domingo, 15 de dezembro de 2019

Clã dos Sá



Portugal:

. O princípio desta família é bastante nebuloso, assim como a origem do apelido, que é de natureza geográfica, mas de que uns autores fazem solar a quinta de Sá, no termo de Guimarães, e outros o assinalam em lugares diferentes.

Parece que da série de gerações que se podem dar como mais prováveis, o ascendente de maior antiguidade que se conhece é Rodrigues Anes de Sá, casado com D. Maria Rodrigues do Avelar, pais de Paio Rodrigues de Sá, que se diz ter vivio no reinado de D. Dinis e que era muito herdado no concelho de Lafões. Deste foi filho João Afonso de Sá, que a maior parte dos genealogistas dá como o primeiro da família, contemporâneo de D. Afonso IV e de D. Pedro I, senhor da quinta de Sá, no termo de Guimarães, e casado com D. Teresa Rodrigues de Berredo, de quem teve filhos que seguiram o apelido de Sá e continuaram a linhagem.

É possível que se tenham originado várias famílias do mesmo apelido em quintas ou lugares diversos, mas, a ser assim, alcançou maior notoriedade a que provém de João Afonso de Sá.

As armas desta família são: Xadrezado de prata e de azul, de cinco peças em faixa e seis em pala.”

Brasão da Família Sá
A literatura trovadoresca registra a figura João Afonso de Sá, que teria sido filho da cortesã Maria Peres de Saa (do gótico saal: lugar; no português: chácara, solar ou sítio) com o rei Don Diniz, o rei Trovador, a quem doou a Quinta de Sá em Guimarães, e com quem teve vários outros filhos além de João Afonso de Sá.

De João Afonso de Sá, descende o cônego Gonçalo de Sá, pai de Mem de Sá, 3º Governador Geral do Brasil e de mais 12 filhos com mães diferentes. Mem de Sá vem para o Brasil e trás consigo vários primos e sobrinhos, entre eles: Estácio de Sá, Felipe de Sá, Eduardo de Sá, Fernão de Sá e Salvador Correia de Sá, Governador da Bahia e outras figuras de destaque na História do Brasil as quais tratava-as de sobrinhos. Conta-se que, por motivo do sobrenome real não poder aparecer, os filhos eram assumidos com o nome de origem geográfica dele, da toponímia do lugar onde moravam ou do apelido da mãe.


Brasil*:

“Eis que, liberta dos perigos do mar e de há muito esperada, uma esquadra fundeia na baía a que todos os Santos legaram o nome. Trazia, salvo das fauces do oceano, um singular herói, de extraordinária coragem, Mem, que do sangue de nobres antepassados e de seiva ilustre de longa ascendência herdara o sobrenome de Sá.”

De Gestis Men de Sá – Padre Anchieta.


"Os Sás, governadores, estadistas e guerreiros, formaram no Brasil uma verdadeira dinastia de varões ilustres. A história da sua vida é lição de heróis, epopeia duma família constituída por homens criadores de nações, obreiros da formação e reintegração cristã do nosso império.

Enorme ingratidão é ignorar a obra de Mem de Sá, perder a lembrança de seu filho Fernão de Sá e a memória dos seus parentes: Baltasar de Sá, Estácio de Sá, Salvador Correia de Sá, Martim de Sá e Salvador Correia de Sá e Benevides, [entre outros].

Vêde o que empreenderam e executaram!

Quando se procurava consolidar na América o domínio português, ou restaurá-lo; quando se reclamavam heróis, administradores e missionários católicos, o Brasil teve os homens de alma grande de que precisava. Ao lado dos primeiros governadores gerais e dos donatários empobrecidos na grande empresa da ocupação, apareceram os evangelizadores Nóbrega, Anchieta e os seus companheiros, que inspiraram e patrocinaram, devotamente, a criação da “Nova Lusitânia”. Foi no período decorrido entre o reinado de D. João III, o Colonizador, até a morte de D. João IV, que o Brasil teve os seus tempos heroicos. Época de conquista e organização, em que se expulsaram os intrusos e vararam os sertões, dando-se início aos aldeamentos, ao aproveitamento mais profundo e largo da terra, ao desbravamento das almas.

Naquele século, os Sás apresentavam-se no primeiro plano da colonização portuguesa, como construtores da unidade brasiliense. O seu trabalho de administrar e edificar fez-se no meio de lutas cruentas, mas teve o poder, quase milagroso, de integrar os elementos dispersos duma colônia inaugurada num território vastíssimo, povoado por tribos selváticas, assaltado pelos corsários, cobiçado por estranhos.

Nesse ciclo de combate constante, os Sás, homens de ação, de estatura gigante e poder multiplicado, percorriam todo o Brasil, desde o Rio Grande do Norte até o Rio da Prata, como bandeirantes da expansão portuguesa. Marchavam na vanguarda, com a armadura de aço ou a beca de magistrados. Enquanto não chegavam socorros do Reino, improvisaram exércitos e armadas, faziam-se construtores de galeões, empreiteiros de engenhos, arquitetos de vilas, entabuladores de minas, artesãos de todos os ofícios. A sua força de ânimo, a firmeza e coragem dos seus passos, a visão e domínio dos mais dilatados horizontes, a consciência da missão que lhes estava confiada supriu, muitas vezes, o valor de presença de fortes corpos militares. No fim de uma longa vida de duros e continuados trabalhos, vemos ainda o saber profundo, quase profético, da sua experiência a orientar as decisões do Conselho Ultramarino e a política colonizadora de Portugal, imprimindo nesta, mais uma vez, o sentido da vocação providencial que eles souberam servir, como eleitos."
Luís Norton


Mem de Sá, nascido em Coimbra, 1500 — Salvador, 2 de março de 1572, foi um fidalgo e administrador colonial português.

Meio-irmão do poeta Francisco de Sá de Miranda, era filho de Gonçalo Mendes de Sá, cónego da Sé de Coimbra e de mulher desconhecida, e neto paterno de João Gonçalves de Crescente, cavaleiro fidalgo da Casa Real, e de sua mulher Filipa de Sá que viveram em São Salvador do Campo em (Barcelos) e em Coimbra, no episcopado de D. João Galvão.

Exerceu o cargo de juiz desembargador dos Agravos da Casa da Suplicação. Foi nomeado como terceiro governador-geral do Brasil, de 1558 a 1572, sucedendo a D. Duarte da Costa (1553-1558).

Chegou a Salvador, na Bahia, em 28 de dezembro de 1557. Tomou posse do Governo em 1558. Procurou pacificar a colônia, liderando a guerra contra o gentio revoltado. Nessa luta, perdeu o filho, Fernão de Sá, em combate na Batalha do Cricaré, na então Capitania do Espírito Santo.

Os 14 anos de seu governo caracterizaram-se por importantes realizações, tais como a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1 de março de 1565, por seu sobrinho Estácio de Sá; a expulsão dos franceses, em 1567, com o auxílio do mesmo sobrinho, que morreu de flechada recebida na luta, e o aldeamento de tribos indígenas em missões (reduções).


jazigo de Estácio de Sá
Estácio de Sá. - Filho de Gonçalo Correia (1510 -1515) e Filipa de Sá (1515 - 1529), sua primeira esposa. Da segunda esposa, Maria Rodrigues (1529 -1535), Gonçalo Correia teria outros filhos. Eram seu irmão Francisco de Sá e seu primo Salvador Correia de Sá nascido em 1540. Alguns historiadores dizem que da segunda esposa, Gonçalo Correia teve um filho, Manuel ia Vasques; outros dizem ser este filho de Martim Silva de Sá e de D. Maria de Mendoza. Estácio era sobrinho de Mem de Sá e chegou a Salvador, na Bahia, em 1564 com a missão de expulsar definitivamente os franceses remanescentes na Baía de Guanabara e ali fundar uma cidade. Devido às dificuldades do início da colonização, somente em 1565, com reforços obtidos na então Capitania de São Vicente e com o auxílio dos jesuítas, conseguiu reunir uma força de ataque para cumprir a sua missão. Deixando o Espírito Santo em 20 de janeiro de 1565, em 1 de março fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em terreno plano entre o morro Cara de Cão e o morro do Pão de Açúcar, sua base de operações. O objetivo da fundação foi dar início à expulsão dos franceses que já estavam na área há dez anos. Combateu os franceses e seus aliados indígenas por mais dois anos. Em 20 de janeiro de 1567, com a chegada da esquadra comandada por Cristóvão de Barros com reforços comandados pessoalmente por seu tio Mem de Sá (indígenas mobilizados pelos padres jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega), lançou-se ao ataque, travando os combates de Uruçu-mirim (atual praia do Flamengo) e Paranapuã (atual Ilha do Governador). Gravemente ferido por uma flecha envenenada indígena que lhe vazou um olho durante a Batalha de Uruçu-mirim (20 de janeiro), veio a falecer um mês mais tarde (20 de fevereiro), provavelmente por septicemia decorrente do ferimento. Existe uma capela na Igreja de São Sebastião dos Frades Capuchinhos, na cidade do Rio de Janeiro, com a sua campa tumular onde encontra-se a seguinte inscrição:
"Aqui jaz Estácio de Saa, 1º Capitam e Conquistador desta terra cidade, e a campa mandou fazer Salvador Correa de Saa, seu primo, 2º Capitam e Governador, com suas armas e essa Capela acabou o ano de 1583."
Estácio de Sá, em vésperas de largar para o Rio: "Que contas, padre, darei a Deus, e ao rei, se todo este armamento se perder?" "Senhor - calmamente redarguiu o jesuíta, - de tudo darei contas a Deus, e, se for necessário, irei tambem perante el-rey, responder por vós". Nessa mentalidade unitária, fundamentalmente portuguesa, o nacionalismo parece defluir do próprio catolicismo.


Martim Correia de Sá. — “Governador do Rio de Janeiro, m. com 101 anos de idade em 1631. Era filho do primeiro capitão-mor da mesma cidade, Salvador Correia de Sá. Governou de 1602 a 1608, voltando a ocupar o cargo depois de 1618, com jurisdição sobre a capitania de S. Vicente e as terras que se fossem descobrindo. De 1620 a 1623 governou interinamente o Rio de Janeiro, Francisco Fajardo, mas nesse último ano voltou Martim Correia de Sá a tomar posse do governo, onde se conservou até 1630. Fortificou muito a cidade e fundou a aldeia de S. Pedro de Cabo Frio. Casou com D. Maria de Mendoza y Benavides, senhora espanhola, filha do governador de Cádiz, D. Manuel de Mendoza. Deste matrimônio nasceu Salvador Correia de Sá e Benevides, restaurador de Angola.”


