BRASIL
O ramo mais proeminente dos Negreiros no Brasil é o da cepa "Vidal de Negreiros", provenientes do casal
Francisco Vidal, natural da Cidade de Lisboa (há também registro de ter nascido em Santarém, Portugal), e de
Catarina Ferreira, natural de Porto Santos, na ilha da Madeira. Que tiveram como filho:
André Vidal de Negreiros, fator máximo da expulsão dos holandeses do Brasil.
André Vidal de Negreiros não se casou, mas deduz-se ter deixado 5 (cinco) filhos bastardos, por ter legado aos cinco, em seu testamento, heranças equitativas. Um deles, Francisco Vidal, que veio a ser padre, foi reconhecido previamente por André Vidal de Negreiros, porém omite esse reconhecimento em seu testamento. No seu testamento, Vidal de Negreiros negou, por ser solteiro, que tivesse herdeiros, e "
por ser nobre", talvez, por esse motivo, tenha passado suas comendas e a maior parte de suas rendas para seu sobrinho cavaleiro da Ordem de Cristo e militar atuante nas guerras angolanas
Antonio Curado Vidal, filho de sua irmã
Isabel Ferreira de Jesus.
Isabel Ferreira de Jesus, era irmã de André Vidal de Negreiros, casada com Lopo Curado Garro um dos três governadores da Parahyba, nomeados para a restauração, em princípio de 1645, e "
um dos mais valerosos cabos daquella guerra". Tiveram dois filhos:
Isabel Vidal de Negreiros e
Antonio Curado Vidal.
André Vidal de Negreiros
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André Vidal de Negreiros |
A grandeza da ação de Vidal de Negreiros tem sido diminuída, na nossa história, pela oposição que se lhe faz com a figura de Fernandes Vieira e pela coparticipação que deram ao governo da Restauração, na libertação de Pernambuco. As histórias oficiais, no Reino e no império dos Braganças, têm consagrado essa mentira, porque era de interesse superior. O caso exige protesto, não tanto pela mágoa da injustiça a um dos primeiros heróis brasileiros, mas porque nessas mentirosas e imerecidas consagrações se desvirtua a essência mesma do Espírito nacional nascente.
Nos sucessos da Insurreição, há um homem que tem importância proporcional a eles mesmos. É Vidal de Negreiros, que anteviu a vitória, deu-lhe o plano, organizou o movimento, e conduziu a guerra. Outros nomes aparecem, e ele os admite, e os procura, pois que tanto é necessário para a vitória desejada; mas o autor, em última instância, é ele. Nem será preciso debulhar os fatos: a tomada de Nazaré, a vitória da Casa Forte, onde também lhe matam o cavalo, sobretudo a primeira dos Guararapes, que pela sua ação se transforma em vitória, quando a tática incompleta de comando geral ia sacrificando a gente de Henrique Dias; e, mais do que tudo, a sua superioridade política: garantindo e saneando a cooperação de Vieira, tolerando Barreto, levantando a Paraíba, tirando do governo mais do que a miserável política da metrópole o permite, humanizando os bárbaros Henriques, dando ânimo, por nove anos, aos que tem de lutar abandonados, privados de tudo, mesmo desaprovados pela metrópole. Depois disto, quando limpou o Recife do último holandês, ainda lhe foi preciso ir a Lisboa pedir perdão, para si e os outros que tinham recuperado, para a dinastia ulcerada, a joia de Pernambuco. A prova final está em que a grandeza do seu espírito se impôs até naquela Lisboa hostil. O Padre Vieira, arrependido de ter aconselhado, ou concordado, que se vendesse a terra onde se geram tais criaturas, disse de Vidal, ao Rei:
“De André Vidal direi a V. M. o que não me atrevi até agora, por me não apressar, e porque eu, que tenho conhecido tantos homens, sei que há mister muito tempo para se conhecer um homem. Tem V. M. no seu reino muito poucos que sejam como André Vidal; eu o conhecia pouco mais que de vista e fama... e tanto para tudo o demais como para soldado... e sobretudo muito desinteressado, e que entende muito bem todas as matérias, posto que não fale em verso, que é a falta que lhe notava certo ministro de V. M.”.
