga dos Castro ligada ao Condado de Lemos foi uma "dinastia real", e segundo Hermida Balado, a única linhagem que poderia ter gerado uma dinastia de Reis.

CASTRO.  É uma das maiores e mais antigas famílias da Espanha, que alguns autores dizem provir de D. Fruela, Rei das Asturias, pai de d. Singerico, avô de D. Gomesindo e bisavô de Lain Calvo. Este Lain Calvo foi eleito pelos Castelhanos para ser um dos juízes que os governaram e viveu no reinado de D. Ordonho. A ele alude a carta de fundação do mosteiro de Santa Maria de Aguilar Del Campo, de 25-11-981, e de confirmação de terras a Ordem de Sant’ Iago no ano de 953, feita pelo mesmo soberano. Recebeu-se com D. Teresa ou Elvira Nunes, filha de Nuno Rasura, também eleito pelos povos de Castela, e de D. Argilona. Lain Calvo, que foi Senhorde Bívar, teve referido matrimonio, entre outros filhos, a Fernão Laines, a quem se refere a doação que o o Rei D. Fruela fez ao Apóstolo Sant’Iago, de duas léguas de terra, a 28-VI-972, e a fundação e reedificação do mosteiro de Penalva, feita por Salamão, bispo de ovoou Haro e Rioja e foi pai de Lain Calvo, que vivia no ano de D. Argôncia, filha de Iñigo Fortunes, senhor de Biscaia, e neta do Duque D. Fortun, teve Nuno Laines. Sabe-se que Nuno Laines foi conde, vivia no ano de 9844 e casou com D. Elo, filha de D. Fernando Rodrigues e sua parenta em 3º e 4º grau de consangüinidade, de quem houve Lain Nunes, também Conde, pai de D. Diogo Laines, casado com D. Teresa Rodrigues, dos quais nasceu o Cid Rui Dias, o Capeador, que o Conde D. Pedro, no seu Livro de Linhagens, chama o mais honrado cavaleiro de Espanha que rei não fosse, cujo sangue deve ter entrado em todas as casas reinantes da Europa. De D. Diogo Laines foi irmão mais novo D. Fernando Laines, que se recebeu com D. Ximena Rodrigues das Asturias, filha do conde D. Nuno Álvares da Maia e de D. Gontrode Guterres, filha do conde D. Guterres, nascendo deste matrinmonio D. Álvaro Fernandes da Maia, também Conde, senhor do solar de Castro Xerez, que recebeu por parte de seu bisavô o conde D. Guterre. Esteve na tomada de Toledo, de que veio a ser alcaide, foi cavaleiro muito valoroso e casou com D. Uilia Ansures, filha do conde D. Pedro Ansures. Entre outros filhos teve D. Maria Álvares, que herdou a casa e solar de Castro e foi mulher do Infante D. Fernando, filho bastardo de D. Sancho I de Aragão, a quem chamaram o Infante de Navarra. Deste matrimonio nasceram vários filhos que usaram o apelido de Castro mas que só continuou por D. Rodrigo Fernandes de Castro, o Calvo.
Diversos casamentos contraiu essa família com pessoas portuguesas, algumas da família Real, dando origem a nobilíssimos ramos de que saíram ilustres casas titulares.


Galiza:

O primeiro que passou a Galiza foi D. Pedro Fernandes de Castro, "o da Guerra", irmão de Inés de Castro (imortalizada por Camões) no tempo de D. Afonso IV, rei de Portugal, em 1325 (Anuário Genealógico Latino, I, 31). Teve como filho Fernán Ruiz de Castro, Toda la Lealtad de España, (?-1337).

Do consórcio de Inês de Castro com o Rei Pedro I de Portugal, tiveram 4 (quatro) filhos, que foram reconhecidos pelo Rei Pedro I, e que na críse da sucessão Dinástica, que deu surgimento a Dinastia dos Avis, deveria ter sido o infante Dom Dinis de Castro e Borgonha, o legítimo Rei de Portugal. Um outro infante, irmão de D. Dinis, Dom João, se casou com a irmã da Rainha Teles de Menezes, indo residir na Galiza em passo de Eça, oque deu surgimento a Casa d´Eça  sendo portanto essa casa, uma ramificação direta dos Castros e Borgonha.

Dom Pedro de Castro e Dona Isabel Ponce de Leão

Brasil:

Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Castros no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela origem geográfica. O mesmo se aplica no campo da heráldica. Jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Castro, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome. 


Os Castros em Pernambuco:

Registra-se em 1578 o nome do cap. Diogo de Castro, que falava bem a língua da terra, que a frente de 70 homens, comandou uma entrada para o sertão de Sergipe, partida de Pernambuco, enquanto que por mar, em um caravelão partiu Duarte Coelho, seguindo para o rio São Francisco. Que nessa empreitada se defrontou com franceses, na altura do rio São Miguel. Deram os nossos sobre eles de madrugada quando dormiam, mataram nove, ficando só um defendendo-se tão valorosamente com uma alabarda, que com estar já com uma perna cortada, matou um soldado nosso chamado Pedro da Costa. Aos índios, que com eles estavam, que eram poucos, lhes disse Diogo de Castro, que os não buscavam, senão aos franceses, e se foram sem fazer resistência, e os nossos seguiram seu caminho até o desembarcadouro do rio S. Francisco, onde foi aportar o caravelão com o seu capitão, e os mais, que levava. Diogo Castro se aliou ao morubixava desses índios, e o auxiliou em guerra contra os tapuias, seus inimigos.

Ainda em Pernambuco registra-se o capitão Antônio de Castro, no Terço de Fernandes Vieira, que lutou na Batalha dos Guararapes. 

Em Pernambuco, entre outras, distingue-se a do barão de Benfica [Decreto Imperial de 27.04.1867], Antônio José de Castro [c.1824, PE - 1880, Lisboa], que recebeu Carta de Brasão de Armas. Oficial da Ordem da Rosa. Capitão da Guarda Nacional, negociante matriculado na cidade do Recife [PE]. Proprietário e fazendeiro na província de Pernambuco. Deixou descendência do seu cas. com Hermínia Ideltrudes de Oliveira [1827, PE - 1907, RJ] (Anuário Genealógico Brasileiro, I, 94). 
Brasil Heráldico: V - Antônio José de Castro, barão de Benfica, citado acima, ramo de Pernambuco: Armas requeridas em 28.05.1867, concedidas com Aviso do Rei de Armas de 01.06.1867, registrada a fls. 68 do Livro VI da Nobreza: um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, de azul, seis besantes de ouro, três em duas palas; no segundo e no terceiro quartel, em campo de prata, cinco bilhetas em pala de vermelho. Coronel de barão.

O Ramo Castro Monteiro de Pernambuco:

"Domingos de Castro (de Figueiroa) filho de Luis Gonçalves de Figueiroa e Maria de Lima e Castro, naturais do Porto, foi senhor do Engenho Atende - sob a Invocação de Nossa Senhora da Conceição. Casado com Maria Monteiro filha de Domingos Bezerra e de sua mulher Brásia Monteiro. A filha Maria de Castro Monteiro casou-se com João de Barros Rego, filho de Francisco de Barros Rego, patriarca da Familia Barros Rego e senhor do Engenho São Francisco da Várzea, e de sua mulher Felipa Tavares."

1. Luis Gonçalves de Figueiroa c.c. Maria de Lima e Castro, naturais do Porto.

2. Domingos de Castro (de Figueiroa) c.c. Maria Monteiro filha de Domingos Bezerra e de sua mulher Brásia Monteiro.

3. Maria de Castro Monteiro c.c. João de Barros Rego, filho de Francisco de Barros Rego e de Felipa Tavares.



O Ramo Barreto de Castro em Pernambuco:

1. Estevão Paes Barreto, fº de João Paes Velho Barreto e Inês Guardês de Andrada. Neto paterno de Antônio Velho Barreto, nobre de Viana/Foz do Lima-PT, e de Mariana Pereira da Silva, cc Catarina de Castro de Távora, fª. de Miguel (Martim) Fernandes Távora (natural de Lisboa, Fidalgo Escudeiro) e de Margarida Castro (natural de Ipojuca), tendo como filhos:

2.1 João Paes de Castro c.c. Anna do Couto, filha de André do Couto e de uma filha de Arnau de Holanda e de D. Beatriz Mendes de Vasconcelos;
2.2 Estevão Paes Barreto c.c. Maria (Barreto) de Albuquerque, sua prima, fª de D. Felippe Paes Barreto e de D. Brites de Albuquerque.

3.1 João Paes Barreto c.c. D. Maria Maior de Albuquerque, sua prima, filha do Capitão-mor José de Sá de Albuquerque;

4.1 João Paes Barreto, provedor e fundador do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Olinda, cc D. Manoella Lusia de Mello, sua prima, fª do Capitão Fernão Rodrigues de Castro e de D. Brites Maria da Rocha.

5.1 Estevão José Pais Barreto, Mestre de Campo do Cabo, Muribeca e Ipojuca cc Maria Isabel Pais Barreto, filha de Filipe Paes Barreto e Maria Isabel Barreto. Tiveram como filhos:

5.1 Francisco Paes Barreto (1º Marques do Recife e 8º e último Morgado do Cabo) c.c. Teresa Luísa Caldas Barreto e depois com Cândida Botelho Sampaio;
5.2 Maria José Felicidade Barreto c.c. Francisco Antônio de Sá Barreto;
5.3 Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo c.c. o Senador José Tomás Nabuco de Araújo (pais de Joaquim Nabuco);
5.4 Joaquina Antônia Paes Barreto c.c. o Mestre de Campo Luiz José de Caldas Lins

3.2 Felippe Paes Barreto (Capitão-mor do Cabo de Santo Agostinho e Professo no Hábito de Cristo. Teve uma participação decisiva da Guerra dos Mascates, 1710-1711, defendendo os interesses do Recife e do Brasil) c.c. sua prima D. Margarida Barreto de Albuquerque, filha do Sargento-mor Antônio Paes Barreto e de D. Margarida de Barros. C.g;
3.3 Diogo Paes Barreto, religioso de São Felippe Nery, no Convento da Madre de Deus/Recife. Solteiro e s.g;
3.4 Antônio Paes Barreto c.c. D. Maria da Fonseca Barbosa, filha do Padre Affonso Broa. C.g;
3.5 Fernão Rodrigues de Castro primeiro marido de D. Brites Maria da Rocha, filha do Sargento-mor João Marinho Falcão e de Maria da Rocha. C.g;
3.6 Miguel Paes Barreto (Preso pelos holandeses quando fugia para a Bahia, quando atravessava o Rio São Francisco) c.c. D. Maria de Amorim, em Alagoas, filha de Manoel Rodrigues Calheiros. S.g;
3.7 Francisco Barreto Corte Real, Sacerdote do Hábito de São Pedro. Faleceu soleiro. S.g.

2.3 Margarida Alves de Castro c.c. João Paes Barreto de Melo.


Os Castros na Bahia:

Na Bahia tem-se o cap. Francisco de Castro [c.1582 - 1645], casado com Marta de Souza [c.1585, BA - ?], neta de Marta de Souza Lobo (sobrinha do conde de Sortella), uma das órfãs protegidas da rainha D. Catarina, enviadas, em 1551, ao Governador do Brasil Thomé de Souza para casá-las com as pessoas principais que houvesse na terra. Marta Lobo, foi casada na família Dormundo (Drummond); filha de Baltazar Lobo de Souza, patriarca desta família Lôbo de Souza (v.s.). O cap. Francisco de Castro, instituiu um morgado, em favor de seu filho.

Francisco de Castro foi um dos principais capitães na guerra contra os holandeses na Bahia. Foi ainda posteriormente, Juiz ordinário da Câmara da Cidade de Salvador da Bahia em 1628, e Vereador da Câmara de Salvador em 1630.

Bernardo José de Castro, cavaleiro professo na ordem de São Bento de Aviz. Chefe de Divisão da Real Armada com patente de Brigadeiro, e intendente da marinha da Cidade de Salvador, Bahia. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 30-01-1807. Registrada Cartório da Nobreza, Livro VII, fl. 158: um escudo com as armas da família Castro. Filho de Francisco José de Castro e de Joaquina Bernarda de Sant’Ana (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 110). 

Genealogia do capt. Francisco de Castro:

1. Francisco de Castro (+ 05 de out. de 1645) c.c. D.ª Marta de Souza, f.ª de Belchior de Souza Dormondo e de D.ª Mícia de Armas, f.ª de Luiz de Armas e de sua mulher Catarina Jaques. Neta paterna de Antônio de Souza Dormondo (Drummond).

2. Agostinho de Castro Pereira c.c. D.ª Catarina de Brito Correa, f.ª de Catarina Correa de Brito

3. Francisco Pereira de Castro c.c. D.ª Maria Paes, f.ª de Manuel Martins Brandão e de D.ª Catarina Paes de Castro, neta paterna de Francisco Fernandes e de Beatriz Martins Brandão, da ilha da Madeira, e neta materna de Manoel de Oliveira, do Castelo da vide, e de Maria Paes da Costa, da Bahia.

4. D. Marta de Souza c.c. Faustino da Costa (1ª Núpcias), e com o alferes Baltazar Gonçalves de Paiva (2ª Núpcias), natural do arcebispado de Braga, freguesia de S. Salvador, comarca de Guimarães, filho de Domingos Jorge e de sua mulher Senhorinha Gonçalves, morador, que foi no sertão do Piancó, bispado de Pernambuco.

5. D. Maria da Costa de Souza c.c. Diogo Alvares de Brito Mascarenhas 



Ramo dos "Brito de Castro":


Antônio de Brito de Castro, filho de Francisco de Brito de Sampaio e de sua mulher D. Suzana Barbosa, da casa de Amorim, neto paterno de Antônio de Brito de Castro e de sua mulher D. Antônia de Sampaio, filha esta de Antônio Mendes de Vasconcelos e de sua mulher D. Isabel Pereira, dama do paço, e foi este Antônio de Brito o primeiro deste apelido, que com seu irmão Mateus Pereira de Sampaio passou à Bahia na armada real, e no ano de 1625 com o posto de capitão veio no navio S. Bartolomeu, de que era comandante Domingos da Câmara Pinto, a militar contra os holandeses, pelos quais em guerra foi morto seu irmão Mateus Pereira de Sampaio; e continuando no serviço real foi tenente do mestre de campo general, e cavaleiro professo na Ordem de Cristo. Na Bahia casou com D. Leonor de Brito, filha do doutor Sebastião Parui de Brito e de sua mulher D. Joana de Argolo, e em dote Ih. fez data Sebastião Parui da propriedade de provedor, de que foi confirmado por alvará del-rei de 7 de maio de 1640, e tomou posse em 12 de janeiro d. 1641, teve filhos:

1. Sebastião de Brito de Castro, foi Fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo e capitão, casou com D. Maria de Aragão, ** filha de Diogo de Aragão Pereira, da ilha da Madeira, Fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Isabel de Aragão, filha do capitão-mor Baltazar de Aragão, o Bângala, e sua mulher D. Maria de Araújo, bisneta de Diogo Alvares, o Caramuru, teve a capela de seu avô Francisco de Brito de Sampaio, de Mansos, junto a Vila-Real. Casaram a 17 de fevereiro de 1656 com o nome de Sebastião Parui de Brito, assim o diz e escreve o livro dos casamentos. De sua mulher D. Maria de Aragão teve filhos:
1.1. D. Leonor de Brito de Castro, casou com Pedro Garcia Pimentel, Fidaldo da Casa Real.
1.2. D. Isabel, religiosa no mosteiro de Almoster. Lisboa.
2. Francisco de Brito de Sampaio, foi capitão de Infantaria na Bahia, Fidalgo da Casa Real, e serviu bem a sua Majestade na praça desta cidade. Nela casou com D. Maria Francisca Xavier Aranha, filha do mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco e de sua mulher D. Francisca de Sande. Teve Francisco de Brito de Sampaio de sua mulher D. Maria Francisca filhos:
2.1. Francisco de Brito de Sampaio, com o mesmo foro de seu pai. e foi tenente do regimento de cavalaria de Salvador, da qual passou à IncHa. onde faleceu solteiro.
2.2. D. Clara do Sacramento, batizada na freguesia de S. Pedro a 22 de novembro de 1679. Amada Francisca das Chagas. faleceu a 30 de março de 1779. Antônia do Salvador, que faleceu a 26 de dezembro de 1738. Joana da Cruz. Francisca Catarina da Conceição, faleceu a 8 de dezembro de 1774. Maria dos Prazeres, batizada na dita freguesia a 28 de abril de 1689. e faleceu a 21 de janeiro de 1774, sepultada no outro dia. Todas estas foram religiosas no convento de S. Clara do Desterro nesta cidade da Bahia. e também: Leonor. (6) etc ..
2.3. Antônio e Nicolau. que faleceram solteiros.
12. André de Brito de Castro, que viveu solteiro. e faleceu a 28 de dezembro de 1773. sepultado no Carmo.
3. André de Brito de Castro, foi Fidalgo da Casa ReaL provedor e juiz da alfândega da Bahia. ofício. que fora de seu pai e avô materno, por conceder el-rei D. João IV. o favor de se nomear a serventia e propriedade do dito ofício em um de seus filhos. Foi capitão e professo na Ordem de Cristo, casou com D. Francisca Maria Duarte Leite. viúva de André da Costa de Barros, homem de negócio. que deixou por sua morte mais de trezentos mil cruzados; era D. Francisca filha de Sebastião Ou lrte. capitão de auxiliares. e Familiar do Santo Ofício, e de sua mulher Helena Leite teve filha legítima e sua herdeira
4. D. Joana de Castro, que casou com seu primo Francisco Pereira Ferraz, sem sucessão, a 23 de junho de 1708. Batizada na Sé, ao 10 de março de 1645.
5. D. Antônia de Castro, que faleceu a 8 de novembro de 1665, sepultada .m S. Francisco.
6. Antônio de Brito de Castro, no fim.


Genealogia dos Barbosas Pacheco de Castro na Bahia:

1. Sebastião Pacheco de Castro c.c. D. Brites Barbosa, 2ª f.ª de Gaspar Barbosa, natural de Ponte de Lima, e de sua mulher Catarina Gil.

2.1. Diogo Pacheco de Castro c.c. D. Antônia de Meneses, filha de Mem de Sá.

3.1. D. Inês de Castro c.c. seu primo André Barbosa da França, f.º de Afonso Barbosa da França e de D. Jerônima de Castro (irmã de seu pai Diogo Pacheco de Castro).

3.2. D. Jerônima de Castro, mulher de Francisco de Lucena Vasconcelos. 

3.3. D. Maria de Castro, mulher de Sebastião da Rocha.

2.2. Gaspar Pacheco de Castro c.c. D. Agueda Moreira, f.ª de Gonçalo Moreira Daltro, nobre cidadão do Porto.

2.3. D. Jerônima de Castro c.c. Cel. Afonso Barbosa, f.º segundo de Domingos Barbosa de Araújo e de D. Luiza da Franca Corte-Real, essa, f.ª de Afonso da Franca, o velho, e de sua D. Catarina Corte-Real.

3.1. Miguel Barbosa da Franca, que serviu bem, e foi mestre de campo e governador de Serpa nas guerras de Portugal com Castela.

3.2. Afonso Barbosa da Franca, morreu solteiro mas com uma filha natural:

4.3. D.ª Albana da França c.c. Estevão Cabral

5.1. Afonso

5.2. André

3.4. Lourenço Barbosa da Franca

3.5. D. Catarina Corte-Real, mulher de João Alvares Soares, 

3.6. D. Joana, mulher de João Paes Roriano., o velho, sem filhos

3.7. D. Clara da Franca, que casou com Luiz Paes Roriano, filho de João Paes Rorial)o, o velho, e teve filhos

2.4. D. Antônia de Castro c.c. Gaspar Borges da Vide


Os Castros no Rio de Janeiro:

No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a do cap. Antônio de Castro [c.1609 - 1700,RJ], filho de Antônio de Castro, que deixou larga descendência, a partir de 1639, com Felipa de Sá [c.1619 - 1702,RJ], da casa do Gov. Salvador Correia de Sá (Rheingantz, I, 328). Rheingantz registra mais 13 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.


Outros Clãs:

Keltoi - Pela Restauração da Nobreza Brasilaica
Clãs Brasilaicos
Clã dos Pires
Clã Rendon de Quebedo
Clã dos Saraiva(s)
Clã dos Sá
Clã dos Teixeiras
Clã dos Wanderley
Clã Vidal de Negreiros
Clã Vieira de Mello

Lankia Castilhista
*Abordamos apenas os ramos familiares mais antigos, registrados no Brasil. Podendo haver outros que advieram em épocas posteriores, ou mesmo da mesma época, porém não registrados.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Clã dos Sá



Portugal:

. O princípio desta família é bastante nebuloso, assim como a origem do apelido, que é de natureza geográfica, mas de que uns autores fazem solar a quinta de Sá, no termo de Guimarães, e outros o assinalam em lugares diferentes.

Parece que da série de gerações que se podem dar como mais prováveis, o ascendente de maior antiguidade que se conhece é Rodrigues Anes de Sá, casado com D. Maria Rodrigues do Avelar, pais de Paio Rodrigues de Sá, que se diz ter vivio no reinado de D. Dinis e que era muito herdado no concelho de Lafões. Deste foi filho João Afonso de Sá, que a maior parte dos genealogistas dá como o primeiro da família, contemporâneo de D. Afonso IV e de D. Pedro I, senhor da quinta de Sá, no termo de Guimarães, e casado com D. Teresa Rodrigues de Berredo, de quem teve filhos que seguiram o apelido de Sá e continuaram a linhagem.

É possível que se tenham originado várias famílias do mesmo apelido em quintas ou lugares diversos, mas, a ser assim, alcançou maior notoriedade a que provém de João Afonso de Sá.

As armas desta família são: Xadrezado de prata e de azul, de cinco peças em faixa e seis em pala.”

Brasão da Família Sá
A literatura trovadoresca registra a figura João Afonso de Sá, que teria sido filho da cortesã Maria Peres de Saa (do gótico saal: lugar; no português: chácara, solar ou sítio) com o rei Don Diniz, o rei Trovador, a quem doou a Quinta de Sá em Guimarães, e com quem teve vários outros filhos além de João Afonso de Sá.

De João Afonso de Sá, descende o cônego Gonçalo de Sá, pai de Mem de Sá, 3º Governador Geral do Brasil e de mais 12 filhos com mães diferentes. Mem de Sá vem para o Brasil e trás consigo vários primos e sobrinhos, entre eles: Estácio de Sá, Felipe de Sá, Eduardo de Sá, Fernão de Sá e Salvador Correia de Sá, Governador da Bahia e outras figuras de destaque na História do Brasil as quais tratava-as de sobrinhos. Conta-se que, por motivo do sobrenome real não poder aparecer, os filhos eram assumidos com o nome de origem geográfica dele, da toponímia do lugar onde moravam ou do apelido da mãe.


Brasil*:

“Eis que, liberta dos perigos do mar e de há muito esperada, uma esquadra fundeia na baía a que todos os Santos legaram o nome. Trazia, salvo das fauces do oceano, um singular herói, de extraordinária coragem, Mem, que do sangue de nobres antepassados e de seiva ilustre de longa ascendência herdara o sobrenome de Sá.”

De Gestis Men de Sá – Padre Anchieta.


"Os Sás, governadores, estadistas e guerreiros, formaram no Brasil uma verdadeira dinastia de varões ilustres. A história da sua vida é lição de heróis, epopeia duma família constituída por homens criadores de nações, obreiros da formação e reintegração cristã do nosso império.

Enorme ingratidão é ignorar a obra de Mem de Sá, perder a lembrança de seu filho Fernão de Sá e a memória dos seus parentes: Baltasar de Sá, Estácio de Sá, Salvador Correia de Sá, Martim de Sá e Salvador Correia de Sá e Benevides, [entre outros].

Vêde o que empreenderam e executaram!

Quando se procurava consolidar na América o domínio português, ou restaurá-lo; quando se reclamavam heróis, administradores e missionários católicos, o Brasil teve os homens de alma grande de que precisava. Ao lado dos primeiros governadores gerais e dos donatários empobrecidos na grande empresa da ocupação, apareceram os evangelizadores Nóbrega, Anchieta e os seus companheiros, que inspiraram e patrocinaram, devotamente, a criação da “Nova Lusitânia”. Foi no período decorrido entre o reinado de D. João III, o Colonizador, até a morte de D. João IV, que o Brasil teve os seus tempos heroicos. Época de conquista e organização, em que se expulsaram os intrusos e vararam os sertões, dando-se início aos aldeamentos, ao aproveitamento mais profundo e largo da terra, ao desbravamento das almas.

Naquele século, os Sás apresentavam-se no primeiro plano da colonização portuguesa, como construtores da unidade brasiliense. O seu trabalho de administrar e edificar fez-se no meio de lutas cruentas, mas teve o poder, quase milagroso, de integrar os elementos dispersos duma colônia inaugurada num território vastíssimo, povoado por tribos selváticas, assaltado pelos corsários, cobiçado por estranhos.

Nesse ciclo de combate constante, os Sás, homens de ação, de estatura gigante e poder multiplicado, percorriam todo o Brasil, desde o Rio Grande do Norte até o Rio da Prata, como bandeirantes da expansão portuguesa. Marchavam na vanguarda, com a armadura de aço ou a beca de magistrados. Enquanto não chegavam socorros do Reino, improvisaram exércitos e armadas, faziam-se construtores de galeões, empreiteiros de engenhos, arquitetos de vilas, entabuladores de minas, artesãos de todos os ofícios. A sua força de ânimo, a firmeza e coragem dos seus passos, a visão e domínio dos mais dilatados horizontes, a consciência da missão que lhes estava confiada supriu, muitas vezes, o valor de presença de fortes corpos militares. No fim de uma longa vida de duros e continuados trabalhos, vemos ainda o saber profundo, quase profético, da sua experiência a orientar as decisões do Conselho Ultramarino e a política colonizadora de Portugal, imprimindo nesta, mais uma vez, o sentido da vocação providencial que eles souberam servir, como eleitos."
Luís Norton


Mem de Sá, nascido em Coimbra, 1500 — Salvador, 2 de março de 1572, foi um fidalgo e administrador colonial português.

Meio-irmão do poeta Francisco de Sá de Miranda, era filho de Gonçalo Mendes de Sá, cónego da Sé de Coimbra e de mulher desconhecida, e neto paterno de João Gonçalves de Crescente, cavaleiro fidalgo da Casa Real, e de sua mulher Filipa de Sá que viveram em São Salvador do Campo em (Barcelos) e em Coimbra, no episcopado de D. João Galvão.

Exerceu o cargo de juiz desembargador dos Agravos da Casa da Suplicação. Foi nomeado como terceiro governador-geral do Brasil, de 1558 a 1572, sucedendo a D. Duarte da Costa (1553-1558).

Chegou a Salvador, na Bahia, em 28 de dezembro de 1557. Tomou posse do Governo em 1558. Procurou pacificar a colônia, liderando a guerra contra o gentio revoltado. Nessa luta, perdeu o filho, Fernão de Sá, em combate na Batalha do Cricaré, na então Capitania do Espírito Santo.

Os 14 anos de seu governo caracterizaram-se por importantes realizações, tais como a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1 de março de 1565, por seu sobrinho Estácio de Sá; a expulsão dos franceses, em 1567, com o auxílio do mesmo sobrinho, que morreu de flechada recebida na luta, e o aldeamento de tribos indígenas em missões (reduções).


jazigo de Estácio de Sá
Estácio de Sá. - Filho de Gonçalo Correia (1510 -1515) e Filipa de Sá (1515 - 1529), sua primeira esposa. Da segunda esposa, Maria Rodrigues (1529 -1535), Gonçalo Correia teria outros filhos. Eram seu irmão Francisco de Sá e seu primo Salvador Correia de Sá nascido em 1540. Alguns historiadores dizem que da segunda esposa, Gonçalo Correia teve um filho, Manuel ia Vasques; outros dizem ser este filho de Martim Silva de Sá e de D. Maria de Mendoza. Estácio era sobrinho de Mem de Sá e chegou a Salvador, na Bahia, em 1564 com a missão de expulsar definitivamente os franceses remanescentes na Baía de Guanabara e ali fundar uma cidade. Devido às dificuldades do início da colonização, somente em 1565, com reforços obtidos na então Capitania de São Vicente e com o auxílio dos jesuítas, conseguiu reunir uma força de ataque para cumprir a sua missão. Deixando o Espírito Santo em 20 de janeiro de 1565, em 1 de março fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em terreno plano entre o morro Cara de Cão e o morro do Pão de Açúcar, sua base de operações. O objetivo da fundação foi dar início à expulsão dos franceses que já estavam na área há dez anos. Combateu os franceses e seus aliados indígenas por mais dois anos. Em 20 de janeiro de 1567, com a chegada da esquadra comandada por Cristóvão de Barros com reforços comandados pessoalmente por seu tio Mem de Sá (indígenas mobilizados pelos padres jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega), lançou-se ao ataque, travando os combates de Uruçu-mirim (atual praia do Flamengo) e Paranapuã (atual Ilha do Governador). Gravemente ferido por uma flecha envenenada indígena que lhe vazou um olho durante a Batalha de Uruçu-mirim (20 de janeiro), veio a falecer um mês mais tarde (20 de fevereiro), provavelmente por septicemia decorrente do ferimento. Existe uma capela na Igreja de São Sebastião dos Frades Capuchinhos, na cidade do Rio de Janeiro, com a sua campa tumular onde encontra-se a seguinte inscrição:
"Aqui jaz Estácio de Saa, 1º Capitam e Conquistador desta terra cidade, e a campa mandou fazer Salvador Correa de Saa, seu primo, 2º Capitam e Governador, com suas armas e essa Capela acabou o ano de 1583."
Estácio de Sá, em vésperas de largar para o Rio: "Que contas, padre, darei a Deus, e ao rei, se todo este armamento se perder?" "Senhor - calmamente redarguiu o jesuíta, - de tudo darei contas a Deus, e, se for necessário, irei tambem perante el-rey, responder por vós". Nessa mentalidade unitária, fundamentalmente portuguesa, o nacionalismo parece defluir do próprio catolicismo.


Martim Correia de Sá. — “Governador do Rio de Janeiro, m. com 101 anos de idade em 1631. Era filho do primeiro capitão-mor da mesma cidade, Salvador Correia de Sá. Governou de 1602 a 1608, voltando a ocupar o cargo depois de 1618, com jurisdição sobre a capitania de S. Vicente e as terras que se fossem descobrindo. De 1620 a 1623 governou interinamente o Rio de Janeiro, Francisco Fajardo, mas nesse último ano voltou Martim Correia de Sá a tomar posse do governo, onde se conservou até 1630. Fortificou muito a cidade e fundou a aldeia de S. Pedro de Cabo Frio. Casou com D. Maria de Mendoza y Benavides, senhora espanhola, filha do governador de Cádiz, D. Manuel de Mendoza. Deste matrimônio nasceu Salvador Correia de Sá e Benevides, restaurador de Angola.”


Salvador Correa de Sá e Benevides
Salvador Correia de Sá. — “Guerreiro e administrador colonial português do séc. XVII, restaurador de Angola, governador das capitanias do Sul do Brasil, membro do Conselho Ultramarino. Nasceu no Rio de Janeiro em 1594, morreu em Lisboa a 01-01-1688. ... Em 1612, contando 18 anos, entrou no serviço militar, distinguindo-se nas lutas com os Índios. Já então os Holandeses e Ingleses haviam começado a intensificar os seus ataques à navegação portuguesa entre a metrópole e o Brasil (desde 1580), e tinha Salvador Correia perto de 30 anos quando deu as suas primeiras provas de perícia como chefe naval, levando a salvamento, de Pernambuco a Lisboa, um comboio de 30 navios. Ao regressar de tal missão, que era difícil porque os Holandeses dominavam no mar, já estes se haviam apoderado da Baía (Maio de 1624). Salvador Correia alistou na capitania de S. Vicente duas centenas de homens, meteu-os a bordo de duas caravelas e de três barcos pequenos, e levou-os a colaborar na empresa da reconquista da cidade, para a qual havia saído de Lisboa uma armada hispano-portuguesa comandada por D. Manuel de Meneses e levando como almirante D. Francisco de Almeida. De caminho, desembarcou Salvador Correia na capitania do Espírito Santo, e, demorando-se aí algum tempo, surpreendeu um troço de holandeses que também havia saltado em terra, derrotando-o. Seguindo para a Baía, chegou a tempo de ainda participar na restauração da cidade: 01-05-1625. ... “.


GENEALOGIA DOS CORREA DE SÁ:

Ruy Vaz Corrêa c.c. (?)

1. Gonçalo Correia ou Correia da Costa c.c. Filipa de Sá, filha de Martim de Sá.

2.1. Salvador Correia de Sá, O Velho, c.c. Inês de Souza

3.1. Martim Correia de Sá cc D. Maria de Mendoza y Benavides, espanhola, filha de D. Manuel de Benavides (alcaide-mor e castelão da Fortaleza de Santa Catarina da Ilha de Cadiz, mestre de campo de todas as milícias da Andaluzia e Reino de Jaén, governador da cidade de Cadiz).

4.1. Salvador Correa de Sá e Benevides cc  D. Juana Catalina Ramirez de Ugarte y Velasco

5.1. Martim Correia de Sá e Benevides Velasco (*6 de junho de 1639 - + 28 de outubro de 1678) lutou com o pai em Angola e foi feito 1º Visconde de Asseca, casado com D. Ângela de Melo, neta de D. Antão de Almada;

5.2. João Correia de Sá, Marechal de Campo, com importantes serviços prestados no Brasil e na Índia;

5.3. Salvador Correia de Sá, morto jovem;

5.4. o padre jesuíta Sebastião de Sá;            

5.5. D. Teresa Velasco.

5.6. Domingos Correia de Sá e Benevides c.c. Isabel de Sequeiros y Vilhena, bp Lisboa

             4.2. Francisco de Sá
             4.3. Estácio de Sá
             4.4. Manoel Corrêa Vasques
             4.5. Felipa de Sá, freira em Varão
             4.6. Duarte Corrêa Vasques
2. Braz Corrêa Da Costa c.c. 

3. Tristão Rodrigues Corrêa c.c. 

A Família Sá no CEARÁ

Um dos primeiros povoadores do Ceará foi Leonardo de Sá, que se fixou na capitania por volta de 1670. Filho do alferes Manoel Ribeiro Azevedo e de Maria Madalena de Sá e irmão do Capitão Mór do Ceará, Sebastião de Sá (este filho de Manoel Ribeiro de Sá, n. Olinda-PE) entre 1678 à 1682, e de 1684 à 1686, e, irmão de Diogo Ramires, também irmão de Maria Magdalena de Sá. Leonardo de Sá teve quatro filhos, vindo a se estabelecer no vale do Acaraú.

Filhos de Leonardo de Sá:

Sebastião de Sá
João de Sá
Maria de Sá
Paula de Sá c/c Nicolau da Costa Peixoto, fº de Antônio da Costa Peixoto.

Sebastião de Sá – Capitão-mor do Ceará por duas vezes, uma por Carta Patente de 7 de maio de 1678 e outra por nomeação de 26 de setembro e C.P. de 13 de outubro de 1684, competindo com ele Bento Correa de Figueredo, Manoel de Nojosa e Manoel da Cunha Moreno.
Na sua 1ª administração, que findou a 11 de setembro de 1682, substituiu-o Bento de Macedo de Faria, e na 2ª Thomaz Cabral de Olival.
Servira nas guerras de Pernambuco, tendo estado na rendição da Casa Forte de Isabel Gonçalves com o aprisionamento do Governador das Armas Henrique Huss, na tomada do Forte de Nazareth, nas duas batalhas dos Guararapes, na tomada do Forte das Salinas e Casa do Rego, no sitio e tomada do forte da Altana e Fortaleza das Cinco Pontas, dispoz a defesa da ilha de Fernando de Noronha, esteve de guardição na fortaleza do Rio Grande do Norte, Capitania onde adquiriu propriedades e combate os negros de Palmares. 
Quando no Ceará reedificou a fortaleza, levantou a Igreja que estava em ruínas e muito favoreceu os Padres da Recoleta de Santo Amaro de Pernambuco nas suas missões pela Capitania.
Era filho de Manoel Ribeiro de Sá e natural da Villa de Olinda e irmão de Diogo Ramires. 
É o homem que nunca existiu na opinião dos que pleitearam em favor do Rio Grande do Norte  na Questão Grossos.
Uma irmã de Sebastião de Sá, de nome Magdalena, casou com Nicacio de Aguiar Oliveira e teve Maria Magdalena de Sá e Oliveira, que casou com Manoel Vaz Carrasco e foi mãe de Ignez Madeira de Vasconcellos. Esses são os troncos de varias famílias do actual Ceará. 

Sobre a família Sá em Salgueiro-CE, conta-se o caso de Manuel de Sá, filho de José de Sá Araújo e de D. Maria Carvalho (Carvalha), nascido na fazenda Canabrava, do atual município de Belém do São Francisco - PE, então freguesia de Cabrobó, no inicio do século passado, que exerceu, segundo Antônio Araújo, a função de arrecadador de dizimo, desde jovem, por determinação da Igreja. Chegando à região de Jardim no Ceará, a serviço de sua missão, foi hospedar-se na casa do Tenente Antônio da Cruz Neves (Tonico), onde conheceu Quitéria da Cruz Neves. Casados vieram residir na fazenda Boa Vista, onde se dedicaram à criação de gado e à agricultura. Seus filhos: Raimundo de Sá, Joaquim de Sá Araújo, Francisco de Sá, Mariana de Sá- de Belém, Antônio de Sá- do Cantinho e outros. Com a morte de Quitéria, Manoel de Sá casou-se em segunda núpcias com Cândida da Cruz Neves, filha de Tonico, sobrinha de Quitéria, de quem teve: João de Sá, Amâncio de Sá, de Terra Nova, D. Maria de Sá Neves, Donira, Generosa e Antônio de Sá.

De todos os seus filhos, destacou-se Raimundo de Sá, que quando criança, se perdeu na fazenda Boa Vista e foi encontrado, onde se acha hoje sua estátua. Esse fato levou quase ao desespero seus pais que fizeram uma promessa a Santo Antônio, segundo a qual, se encontrasse seu filho com vida construiriam uma capela ao Santo e festejariam, por toda a vida. Assim surgiu Salgueiro, tendo como fundador Manuel Sá Araújo que construiu a capela e doou uma área de terreno para construir o patrimônio de Santo Antônio. Mas tarde, já adulto, é Raimundo de Sá que em 1864 consegue a autonomia do município, tendo sido seu 1º Intendente, cargo equivalente a prefeito, e que assim conservou ao longo de 32 anos. O outro filho que se sobressaiu foi Joaquim de Sá Araújo, que como voluntário, se apresentou para se bater na Guerra do Paraguai, voltando coberto de glórias, recebendo do imperador a Condecoração da Ordem das Rosas e com o título de Tenente.

Os Sá acabam se entroncando com os Alencar, Agra, Sá, Sampaio, Costa, Rodrigues, Silva, Correia, Rêgo, Sousa, Caetano e Pires.




Outros Clãs:

Lankia Castilhista
*Abordamos apenas os ramos familiares mais antigos, registrados no Brasil. Podendo haver outros que advieram em épocas posteriores, ou mesmo da mesma época, porém não registrados.

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