Salvador Correa de Sá e Benevides
Salvador Correia de Sá. — “Guerreiro e administrador colonial português do séc. XVII, restaurador de Angola, governador das capitanias do Sul do Brasil, membro do Conselho Ultramarino. Nasceu no Rio de Janeiro em 1594, morreu em Lisboa a 01-01-1688. ... Em 1612, contando 18 anos, entrou no serviço militar, distinguindo-se nas lutas com os Índios. Já então os Holandeses e Ingleses haviam começado a intensificar os seus ataques à navegação portuguesa entre a metrópole e o Brasil (desde 1580), e tinha Salvador Correia perto de 30 anos quando deu as suas primeiras provas de perícia como chefe naval, levando a salvamento, de Pernambuco a Lisboa, um comboio de 30 navios. Ao regressar de tal missão, que era difícil porque os Holandeses dominavam no mar, já estes se haviam apoderado da Baía (Maio de 1624). Salvador Correia alistou na capitania de S. Vicente duas centenas de homens, meteu-os a bordo de duas caravelas e de três barcos pequenos, e levou-os a colaborar na empresa da reconquista da cidade, para a qual havia saído de Lisboa uma armada hispano-portuguesa comandada por D. Manuel de Meneses e levando como almirante D. Francisco de Almeida. De caminho, desembarcou Salvador Correia na capitania do Espírito Santo, e, demorando-se aí algum tempo, surpreendeu um troço de holandeses que também havia saltado em terra, derrotando-o. Seguindo para a Baía, chegou a tempo de ainda participar na restauração da cidade: 01-05-1625. ... “.


GENEALOGIA DOS CORREA DE SÁ:

Ruy Vaz Corrêa c.c. (?)

1. Gonçalo Correia ou Correia da Costa c.c. Filipa de Sá, filha de Martim de Sá.

2.1. Salvador Correia de Sá, O Velho, c.c. Inês de Souza

3.1. Martim Correia de Sá cc D. Maria de Mendoza y Benavides, espanhola, filha de D. Manuel de Benavides (alcaide-mor e castelão da Fortaleza de Santa Catarina da Ilha de Cadiz, mestre de campo de todas as milícias da Andaluzia e Reino de Jaén, governador da cidade de Cadiz).

4.1. Salvador Correa de Sá e Benevides cc  D. Juana Catalina Ramirez de Ugarte y Velasco

5.1. Martim Correia de Sá e Benevides Velasco (*6 de junho de 1639 - + 28 de outubro de 1678) lutou com o pai em Angola e foi feito 1º Visconde de Asseca, casado com D. Ângela de Melo, neta de D. Antão de Almada;

5.2. João Correia de Sá, Marechal de Campo, com importantes serviços prestados no Brasil e na Índia;

5.3. Salvador Correia de Sá, morto jovem;

5.4. o padre jesuíta Sebastião de Sá;            

5.5. D. Teresa Velasco.

5.6. Domingos Correia de Sá e Benevides c.c. Isabel de Sequeiros y Vilhena, bp Lisboa

             4.2. Francisco de Sá
             4.3. Estácio de Sá
             4.4. Manoel Corrêa Vasques
             4.5. Felipa de Sá, freira em Varão
             4.6. Duarte Corrêa Vasques
2. Braz Corrêa Da Costa c.c. 

3. Tristão Rodrigues Corrêa c.c. 

A Família Sá no CEARÁ

Um dos primeiros povoadores do Ceará foi Leonardo de Sá, que se fixou na capitania por volta de 1670. Filho do alferes Manoel Ribeiro Azevedo e de Maria Madalena de Sá e irmão do Capitão Mór do Ceará, Sebastião de Sá (este filho de Manoel Ribeiro de Sá, n. Olinda-PE) entre 1678 à 1682, e de 1684 à 1686, e, irmão de Diogo Ramires, também irmão de Maria Magdalena de Sá. Leonardo de Sá teve quatro filhos, vindo a se estabelecer no vale do Acaraú.

Filhos de Leonardo de Sá:

Sebastião de Sá
João de Sá
Maria de Sá
Paula de Sá c/c Nicolau da Costa Peixoto, fº de Antônio da Costa Peixoto.

Sebastião de Sá – Capitão-mor do Ceará por duas vezes, uma por Carta Patente de 7 de maio de 1678 e outra por nomeação de 26 de setembro e C.P. de 13 de outubro de 1684, competindo com ele Bento Correa de Figueredo, Manoel de Nojosa e Manoel da Cunha Moreno.
Na sua 1ª administração, que findou a 11 de setembro de 1682, substituiu-o Bento de Macedo de Faria, e na 2ª Thomaz Cabral de Olival.
Servira nas guerras de Pernambuco, tendo estado na rendição da Casa Forte de Isabel Gonçalves com o aprisionamento do Governador das Armas Henrique Huss, na tomada do Forte de Nazareth, nas duas batalhas dos Guararapes, na tomada do Forte das Salinas e Casa do Rego, no sitio e tomada do forte da Altana e Fortaleza das Cinco Pontas, dispoz a defesa da ilha de Fernando de Noronha, esteve de guardição na fortaleza do Rio Grande do Norte, Capitania onde adquiriu propriedades e combate os negros de Palmares. 
Quando no Ceará reedificou a fortaleza, levantou a Igreja que estava em ruínas e muito favoreceu os Padres da Recoleta de Santo Amaro de Pernambuco nas suas missões pela Capitania.
Era filho de Manoel Ribeiro de Sá e natural da Villa de Olinda e irmão de Diogo Ramires. 
É o homem que nunca existiu na opinião dos que pleitearam em favor do Rio Grande do Norte  na Questão Grossos.
Uma irmã de Sebastião de Sá, de nome Magdalena, casou com Nicacio de Aguiar Oliveira e teve Maria Magdalena de Sá e Oliveira, que casou com Manoel Vaz Carrasco e foi mãe de Ignez Madeira de Vasconcellos. Esses são os troncos de varias famílias do actual Ceará. 

Sobre a família Sá em Salgueiro-CE, conta-se o caso de Manuel de Sá, filho de José de Sá Araújo e de D. Maria Carvalho (Carvalha), nascido na fazenda Canabrava, do atual município de Belém do São Francisco - PE, então freguesia de Cabrobó, no inicio do século passado, que exerceu, segundo Antônio Araújo, a função de arrecadador de dizimo, desde jovem, por determinação da Igreja. Chegando à região de Jardim no Ceará, a serviço de sua missão, foi hospedar-se na casa do Tenente Antônio da Cruz Neves (Tonico), onde conheceu Quitéria da Cruz Neves. Casados vieram residir na fazenda Boa Vista, onde se dedicaram à criação de gado e à agricultura. Seus filhos: Raimundo de Sá, Joaquim de Sá Araújo, Francisco de Sá, Mariana de Sá- de Belém, Antônio de Sá- do Cantinho e outros. Com a morte de Quitéria, Manoel de Sá casou-se em segunda núpcias com Cândida da Cruz Neves, filha de Tonico, sobrinha de Quitéria, de quem teve: João de Sá, Amâncio de Sá, de Terra Nova, D. Maria de Sá Neves, Donira, Generosa e Antônio de Sá.

De todos os seus filhos, destacou-se Raimundo de Sá, que quando criança, se perdeu na fazenda Boa Vista e foi encontrado, onde se acha hoje sua estátua. Esse fato levou quase ao desespero seus pais que fizeram uma promessa a Santo Antônio, segundo a qual, se encontrasse seu filho com vida construiriam uma capela ao Santo e festejariam, por toda a vida. Assim surgiu Salgueiro, tendo como fundador Manuel Sá Araújo que construiu a capela e doou uma área de terreno para construir o patrimônio de Santo Antônio. Mas tarde, já adulto, é Raimundo de Sá que em 1864 consegue a autonomia do município, tendo sido seu 1º Intendente, cargo equivalente a prefeito, e que assim conservou ao longo de 32 anos. O outro filho que se sobressaiu foi Joaquim de Sá Araújo, que como voluntário, se apresentou para se bater na Guerra do Paraguai, voltando coberto de glórias, recebendo do imperador a Condecoração da Ordem das Rosas e com o título de Tenente.

Os Sá acabam se entroncando com os Alencar, Agra, Sá, Sampaio, Costa, Rodrigues, Silva, Correia, Rêgo, Sousa, Caetano e Pires.




Outros Clãs:

Lankia Castilhista
*Abordamos apenas os ramos familiares mais antigos, registrados no Brasil. Podendo haver outros que advieram em épocas posteriores, ou mesmo da mesma época, porém não registrados.

sábado, 14 de dezembro de 2019

Clã da Família Teixeira





Portugal:

A genealogia da família Teixeira se inicia com o Conde D. Fafes Sarrazim de Lanhoso (ou Lanhozo), até D. Hermígio (ou Hermigo) Mendes Teixeira e daí­ se inicia, oficialmente, o senhorio dos Teixeira, na região do Concelho de Teixeira, Gestaço, e Quinta de Sequeiros (atual Distrito de Braga, norte de Portugal, região do Minho):

l) Conde D. Fafes Sarrazim de Lanhoso, donde descendem os Godinhos; este D. Fafes Sarrazim, foi rico-homem, morreu valorosamente diante do Rei D. Garcia II de (Galiza e) Portugal (Portucale) com o poder do Rei D. Sancho II de Castela, na Batalha de Águas de Maias, junto de Coimbra. Casou-se com D. Ouroanna Mendes, filha de D. Mendo Alãno (Alanus) de Bragança, de quem teve D. Godinho Fafes.

2) D. Godinho Fafes, filho de D. Fafes Sarrazim foi rico-homem do Rei D. Afonso VI de Leão (e Castela); antes do ano de 1082 acompanhou o Conde D. Henrique (de Borgonha) nas guerras que teve e com ele fez Doação do Couto e Mosteiro de S. Maria de Mobia no ano de 1103. Foi quem fundou e coutou o Mosteiro da Fonte Arcada (Fontarcada). Casou-se com D. Guiomar Mendes, filha de D. Ourigo (ou Eurico) de Nobrega, o Conquistador, de quem teve D. Fafes Lucides (ou Luz ou ainda Lux).

3) D. Fafes Lucides, filho de D. Godinho Fafes veio com o Conde D. Henrique, a Portugal de quem foi Alferes e rico-homem muito honrado e de quem descendem os Fafes e os Godinhos. Casou-se com D. Froille Viegas, filha de D. Egas Paes de Penagate, que fundou o Mosteiro de Rendufe e de sua mulher D. Sancha Mendes, filha de D. Mem Pires de Longos, de quem teve D. Godinho Fafes, de quem vem os Godinhos e os Alteros e D. Egas Fafes de Lanhoso. D. Egas de Penagate foi Senhor de muitas terras no Concelho de Prado, Regalados, Entre Homem e Cavado, onde possuíam as Quintas e Honras de Crasto, Vasconcellos, Dornellas e Sequeiros; esta deu em dote à  sua filha D. Froille.

4) D. Egas Fafes de Lanhoso, filho de D. Fafes Lucides, foi rico-homem e Senhor de muitas terras em Trás-os-Montes e esteve na Batalha de Ourique. Casou-se com D. Urraca (ou Chamoa) Mendes de Souza, filha de D. Mem Viegas de Souza e sua mulher, D. Elvira. Foi D. Egas Fafes a Jerusalém, e pelos bons serviços que lá fez, lhe deu o Rei Balduíno, as suas Armas que são as que usam seus descendentes. D. Chamoa Mendes era filha de D. Mem Viegas e foi quem herdou a Quinta da Torre de Vasconcellos. Teve com ela, D. Mem Viegas, D. Gonçalo Viegas, 1º Mestre da Ordem de Avis em Portugal e D. Frolle ou Sancha Viegas, mulher de D. Soeiro Pires Torta ou Escacha.