Fernandes Vieira, essencialmente mercantil, com o espírito e a honestidade do exclusivo negociante, na moralidade da época entre os seus, era, com Gaspar Dias Ferreira, o português mais amigo dos holandeses. Frei Manuel do Salvador, íntimo de Fernandes Vieira, seu panegirista, na melhor das intenções para com ele, assim o apresenta:
“Havia em Pernambuco dois homens que privaram muito com o Príncipe João Maurício, Conde de Nassau e com os do supremo e político Conselho dos Holandeses, e ambos muito encontrados na vida e costumes, um se chamava João Fernandes Vieira, e outro Gaspar Dias Ferreira; um tratava de granjear a sua vida e também a amizade dos holandeses com dispêndio da sua fazenda, e o outro tratava de seu próprio interesse, e de fazer ricos os holandeses à custa da fazenda e do sangue dos pernambucanos”
para acentuar a semelhança que, em todo caso, havia entre o português que veio para Insurreição, e o que foi com Maurício, para ajudá-lo a tomar a Bahia, à custa de traições que pudesse obter entre os seus. Muito derramado entre os grandes da administração holandesa, tinha Vieira prestígio e grande roda; era bem uma força, como bom homem de negócios. Faziam parte dessa roda os que, depois, foram dos mais notáveis cronistas dos sucessos de então: o mesmo Frei Manuel do Salvador e Frei Rafael de Jesus, do
Castrioto Lusitano. Os dois frades, sem maior preocupação de exatidão, que não era da época, fizeram as suas narrativas para exaltação explícita do seu amigo, convertido em herói, e cantaram um prestígio que sobre eles se refletia. Na escassez de documentos, para o tempo em que escreveu, teve Southey de servir-se, quase que exclusivamente, quanto à Insurreição, dos escritos desses panegiristas.
Está demonstrado hoje, de modo irrefutável, por documentos oficiais da época, que, ao partir de Lisboa, em 1642, muito antes de qualquer ação ou manifestação de Vieira, já Vidal se entendera com D. João IV, que o convidara para o governo do Maranhão, até lhe dera os célebres seis hábitos... para distribuir com os futuros companheiros, e as cartas para o Governador Teles, em virtude das quais ele, Vidal, com Moreno e alguns homens, foram enviados, sob qualquer pretexto, a Pernambuco, para realmente promover o levante. No entanto, a boa fé de Southey o leva a contar que, estando Vidal no Recife, Vieira o catequisou e o fez aderir à causa, e assim o diz porque é assim que Frei Calado o conta. Ora, se, desprezando mesmo documentos preciosos, consideramos no caráter e na situação dos dois personagens, não é possível admitir que fosse Vidal um caudatário de Vieira.
Negreiros era o patriota que, desde o primeiro momento, aos 19 anos, se alistara no exército de Matias de Albuquerque; era o combatente incansável, desinteressado, sem paga, nunca ocupado de outra coisa, na sua vida de homem, senão de pugnar pela libertação de sua terra. O ilhéu era o homem de negócios, que abandonara a causa, e aceitara, absolutamente, o domínio do holandês; o comerciante, ambicioso de dinheiro, cultivando, neste fim, cuidadosamente, a amizade do invasor a quem se submetera sem mostras de repugnância. A história do caso é toda outra. Em Lisboa, já Vidal procurava os meios de realizar o seu plano de expulsão dos invasores. Chegando à Bahia, partiu sem tardança para o Recife, com o pretexto de visitar o pai, enquanto o parceiro Noronha procuraria duas irmãs; mas, de fato, tratava de aliciar companheiros. Uma vez em Pernambuco, para não provocar suspeitas, foi hospedar-se em casa do português, grande amigo dos holandeses, Fernandes Vieira, e, então, entendeu-se com diversos pernambucanos ilustres: “... onde recebeu Antonio Cavalcanti, Amador Araújo (o iniciador dos combates), João Pessoa, Antonio Bezerra, João Carneiro, e muitas pessoas notáveis”. Tomaram conhecimento da situação os futuros insurretos; aquiesceram em lutar, sendo o mais “vacilante, a despeito dos acontecimentos do Maranhão”, o próprio Vieira. Finalmente acedeu, “exigindo, porém, que a Paraíba, para onde se dirigia Negreiros, levantasse primeiro o grito de revolta, e que viessem, da Bahia, oficiais e soldados para arregimentar...”. Documentos que os holandeses puderam apanhar provam tudo isto, que é, ainda, corroborado pelos informes que Frederick Flekissen, prisioneiro na Bahia, pôde obter ali. É verdade que, abertas as hostilidades, foi Vieira nomeado Capitão-mor e Governador da guerra. Fora, isto, uma imposição da metrópole, pelo seu representante na Bahia, ou alvitre do próprio Vidal? É bem admissível a última hipótese, ou uma combinação dos dois motivos: Vidal aceitava com aplauso a cooperação de Vieira na direção da campanha. Não esqueçamos que Negreiros valia igualmente pelo talento político: ele reconhecia que, na organização iniciadora, era Vieira preciosíssimo por não ser suspeito aos dominadores. Numa conjuração, esta condição se torna essencial. Além disto, o ilhéu possuía outros dons valiosíssimos: fortuna pessoal, larga influência, grande capacidade de ação, valor militar, e Vidal não hesitou em dar-lhe situação de destaque, com aparente primazia, em troca do que ele lhe trazia, secundando a sua ação. É verdade que ânimos essencialmente brasileiros – Cavalcanti e outros, repeliram a autoridade e ascendência dadas a Vieira; mas o tato de Vidal, e o patriotismo de todos, remediaram em parte um tal inconveniente. É certo, ainda, que as tendências exibicionistas de Vieira, como o célebre manifesto, para o qual andou ele a angariar assinaturas, revelaram, antes do tempo, o movimento de reivindita, e o prejudicaram, em parte. Além disso, nesse mesmo manifesto, Vieira patenteava, com a insistente e exclusiva alegação – da “intolerância religiosa dos holandeses”, que não agia como brasileiro, e afirmava, em parte, uma verdade. O próprio historiador holandês Nestcher salienta que “
os do Brasil estavam animados por duas poderosas paixões, o desejo de reconquistar a própria pátria e a antipatia religiosa”. Mas, arrastado pela ação, levado pela educação brasileira em que estava feito, nas condições em que se desenvolvia a luta, Fernandes Vieira dava resultados de brasileiro. Contudo, as prevenções contra ele se agravaram, e o exército insurgente quase se desdobra em facções. Os seus modos tornaram-se suspeitos, como quando ele pretendeu executar pernambucanos que haviam atirado em traidores holandeses, ao serviço da causa; ou quando adiava esse ataque, que foi o triunfo do monte das Tabocas. Ali, Vieira teve que se desdizer de resoluções tomadas, no sentido da execução; aqui, ele marchou sob a pressão dos oficiais insurgentes. A situação esteve por um puxar de espadas:
“Os filhos de Portugal, assim como as tropas da Bahia e os eclesiásticos foram por Vieira, diz Frei Calado, os brasileiros, por Antonio Cavalcanti”.
Este lance é nítido e expressivo. Quem salvou a situação, evitando a luta intestina, foi Antonio Dias Cardoso. Os pernambucanos acusavam a Vieira de evitar a luta e de procurar o caminho da Bahia. Eles não aceitavam o seu comando exclusivo, e exigiam que as ordens tivessem, também, a assinatura de Antonio Cavalcanti. Diante desses fatos, não será de admirar que, não obstante a ação patente do ilhéu, contra ele se tivesse formado esta tradição histórica, que ecoa em Varnhagen, Macedo, Fernandes Pinheiro... A revolta contra a autoridade de Vieira é a expressão evidente do espírito nacional, que naquele transe se afirma. Além disto, ele não era, de fato, um guerreiro para aquele triunfo, e bem o demonstrou nas sucessivas hesitações, sobretudo após a vitória da Casa Forte, donde deveria ter partido a atacar o Recife, mal defensável, então. O proceder ulterior de Fernandes Vieira dá toda razão aos que o repeliam. Governador da Paraíba, ele, que fora chefe nominal da Insurreição, aproveita-se da situação para despojar, em torpe pirataria, a viúvas e os órfãos de vítimas do holandês, como aconteceu no apropriar-se dos engenhos e outras propriedades dos Brandões, dando-lhes a miséria de 14.000 cruzados, não obstante a impugnação do juiz de órfãos, que dizia “valerem tais propriedades mais de 50.000 cruzados!...”. No momento do triunfo, apesar do prestígio soberano da metrópole, firma-se a convicção de que foram os pernambucanos que libertaram a sua terra. Esta verdade é orgulhosamente proclamada por eles, confessada pela coroa portuguesa, e reconhecida por todos, aqui, e lá.