5) D. Mem Viegas, filho de D. Egas Fafes, foi rico-homem. Casou-se com D. Tareja (ou Teresa) Pires (ou Peres), filha de D. Pedro Viegas Pero Paes, Alcaide-Mor de Lisboa e sua mulher D. Maria Pires, de quem teve D. Hermigo (ou Herma­gio) Mendes Teixeira.

6) D. Hermigo (ou Hermígio ou ainda Henrique) Mendes Teixeira, filho de D. Mem Viegas, foi rico-homem e se chamou TEIXEIRA por ser Senhor do Concelho de Teixeira, Gestaço e da Quinta de Sequeiros. Esteve no Cerco de Ceuta com o Rei D. Fernando III, o Santo, de Leão e Castela pelos anos de 1248 e foi rico-homem do rei D. Sancho I. Foi o primeiro que se apelidou Teixeira e foi Senhor de Teixeira. Esteve na Conquista de Sevilha.  Casou-se com D. Maria Paes de Novaes, filha de D. Payo de Novaes, Alcaide-Mor de Vila Nova de Cerveira, rico-homem e sua mulher D. Maria Soares Velho. Teve com ela os seguintes filhos:

No Armorial Lusitano, relata-se que:
"A família Teixeira é das mais antigas e qualificadas de Portugal. D. Fafes Luz veio com o Conde D. Henrique para Portugal, foi seu alferes-mor, rico-homem, muito honrado, marido de D. Froilhe Viegas, senhora da Quinta de Sequeiros, filha de D. Egas Pais de Penagate, senhor de muitas terras no conselho de Prado, Regalados, Entre Homem e Cávado, e das Quintas de Crasto, Vasconcelos, Dornelas e Sequeiros e fundador do mosteiro de Rendufe, e de sua mulher. D. Sancha Mendes. Teve, pelo menos, dois filhos: D. Godinho Fafes, de quem procedem os Fafes, os Godins e Godinhos e os Álteros; e D. Egas Fafes de Lanhoso. Este foi rico-homem, teve o senhorio de muitas terras, combateu na batalha de Ourique e recebeu-se com D. Châmoa Mendes, filha de D. Mem Viegas, de quem houve D. Mendo Viegas, D. Gonçalo Viegas, primeiro mestre da Ordem Militar de Avis em Portugal, de quem não ficou geração, e D. Foilhe ou Sancha Viegas, mulher de D. Soeiro Pires Torta ou Escacha. De D. Mendo Viegas, que foi rico-homem, e de sua mulher, D. Maria Pires, nasceu D. Hermígio Mendes de Teixeira, que foi rico-homem de D. Sancho I, senhor de Teixeira, Gestaçõ e da quinta de Sequeiros, esteve na conquista de Sevilha e tomou o apelido do primeiro destes senhorios. Casou-se com Maria Pais, filha de Novais, alcaide de Vila Nova de Cerveira, rico-homem, e de sua mulher, D. Maria Soares Velho, de quem teve vários filhos, pelos quais se continuou o apelido de Teixeira."

Etimologia do sobrenome Teixeira: O sobrenome Teixeira como outros sobrenomes com nomes de árvores, tais como: Pinheiro, Carvalho, Figueira, Nogueira, etc... são de origem celta, anteriores ao Séc. V A.C.. "Teixeira" vem do étimo: "Teixo", árvore sagrada para os celtas. 


Brasil*

O Clã Teixeira de Mendonça na Bahia:

Dom Marcos Teixeira (O Bispo Soldado), Prelado, de seu nome completo Marcos Teixeira de Mendonça, nasceu na segunda metade do séc. XVI e morreu no Brasil a 08-10-1624. Em 1621 foi nomeado bispo da Bahia. Quando São Salvador, já havia capitulado e se encontrava sob domínio holandês, foi ele eleito pela Câmara de Salvador, para organizar a resistência. Era Dom Marcos, dotado de qualidades invulgares, levantou o moral dos que buscavam deixar a cidade, a mobilizando como instrumento de contenção do avanço inimigo. Arregimentou os homens válidos, proibiu relações com o intruso, incutiu confiança e entusiasmo em todos, enfim, organizou a reação e decidiu cobrar caro a invasão.

Há uma légua das muralhas de Salvador, fez levantar o Arraial do Rio Vermelho que, se tornou a sede do Governo-Geral do Estado do Brasil e quartel-general da reação contra o invasor, além de um obstáculo à sua expansão para oeste, e criando o sistema de emboscadas, a grande inovasão tática que dará a superioridade bélica aos brasileiros.

De Pernambuco, veio Matias de Albuquerque, com reforços em provisões e pessoal. Francisco Nunes Marinho, na qualidade de Governador-Geral. Recebeu o governo do bispo-soldado, e adotou medidas para tornar o cerco mais rigoroso e agressivo. Já em meio a guerra franca, em 8 de outubro morreu D. Marcos Teixeira, a alma da reação e catalisador de vontades e esforços.

Inspirado pelo exemplo do heróico eclesiástico, Nunes Marinho tomou o lugar de Dom Marcos, e liderou a reação com agressividade, sem dar descanso ao invasor, levando a morte para dentro da área do cerco. O testemunho do pe. Antônio Vieira, residente na Bahia, dá conta do heroísmo e dos sacrifícios dos brasileiros:

"Passaram noites e dias sem dormir e descansar, viviam e dormiam sem um teto, alimentavam-se precariamente de farinha, padeceram por vezes seguidas, frios, fomes e sedes, além de estarem faltos de munição que foi conseguida com o próprio inimigo, através das emboscadas" As únicas coisas abundantes entre os brasileiros eram o ânimo guerreiro e de libertar sua terra. 


Genealogia dos Teixeira de Mendonça (Bahia):

João Teixeira de Mendonça, natural de Lisboa, passou à Bahia, e aí casou com D. Filipa de Araújo, filha de Maria Barbosa de Araújo e de seu marido Manuel Nunes Figueira. Era o sobredito João Teixeira de Mendonça filho do capitão André Teixeira de Mendonça e de sua mulher D. Mariana de Magalhães, filha esta de Manuel Jorge de Magalhães, moço fidalgo da casa de Sua Majestade, e de sua mulher D. Maria Coelho de Brito, e André Teixeira de Mendonça era filho do capitão Antônio Teixeira de Mendonça, moço Fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Julia de Carvalho, neto do doutor Marcos Texeira, deputado da mesa da consciência e ordens e do geral do Santo Ofício de Lisboa, e de sua mulher D. Mariana de Mendonça, bisneto de Diogo Teixeira e de sua mulher D. Violante de Vasconcelos; e D. Júlia de Carvalho, mãe do capitão André Teixeira de Mendonça, era filha de João Mendes de Carvalho, comendador de Ferreira e irmão do Marquês de Monte Belo em Castela. De D. Filipa de Araújo e seu marido João Teixeira de Mendonça, foram filhos: 

1. Manuel Teixeira de Mendonça, que se segue.
2. D. Mariana, que faleceu solteira a 18 de maio de 1715.
3. D. Julia de Carvalho, adiante.


ANDRÉ TEIXEIRA DE MENDONÇA. Foi em Lisboa capitão da companhia de oficiais de justiça, Doc. Hist., v. 18, p. 237, na Bahia, escrivão da Chancelaria da Relação, 29 de outubro de 1658, Doc. Hist., v. 19, p. 417. Ordem régia de 18 de outubro de 1680 mandou entregassem à viúva, D. Mariana de Magalhães, 60$ de pensão que tinha no ofício de escrivão da Provedoria, Anais do Arq. Públ. da Bahia, v. 28, p. 19. - Natural de Almoster, termo de Santarém, filho de Álvaro de Carvalho, teve alvará de fidalgo cavaleiro em 1647, pelos serviços prestados na conquista de Angola, Carvalho Franco, Nobiliário Colonial, p. 196.

ANTONIO TEIXEIRA DE MENDONÇA. Capitão-mor, foi enviado à Bahia quando os holandeses ocupavam a ilha de Itaparita, Doc. Hist., v. 23, p. 425. Capitão-mor de Angola (1648), bravamente a defendeu, J. C. Feo Cardoso de Castel Branco e Torres, Memórias etc., p. 178, Paris, 1825.


Os Teixeira (s) em Pernambuco:

Quando João Fernandes Vieira abre a campanha contra o domínio holandês, nomeia como capitão em Ipojuca Thomé Teixeira.

Nas vésperas da batalha do Monte Tabocas, quando ainda se encontrava em confabulações com outros chefes insurreitos, no engenho de Luiz Bráz Bezerra, achava-se entre os principais Álvaro Teixeira

Bras de Barros Teixeira e Paulo Teixeira eram capitães do Terço de João Fernandes Vieira, e tomaram parte na batalha do Monte Tabocas, bem como na 1ª e 2ª Batalhas dos Guararapes, com Paulo Teixeira sendo ferido na 2ª Batalha. 

Braz de Barros Teixeira será ainda o Capitão a frente da reconquista de Olinda, tomando ainda de assalto o forte George, as portas do Recífe, que a ligava a Olinda pelo litoral.

Nos antecedentes da batalha de São Lourenço (1636), Paulo Teixeira, juntamente com o também capitão Álvaro de Azevedo Agostinho Leytão, conduziram os moradores de São Lourenço, que seriam até cem homens, com suas famílias, e toda a mais gente da povoação, em um melhor reduto, cercado de uma grossa palhiçada. 

Posteriormente, em 11 de março de 1653, na estância do Aguiar, será o mesmo capitão Paulo Teixeira, que irá rechaçar uma investida flamenga, sob comando do coronel Sigismundo, de 150 homens, no intento de tomar a Fortaleza dos Afogados sob seu comando.
"O Capitão Paulo Teixeira, que se achava com muita, e boa gente saiu da Estância, rompeu as emboscadas, investiu sobre o esquadrão inimigo, que assombrado de o buscar tanta mais gente, do que imaginava, frio na resistência, remisso na defesa, fugiu cortado de seu espanto, Só de nossos golpes, tão vergonhosamente, que não bastou a causa para lhe diminuir a injuria.
Pelas três da tarde, com dobrado poder, arrogante fúria, o Cel. Sigismundo voltou a prosseguir no intento da manhã. No mesmo posto encontrou a mesma oposição: Sustentou o avanço aquele tempo, que sustentaram as cargas, mas tanto, que sentiu o corte de nossas espadas. Deixou o campo e a vitória, contente com retirar seus mortos."


GENEALOGIA dos TEIXEIRA CABRAL (Pernambuco):

 Martinho Teixeira Cabral c.c. Petronilla de Brito; senhores dos engenhos de Goyanna e Bôa Vista, da freguesia de Serinhaem.

Thomé Teixeira Ribeiro c.c. d. Maria Cavalcante Bezerra
5 — Pedro Teixeira Cavalcante.
5 — D. Manoella Teixeira Cavalcante, adeante.
5 — D. Maria Teixeira Cavalcante.
5 —-D. Anna Cavalcante de Nasareth.
5 — D. Gertrudes Teixeira Cavalcante.
5 — D. Manoella Teixeira Cavalcante, casou com o Capitão Antonio José do Couto, natural do Reino. Deste matrimônio tem nascido:
 6 — Antonio José do Couto. 
6 — Thon_fé Teixeira Ribeiro. 
6 — D. Marli. 
6 — D. Luisa Cavalcante Bezerra, casou com José Rebello Falcão, filho do Capitão-mór Braz Vieira Rebello e de sua mulher D. Anna Luisa Cavalcante
Gonsalo Teixeira Cabral; natural da Villa de Serinhaem, Capitão Cabo do Forte do Pao da Gamella c.c. d. Cosma d´Araujo Cavalcante:
10—Antônio José Teixeira, que segue, aqui mesmo.
10— D. Anna Cavalcante de Nasareth, aqui.
10 — D. Maria Ignacia Cavalcante, g
10 — D. Luisa da Conceição Cavalcante, §
10 — Antônio José Teixeira, é Capitão da Ordenança da Villa de Serinhaem. Casou com D. Maria Rosa de Barros Campello, filha de Manoel Rodrigues Campello, Cavalleiro Fidalgo da Casa Real professo na Ordem de Christo e Capitão de Infantaria paga com exercicio das ordens do Governo de Pernambuco, e de sua mulher D. Innocencia de Brito Falcão & até a presente s. g.
10 — D. Anna Cavalcante de Nasareth, casou com o Capitão Christóvão da Rocha Wanderley, filho de Manoel de Barros Wanderley, Sargento Mor da Villa de Serinhaem, e de sua mulher D. Maria L.

Lankia Castilhista
*Abordamos apenas os ramos familiares mais antigos, registrados no Brasil. Podendo haver outros que advieram em épocas posteriores, ou mesmo da mesma época, porém não registrados.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Clã dos Bezerra(s)


Gallaecia

Conta-se procederem os "Bezerra" (Becerra em castelhano) de um afamado capitão galaico chamado Vitelio, na Ibéria pré-romana, antiga Kéltia, ao tempo da invasão romana, o qual era “Senhor de todas as montanhas e terras de Campos, onde fundou o povoado que hoje permanece com o nome de Becerril”, cuja terra deu em dote a uma filha quando a casou com um seu sobrinho chamado igualmente Becerra, de quem procedem todos os que com este nome se encontram no principado de Asturias, Reinos de Castela e Galiza, Extremadura e outras províncias; que conhecendo os romanos a alta origem e espírito valoroso de Vitelio, o aclamaram por legítimo Imperador, procedendo deste tronco Rodrigo Becerra, Capitão esforçado da cavalaria do Rei Dom João de Aragão; Diego Becerra, Comendador da Ordem de São João de Rodes; e Vasco Gil Becerra que, com García Becerra, se distinguiu na conquista de Trujilho, ano de 910, fazendo-lhes mercês, por seus méritos, Dom Afonso III o Magno, de muitas cidades e vilas.

Que entre os cavaleiros que no ano de 718 elegeram em Asturias por seu chefe militar [caudilho] a Pelayo, figurou Diego Becerra, que serviu valorosamente na conquista de Oviedo e casou com Da. Gimena, de quem teve por filho Fernan Diaz Becerra, que serviu ao Rei D. Afonso, o Católico, e fundou no coto de Lamas na Galiza seu solar e Torre forte na qual estavam as armas da casa de Becerras, organizada em cinta, no primeiro quartel de ouro com águia negra de asas abertas, insígnia dos Imperadores romanos, e no segundo, azul, com um castelo de prata com as pedras desenhadas [destacadas, mazonado] em negro, portas e janelas azuis, de cada lado empinado um leão de ouro.”.


Portugal

A família Bezerra são originários da Galiza que já existia no século XII, ligada a dos Limas, entrando depois nas mais nobres famílias, quer da Galiza, quer de Portugal.


Brasil*:

O capitão Amaro Bezerra, em 1728, recebeu, em Alagoas, onde residia, o Tabelião da Nobreza, em que lhe foi passado o traslado do Brasão e Fidalguia dos de sua grei. O Tabelião diz que “os Bezerras nesses Reinos são fidalgos antigos, de Casa d´Armas”, aparentados dos Cabraes, da Casa dos Senhores de Belmonte, e, “sempre foram tratados à lei da nobreza e neles nunca houve raça de infecção nação”. Eram, portanto, limpos de sangue, sem nenhuma mistura de mouros ou judeus. Citando os termo conhecido das Armas dos Bezerras: “Em campo verde, de dois bezerros de ouro ondeante com os rabos sobre a anca, elmo de prata, aberto e guarnecido de ouro [....] “as quais armas poderá usar como ato e sinal de sua nobreza e fidalguia e com eles gozar de todas as graças, mercês, honras, privilégios que pelos Senhores Reis deste Reino foram concedidas aos ditos Fidalgos e Nobres e dele e em especial as das ditas gerações e com elas poderão entrar em batalhas, pugnas e torneios e quaisquer atos, assim de Paz como de Guerra, podendo trazer em suas baixelas, resposteiros e assentos e nas portas de suas casas e quintas e deixá-las sobre a sua própria sepultura e finalmente, servindo-se e honrando-se delas, como à sua nobreza e fidalguia convém e como convém aos mais fidalgos e nobres deste Reino. Dada em Lisboa Ocidental, em 10 de julho de 1728. José da Cruz a escreveu”.  - Manuel Leal, Rei d ´Armas de Portugal. 

localização do bairro Monteiro no Recife

Maria de Araújo c.c. Antonio Bezerra Felpa de Barbudo.
Brásia Monteiro c.c. Domingos Bezerra Felpa de Barbudo

Domingos Bezerra Felpa de Barbudo era filho de Antonio Bezerra Felpa de Barbudo e de Maria Araújo.

Brásia Monteiro e Maria de Araújo, eram irmãs. Filhas de Pantaleão Monteiro. Tendo Brásia Monteiro se casado com seu sobrinho Domingos Bezerra Felpa de Barbuda.

Domingos Bezerra Felpa de Barbuda,  fidalgo de geração, natural de Viana (Minho), filho de Antônio Bezerra Felpa de Barbuda, que se havia fixado em Pernambuco ao tempo do primeiro donatário. O engenho, em 1612, ficou por herança a seu filho Francisco Monteiro Bezerra, casado com Maria Pessoa, era capitão de milícias da Várzea do Capibaribe. Na guerra contra os holandeses foi aprisionado e deportado para a Holanda juntamente com dois de seus filhos. Regressou a Pernambuco, e em 1645, tomando seu filho João Pessoa Bezerra, parte na insurreição.

Francisco Monteiro Bezerra foi casado com Maria Pessoa, concebendo como filhos: João Pessoa Bezerra e Miguel Bezerra Monteiro

Francisco Monteiro Bezerra, foi um dos valerosos Capitães que teve Pernambuco na invasão dos Holandeses, na qual em repetidas ocasiões deu mostras de seu brio e do seu préstimo, porque em defesa da pátria não só dispendeu a fazenda, mas empenhou a pessoa com tanta eficácia que prisionandoo os holandeses, o não deram por seguro em Pernambuco e o mandaram com toda a família para a Hollanda, onde ele faleceu miseravelmente e sua mulher e filhos depois de alguns anos voltaram para a pátria, onde se achavam já em 1645. Foi sua mulher Maria Pessoa, filha de Fernão Martins Pessoa e de sua mulher Isabel Gonçalves Raposo, a qual Maria Pessoa vivia ainda em 1670, como se vê de um termo feito a 3 de fevereiro do dito ano, no Livro antigo das entradas dos Irmãos da Misericórdia de Olinda. No Livro Velho da Sé se acha um assento feito a 2 de de 1606, do qual consta que receberam, com licença do Sr. Bispo, as bênçãos matrimoniaes na Ermida de S. Panthaleão do engenhe do Monteiro, por estarem já recebidos com licença do Licenciado Ruy Teixeira ouvidor da vara. B do Livro da Câmara que servia de registros em 1660, a folhas 42, se vê que nela fôra Vereador em 1613. Nasceram do refenuo matrimônio de Francisco Monteiro Bezerra os filhos seguintes:
1 —Antonio Bezerra Monteiro, que também foi Capitão e morreo valerasamente na guerra.
2 —Domingos Bezerra Monteiro, que também foi Capitão e serviu.
3 — Francisco Monteiro Bezerra, que foi Capitão na guerra dos Hollandezes e ficou morto no Campo na occasião do assalto com que o inimigo ganhou a nossa Estância dos Afogados a 18 de Março de 1633. Serviram valerosamente na guerra e falleceram sem tomar estaão.
4 —João Pessoa Bezerra, que foi baptisado na Ermida de S. Panthaleão do engenho de seu pai a 4 de Abril de 1616. Tinha 14 annos quando os Hollandezes tomaram Pernambuco, mas imitando em' tão pouca idade o valor de seu pai servio a pátria com a honra própria da sua pessoa, achando-se em muitas ocasiões que houveram na campanha, contra os Hollandezes, ajudando a render um patacho e lancha, que levavam soccorro ás duas Fortalesas, por cuja causa levantaram o sitio do Arraial de Bom Jesus, e na occasião de permanecer no sitio do Mingáo e em varias outras occasiões com tal desembaraço que mereceo ser provido em Capitão de infantaria, mas sendo prisioneiro foi levado a Hollanda com seus pais e irmãos e restituido depois de alguns annos a pátria a servio com igual constância, achando-se na batalha das Tabocas e em todas as mais batalhas, sítios e recontros que houveram até felizmente se conseguir a restauração das nossas tropas e fortalezas. Retirou-se depois de expellidos os Hollandezes ao seu engenho do Monteiro, mas.nem por isso deixou de lograr as primeiras estimações, pois o Rei o honrou com o foro de Fidalgo Cavalleiro de sua casa, por Alvará de 2 de Janeiro de 1672 e a Republica o elegêo nos annos de 1664 e 1671, por Juiz ordinário de Olinda, em cuja Casa da Mizericordia servio de Provedor nos de 1664, 1670, 1679 e 1684, fallecendo, sem tomar estado, pouco tempo depois com grande sentimento daquella Irmandade, de que foi insigne bemfeitor,
5 — Miguel Bezerra Monteiro, que também foi Fidalgo Cavalleiro da Casa Real, nasceo no anno de 1617 e recebêo a graça do baptisnío no dia do Santo que lhe deu o nome. Padecêo com seus pais e irmãos o grande trabalho do extermínio de Hollanda; mas recolhido á pátria a servio valerosamente com o posto de Capitão de infantaria até a restauração e ficando depois da guerra reformado, o provêo o Governador André Vidal de Negreiros, por patente de 3 de Junho de 1667 no posto de Capitão da Ordenança da freguesia da Várzea, de que logo em Dezembro fez deixaçào, applicando-se a levantar o engenho do Brumbrum, em uma sorte de terras que lhe coube de legitima, a que annexou outras que coníprou, e também fallecêo sem casar, havendo servido de Juiz Ordenario de Olinda no anno de 1674 e de Provedor da Mizericordia no de 1675. Jaz sepultado na Igreja do Convento de Nossa Senhora do Carmo da mesma cidade.
6 — D. Brasia Monteiro, que casou a 11 de Janeiro de 1623, com Pedro Cavalcante d'Albuquerque, Fidalgo Cavalleiro da Casa Real e professo na Ordem de Christo, que na guerra foi Capitão de infantaria, o qual era filho de Manoel Gonçalves Cerqueira, Cavalleiro da Ordem de Christto, que na guerra foi Capitão de infantaria, o qual era filho de Manoel Gonçalves Cerqueira, Cavalleiro da Ordem de Christo, e de sua mulher D. Isabel Cavalcante, de quem Manoel Gonçalves foi primeiro marido. Da sua successão se escreve em titulo de Cerqueiras Cavalcantes.
7 —Maria Pessoa Bezerra, que continua._
8 —Thomasia Bezerra, que casou no anno de 1646, com seu primo João Ribeiro Pessoa, filho de Antonio Martins Ribeiro e de sua mulher Branca de Araújo. 'Da sua successão se escreve em* titulo de Pessoas.
9 — Catharina que foi baptisada a 20 de Janeiro de 1619 e fallecêo de poucos annos.
10 — Francisca Monteiro, que foi baptisada a 4 de Outubro de 1620, casou com Sebastião de Carvalho, Fidalgo Cavalleiro da Casa Real, filho do Desembargador João Alves de Carvalho e de sua mulher D. Maria de Anãrada, do qual Sebastião de Carvalho foi D. Francisca Monteiro terceira mulher. E da sua suecessão se escreve em titulo de Carvalhos.
11 — Maria Pessoa Bezerra, que foi baptisada a 1 de Desembro de 1610, casado duas vezes: a primeira com Domingos Feijó, de quem não teve successão e a segunda com Antonio Correia Calheiros, natural de Vianna Fallecêo no tempo dos Hollandezes, como se vê do seu inventario, que se acha no Cartório dos Orphãos de Olinda. Deste matrimônio nasceu única 
Domingos Bezerra Felpa de Barbuda. Domingos, fidalgo de geração, era natural de Viana (Minho), filho de Antônio Bezerra Felpa de Barbuda, que se havia fixado em Pernambuco ao tempo do primeiro donatário. Em 1556, Domingos Bezerra possuía uma plantação de milho em Beberibe. Em 1582, era vereador de Olinda. 

Em 1612, por sua morte, o engenho passou ao segundo filho de Domingos Bezerra, Francisco Monteiro Bezerra, vereador de Olinda em 1616. Em 1623, o engenho produzia 6920 arrobas. Quando da ocupação holandesa, Francisco Monteiro era o capitão de milícias da Várzea do Capibaribe, participando da guerra de resistência; e em 1633, refugiou-se no Arraial do Bom Jesus. Em 1634, um contingente holandês atacou o engenho, incendiando-o, aprisionando seis portugueses e catorze africanos e tomando "muito açúcar". Em 1635, ocupado pela tropa batava que aí se aquartelou quando do segundo sítio do Arraial, onde Francisco Monteiro Bezerra novamente se refugiou na companhia de outros senhores da Várzea, tendo de pagar resgate. Em 1637, o engenho estava "muito arruinado" e não moeria. Tampouco moeria em 1639. Neste ano, após o saque da povoação de Apipucos pelos campanhistas luso-brasileiros, Francisco Monteiro e dois dos seus filhos foram desterrados para a Holanda, sob suspeita de correspondência com o inimigo, "permitindo-se-lhe que seus bens fiquem à sua disposição e que sua mulher e seus outros filhos possam permanecer". 

Francisco Monteiro regressou posteriormente a Pernambuco. Em 1645, seu filho João Pessoa Bezerra aderiu à insurreição luso-brasileira. Reconstruído por ele, o engenho moía em 1655, sendo transformado em vínculo. Em 1664-7, Maria Pessoa, viúva de Francisco, e os filhos, o citado João Pessoa Bezerra e Miguel Bezerra Monteiro, senhoriavam a propriedade.


Luís Barbalho Bezerra, foi um dos mais renomados militares do Brasil Colônia. Foi ele quem comandou a épica descida do Porto de Touros, cruzando o território holandês, até a Bahia em 1640. Em abril de 1641, junto com o Bispo D. Pedro da Silva e Sampaio e Lourenço de Brito Correa formaram a junta governativa tripartite que destituiu o Marquês de Montalvão do cargo de Vice-Rei e aclamou o Rei D. João IV, restaurador de Portugal.

Em 2 de junho de 1643, ao regressar de São Paulo, o então governador Salvador Correia de Sá e Benevides deu posse ao  novo governador no Rio de Janeiro: Luís Barbalho Bezerra, que se encontrava em Portugal,  homem honesto, descrito como "ponderado e integro", e partiu para Lisboa, para defender-se das acusações que sofria.

Barbalho Bezerra, era veterano das guerras contra os holandeses, ainda em curso, e se encontrava em estado de pobreza, tendo gasto sua fortuna e a saúde na luta contra os holandeses, a Câmara do Rio resolveu lhe conceder «aposentadoria», o que significava pagar os aluguéis de suas casas.

O nome de Barbalho Bezerra, diz Vivaldo Coaracy em sua obra "O Rio de Janeiro no século XVII", está intimamente ligado à história das lutas na Bahia e Pernambuco contra os holandeses, nas quais se cobrira de honra e adquirira justo renome. Dada a reputação "de homem ponderado e íntegro, de inatacável honestidade, de que vinha precedido o novo governador, a população o acolheu com muita esperança e grande satisfação, entre vivas demonstrações de júbilo."

Sob Barbalho, a cidade progrediria muito, sobretudo porque chegou nesse mesmo ano, a mando do rei D. João IV, o engenheiro francês Michel d'Escolle, que projetou o plano da cidade sendo seu primeiro urbanista.

Uma das providências do governador foi, tendo encontrado a guarnição da praça reduzida a 260 soldados, cujos soldos havia nove meses não eram pagos, elevar a tropa a 600 homens, o que lhe parecia o mínimo necessário à defesa. Dirigiu-se à Câmara em 5 de julho de 1643 e pediu que decretasse impostos que lhe parecessem justos e mais suaves, para atender a necessidades militares. A guarda do produto seria confiada à Câmara, que não o poderia desviar para outro fim.

Barbalho morreu, porém, em 15 de abril de 1644 e foi sepultado na igreja do Colégio dos Jesuítas. Diz Coacay : "No curto período do seu governo, fizera-se altamente estimado pela integridade e espírito de justiça, sendo a sua morte muito lamentada. O prestígio de que gozava entre a população foi herdado pelos filhos, Jerónimo Barbalho Bezerra e Agostinho Barbalho Bezerra, então ainda jovens, mas que mais tarde desempenhariam papel relevante na história do Rio de Janeiro.


Outros clãs:

Keltoi - Pela Restauração da Nobreza Brasilaica
Clãs Brasilaicos
Clã Aguirre
Clã dos Pires
Clã Rendon de Quebedo
Clã dos Saraiva(s)
Clã dos Teixeiras
Clã dos Wanderley
Clã Vidal de Negreiros
Clã Vieira de Mello

Lankia Castilhista
*Abordamos apenas os ramos familiares mais antigos, registrados no Brasil. Podendo haver outros que advieram em épocas posteriores, ou mesmo da mesma época, porém não registrados.

sábado, 7 de setembro de 2019

Clã dos Camargos



Os Camargo são originários do vale de Camargo (Santander, País Basco), de onde se espalharam por Santillana (Santander), Castrojeriz e Roa (Burgos), Agreda (Soria), Pozal de Gallinas (Valladolid), Placencia (Cáceres) e Guadalajara.


No Brasil:

Registra-se como cabeça de clã: Jusepe Ortiz de Camargo ("José Ortiz de Camargo"),  natural de Burgos, que veio a S. Paulo na última parte do século 16.º, f.º de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, n. p. de Luiz Dias de Camargo e de Beatriz de la Peña.

Em São Paulo, casou com Leonor Domingues, falecida com testamento em 1630 na mesma vila no estado de viúva de seu marido, f.ª de Domingos Luiz - o Carvoeiro - cavaleiro fidalgo, e de Anna Camacho.

Jusepe de Camargo foi concunhado de Amador Bueno da Ribeira, que foi casado com Bernarda Luiz, também f.ª do dito Domingos Luiz. Esta família (bem como a descendência de Amador Bueno) participa do sangue de João Ramalho, que foi casado com Izabel Dias f.ª do cacique Tibiriçá. Foi Jusepe de Camargo pessoa de autoridade e respeito em São Paulo, onde ocupou o cargo de juiz ordinário em 1611; e seus descendentes, conservando o prestígio de seu progenitor, disputaram por muitos anos as rédeas do governo, tendo como competidora a não menos nobre e poderosa família dos Pires.

Do casamento de Jusepe Ortiz de Camargo com Leonor Domingues, tiveram como filhos:

1.º Capitão Fernão de Camargo
2.º José Ortiz de Camargo
3.º Francisco de Camargo (Capitão)
4.º Capitão Marcellino de Camargo
5.º Jeronimo de Camargo
6.º Gabriela Ortiz de Camargo
7.º Marianna de Camargo
8.º Anna Maria de Camargo


José Ortiz de Camargo foi bandeirante e morreu testado em São Paulo em 23 de julho de 1663, em sua fazenda de Bitarulaia, hoje Buturuju, município de Jundiaí, em terras da sesmaria obtida em 1642.

Com seu irmão Fernão ou Fernando de Camargo, o Tigre, chefe do partido dos Camargos contra os Pires. Eram filhos de Jusepe Ortiz de Camargo e Leonor Domingues. Irmão ainda do capitão Marcelino de Camargo (?-1676), juiz ordinário em São Paulo, patriarca da família Camargo Pimentel.

Fez parte da bandeira do capitão Diogo Coutinho de Melo em 1636, sob as ordens do capitão Antônio Raposo Tavares, contra os índios no sertão dos Carijós. Diz a respeito da bandeira o genealogista Silva Leme: 
"a qual dando um assalto ao gentio nos sertão dos Carijós, chamados dos Araxás, aconteceu nele ser ferido um dos companheiros da bandeira de nome Brás Gonçalves, que veio a falecer nesse sertão, fora do arraial onde tinha jurisdição o dito capitão-mor Antônio Raposo. Pelo que o capitão Diogo Coutinho, que comandou o assalto, julgando do seu dever salvaguardar os interesses dos órfãos herdeiros do falecido Brás Gonçalves, não somente tomou conhecimento do testamento que este fizera nesse sertão como também nomeando para servir de escrivão a João de Godói o qual mandou inventariar os bens que consigo levava o dito Brás Gonçalves; e como houvesse dificuldade em conduzi-los a povoado, além do grande risco de cairem esses bens nas mãos dos inimigos, em cujas terras se achavam, determinou que, avaliados, fossem postos em leilão, devendo o pagamento ser feito pelos arrematantes no prazo de seis meses, com um fiador."
Silva Leme acrescenta: «Julgando de interesse para o leitor conhecer em que consistia a bagagem de um bandeirante naqueles tempos, e também conhecer quais os companheiros que com ele se achavam nessa bandeira, damos em seguida a lista dos bens que deixou, e juntamente o nome dos companheiros arrematantes e seus fiadores: três negros do gentio da terra (ou seja, índios) de nome Francisco, João e Dionísia, que foram entregues a Baltasar Gonçalves Vidal para conduzi-los a São Paulo e entregá-los à justiça para distribui-los aos herdeiros. Uma berruma (sic) e uma sovela, arrematadas por Fernando de Godói (filho do castelhano), por seis vinténs, fiador João de Godói; um martelinho de ferro arrematado por Baltasar de Godói (o moço) por um cruzado, fiador José Ortiz de Camargo; umas mangas velhas arrematadas por Simão da Costa por um tostão, fiador João de Godói; um cabacinho com sal e um ralo arrematados por José Ortiz de Camargo, por 720 rs., fiador Baltasar de Godói. Um cesto encourado arrematado por João de Godói por 560 rs., sendo fiador José Ortiz de Camargo.

Umas chinelas velhas arrematadas por Miguel Nunes, por 70 rs., sendo fiador João de Godói. Umas ceroulas arrematadas por Jerônimo Rodrigues, sendo fiador Baltasar Gonçalves Vidal. Uns sapatos velhos de cordavão arrematados por Duarte Borges, sendo fiador João de Godói. Um arratel de chumbo e uma quarta de pólvora arrematados por Luiz Feio por dois cruzados, sendo fiador João de Godói. Um prato de estanho arrematado por Francisco de Chaves, por 510 rs., fiador Baltasar de Godói. Um facão arrematado por José Ortiz de Camargo por 600 rs., fiador João de Godói; Uns escopros arrematados por José Ortiz de Camargo, fiador Fernando de Godói. Um capote e calção arrematados por João Maciel Bassão por 21 patacas, fiador Baltasar Gonçalves Vidal. Meias de cabestrilho arrematadas por José Ortiz de Camargo, fiador João de Godói. Uma forma de pelouro arrematada por José Ortiz de Camargo, fiador João de Godói. Uma enxó arrematada por Duarte Borges por uma pataca, fiador João de Godói. Um novelo de linha.

Deste bandeirante se narram desordens feitas em 5 de fevereiro de 1654 quando os vereadores se reuniram para pedir contra ele auxílio ao capitão-mor que residia em Santos pois reunira seus sequazes em corpo de armas e tentavam entrar na vila. A 7 de fevereiro, reuniram-se de novo os vereadores porque José Ortiz d C, tendo entrado na vila com seus capangas armados, foi tumultuadamente à câmara e apresentou provisão que o nomeava Ouvidor. Mas a câmara negou-lhe posse e mandou afixar editais deste acontecimento. Dois dias mais tarde se reuniram de novo os vereadores, o capitão-mor, o visitador da Companhia de Jesus, Padre Simão de Vasconcelos, o abade de São Bento, o prior do Carmo, o guardião de São Francisco, e decidiram que nada seria alterado no governo da terra do que respeitasse à eleição dos cargos públicos e oficiais da câmara, contanto que não usasse nem executasse papel ou ordem que não viesse da Bahia, ou lhe venha de novo até a chegada do Ouvidor sindicante. José Ortiz não se sujeitou ao acordo e prosseguiu no exercicio de suas funções, com o competente cortejo de violências.


A Guerra entre os Pires e os Camargos:

Em 24 de novembro de 1655 um alvará de D. Jerônimo de Ataíde, conde de Atouguia, governador geral do Brasil, aprova a concordata feita na vila de São Paulo. Diz o alvará:

Faço saber aos juízes, vereadores, procurador do conselho, pessoas particulares e povo da vila de São Paulo e ao capitão-mor ouvidor e mais justiças da capitania de São Vicente que Francisco Nunes de Siqueira, procurador da família dos Pires, e José Ortiz de Camargo, da dos Camargos, moradores uns e outros na mesma vila, me representaram diferentes papéis e queixas de ambas as partes, assim sobre os tumultos e sedições que haviam resultado da eleição da câmara que naquela vila havia feito o Ouvidor-geral do Rio de Janeiro João Velho de Azevedo, como sobre outros procedimentos seus de que se havia ocasionado chegarem aquelas duas famílias a tomarem armas com numeroso séquito de índios e quase a rompimento de batalha, se os prelados das religiões que ali se achavam o não advertissem, evitando a última ruína daquela praça, enquanto se recorria a este governo para nele se determinar o que mais conviesse ao serviço de Sua Majestade e quietação daquele povo.

"Desejando eu reduzi-los à universal concórdia e as duas famílias e parcialidades à união, com que se deve tratar dos aumentos da sua república e observância das obrigações de bons vassalos, para com maior acerto se eleger o meio que fosse mais eficaz e dispositivo deste fim, ordenei se visse esta matéria na relação do Estado com toda a circunspecção que o caso pedia. E considerando tudo que, por uma e outra parte se propôs em suas petições, o que constou das certidões, devassas e mais documentos em que as fundaram, e a informação e voto que haviam precedido de todos os religiosos e mais autoridades que se haviam achado no referido congresso das duas parcialidades, com sujeitos que mais interior e desinteressadamente o podiam dar, o parecer do chanceler e mais desembargadores e resolução que na relação se teve por mais conveniente seguir-se; procurando conformar-me com ela em tudo que a gravidade e as circunstâncias deste negócio e suas dependências o permitem, por envolver também razões políticas e que não menos deve o governador atender que as da justiça quando estas são tão implicitas como as do Estado, Hei por bem e serviço de sua majestade que daqui em diante sirvam na câmara da dita vila tanto os de um bando como de outro, para que com essa igualdade cessem as inquietações que, de não a haver, se acenderiam naquele povo, e a eleição se fará da maneira seguinte: chamará o Ouvidor da capitania com o escrivão da vila, na forma da Ordenação, os homens bons e o novo dela ao Conselho, e lhe requererá nomeie cada um seis homens para eleitores, três do bando dos Pires e três do dos Camargos, e lhes ordenara façam seus três rois como de estilo, a saber: seis para juízes, três de um bando e três de outro, e um neutral, e três para procuradores do Conselho, um Pires e um Camargo e um neutral; e assim se usara para os mais ofícios se os houver na câmara, etc. .

E porque das devassas que o mesmo ouvidor-geral do Rio de Janeiro João Velho d Azevedo tirou naquela Capitania ficaram culpados diversos moradores daquela vila que estão inábeis para poderem ser eleitores, e só concedendo-se perdão geral só aos que não tivessem parte se poderá encaminhar a eleição na Câmara e a quietação do povo ao acerto que se pretende, em nome de Sua Majestade concedo perdão a todas as pessoas de qualquer qualidade e condição que sejam, que de modo algum ficam culpadas nas devassas que o dito Ouvidor tirou naquela Capitania de quaisquer crimes em que tenham parte.

Mas considerando que os que a têm e estão sentenciados com pena capital são os principais sujeitos da família dos Camargos, e se totalmente se lhes denegar perdão, ou da parte ou absoluta de Sua Majestade, se poderão ocasionar novos prejuízos, que depois terão dificilimo remédio e agora se devem prevenir pelos possiveis da suavidade e conveniência em que ambas as familias é justo que se conformem e perdoem reciprocamente, pondo os olhos nas mortes e penas que uma e outra tem padecido, e nos inconvenientes que ao diante se podem seguir de se acusarem com todo o rigor da justiça e recomendando mui encarecidamente aos prelados das religiões, ordeno ao capitão-mor e a todas as pessoas de posto e à maior autoridade naquela vila que, com interposição da presente e em nome deste Governo, procurem reduzir as partes a lhes conceder perdão, para que com a demonstração dele se confirmarem mais indissoluvelmente os vinculos de paz com que desejo unir ambas as familias no antigo sossego em que as conservava a sociedade de comuns moradores daquela vila e o particular parentesco que entre si têm, e a amizade que antes professavam.

E neste caso, tendo perdão das partes (como confio) o hei por concedido também em nome de Sua Majestade a todos os de uma e outra família que estiverem culpados nas devassas referidas, e em especial aos Camargos, que estão sentenciados em pena capital, e uns e outros poderão ser livremente ocupados em todos os cargos públicos sem em tempo algum se lhes formar culpa nem impedimento. Mas se for tanta a abstenção das partes (o que não espero) que continuam a acusação para este negocio não tornar a seus principios, e se obviarem todas as consequencias que podem ser danosas à conservação daquela vila, Hei por bem e serviço de Sua Majestade que aos culpados que tiverem parte, e principalmente aos condenados em pena capital da família dos Camargos, por haverem sido sentenciados à revelia, se suspenda a execução dela, e não obrem as justiças contra eles, em virtude das sentenças dadas, cousa alguma, enquanto não vem resolução de Sua Majestade sobre esta materia. E quando eles livrarem-se o façam ordinariamente perante os julgadores a que pertençam, nem serem constrangidos à prisão; para o que lhes concedo por este seguro real em nome de Sua Majestade e debaixo deste poderão livremente aparecer nas audiências e estar na mesma vila ou fora dela sem impedimento algum das justiças, para com menor temor delas requererem até com efeito se sentenciar definitivamente a sua culpa. Pelo que ordeno aos oficiais da Câmara daquela vila, capitão-mor, ouvidor, pessoas particulares e povo dela e de toda a Capitania de São Vicente bem assim a todas as mais justiças deste Estado a que o conhecimento desta com direito pertencer, que a cumpram, (etc). Antonio Veloso a fez nesta cidade do Salvador da Bahia de Todos os Stos, aos 24 de Novembro de 1655. Bernardo Vieira Ravasco a escreveu.

Huve provisões posteriores de 23 de julho de 1674 e de 28 de dezembro de 1688 para confirmar e ratificar o perdão dado, pois alguns Ouvidores, com interpretações sibilinas, tentaram anular e recomeçar as devassas, pois tal era, segundo a experiência de longos anos, a missão dos magistrados portugueses que auferiam assim custas e propinas dos processos.

Tudo isso se verifica no Arquivo da Câmara de São Paulo, em seus livros de vereanças e de registros de alvarás e cartas regias de 1653 a 1670 e outras memórias.


Outros Clãs:

Clã dos Urrea/Urreya


Em sua história de San Juan de La Peña diz Briz Martinez que os Urrea descendem do primeiro Rei de Navarra, Garcia Ximenez, pelo ano de 718.

Jerónimo de Aponte-se que, em fins do século XI, quando a conquista de Huesca, floresceu um cavaleiro chamado Maximiliano de Urrea, marido de dona Toda Garcês da Casa de Sobrarbe.

Há autores, como Jerónimo Zurita, em seus Anais da Coroa de Aragão, que derivam da Casa de Urrea da soberana da Baviera. Dizem que o tal Maximiliano era filho do Imperador germânico, e que, tendo vindo em peregrinação a Santiago de Compostela, ficou ao serviço do rei de aragão Pedro I, participou da batalha de Alcoraz em 1094 (segundo a lenda, em companhia do próprio São Jorge) e na posterior reconquista de Huesca. Já sob o reinado de Afonso I, o Batalhador, participaria da reconquista de Saragoça, em 1118 e a posterior campanha deste mesmo rei, na região do vale do Jalón, em 1120, tomando o sobrenome Urrea por ter conquistado aos mouros em lugar de esse nome (provavelmente a atual Urrea de Jalon) e fundando nesta área um domínio cujos vestígios ainda perduram em nossos dias refletidas na heráldica municipal da área.

Mossèn Jaime Febrer encontro em suas Trovas: "Veio para a conquista Ximén de Urrea, rico hombre de Aragão, com cavaleiros e soldados a pé. Diz ser descendente antigo dos duques da Baviera, de acordo com o manifesta seu escudo com três faixas azuis, e outras três de prata, logo certa de sua grande casa. A história refere os seus feitos e virtudes; e é por isso que lhe ofereceu o Rei lhe dar prêmio a Alcalatén, que admitiu saboroso, fundando um castelo para conter o mouro".

O que está fora de dúvida é a grande preponderância alcançada por este linhagem no reino de Aragão, em virtude de suas brilhantes intervenções nos momentos mais antigos e notáveis daquela monarquia. Também são notórias suas ligações com nobilíssimas famílias e os altos cargos que desempenharam. Foram senhores de Épila, Boyo, Lucena, Salillas, Berbedel, Urrea, Jarque, Sestrica, por favor, Tierga, Pensões, Almonacid, O. e Alcalatén, Marqueses da Vilueña, Viscondes de Roda e Biota e o Conde de Aranda, este último concedido por Fernando o Católico.

A nobreza dos Urreyas, foi provada nas Ordens de Santiago (1539) e San Juan de Jerusalém (1535) e da Real Chancelaria de Campinas (1511 e 1581). Don Lope Ximenez de Urrea, Visconde de Roda, Senhor de Almonacid, Epila, Trasmor, Mata, Castelviejo, Salinas e Casanueva, foi criado Conde de Aranda, em 19 de Janeiro de 1508; Grandeza de Portugal, em 1626, o V Conde, Antonio Ximenez de Urrea. A casa de Urrea acabou sendo incorporada à de Cobre do Povo, reformulada mais tarde na ducal de Hijar. Desde 1957, é XVII Condessa da Duquesa de Alba.

Em Soria, houve uma família com esse nome, com filial em Goiânia, a que pertenceu o Capitão João de Urrea e Briand, batizado em Bilbao, que casou com d. Francisca Teresa Guilherme, Senhora de Morandais. Esses maridos passaram para o Chile, onde seus descendentes são apelidaram Morandais, e depois Morandé. Suas armas parecem ter origem na etimologia basca de URREA (urre = ouro, urritz = aveleira) e o sobrenome, neste caso, pode derivar do nome Urrecha, vasco, proveniente do Duranguesado (Vizcaya) e que também tem como armas: Em campo de ouro, um aveleira de sinopla, terrasado de gules e acompanhado por dois cabras de azur íngremes ao tronco.


No Brasil:

1. MANOEL NOBALLAS Y URREYA cc D. ANNA SOARES:

2.1 João Noballas y Urreya (Nabalhas y Hurrea) – Filho de Manuel Noballas y Urreya, nobre espanhol que chegou a Pernambuco antes dos holandeses, e de D. Anna Soares.

Os seus serviços constam de patente passada pelo governador André Vidal de Negreiros: "nas ocasiões de peleja, sobretudo na de Taparica, quando o general Segismundo foi àquela cidade e também na em que o Blarde (Lichardt) foi ali a queimar os engenhos do Recôncavo, na recuperação de Pernambuco e no socorro contra os negros dos Palmares que desbaratou com os seus homens. fazendo o mesmo em 669 e 670". 

Consta ainda ter tido sesmaria no Rio Grande do Norte no ano de 1664.

Manoel de Nobalhas y Urrea, se retirou para Salvador com Matias de Albuquerque, quando do grande exôdo dos pernambucanos, diante da invasão holandesa que se firmava em 1935. Seu engenho Sibiró de Cima, foi confiscado pelos holandeses e arrematado por João Carneiro de Mariz, sendo posteriormente, com a expulsão dos holandeses, restituído a Manoel de Nobalhas y Urrea. 

Casamento 01: D. Joanna da Câmara de Albuquerque, filha de Mathias de Albuquerque Maranhão e de Catarina Feijó Guardes. Depois de viúva D. Joanna foi a segunda esposa de Domingos de Albuquerque Montenegro, s.g.
Filhos: Francisco de Nobalhas Yurrea c.c. Maria de Mello; Isabel da Câmara.

2.2 Francisco de Nobalhas e Urreya cc D. Maria de Mello.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Clã Aguirre



O primeiro fundador da torre e solar de Aguirre, no município de Bermeo, em Biscaia, foi um filho da casa de Arandia, que casou com uma filha de Afonso Ortiz de Zamudio, e, segundo outros, de Ordonho Ortiz de Zamudio, da qual teve por filhos Martin, Rodrigo e Pedro Aguirre.

Acrescentam que o primeiro desses irmãos, Martin, se casou com uma filha de Lopo Garcia de Arribas, e que estes descem muito bons cavaleiros.

Outros autores afirmam que antes da Biscaia houve Aguirre em Navarra, e que o primeiro Cavaleiro deste apelido foi João de Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Sancho, o Sábio de Navarra, entre os anos de 1200, e que a casa solar e palácio destes Aguirre estava na vila de Vera de Bidasoa. Convém neste ponto avisar que nessa mesma vila havia uma casa de Aguerre, como já consignado ao falar deste apelido, e pode caber dúvida se as duas eram a mesma, de se procedia de uma outra, ou se, pelo contrário, eram casas diferentes, de linhagens também diferentes, pois suas armas, como se verá quando as descrevamos, têm diferenças notáveis.

Cabe pensar também em presença de tais armas de Aguirre de Vera de Bidasoa, que estes não eram de origem navarro, mas inserção; pois essas armas são exatas e os Aguirre de Gaviria, e indicam, portanto, que pertenciam a eles. Porque temos de acrescentar que há também vários autores que afirmam que, onde, primeiramente, surgiu o apelido Aguirre foi em Guipúzcoa, e que esta província passou a Navarra, Biscaia e Alava.

Corrobora essa afirmação a notícia que encontramos em vários escritores de cavaleiros Aguirre provenientes de Guipúzcoa serviram ao Rei Dom Ramiro I e se achou na batalha de Clavijo. E como esse Monarca reinou a partir de 843 a 850, é, de ser verdadeira tal notícia, o que houve Aguirre cerca de três séculos antes dos tempos em que viveu o referido Cavaleiro João Aguirre, Alferes-mor do Rei D. Afonso, o Sábio, de Navarra, que alguns autores consideram como o primeiro cavaleiro de linhagem.

Todos estes dados, no entanto, não são suficientemente sólidos, como se vê bem às claras, para deduzir que casa de Aguirre foi a mais antiga nem onde teve sua origem a linhagem. Por isso, voltamos a cair no que dissemos no início; que não se pode afirmar que todas essas casas são provenientes de um mesmo lote e que mais parece que muitas delas são completamente diferentes e não tem relação alguma de origem ou de links.

Diante dessa notória dificuldade, temos, pois, de concretizarmos a enumerar as casas de Aguirre, que nos referidos territórios moram atualmente, a relação de procedência entre algumas delas, e as armas que lhes pertencem.

Na vila de Gaviria. Eram parentes maiores do bando Oñacino e seu palácio foi fundado, de acordo com Lope de Vega García de Salazar, por uma haste da Casa Real de Navarra. Essa casa dimanaron outras em Gaviria e diversos pontos do País Basco. Outra na vila de Zarauz, outra em Goyaz, outra em Ichaso, outra no bairro de Oiquina, da câmara Municipal de Zumaia; outra na vila de Lisboa; outra em Astigarreta, dois na de Penafiel; outra na Cidade; a outra Deva; outra na localização do Iciar, no Pátio; outra no bairro de Eizaga, de Zumárraga; outra na de Cerain; outra na de Segura; e outra em Urrestilla e outra na de Azkoitia.

Na vila de Villarreal de Urrechua, outra de Vergara, cujo solar foi construído no bairro de San Martin; outra em Placencia, outra na vila de Motrico, outra no bairro de Olaberrieta, da câmara Municipal de Motrico; três, na cidade de Odivelas, outra de Zumárraga, outra em Eskoriatza, dois na localização do Zarimuz e outra na de Marín, ambas da câmara Municipal de Advogados; outra na vila de Mondragón; outra na de Elgueta; outra na de Anzuola; outra na de Oñate; outra na de Osasco e de Placencia das Armas.

Na Universidade de Régil, outra em Asteasu, outra no Anoeta, outra em Machado, outra na localização do Araz-Machinventa, da câmara Municipal de torres novas; outra na vila de Albiztur, dois na de Ataun; outra na de torres vedras; outra na de Alquiza; outra em Gudugarreta (Guipúzcoa); outra em Isasondo; outra de Corpo, outra em Prata; duas na vila do exército de carlos magno; a outra de Cizúrquil; outra na de Elgóibar; outra na de Lisboa; outra em Orendain; outra em Zaldibia, e três casas em Lizarza e outra em Leaburu. Segundo o Cronista Francisco Gómez Arevalo de Villafufre houve outra casa solar na vila de Ormaiztegui.

Dois no vale de Oyarzun, outra no bairro de Alcibar, da câmara Municipal de Oyarzun; outra em Artiga, jurisdição da cidade de São Sebastião, das mais antigas da província e uma das fundadoras da igreja paroquial de São Sebastião, o Antigo; outra no bairro de Eleizalde, da câmara Municipal de Usúrbil; outra na localização de San Esteban, da câmara Municipal de Usúrbil, de cujo princípio e fundação não há memória, sendo uma das antigas pobladoras da província de Guipúzcoa, com um ramo muito principal da cidade de San Sebastián; outra em Aduna, outra em Natal; outra Usúrbil; outra em Astigarraga, outra em Orio, e outra em Umieta.

Outra no vale de Gouveia, e em Larraul.


No Brasil:

Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Entre os antigos Aguirre, registra-se Lope de Aguirre, aventureiro originário da Espanha, nascido no ano de 1518, que participou da expedição organizada por Pedro de Urzua, que partiu ao Maranhão, no Brasil, em busca de ouro.

Sobrenome de diversas famílias originárias do Uruguai, Espanha e Argentina, recentemente emigradas para o Brasil, estabelecidas no Rio Grande do Sul. 

No Espírito Santo existe a família Aguirre Coutinho.

Os Aires (Árias) de Aguirre da Bahia:

PEDRO AIRES (Árias) DE AGUIRRE. Fidalgo castelhano biscainho, lê-se na árvore genealógica que acompanha processo de limpeza de sangue de um de seus descendentes, no Arq. Hist. Ultramarino. Como o irmão, Diogo Aires de Aguirre, natural de Nova Espanha, neto de Diogo Fernandes Martins e Isabel Rodrigues da Ribeira, capitão-mor de São Vicente de 1598 a 1600, José Gonçalves Salvador, op. cit., p.97, teria vindo com o governador D. Francisco de Souza. Capitão do forte de São Filipe (Montserrate) com 80$ por ano, 25 de maio de 1598, Doc. Hist., v. 14, p.486, nele continuava ao chegar os holandeses, em 1624. O forte foi tomado, mas o seu velho comandante o recuperou no mesmo dia em que os invasores o abandonaram. Não procedeu com o mesmo destemor em 1638. Já não tinha idade para a refrega, esclarece Duarte de Albuquerque, nas Memórias Diárias. Foi suspenso "por largar o seu forte qualldo aqui veio o conde de Nassau no ano de 1638 que o rendeu, foi absolvido e livre por sentença do marquês de Montalvão governador geral deste Estado de 8 de janeiro de 641 e mandara que tornasse a servir seu forte", aliás, conta Brito Freire, História da Guerra Brasílica, p. 436, Lisboa, 1645, "tão limitado como seu capitão Pedraires de Aguirre" . 

Teve sesmaria em 1609 no Paraguaçu, Publ. do Arquivo Nacional, XXVII, p. 233 Era senhor de engenho, Denunciações de 1618, fl. 270, casado com Catarina Quaresma, filha de Diogo Gonçalves Laço ("não sabe se é cristão velho ou novo e de sua mulher Guiomar Lopes, que não sabe também se é cristã velha ou nova) de idade de 24 ou 25 anos" em 1591, Denunciações, p. 554, quando ainda "estava debaixo do poder de seu pai e sua mãe moradores ora nesta cidade". - Diogo Gonçalves Laço, "espantoso soldado", Fr. Vicente do Salvador, op. cit., p. 320, foi seis anos o administrador das minas de São Vicente, feito por D. Francisco de Souza, Pedro Taques, Nobiliarquia, I, p. 328, tendo como um de seus companheiros Diogo Aires de Aguirre, irmão de Pedro. Em 1629 aforou Pedro Aires de Aguirre à Santa Casa terras deixadas pela mulher de Garcia d'Ávila, Mécia Rodrigues em Itapagipe, L. 1° do Tombo da S. Casa, fi. 40, por 8$ mensais. Filhos, Bernardo (acima); Diogo Gonçalves Laço, capitão do forte de São Filipe e escudeiro fidalgo, 6 de junho de 1644; Francisco Quaresma, que se passou à Espanha, declara o alvará de 1644 em favor do irmão R. Garcia, nota à Hist. Geral de Varnhagem, 11, p. 106: as filhas casadas com Pedro de Aguiar, Denunciações de 1618, fi. 225, cristão velho, morador em Toque-Toque, com Diogo de Sandoval (Maria); com Bartolomeu Soares Feio (Serafina). Árvore genealógica anexa ao processo de descendente de Pedro Aires de Aguirre. 

Bernardo de Aguyirre, nascido em Salvador, Bahia. Teve mercê do hábito da Ordem de San Thiago em 1645, pelos serviços prestados no Brasil e no Reino. Distinguiu-se como sertanista, encarregado de combater os mocambos negros revoltosos. Filho de Pedro Arias de Aguirre e de Catarina Quaresma, citados acima.


GENEALOGIA AIRES DE AGUIRRE:

1.Pedro Aires de Aguirre c.c. Catarina Quaresma f.ª de Diogo Gonçalves Laço e de Guiomar Lopes.
2.1. Bernardo de Aguirre c.c. Maria de Aguiar, fl.ª de Sebastião de Aguiar e de sua mulher Inês Ribeiro. Aos 21 anos, casado, morava para as bandas de "Tapagipe", perto do forte de São Filipe, de que o pai era capitão. Assistiu às guerras "desde o ano de 1624 em que foi ocupada a cidade da Bahia pelos holandeses até se recuperar", e "particularmente no sítio que o conde de Nassau pôs à mesma cidade o ano de 1638" (sobretudo a 21 de abril e 18 de maio) ganhando um escudo de vantagem, 21 de janeiro de 1639 - diz-se no Processo de Habilitação de Bartolomeu Godinho para cavaleiro da Ordem de Cristo. Teve a promessa de 20$ de pensão em uma comenda de S. Tiago, mais ofício de justiça ou fazenda, ajudando a render a nau almirante holandesa; na empresa do Mocambo, onde se refugiaram negros revoltados; na armada do conde da Torre na Catalunha, de onde voltou a Portugal. Em 1645 foi incumbido de levar à Bahia (com João Mendes de Vasconcelos) um contigente de 500 homens. Subira de soldado a capitão. Cabo de duas caravelas que foram recrutar gente à ilha Terceira, privaram-no do posto, na Bahia, "por levantar a espada contra Gaspar Pinheiro Lobo, em defesa do mestre de campo João de Araújo". Obteve licença para defender em Lisboa a sua causa (4 de janeiro de 1650, Arq. públ. da Bahia, Alvarás de 1630 a 1676, fl. 437, e acabou reintegrado, 12 de outubro de 1651. Morreu em 1658. Por sua morte, foi provido como capitão de infantaria Francisco de Araújo, 6 de maio de 1658, Arq. públ. da Bahia, Registros de Patentes de 1657 a 1678. Diverge a árvore genealógica abaixo citada do Catálogo Genealógico, quanto aos nomes dos filhos. Seriam Francisco Antônio e Nuno Álvares Pereira, que viveu no Reino, vila da Barca do Minho.
3.1. PEDRO AIRES DE AGUIRRE. 2.°. Achou-se em "todas as ocasiões de peleja que houve" na Bahia, de 17 de outubro de 1630 a 1645, quando embarcou na armada que foi ao socorro de Pernambuco, "a apaziguar as alterações que havia nos moré!Pores", fazendo aos flamengos "muitas emboscadas e vigias em postos de muita importância e risco", Processo de Habilitação para a Ordem de Cristo, de Bartolomeu Godinho, citado. - "Ordem para se tirar devàssa sobre a morte de Pedro de Aguirre, filho de Bernardo de Aguirre", provisão de 5 de fevereiro de 1652.

4.1. Pedro, batizado na Sé a 21 de junho de 1620.
4.2. Sebastião Carlos e Catarina Quaresma.
4.3. Tomé de Aguiar.
4.4. Nuno Alvares Pereira. Casou em Portugal três vezes, diz a árvore genealógica de Pedro Aires de Aguirre, T. T., Familiar. O filho mais velho foi o padre Carlos Pereira de Aguiar, do hábito de São Pedro. Tivera licença para acompanhar o pai na viagem ao Reino, em 1650. Era soldado da companhia do capitão Damião de Lençóes. A patente de capitão-mor do forte do morro de São Paulo, 15 de julho de 1667, conta os seus serviços, em 1655 indo à Índia com o vice-rei conde de Savedra, na guerra aos espanhóis no Alentejo Voltou à Bahia com o governador Alexandre de Souza Freire, Patentes de 1657 a 1678. Regressou a Lisboa em 1671.
4.5. Francisco Aires de Aguirre c.c. Filipa Ferreira, irmã do padre Gavião.
2.2. Diogo Gonçalves Laço, capt. do forte de São Filipe e escudeiro fidalgo.
2.3. Francisco Quaresma, que passou à Espanha.
2.4. D. Mariana Quaresma c.c. Bartolomeu Sodré Feio
       3.1. D. Luiza c.c. Antônio Soares de Sousa.


GENEALOGIA ESCOBAR AGUIRRE:
João Borges Escobar c.c. Leonor de Aguirre
João Borges de Escobar c.c. Joana Teles, flª. De Rafael Teles e de Maria Rangel.
D. Leonor Teles c.c. Francisco Carvalho Pinheiro. Batizada esta D. Leonor Teles em 1º de agosto de 1633. Padrinho o governador Diogo Luiz de Oliveira.


Os Aires de Aguirre de São Paulo:

Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Diogo Árias de Aguirre, natural de Lisboa - irmão de Pedro Arias de Aguirre, referido acima. Outros grafam este sobrenome na forma Aires de Aguirre (v.s.).Veio para São Vicente e São Paulo em 1598, capitaneando uma esquadra, investido, em nome do Rei, no cargo de governador da capitania até a chegada de D. Francisco de Sousa.

Estabeleceu-se em Santos, casando com Mariana Leitão de Vasconcelos. Filho de João Martins de Aguirre, Fidalgo da Casa Real, com Carta de Brasão de Armas (1577), e de Isabel de Araújo Barros. Neto paterno de Diogo Fernandes Martinez (da cidade de Mogosio, da Nova Espanha) e de Isabel Rodrigues de Ribeira. Tendo recebido a nomeação de Capitão-Mor da capitania de São Vicente, Diogo chegou em dezembro de 1598 a São Paulo e fez uma entrada às minas de ouro do Jaraguá e de ferro do Araçoiba. Em 1613 exerceu o cargo de vereador em Santos, vindo a falecer nessa vila nas cercanias de 1639. Era fidalgo de cota d’armas, com brasão registrado na câmara de Santos. Foi também provedor das minas de São Paulo.

Há um outro grupo com este sobrenome, estabelecido em São Paulo, que foram os fundadores de Monte-Mor.

Outros, estabeleceram-se em Itaquerí da Serra, São Paulo, onde nasceu, em 1880, o Bispo, D. José Carlos de Aguirre. Sacerdote (1904) e 1º Bispo diocesano de Sorocaba (1924). Filho de Francisco Leopoldo de Aguirre (1852-) e de Maria Ercília de Campos (1857-).


Arias de Aguirre do Rio de Janeiro:

Procedem do Capitão Domingos Arias de Aguirre, nascido por volta de 1642 e falecido, no Rio de Janeiro, em 1687. Filho de Diogo Arias de Aguirre e de Marianna Leitão de Vasconcellos. O Capitão Domingos Arias de Aguirre deixou larga descendência do seu casamento com Inês Rabelo, nascida por volta de 1646 e falecida no Rio de Janeiro, em 1683.

Registram-se ainda diversas famílias com este sobrenome, uma delas, de Francisco Muniz de Aguirre, casado em 1817, com Ana Joaquina do Espírito Santo.

Sobrenome também registrado, em 1833, pela Intendência Geral da Polícia da Corte, dos passageiros espanhóis, José Miguel de Aguirre, comerciante, e de João Miguel de Aguirre, negociante, ambos de passagem pelo porto do Rio de Janeiro, com destino a Cabo Frio; o primeiro em 1832 e o segundo em 1833.


Outros Clãs:

Clã dos Bettencourt
Clã dos Barros
Clã dos Castros
Clã dos d´Eças
Clã dos Holandas
Clã dos Lins

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Clã dos Furtado de Mendonça

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