Quando, cinquenta anos depois, irrompe a rebelião dos Mascates, este é o mote para todas as alegações: “... que por terem libertado a terra, queriam ser donos dela...” diziam os reinóis; “... que não podiam ser suspeitos a El-Rei, vassalos, que, para a coroa, tinham reconquistado todo aquele Brasil...” alegavam eles. Os documentos da época, de um de outro lado, deixam bem patente que se trata de um sentir universal, tradição explícita em todas as consciências. O governador da Paraíba, partidário ativo dos Mascates, repete a consagração histórica dos Pernambucanos, como se fora verdade cediça. Quanto à importância de Negreiros na Insurreição, os que admitem a inverossímil iniciativa do Bragança hão de reconhecer que a sua escolha para realizar o movimento o apresenta, desde logo, como o mais próprio e mais autorizado. Mas, como chega um momento em que o Rei exige de Vidal que se afaste, e como este se rebela para continuar na luta, temos a prova absoluta de que a decisão de reaver e libertar Pernambuco fora sua. Abrindo a campanha por iniciativa e ordens do soberano, Negreiros teria obedecido às suas ordens de abandonar a campanha, como obedeceu o grande valente, Soares Moreno. Demais, uma tal decisão só se poderia formar no ânimo de quem fosse capaz de realizá-la; de quem possuísse os dons de organizador genial, para, do nada, tirar todo o muito, necessário para bater a potência mais forte do momento.
D. João IV e os que o cercavam, inclusive o Padre Vieira, tinham poderosíssimos motivos para não alimentar esses projetos: a convicção da impossibilidade de bater o holandês; a necessidade de captar as suas boas graças, a fim de obter os auxílios indispensáveis na guerra com a Espanha. De outro modo, não se explica que Portugal, o Estado que nunca cedeu uma polegada do território nacional, tivesse acedido em deixar ao invasor todo aquele Norte, feito na tradição portuguesa. Houve entendimento com Vidal, na Lisboa de 1640, não há dúvida; mas, já o acentuamos, o intuito do Bragança era dar preço à cessão que fazia, para ganhar do holandês o máximo de recursos. Em si mesmos – Negreiros e D. João IV, quanto a motivos patriótico: um era o combatente voluntário, de sempre, intransigente na defesa da sua pátria; outro é o dinasta em perigo, que desde logo entrara em conchavos com o opressor de Pernambuco, aceitando fazer dele o seu principal arrimo. No célebre papel forte, o Padre Vieira o diz formalmente: “Portugal, cercado por um inimigo como Castela, e em luta com a república mais florescente e poderosa e altiva no mundo...”. Previu mal, o Padre Antonio Vieira, mas tinha razão: naquele momento, não haveria mentalidade lógica para admitir vitória contra as Províncias Unidas. O bragantismo ulterior, empenhado em diminuir o valor dos pernambucanos, chegou a alegar que a eliminação do domínio holandês foi efeito da vitória britânica sobre os batavos, arrancando-lhes a supremacia dos mares. Ora, até a última dos Guararapes, o poder marítimo dos holandeses estava intacto. A primeira vitória naval dos ingleses é de 1652; mas, por decênios, ainda, o batavo é uma grande potência. Em 1653, era a sua voz uma das mais respeitadas nos ajustes de 1654 de Westefália. Na guerra contra a Inglaterra, as Províncias Unidas puseram em batalha 100 grandes navios, pelo que ficou indecisa a vitória entre os dois grandes almirantes – Blake e Tromp. Em 1666, Ruyter, reputado, então, o mais valoroso capitão de esquadras, queimou das mais belas e mais poderosas naus britânicas, nos próprios ancoradouros ingleses, a quatro léguas de Londres. Em 1668, sobe a tal ponto o poder e prestígio das armas holandesas, que o respectivo governo se faz árbitro entre as grandes potências – França e Espanha. Logo depois, em 1672, unem-se contra as Províncias as duas nações mais poderosas – França e Inglaterra, e não puderam reunir uma frota para bater a dos holandeses: com cem grandes navios e 500 auxiliares, o formidável Ruyter foi provocar o britânico, à vista das costas inglesas, em Solbaia, para uma batalha que durou um dia inteiro, e terminou com vantagens para o batavo. Contudo, na terra de Pernambuco, a vitória foi dos Insurgentes.
Manoel Bomfim
Mathias Vidal de Negreiros, Filho de André Vidal de Negreiros:
Matias Vidal de Negreiros, filho bastardo de André Vidal de Negreiros, tomou parte na guerra contra os tapuyas no Rio Grande do Norte, de par com Bernardo Vieira de Mello, se opondo, ao seu fim, a escravização dos vencidos. Posteriormente aderiu a causa da nobreza pernambucana na Guerra dos Mascates, juntamente com outros nobres pernambucanos, embora estivesse longe de ser um dos cabeças da sedição. Em auxílio à nobreza pernambucana, Matias partiu da Paraíba com quarenta homens armados. Oque provocou a ira do governador Felix Machado (1711-1715) que o incluiu no rol dos sediciosos. E o mandou prender, acusando-o de traidor, sedicioso e envolvido em crime de lesa-majestade.
Inicialmente, Matias tentou em vão se refugiar no Colégio de Olinda. No entanto, com "
sua longa experiência de perseguições governamentais", ele preferiu refugiar-se nas matas de Itambé. Em 15 de julho de 1712, o governador de Pernambuco o inocentou das culpas de sedição, denominando-o um leal e fiel vassalo de Sua Majestade. Mas tratava-se de uma emboscada. Aliviado com o bando do governador, retornava à sua casa quando os amigos o avisaram do golpe. Matias tentou retornar ao esconderijo, mas não demorou muito para ser preso pelas autoridades. Em condições infamantes, o filho bastardo do herói e os demais companheiros da parcialidade da nobreza foram encarcerados com gente subalterna, conforme se queixaram à câmara de Olinda.
Antonio Curado Vidal, sobrinho de André Vidal de Negreiros, filho de sua irmã Isabel Ferreira de Jesus:
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Vidal de Negreiros Garro |
A irmã de André Vidal de Negreiros, Isabel Ferreira de Jesus, casou com o biscaino
Lopo Curado Garro que compôs o triunvirato que governou a Capitania da Parahyba no curso de cinco anos. Foi ele o comandante das tropas que expulsaram os holandeses da cidade de Filipéia de N.S. das Neves (atual João Pessoa) em 1645. Pelo seu relato escrito do massacre do Engenho do Cunhau, ocorrido no Rio Grande do Norte, Garro é considerado o primeiro escritor paraibano a ter um trabalho publicado e é o patrono da cadeira nº 8 do Instituto Histórico e Geográfico da Paraiba. Dele descende Antonio Curado Garro.
Antonio Curado Vidal, recebeu de seu tio, André Vidal de Negreiros, a maior parte de sua herança. Mencionou as comendas concedidas pelo soberano e particularmente a comenda de São Pedro do Sul. Destinou-lhe ainda dois mil cruzados da venda ou rendimento do Eng. Novo de São Antônio da Paraíba. Em açúcar lhe deixou duzentos mil réis anuais, mesma quantia destinada aos demais herdeiros e ainda o concedeu seu espadim de prata. O testamento então reafirmava o desejo que o sobrinho herdasse as comendas e preservasse na família a maior distinção de nobreza acumulada pelo governador e valoroso militar das guerras de Pernambuco e Angola. Aliás, muito antes do testamento do tio, Antônio Curado Vidal já dispunha de várias honrarias cedidas pela monarquia.
Curado Vidal era "praça de sargento-mor, governador do Recife e mestre de campo", sagrado Cavaleiro da Ordem de Cristo em 1653 e fidalgo cavaleiro em 1667. Nesse mesmo ano, recebeu comenda pelos seus serviços nas fortificações do Recife e nas batalhas no reino do Congo, onde capturou o rei e levou consigo a sua coroa e cetro. Para tanto serviu:
"com despesa considerável de sua fazenda, e da mesma maneira do frete de uma sumaca em que veio a nova da vitória que se alcançou do rei do Congo, trazendo consigo o cetro e Coroa do mesmo Rei, além de fazer outras despesas de fazenda própria que importavam mais de 6 mil cruzados na viagem para maior segurança da missão que se lhe encarregou. Hei por bem fazer-lhe mercê (entre outras) de promessas de uma comenda de lote de 150 mil réis, a qual ainda tenha seu efeito nela, ficará a seu filho Salvador Curado Vidal, a cujo título receberá logo o hábito da Ordem de Cristo que lhe tenho mandado lançar"
GENEALOGIA DOS VIDAL DE NEGREIROS: