segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Clã dos Pinheiro (s)


Incidência do sobrenome
Pineiro em Galiza
O sobrenome Pinheiro / Pineiro, é bastante antigo. Os sobrenomes com nomes de árvores, tais como: Pinheiro, Carvalho, Figueira, Nogueira, etc... são de origem celta, anteriores ao Séc. V A.C.. 

Na Galiza, registra-se Antonio Pineiro y Aguilar, primeiro conde de Betanzos (próximo A Corunha, Galiza) entre os Séc. X e XI.



Portugal:

PINHEIRO. Da linhagem dos Pinheiros saiu a dos de Outiz, como se supõe. Gomes Nunes de Outiz, senhor da Quinta de Outiz, cavaleiro de um escudo e de uma lança, como diz o conde D. Pedro, parece neto de Pedro Afonso Pinheiro, a quem D. Afonso III deu uns pardieiros em Santarém, que talvez fosse Filho de Afonso Pinheiro, morador na província do Minho no ano de 1301, onde defendia por honra o lugar de Rebordões, da freguesia de Insalde, no concelho de Paredes de Coura, por aí se haver certamente criado um seu filho. Gomes Nunes de Outiz casou com D. Melícia Fernandes Camelo, filha de Fernão Gonçalves Camelo e de D. Constança Pires de Arganil, e teve por filhos a Estevão Gomes de Outiz, que foi contemporâneo do rei D. Pedro I e senhor da quinta de Outiz, a Pedro Gomes Pinheiro, com geração extinta, e a Tristão Gomes Pinheiro, casado em Barcelos, com geração.

Estêvão Gomes de Outiz houve a Gil Esteves de Outiz, que teve o senhorio da mesma quinta, foi cavaleiro da casa de El-Rei e seu vassalo, contemporâneo de D. Fernando I e de D. João I, que muito estimaram, dando-lhe o primeiro a terra da Cunha, o préstamo do castelo, a renda dos seus casais de Guimarães, a vila e terra do Prado, esta confirmada pelo último dos mencionados Príncipes, que também lhe doou vários lugares do ano de 1385, por ele haver tomado armas em seu serviço contra Castela, o qual no mesmo ano lhe coutou e honrou a quinta de Oliveira na vila do Prado. Este Gil Esteves teve descendência do apelido de Outiz, que se extinguiu na segunda geração. Estêvão Gomes teve ainda a João Esteves Pinheiro, casado com uma sua prima, de quem houve descendentes, e D. Mor Esteves Pinheiro, que sucedeu em grande parte da casa paterna e se recebeu com Martim Lopes ou Gomes Lobo, ouvidor-geral das terras do Duque D. Afonso, filho de D. João I, e que se diz ter sido também alcaide da vila de Barcelos, de cujo matrimônio proveio muita e ilustre geração do apelido Pinheiro, que parece haver-se perpetuado apenas pelos descendentes desta senhora e pelos de seu irmão João Esteves Pinheiro.

Heráldica, brasão de armas Pinheiro: De prata, com cinco pinheiros arrancados, de verde, postos em sautor. Timbre: um pinheiro do escudo.

O ramo de Barcelos usa: De vermelho, com um pinheiro de sua cor, arrancado de prata, frutado de ouro e um leão do mesmo, à esquerda, rampante, contra o tronco da árvore. Timbre um leão d eouro, com um ramo de pinheiro da mão.

Trazem os Pinheiros de Andrade por armas: De prata, com cinco pinheiros arrancados de verde, postos em sautor, e chefe do mesmo, carregado de uma banda de vermelho perfilada de ouro, abocada por duas serpes do mesmo. Timbre: um pinheiro de verde, sainte da boca de uma cabeça de serpe d eouro e posto em pala.


Solar dos Pinheiros em Barcelos
Brasões da família Pinheiro com seus respectivos ramos


O Clã da Família Carvalho Pinheiro na Bahia:

Manuel Pinheiro de Carvalho, natural de Portugal, passou para o Brasil em companhia de seus irmãos Rui Carvalho Pinheiro e Nicolau  Pinheiro Carvalho, foi Fidalgo da Casa Real, e na Bahia casou com D. Maria de Barros, filha legítima de Manuel de Paredes da Costa, dos legítimos Paredes de Viana, e de sua mulher Paula de Barros, que era filha de Gaspar de Barros de Magalhães, o velho, fidalgo conhecido, e de Catarina Lobo, sua mulher, sobrinha do Conde de Sorteia uma das órfãs que a sereníssima rainha D. Catarina remeteu ao governador do Brasil para as casar com as principais pessoas, que vieram à fundação da nova cidade do Salvador, Bahia de Todos os Santos. 

1. De Manuel Pinheiro e de sua mulher D. Maria de Barros foram filhos:

2.1. Nicolau Carvalho Pinheiro, que se segue, nasceu em 1621.

2.2. D. Margarida de Barros, adiante.

2.3. D. Felícia Lobo,

2.4. Manuel Pinheiro de Carvalho, adiante, nasceu em 1627.

2.5. D. Maria de Barros Lobo, nascida em 1628, casada com Francisco de Azevedo.

2.6. Francisco Carvalho Pinheiro, adiante, nasceu em 1630.

2.7. André Pinheiro de Carvalho, que casou com D. Orsula de Freitas, sem sucessão.

2.8. D. Brites de Barros, mulher do capitão-mor Antônio de Alemão. Nasceu em 1633.

2.9. Antônio Pinheiro, D. Inês, e 5 mais que faleceram solteiros. Nasceu D. Inês no ano de 1636.


2.1. Nicolau Carvalho Pinheiro, primogenito do capitão Manuel Pinheiro de Carvalho e de sua mulher D. Maria de Barros, teve o foro de seu pai e casou com D. Maria de Aragão, filha de Luiz Pereira de Aragão, natural da ilha da Madeira e de sua mulher e prima D. Antônia de Aragão, irmãs de D. Isabel de Aragão, mulher de Francisco Barreto de Meneses, Fidalgo da Casa Real, e senhor do engenho de Mataripe, por serem ambas filhas de Melchior de Aragão e de sua mulher Maria Dias. Teve Nicolau Carvalho de sua mulher D. Maria de Aragão filhos:

 

2.6. Francisco Carvalho Pinheiro c.c. Leonor Teles de Escobar filha de João Borges de Escobar e de sua mulher Joana Teles, e teve filhos.

 

3.1. Antônio, que faleceu sem filhos, batizado a 27 de janeiro de 1653 no Socorro.

3.2. Maria Teles, primeira mulher de Antônio Rabelo de Macedo, batizada a 13 de setembro de 1654.

3.3. Joana Teles Pinheiro, batizada a 25 de fevereiro de 1666.

3.4. Inês Lobo Pinheiro, batizada a 26 de junho de 1661.

3.5. Inácio Teles Pinheiro, batizado a 31 de dezembro de 1663. c.c. D. Maria de Sá de Meneses, filha do capitão Francisco de Sá Barreto e de sua mulher D. Jerônima Diniz. Francisco de Sá, que faleceu solteiro. O padre Antônio Teles de Meneses, sacerdote secular. Cláudio Teles de Meneses, casado com D. Isabel Maria de Souza. sem filhos. Rui Carvalho Pinheiro, a quem chamavam o velho irmão de Manuel Pinheiro Carvalho, que passou com o dito seu irmão de Portugal para a Bahia, foi moço de câmara, escudeiro e cavaleiro fidalgo, e teve o foro nó ano de 1577. dado pelo Duque de Bragança a rogo do Sr. D. Duarte. que lho encomendou muito em seu testamento. Na Bahia casou este Rui de Carvalho três vezes, como consta da verba do seu testamento. além de outras memórias manuscritas. A primeira com Orsula do Rego. filha de Salvador Fernandes do Rego. o moço, da qual teve filhos:

 

4.1. Rui Carvalho Pinheiro, filho do primeiro. Teve também o foro de fidalgo dado por el-rei, sendo mordomo-mor o bispo de Coimbra. Foi casado três vezes; a segunda com D. Catarina de Azevedo, filha de Gaspar de Azevedo, e desta não teve filhos. Casaram a 10 de janeiro de 1667. Segunda vez casou com D. Apolônia de Araújo, filha de Gaspar de Araújo de Góes e de sua mulher Maria do Rego, e também não teve filhos. Faleceu a 10 de janeiro de 1673, sepultado no Carmo. Foi casado este Rui Carvalho a primeira vez com D. Catarina Ravasco.

Terceira vez casou Rui Carvalho, acima, com D. Isabel de Alméida, que desta não teve filhos. E faleceu ele a 31 de março de 1645. Testamenteiro seu irmão Nicolau Carvalho Pinheiro e seu filho Rui Carvalho Pinheiro, que se segue.

Por morte deste seu marido, casou esta D. Isabel segunda vez com o alferes Filipe Cardoso do Amaral, filho do capitão Manuel Cardoso do Amaral e de sua mulher D. Maria Pacheco. Casaram a 3 de maio de 1651.

4.2. Francisco, batizado a 2 de janeiro de 1620. Segunda vez casou com D. Maria de Souza, e teve desta três filhas:

4.3. D. Catarina de Souza, mulher do desembargador João de Góes de Araújo.

4.4. D. Violante Pinheiro, filha de Rui Carvalho Pinheiro, acima, e de sua segunda mulher D. Maria de Souza, casou com o capitão João da Silva Vieira natural da ilha da Madeira, freguesia da Sé, filho de Jerônimo Vieira Tavares e de sua mulher Catarina Machado; casaram a 11 de setembro de 1662.

Diz assim o livro da Sé: Aos 10 de janeiro de 1667, recebi dispensados no parentesco, que entre si têm, pelo sumo pontífice, ao sargento-mor Rui Carvalho Pinheiro, viúvo que ficou de D. Catarina Ravasco, com D. Catarina de Azevedo, natural de Santa Bárbara, filha de Gaspar de Azevedo e de sua mulher Maria Nunes.

4.5. D. Inês de Castro, mulher de Simeão de Araújo de Góes.

3.6 Leonor Teles, que faleceu solteira. 



quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Clã dos Pires



PERES/PIRES
. Este apelido foi, na origem, patronímico de Pedro, e é o mesmo que Pires, forma esta que se radicou no nosso país, sendo aquela a espanhola e usada em Portugal sòmente nos primeiros reinados. Como é originário de patronímico, não há uma só família deste nome, mas muitíssimas, visto terem sido, também, muitíssimos os Pedros de que provieram.

Heráldica, Brasão de Armas da Família Pires: De vermelho, com cruz de ouro, cantonada de quatro flores-de-lis do mesmo: contrachefe ondado de prata e de azul; bordadura de ouro, carregada de oito aspas de vermelho.
Timbre: uma aspa de ouro, com uma flor-de-lis de vermelho entre as extremidades superiores.



PIRES - O Clã Nortenho Fundador de São Paulo

A família Pires se notabiliza não apenas por ser uma das mais antigas do Brasil, como também, por não terem como origem apenas um único casal, mas toda uma parentela, que juntos, se assentam na Capitania diretamente do Reino. Oque refletirá muito propriamente o caráter nortenho de sua raça.

Desse tronco, derivam os Buenos, comos os Velhos, além de todo um entrelaçamento futuro com outras famílias. É dizer, em São Paulo, todos são Pires.

Em 1531, João Pires, o Gago, junto com seu filho Salvador Pires, casado com Maria Rodrigues, e que trouxe também essa, suas irmãs: Francisca de Garcia Rodrigues e Izabel Velho. Vindo também com João Pires seu primo Jorge Pires, cavaleiro fidalgo, todos procedentes do Porto, no Minho, chegam ao Brasil, e se estabelecem na vila de São Vicente em 1533, tendo sido João Pires seu primeiro juiz ordinário. De São Vicente passaram a Santo André da Borda do Campo e depois a São Paulo de Piratininga.

SALVADOR PIRES, o Velho, filho de João Pires, o Gago, nasceu por volta de 1515, na cidade do Porto, em Portugal; faleceu em 1592 em seu sítio, situado acima da cachoeira Patuahy, no rio Tietê, em São Paulo.

Em 1573, Salvador Pires, o Velho, recebeu uma carta de sesmaria, concedida pelo governador da Capitania de São Vicente, Jerônimo Leitão, na qual consta que lhe foi dada meia légua de terras na tapera que tinha sido alojamento do índio Baibebá, partindo pelo campo de Piratininga, por ser o dito Pires lavrador potentado, que dava avultada soma de alqueires de trigo ao dízimo, além das colheitas de outros frutos todos os anos.

Do seu casamento com Maria Rodrigues, conterrânea da cidade do Porto, Salvador Pires, o Velho, teve dois filhos, os brasileiros Manoel Pires (?) e Salvador Pires.


SALVADOR PIRES, o Jovem, nasceu em 1540, na Vila de Santo André da Borda do Campo, SP. Ocupou os principais cargos da governança, entre os quais, o de Procurador do Conselho, em 1563, e de Juiz Ordinário, em 1573. Foi capitão-do-mato e bandeirante tomou parte na bandeira de Nicolau Barreto ao sertão do Guairá (1602); foi pioneiro na importação de videiras da Itália, que plantou em sua fazenda Ajuhá (na atual Freguesia do Ó). Suas lavouras eram mantidas com muitos trabalhadores, principalmente índios catequizados sob sua administração (1607); defendeu o litoral contra os invasores holandeses. Quando recebe a patente de Capitão-da-gente de São Paulo (1624); retornou ao sertão do Guairá, na grande bandeira de Antonio Raposo Tavares (1628).
    Casou-se duas vezes. A primeira com N... de Brito; a segunda pós o falecimento da primeira esposa, com Mecia Fernandes (Mecia-Ussú), natural de São Paulo, filha de Antonio Fernandes e de Antonia Rodrigues, por esta neta de Antonio Rodrigues e da índia batizada pelo padre Anchieta com o nome de Antonia Rodrigues, a qual foi filha de Piqueroby, chefe tupiniquim de Hururay.

Teve doze filhos, sendo quatro do primeiro matrimônio e oito do segundo: 

Beatriz Pires Brito, 
Diogo Pires, 
Amador Pires, 
Domingos Pires, 

Maria Pires c.c. Bartholomeu Bueno de Ribeira (tronco dos Buenos)
Catharina de Medeiros, 
Anna Pires de Medeiros, 
Izabel Fernandes Pires, 
capitão Salvador Pires de Medeiros c.c. Ignez Monteiro de Alvarenga
João Pires, 
Custodia Fernandes e; 
Antonio Pires.


A filha de Salvador, Maria Pires, em 04/08/1590, casou-se com Bartholomeu Bueno de Ribeira, natural de Sevilla, Espanha. Desse casamento foi gerado o filho Francisco Bueno de Ribeira, que se casou, em 1630, com Filippa Vaz e lhe deu o neto Bartholomeu Bueno da Silva, o 1º Anhangüera (RICHA, 2016).



Salvador Pires de Medeiros c.c. Ignez Monteiro de Alvarenga

1.1 Alberto Pires 
1.2 Maria Fernandes Pires 
1.3 Antonio Pires de Medeiros 
1.4 Izabel Pires de Medeiros 
1.5 Maria Pires de Medeiros 
1.6 Anna Pires de Medeiros 
1.7 Bento Pires de Medeiros 
1.8 Maria Pires Fernandes 
1.9 Salvador Pires de Medeiros 
1.10 João Pires Monteiro 


O Ramo Pires Bueno:

O bandeirante Francisco Bueno de Ribeira, filho de MARIA PIRES com o espanhol Bartholomeu Bueno de Ribeira, serviu honrosos cargos da governança em São Paulo e foi capitão de uma bandeira, durante a qual veio a falecer, em 1638. Foi casado com Filippa Vaz.

Foram os "Bartolomeu Bueno da Silva", pai e filho, os primeiros desbravadores dos sertões de Goiás,  e fundador da Vila Boa de Goyaz.

A vida do "Anhangüera" e seus descendentes .... O mito do bandeirante está presente em todos os espaços goianos – monumentos, praças, ruas e até na bandeira da capital do estado de Goiás, como um herói imbatível e audaz.

Seu filho, BARTOLOMEU BUENO DA SILVA, foi o 1º Anhanguera, filho do capitão Francisco Bueno de Ribeira com Filippa Vaz, nascido em 1637, em Santana de Parnaíba-SP, e falecido em data e local desconhecido, foi notável sertanista que, devassou os sertões de Goiás em 1682, com seu filho, de nome homonimo (o 2º Anhangüera), descobrindo ouro, tendo observado índias que se ornavam com aquele metal e conseguindo que lhes dissessem o lugar de onde conseguiam, com o estratagema de atear fogo a um vaso de aguardente, dizendo ser água, e que assim procederia com os rios e lagos daquele sertão, que os secariam ateando fogo, caso não dissessem o lugar. E foi assim que recebeu a alcunha de Anhangüera, o diabo velho, que o imortalizaria.

Bartolomeu Bueno da Silva, o 2º Anhanguera, bisneto de Maria Pires, nasceu em Santana de Paranaíba, em 1672 e faleceu pobre, em Vila Boa de Goiás, em 1740, a cidade que criou. Com a idade de apenas 12 anos já acompanhava o seu pai ao sertão e, em 1722, se apresentou ao Gov. Rodrigo Cesar de Menezes para explorar de novo os sertões de Goiás. Organizou uma numerosa comitiva, que incluiu o sobrinho ANTONIO FERRAZ DE ARAÚJO, filho de MARIA PIRES BUENO, neto de Bartolomeu Bueno da Silva (pai) e bisneto de MARIA PIRES e de Bartholomeu Bueno de Ribeira.


A Guerra entre os Pires e os Camargos na Capitania de São Vicente:


Em 1640, se inicia, por um crime passional, a Guerra entre Pires e Camargos que assolará a Capitania de São Vicente. Alberto Pires, casado com Camargo, mata Antonio Pedroso de Barros, e sua própria esposa Camargo, em razão de adultério. 

Como se perpetrou o ocorrido, não ficou bem elucidado. O fato é que há um testamento de Antonio Pedroso de Barros (vítima de Alberto Pires), pedindo que perdoassem seus assassinos em razão “dos seus pecados”. Se depreende que Antonio Pedroso de Barros possa ter sido atocaiado, e ferido de morte, conseguiu fugir, lavrando o tal testamento em seu leito de morte, quando se encontrava em sua estância cercado pelos Pires. E a esposa de Alberto Pires, Camargo, morta, hipoteticamente, quando do encontro sorrateiro que teve com seu amante, Antonio de Barros, oportunidade em que sofreu a tocaia.

O fato é que esse acontecimento desencadeou uma guerra entre os dois mais poderosos clãs d´aquela capitania: Pires e Camargos.

A família Camargo e os Pedroso de Barros deram início as represálias. "Então os irmãos dos mortos em numeroso corpo de armas, solicitava o despique pela dor que lhe ocupava, procuraram também lavar a ofensa de sua, mágua no sangue mesmo do autor dela tirando-lhe a vida a ferro frio". Só o sangue lava o sangue.

Alberto Pires, a quem os Camargos juraram beber o sangue, se refugiou em uma fazenda de sua mãe, D. Inês Monteiro de Alvarenga, na serra de Ajubá. O engenho dos Pires foi cercado. E para salvar a vida do filho, a velha Inês Monteiro, apareceu à porta da casa alçando um crucifixo, pedindo aos sitiantes que popupassem a vida de seu filho, que se submeteria ao arbitrio dos tribunais. Os Camargos fizeram acôrdo e protestaram, conformarem-se com o veredito da Relação da Bahia onde Alberto Pires seria julgado. Preso, segue Alberto Pires para o Rio de Janeiro e, por serras e vales, segue Inês Monteiro para conseguir a todo transe a liberdade do filho.

À altura da Ilha Grande, evitando mar adverso, a sumáca que transportava Alberto Pires e sua escolta aportou à ilha. Sabedores da escolta de Inês Monteiro, que também se dirigira para o Rio afim de conseguir o livramento do filho, e isso querendo evitar, ou temendo os capangas que a matrona estaria aliciando para, à força, retirar de bordo o prisioneiro e dar-lhe fuga, ou ainda por serem parciais dos Camargos o fato é que a escolta resolveu dar fim alí mesmo ao acusado, o que fizeram amarrando-lhe uma pedra no pescoço e atirando-o ao mar. E a sumáca rumou de volta para Santos. Inês Monteiro, tomada pela dôr e o ódio, passou a ser "a mais, rija parte desta contenda", a  Nemesis da sua gens na luta terrível contra os Camargos.


Família Peres em Pernambuco:

O sobrenome Peres em Pernambuco é um aportuguesamento do sobrenome Peters de origem germânica, referente ao "alemão" Jacques Peres, que deixou geração, quase toda ela casada na família Leitão de Albuquerque.


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Clã dos Barros


Euskadi (País Basco)

O solar desta nobre e antiga família está localizado em Guipúzcoa e faz parte do primeiro Senhor de Biscaia. Posteriormente foram extendendo-se pela província de Burgos fundando novos solares.

Genealogistas credenciados concordam com a antiguidade e nobreza desta família, entre eles Antonio de Barahona que faz extensa menção ao sobrenome Barrios, assim como García Alonso de Torres, ambos cronistas de Felipe II e Carlos I, ambos concordando em declarar como este solar foi arruinado pelo rigor dos séculos.

Eles se destacaram nas conquistas de Baeza e acompanharam os Reis Católicos na tomada de Granada. Nos tempos da Rainha D. Juana e de seu filho Carlos, destacou Dom Fernando de Barrios, cavaleiro, relatado pelos cronistas da época. Armas: No azul sobre ondas de azul e prata dois peixes prateados.
Galiza

Na cidade de Tuy (Pontevedra) foi estabelecido um ramo que trazia suas armas de Portugal e ao qual pertencia um de seus fundadores, o cavaleiro Don Juan de Barros, Senhor do Coto de Togores e seu filho, Don Juan, que participou da guerras na Flandres e na Itália, passando para a América com os anfitriões de Dom García de Mendoza. Esta linhagem provou repetidamente seu cavalheirismo não apenas em face de Chancelarias reais, mas também perante os tribunais do Santo Ofício. Armas: No campo dos gules, três faixas de prata, acompanhadas por nove estrelas douradas colocadas um, três e dois.

Portugal

BARROS. É bastante incerta a origem desta familia, pois os autores não concordam no seu progenitor. O mais antigo deste apelido, de quem parece poder deduzir-se a linhagem dos Barros, é Fernão Dias de Barros, morador no lugar de Barros, no concelho de Regalados, solar da família, que se supõe vivesse nos reinados de D. Afonso IV e D. Diniz.

Posto que alguns autores genealógicos e heráldicos façam diferença entre Bairro e Barros, dizendo que são linhagens diversas, assim não é verdade, porque indistintamente se empregaram as duas formas, a primeira das quais foi muito usada até fins do século XVII.

Não se sabe quem era este Francisco de Barros nomeado nos livros de armas, mas talvez fosse Francisco de Barros de Paiva, filho de João de Barros de Azevedo, contador-mor do Reino, e de sua mulher, Ana Figueira, o qual sucedera a seu pai na contadoria-mor, teve comenda na Ordem de Cristo e foro na Casa Real, com dois mil reis de moradia, e esteve vinte anos  na índia, onde se viu valorosamente.  Voltando ao reino, acompanhou seu parente D. Egil Eanes da Costa na embaixada ao imperador Carlos V, cuja Corte abandonou por desavenças, pelo que regressou a Pátria. D. João III o mandou por capitão de S. Tomé, onde se conservou oito anos, adquirindo grande riqueza. Foi também primeiro governador da Costa da Mina, capitão de Mazagão e do Conselho do Rei. Ao mesmo Príncipe serviu também comandando uma frota que comboiava navios com trigo para o abastecimento do Reino. Viveu na Quinta da Fonte Velha, no limite de Pontével, termo de Santarém, e morreu a 13-VI-1570, vindo a ser sepultado no capítulo do mosteiro de S. Francisco de Lisboa.”

Etimologia:  o sobrenome Barros vem do célta: BARRO- (*bharso-), “alto”, "superior", "cume", "ponta".
Quinta de Val Flores, construído no século XVI por
Jorge de Barros, feitor de D. João III. Localizado em Santa Iria da Azóia.

Brasil

A família Barros foi mais numerosa na Bahia. Em Pernambuco se entrelaçam com os Holanda, Lins e Wanderley, constituindo um autêntico clã consagüíneo. Em São Paulo há os Pedrosos de Barros, que tomaram lado com os Camargos, na sangrenta contenda contra os Pires.

Antônio Cardoso de Barros foi o primeiro donatário da Capitania do Ceará, porém, não chegando efetivamente a colonizar. Organizou e financiou duas expedições sem muito sucesso, restando como lembrança, apenas, restos de uma fortaleza inacabada em Camocim, litoral norte do Ceará, encontrada em 1614.

Outro donatário, foi João de Barros, que juntamente com Aires da Cunha recebeu as capitanias do Rio Grande do Norte e do Maranhão. João de Barros foi o famoso cronista português, que teve a malograda experiência de tentar explorar suas capitanias por duas vezes sem sucesso, em 1535 e 1555. Foi melhor sucedido como cronista, tornando-se um dos historiadores mais sérios e consultados de Portugal.


Clã dos Barros de França Corte Real na Bahia:

A família Barros chega no Brasil pela Bahia em 1602, com Afonso da Franca, "o velho", homem honrado e fidalgo, casado com D. Catarina Corte Real, com quem teve vários filhos. Dentre seus filhos destacam-se: João de Barros de Franca, que lutou nas guerras contra os holandeses e faleceu solteiro; Margarida da Franca, primeira esposa de Salvador Vasqueanes de Sá, filho de Duarte Vasqueanes de Sá que era irmão do governador Salvador Corrêa de Sá, tendo vindo em 15 de abril de 1625 em socorro da Capitania da Bahia em face da invasão holandesa; Leonor da Franca, casada com Manuel Gonçalves Barros, tiveram como filho Manuel de Barros da Franca, militar que se destacou no Brasil e em Portugal, tornando-se fidalgo da Casa Real, “em atenção ao seu grande valor, disciplina militar, e eqüestre muita experiência da guerra”; Pedro Gomes da Franca Corte Real, alferes, capitão de infantaria, mestre de campo, também faleceu solteiro.

O pai de Afonso da Franca chamava-se Lancerote da Franca, tornou-se um dos heróis que lutaram no cerco de 1625 em que os holandeses foram expulsos da Bahia. Comandava a nau Caridade, sob as ordens de D. Fradique de Toledo. Foi ele que levou até Recife a notícia da restauração da Bahia. Morreu em Olinda, velho e doente, ainda disposto a lutar contra os holandeses.

Um dos netos de Afonso da Franca destacou-se também como herói. Trata-se de Manuel Gonçalves de Barros, chamado “Capitão Manuel”, um dos chefes das guerrilhas feitas contra os holandeses sob o comando do bispo D. Marcos Teixeira. Era casado com D. Leonor da Franca, natural de Tânger. Outro varão desta família chamava-se Gaspar de Barros de Magalhães, fidalgo que viveu no Recôncavo baiano. Veio de Portugal empobrecido, mas na Bahia amealhou riqueza, tornou-se homem de muitas posses. Casou-se com D. Catarina Lobo de Barbosa Almeida, com quem teve muitos filhos, ao todo cerca de 20, alguns bastardos.

No final do século XVII vieram para a Bahia Manoel Fernandes de Barros, procedente da Ilha da Madeira, casado com D. Cecília Soeira, e D. Maria de Barros, procedente de Braga, Portugal, que aqui casou-se com João Borges de Macedo. Destes dois casais se originaram os “Barros Soeiro” e os “Borges de Barros”.


O Clã Holanda Barros Lins de Porto Calvo (Pernambuco / Alagoas):

Capitania de Pernambuco
Em Pernambuco, surgiu um Rodrigo de Barros Pimentel, casado com uma filha de Arnao de Holanda, D. Maria de Holanda. Teve um filho com o mesmo nome, casado com D. Jerônima de Almeida, de onde tiveram uma filha que foi para a Bahia aliar-se com a família Lins. Não se sabe porque, mas uma das filhas de Arnao de Holanda se chamava D. Brites de Barros, e não trazia o sobrenome do marido que se chamava Antônio Coelho de Carvalho. Tampouco trazia o sobrenome da mãe que se chamava Brites Mendes de Vasconcelos. Talvez, uma homenagem ao padrinho. Era comum, antigamente, as pessoas se batizarem depois de adultos e  tomarem o nome do padrinho.

Genealogia dos Holanda Barros Pimentel:

Arnao de Holanda c.c. Brites Mendes de Vasconcelos

1. Maria de Holanda c.c. Rodrigo de Barros Pimentel (I)

2. Rodrigo de Barros Pimentel (II) c.c  D. Jerônima de Almeida filha de Baltazar de Almeida Botelho e sua mulher D. Beatriz Mendes, irmã de Bartolomeu Lins.

3.1. José de Barros Pimentel

3.2. D. Maria de Barros c.c. Leão Falcão Deça, filho de Vasco Marinho Falcão e de sua mulher D. Inês Lins, filha de Cristóvão Lins e de sua mulher Adriana de Holanda:

4.2.1. Francisco de Barros Falcão c.c. D. Maria de Lacerda, filha de D. Maria de Lacerda e de seu marido Filipe Cavalcanti, filho este de Antônio Cavalcanti de Albuquerque e de sua mulher D. Isabel de Góes de Vasconcelos, filha de Arnao de Holanda e de sua mulher Brites Mendes de Vasconcelos, o qual Antônio Cavalcanti, casado com a sobredita Isabel de Góes, era filho de Filipe Cavalcanti fidalgo florentino, o primeiro que passou a Pernambuco.

3.3. D. Cosma de Barros c.c. Sibaldo Lins, filho de Bartolomeu Lins, e de sua mulher D. Maria da Silva(Rocha), aí, o que Bartolomeu Lins, era filho de Cristóvão Lins e de sua mulher Adriana de Holanda, ibi., e foram dispensados Sibaldo Lins e D. Cosma no 2. ° e 3. ° graus de consagüinidade por breve do Santíssimo padre Alexandre 7.°

4.3.1. Cristovão Lins, nascido em Porto Calvo, c.c. D. Adriana Wanderley. Do seu processo de habilitação para cavaleiro da Ordem de Cristo (honra que conseguiu, a 7 de janeiro de 1699, T.T., Habil. da Ordem de Cristo, letra C, m. 1, n. 5): todas as testemunhas inqueridas disseram que o justificante, de 34 ou 35 anos, é homem nobre e dos principais desta capitania de Pernambuco e que atualmente está ocupando o posto de sargento-mor da vila de Porto Calvo, bem como o de alcaide-mor dela. Também foram nobres, e principais, pais avós paternos e maternos -e que "todos uns e outros vivem e viveram sempre neste curato de Camaragibe distrito da vila de Porto Calvo em seus engenhos e fazendas". Corrija-se Borges da Fonseca, ibid., I, p. 118 (a propósito de D. Adriana Wanderley).

3.4. Rodrigo de Barros c.c. D. Inês Lins, filha de Bartolomeu Lins, dispensados por duas vias no 3º e 4º graus de consagüinidade;  primeira porque o orador Rodrigo de Barros é filho de D. Jerônima de Almeida, a qual D. Jerônima foi filha de Beatriz Mendes, a qual Beatriz Mendes foi irmã de Bartolomeu Lins, o qual Bartolomeu Lins foi pai da oradora Inês Lins. E pela outra, porque o orador Rodrigo de Barros é filho de Rodrigo de Barros Pimentel, o qual Rodrigo de Barros Pimentel foi filho de Maria de Holanda, a qual Maria de Holanda era irmã de Adriana de Holanda, mãe de Bartolomeu Lins, pai da oradora Inês Lins. Foram esses oradores dispensados no 3º e 4º graus comum de consangüinidade por breve do Santíssimo'papa Alexandre 7º.

3.5. D. Beatriz Pimentel c.c Cristóvão Lins de Vasconcelos, filho de Bartolomeu Lins de Vasconcelos e de sua mulher Maria da Rocha, casado com.D. Beatriz Pimentel sua parenta em 3. ° grau de consangüinidade, por ser essa D. Beatriz Pimentel filha de Rodrigo de Barros Pimentel: (2) e este ser primo co-irmão de Bartolomeu Lins, pai de Cristóvão Lins. E além deste parentesco serem também parentes, por ser o dito Rodrigo de Barros casado com D. Jerônima de Almeida: filha de D. Beatriz Mendes, irmã do dito Bartolomeu Lins e sua sobrinha, e por esta via também em 3º grau, os oradores: e foram dispensados por breve, digo dispensa do bispo da Bahia D. Pedro da Silva de 11 de abril de 1645.



O Clã da Família Barros Rêgo:

Um dos primeiros povoadores de Pernambuco, foi Francisco de Barros Rêgo (*1560, +1614), natural de Viana do Castelo, Minho. Tendo tomado parte na guerra de conquista do Rio Grande do Norte contra os franceses. Foi senhor do Engenho São Francisco da Várzea, vindo a se casar primeiramente com D. Felipa Tavares, com quem teve um filho: João de Barros Rêgo. Vindo posteriormente, a casar uma segunda vez, com D. Maria Barrosa Pessoa.

Seu filho, Cristóvão de Barros Rêgo, instituiu o morgado de São Bento do Caiará, tendo sido capitão mór de Taipu na Paraiba. 

Genealogia Barros Rêgo:

1º Núpcias de Francisco de Barros Rego c.c. D. Felipa Tavares

João de Barros Rego c.c. Maria de Castro Monteiro, filha de Domingos de Castro (de Figueiroa) c.c. Maria Monteiro, essa, filha de Domingos Bezerra e de sua mulher Brásia Monteiro.

1. Francisco de Barros Rêgo c.c. Maria Barrosa Pessoa, filha de Fernão Martins Pessoa e de Maria Gonçalves Raposo - índia.

2.1. Cristóvão de Barros Rego c.c Ana Maurícia Wanderley, filha de João Maurício Wanderley (1641 - 1680) e de Maria da Rocha Lins.

3.2.1. Manoel do Rego Cogominho;

3.2.2. David de Barros Rego, Padre;

3.2.3. Catarina de Barros Rêgo, 1a Morgado de S Bento de Caiará  

3.2.4. Maria do Rego

3.2.5. Maria José da Rocha c.c. João Marinho Falcão

2.2. Antônia de Barros Pessoa;

2.3. Estevão de Barros Rego;

2.4. Miguel de Barros Rego;

2.5. José de Barros Rego



O Clã da Família "Rego Barros":

Um outro ramo dos Barros em Pernambuco é a família "Rego Barros", que são distintos dos "Barros Rêgo". Os Rego Barros, descendem de Luís do Rego Barros, natural de Viana do Castelo, região do Minho, Portugal. Filho de Antônio de Barros Rego (instituidor do morgado da Quinta de Sô e de Eriste, na vila de Viana) e de Maria Nunes Barreto. Casou-se em Olinda com Inês de Góis de Vasconcellos. Filha de Arnau de Holanda e de Brites Mendes de Vasconcellos. Neta paterna de Henrique de Holanda, barão de Renoburgo, e de Margarida Florência (irmã do papa Adriano VI).

Luís do Rego Barros e Inês Góis de Vasconcellos foram pais de seis filhos, entre os quais: 

Francisco de Rego Barros (*1600 em Olinda, + em Pernambuco [?]). Residiu em Olinda até 1635, quando se retirou para a Bahia, em face da invasão holandesa; depois provavelmente retornou a Pernambuco, onde faleceu capitão. O Rei Dom João IV concedeu-lhe o título de fidalgo cavaleiro da Casa Imperial e o hábito da Ordem de São Tiago, que, devido ao seu falecimento, não chegou receber. Casou-se em 08-05-1623, em Olinda, com Archangela da Silveira. Filha de Domingos da Silveira (n. 1551 em Viana, em Portugal; estava vivo em 1636, em Olinda; estudou em Coimbra; procurador da Fazenda Real em Pernambuco) e de Margarida Gomes da Silva (n. em Viana, Portugal). Do seu casamento com Archangela da Silveira tiveram seis filhos, entre os quais: 

João do Rego Barros, n. 1628 em Olinda, f. 27-10-1697 tb. em Olinda, s. na capela da igreja de N. Sa do Pilar, no Recife. Fidalgo da Casa Real. Comendador da Ordem de Cristo, conforme patente de 17-06-1655. Depois da Restauração, foi capitão-mor e governador da capitania da Paraíba [1663-70]. Provedor da Fazenda Real de Pernambuco, por carta régia, desde 13-07-1675 até seu falecimento, em 1697. Casou-se com caetana theodora valcaçar. Filha de Francisco Camello de Valcaçar (ouvidor da capitania da Paraíba, da qual fora governador no tempo dos holandeses) e de Anna da Silveira. Neta paterna de Jorge Camello (ouvidor de Pernambuco) e de Catharina de Valcaçar (fidalga castelhana).

Francisco Rego Barros
(Conde da Boa Vista)
Francisco do Rego Barros, o Conde da Boa Vista, que foi Presidente da Província de Pernambuco (Séc. XIX), e que se notabilizou por fazer de Recífe uma cidade comparável a importantes cidades europeias, também, lembrado como grande patriota, é descendente direto desse ramo: "Rego Barros".




O Clã da Família Pedroso de Barros em São Paulo: 

Capitania de S. Vicente
A família Pedroso de Barros vem para o Brasil em 1602, originários do Algarve, por intermédio de dois irmãos: Pedro Vaz de Barros, como ouvidor da Capitania de São Vicente e São Paulo e Antonio Pedroso de Barros, como capitão-mór da capitania das mesmas, "pessoas de qualificada nobreza". No cartório do tabelião da vila de S. Vicente se acham uns autos de justificação de nobilitate probanda, titulo, o capitão Valentim de Barros, n.º 1643. E também os autos de justificação do capitão Fernão Paes de Barros, ano de 1678. Destes dois autos consta que Pedro Vaz de Barros viera à capitania de S. Vicente em serviços da coroa, e que, voltando ao reino, tornara a mesma capitania, provido em capitão-mor governador dela. Que seu irmão Antonio Pedroso viera à São Vicente, onde chegara com o tratamento de homem nobre, trazendo criados brancos que o serviam, e casara na dita vila com uma f.ª de Jeronimo Leitão que tinha sido capitão-mor governador da capitania de S. Vicente, em cuja vila ficara sendo morador dito Antonio Pedroso de Barros. Deste matrimonio há descendência na vila de S. Vicente, conhecida nos Pedrosos Barros dela.

O capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros foi casado com Luzia Leme, filha de Fernando Dias Paes e de Lucrecia Leme, tendo como filhos:

1. Valentim de Barros
2. Antonio Pedroso de Barros
3. Luiz Pedroso de Barros
4. Pedro Vaz de Barros
5. Fernão Paes de Barros
6. Sebastião Paes de Barros
7. Jeronimo Pedroso
8. Lucrecia Pedroso de Barros

1. Valentim de Barros saiu de S. Paulo no posto de alferes de infantaria da companhia do mestre de campo Antonio Raposo Tavares, que no ano de 1639 foi socorrer Pernambuco em poder dos holandeses. Chegando Valentim de Barros à Bahia, nela se embarcou na armada com o conde de Castelo Novo, e marquês de Montalvão D. Jorge de Mascarenhas, contra os holandeses. Estando estes já de posse do centro da cidade de Pernambuco e seus contornos, voltou o alferes Valentim por terra usando suas armas contra o inimigo até a Bahia na companhia do mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra. Seus serviços de valoroso soldado, com os índios que levou de S. Paulo, mereceram-lhe por parte do marquês vice-rei a promoção do posto de alferes ao de capitão de infantaria.

Casou-se o capitão Valentim na Bahia com Catharina de Góes e Siqueira, natural da Bahia, irmã de João de Góes de Araujo, ouvidor do cível da relação daquela cidade em 1666, filha de Jorge de Araujo de Góes e de Angela de Siqueira, ambos naturais da Bahia, n. p. de Gaspar de Araujo, natural de Ponte de Lima, e de Catharina de Góes, natural de Lisboa, n. m. de Sebastião Pedroso de Barros, natural de Viana de Castela, Minho, e de Leonor de Siqueira, natural da Bahia. Depois da morte de seu pai, resolveu o capitão Valentim Pedroso regressar e morar em S. Paulo trazendo sua mulher Catharina, que foi acompanhada de sua irmã Leonor de Siqueira e do irmão André de Góes de Siqueira que veio depois provido no cargo de provedor e contador da fazenda real da capitania de S. Vicente e S. Paulo, por provisão passada por D. Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos e vice-rei, em 1666.

Faleceu o capitão Valentim de Barros em S. Paulo em 1651 e teve 2 filhos:

1-1 Fernando
1-2 João

A viúva Catharina casou-se pela 2.ª vez com dom João Matheus Rendon, viúvo de Maria Bueno de Ribeira e foram morar na Ilha Grande.

2. Antonio Pedroso de Barros, fº. de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme, faleceu em 1652 com testamento. Foi potentado pelo número de 600 índios que possuía nas suas fazendas de cultura. Foi seu assassinato que deu causa a guerra entre Pires e Camargos que ensanguentaria a Capitania de São Vicente. Consta no seu inventário com testamento escrito por seu concunhado Francisco Dias Velho, por estar o testador em artigo de morte: "deixo a meus herdeiros que perdoem aos meus matadores, porque foram os meus pecados", isso por causa do adultério que cometera com Eleonor Camargo, esposa de Alberto Pires. 

Pedro Vaz de Barros , que tinha 6 anos em 1652 quando iniciou o inventário de seu pai, foi rico em cabedais. Foi morador no sítio ou fazenda de Cataúna que, pelo número de casas e seu arruamento, parecia uma vila, com uma capela onde se administrava os sacramentos a mais de 600 almas. Foi casado com Maria Leite de Mesquita f.ª de Domingos Rodrigues de Mesquita e de Maria Dias; por esta neta de Pedro Dias Leme e de Maria Leite.

Nele declarou ser f.º de Luzia Leme, ser irmão dos capitães Fernão Paes de Barros e Pedro Vaz de Barros, e ser genro de Ignez Monteiro. Do seu casamento com Maria Leite de Mesquita, tiveram os seguintes filhos:

2.1. Beatriz de Barros que foi casada com Manoel Correa Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. Com geração.
2.2. Luiza Leme de Barros que foi casada com Paschoal Leite Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. 
2.3. Izabel Paes de Barros, falecida em 1753 em Parnaíba com 80 anos, foi casada com João Correa Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. Com geração.
2.4. Lucrecia Leme de Barros foi casado com José Correa Penteado f.º de Francisco Rodrigues Penteado e de Clara de Miranda. 
2.5. Maria Pires que casou em 1698 em S. Paulo com Rodrigo Bicudo Chassim f.º de Gonçalo Simões Chassim e de Maria Leme de Brito. Com geração em Tit. Chassins.
2.6. Maria Leite Pedroso casada em 1705 em S. Paulo com Gaspar Correa Leite f.º de Paschoal Leite de Miranda e de Anna Ribeiro.
2.7. Domingos Rodrigues foi casado com Catharina de Almeida Teve q. d.:
3.1. Maria Leite de Barros, falecida em 1773 em Parnaíba, foi casada com André da Rocha do Canto f.º de Domingos da Rocha do Canto, de Guimarães, e de Maria de Lima, de S. Paulo.

3. Luiz Pedroso de Barros, filho do capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, saiu em 1639 no posto de capitão de infantaria na mesma expedição de que fez parte seu irmão o capitão Valentim Pedroso, que de S. Paulo foi socorrer a Bahia e Pernambuco contra a invasão dos holandeses. Levou o capitão Luiz Pedroso em sua companhia muitos índios de sua propriedade, sendo governador e capitão-mor de toda a expedição Antonio Raposo Tavares. Na Bahia casou-se com Leonor de Siqueira, irmã Catharina casada com seu irmão o capitão Valentim Pedroso, e voltou a S. Paulo trazendo sua mulher que faleceu em 1699, e o capitão Luiz Pedroso em 1662 no sertão dos Serranos, no reino do Peru, para onde tinha feito uma entrada, depois que voltou da Bahia. Teve de seu consórcio 2. f.ªs: (C. O. de S. Paulo):

1-1 Maria de Araujo que casou com Lourenço Castanho Taques, falecido em 1708, f.º de outro de igual nome e de Maria de Lara. Com geração.
1-2 Angela de Siqueira, falecida em 1730, foi 1.º casada com Sebastião Fernandes Correa, segundo provedor e contador da real fazenda da capitania de S. Paulo, f.º de outro de igual nome, natural de Santa Eulalia, Portugal, e de Anna Ribeiro de Alvarenga; segunda vez casou com Pedro Taques de Almeida, cavaleiro fidalgo da casa real, capitão-mor governador, f.º de Lourenço Castanho Taques e de Maria de Lara. Teve do 1.º marido a geração descrita em Tit. Alvarengas, e do 2.º a geração em Taques Pompeus.


O Capitão-Mór CRISTÓVÃO DE BARROS, Senhor dos Tamoyos, Terror dos Normandos.

Quando da colonização sistemática, em escassas povoações: Porto Seguro, Vitória, Santo Amaro... Que podiam essas gentes esparsas e ralas, contra a insistência dos contrabandos franceses, garantidos pelo gentio valoroso, ligados com ele até por alianças de sangue? Em 1555, só há, livres deles – Pernambuco, a Bahia propriamente dita, e, mal, mal, Santo Amaro. O resto: Rio de Janeiro, todo o território dos Tamoios até Espírito Santo, do Itapicuru até o São Francisco, e de Itamaracá para o Norte, tudo era domínio dos franceses, e que só lhes foi conquistado à custa das grandes lutas – Rio de Janeiro, Paraíba, Rio-Real, até a ação de Cristóvão de Barros. A luta do Rio-Real vai até os últimos dias dos séculos XVI; a da Paraíba ao Ceará, até 1608; e a do Maranhão, até 1616. Não será preciso acentuar a importância da empresa patrocinada por Coligny. É história muito vulgarizada. Notem-se, apenas, estas duas circunstâncias: no tempo enviavam os franceses mais navios ao Rio de Janeiro, do que os portugueses a todo o Brasil; até aquele momento, eles não haviam feito tentativa de colonização mais importante do que a de Villegagnon: até mulheres traziam na expedição. Vindo para cá, o célebre almirante chega a um país que era dos seus. Mesmo sem aceitar as pretensões francesas, de que os flibusteiros da Normandia, “depuis plusieurs années en ça (antes de 1503)”, frequentavam a Baía de Guanabara, é inegável que esses aventureiros faziam um comércio seguido com o gentio Tamoio-Tupinambá, e conheciam a costa bem melhor do que os portugueses. Tinham representantes junto das tribos, e que eram os diretores dos trabalhos, nas colheitas dos produtos constantes do respectivo tráfico. Tal era o desenvolvimento desse tráfico que, mesmo depois da grande derrota infligida por Mem de Sá e o sobrinho, em 1569, ainda eles enviavam regularmente as suas naus a Cabo Frio. O célebre combate de São Lourenço, em que a tática de Arariboia conseguiu bater tamoios e franceses, foi provocado por estes – para castigar o chefe temiminó. Uns e outros vieram afrontar os portugueses do Rio de Janeiro, tão fortes se sentiam, ainda. Conta Frei Vicente que os franceses apresentaram-se em oito naus. Em 1587, ainda eles animavam os seus fiéis aliados; foi quando, com Salema, se deu o aniquilamento da grande nação Tamoia. Apesar disto, quatro anos depois, a propósito de auxiliar as pretensões do Prior do Crato, apresentavam-se navios franceses no Rio de Janeiro, e ainda houve mister a ação de Cristóvão de Barros, contra os restos do gentio, amigo dos mesmos franceses. O historiador Robert Southey considera o caso do Rio de Janeiro como o perigo mais sério a que se achou exposta a colônia portuguesa, não tanto pelo poder dos franceses, mas, sobretudo, pela reação do gentio, e acha que, sem a intervenção de Nóbrega e Anchieta, que anularam os efeitos da célebre Confederação dos Tamoios, os portugueses teriam sido expelidos do sul do Brasil. A extensão da luta, mesmo depois de conjurado o maior perigo, prova que o grande historiador tem razão.

Os franceses continuaram fortes e temidos, e mantiveram suas alianças com os tupinambás. Havia estabelecimentos permanentes, com todas as suas consequências – alianças de sangue com as gentes das aldeia, cruzamentos... A luta para conquistar definitivamente aquele pedaço de Brasil não teve o seguimento nem a intensidade da Paraíba, mas foi além, no tempo. E era tão sólida a posição dos franceses no Rio Real, que eles pensaram em dar, com aquele gentio, o grande golpe no poder português: atacar e tomar a Bahia. Foi, pela denúncia do plano, que o governo da metrópole resolveu liquidar o caso, incumbindo da empresa a Cristóvão de Barros, que conhecia bem esse gênero de guerra, e tinha motivos pessoais contra o gentio de Sergipe (seu pai havia sido morto e devorado pelos Caetés). 

Cristóvão de Barros, grande capitão-mór de Sergype del Rey, que submeteu definitivamente os Tamoios no Rio de Janeiro, e os Tupinambás de Sergipe, diz Frei Vicente: 
“Era homem sagaz e prudente e bem afortunado nas guerras... em todas que teve com os Tamoios ficou vitorioso e pacificou de modo o Recôncavo e rios daquela baía que, tornados os ferros das lanças em foices e as espadas em machados e enxadas, tratavam os homens já somente de fazer suas lavouras e fazendas, e ele fez também um engenho de açúcar...” 
A campanha se fez quase que num só ato, sem que a derrota de Boipeba afastasse definitivamente os franceses: em 1596, ainda há um Honoré, prático da barra do Vasa-Barris, em cujas tribos vive normalmente. Em 1593, reforçados com contingentes que chegam, os franceses oferecem combate aos portugueses, nas águas do Rio Real, e são batidos por Tomé da Rocha. E ainda não é definitiva a eliminação, pois que, em 1595, recomeça a luta, em maiores perigos: uma esquadra poderosa, destinada a atacar a Bahia, destaca parte dos navios, para reforçar um estabelecimento no Rio Real, onde a expedição do célebre Pão de Milho chegou a descer para ser, finalmente, batido por Diogo Quadros, num desenvolvimento de lutas que só terminam em 1596. Resta, ainda, alguma coisa; e só no primeiro ano do século XVII são definitivamente eliminados, de Sergipe, os renitentes adversários.



Nota: não há como afirmar de qual família se origina um Barros atual sem um levantamento genealógico, e seus entroncamentos com os ancestrais do tempo da colônia. Isto não ocorre só com os Barros, mas com muitas outras famílias.

Incidência do sobrenome Barros nos estados brasileiros



sábado, 30 de maio de 2020

Clã dos d'Eças


EÇA
. Conta-se entre as mais nobres famílias, a dos Eças, pela sua origem real, bem patente nas armas do apelido. Provém de D. Pedro I, de Portugal, e de D. Inês de Castro, por seu filho D. João senhor da terra e julgado  de Lafões, das vilas de Seia, Porto de Mós, Gulfar, Sátão, Penalva, rio de Moinhos, Besteiros, Sever, Fonte Arcada, Benviver, Moimenta, Armamar, Tanha, riba de Vizela, Figueiredo, Aguiar da Beira, Cerquiz, Oliveira do conde, Oliveira do Bairro com suas jurisdições e rendas, todas concedidas por mercê de seu pai por Carta de 1360, para ele e  seus descendentes. Teve também  o senhorio de goueia, que lhe deu seu irmão D. Fernando. Casou-se a primeira vez com D. Maria Teles de Menezes, viúva de Álvaro Dias de Sousa, Irmã de D. Leonor Teles e filha de Martim Afonso Teles de Meneses e de sua mulher D. Aldonça de Vasconcelos. Por falsas promessas da rainha sua cunhada, que, ao mesmo tempo que lhe fazia crer no adultério de sua mulher, lhe prometia a mão da Princesa D. Beatriz, D. João, talvez mais espicaçado pela visão do trono do que pela infidelidade de D. Maria Teles, assassinou-a injustamente nos seus paços de Coimbra, a par de S. Bartolomeu. A sua segurança obrigou-o a deixar a Pátria, passando a Castela.  Tomou armas contra Portugal, atacando Trancoso e Elvas, o que levou D. Fernando a julgá-lo por traidor e inimigo da Pátria com perda do direito de sucessão ao Reino.

Se não tivesse sido arrastado ao assassínio de sua mulher, subiria, possivelmente, ao trono, pois era muito estimado dos Portugueses pelas suas boas qualidades e gênio, mas D. João I de Castela, temendo que voltasse a Portugal e fosse aclamado Rei, o encerrou numa prisão, em Salamanca, onde morreu. De sua primeira mulher teve D. Fernando de Eça. Recebeu-se segunda vez, em Castela, com D. Constânça, filha bastarda de D. Henrique II e de D. Elvira Iñigues de La Veja, por cujo casamento teve, de juro e herdade, o condado de Valência de Campos, que ficou conhecido por Valência de D. Juan, com outras terras. Houve deste matrimônio três filhas. Teve, ainda, três filhos ilegítimos, dos quais dois foram genros, respectivamente, do Dr. João das Regras e do Conde de Ourem, João Fernandes Andeiro.

D. Fernando de Eça, filho primogênito, saiu do Reino com seu pai e viveu durante muito tempo na Galiza, onde teve o senhorio da vila de Eça, que lhe deu em préstamo o Duque de Arjjona, D. Fradique de Castro, seu primo segundo, da qual tomou o apelido.

Foi casado com várias mulheres, sendo todas vivas, mas somente se conhece o nome de uma: D. Isabel de Avallos, em cuja casa morreu, arrependido dos seus desvarios, conforme se diz, mortificado com penitencias e envolto no hábito de S. Francisco. Esta senhora era filha de João Lopes Avallos, adiantado de Múrcia, e neta de rui Lopes Avallos, condestável de Castela. Teve das suas diversas mulheres, quarenta e dois filhos, dos quais se conhecem dezanove. Destes, parece que sete foram havidos em d. Isabel de Avallos.

Por esta abundante geração se continuou o apelido de Eça.

Etimologia: há variações ortográficas do sobrenome d'Eça, como: "Deça", "Dessa", e mesmo corrupção para: "de Sá".


A Críse da Sucessão em Portugal 


Em 1383, com a morte do rei D. Fernando I, abriu-se a críse da sucessão que cuminará na queda da Casa de Borgonha e a ascenção da de Avis. Aberta a sucessão, D. Fernando tinha como única filha D. Beatriz, que se casara com Carlos I de Castela, oque implicaria na anexação do Reino de Portugal a Castela e a consequente perda da sua Soberania.

O falecido rei D. Fernando I era filho do rei Pedro I,  que tinha se casado com D. Inês de Castro, feita Rainha pos-mortem, e que legitimou seus 4 filhos havidos com ela, um dos quais faleceu ainda criança, desses, D. João I, era o primogênito.  De modo que D. Fernando I era meio-irmão de D. João I. E assim sendo, descartada a sucessão a filha de D. Fernando I, D. Beatriz. D. João I seria o legítimo sucessor do trono português. E assim foi que o povo aclamou D. João, filho de Pedro I com Inês de Castro, como novo Rei de Portugal. Contudo D. João I, se encontrava refugiado em Castela, e logo após a morte do rei D. Fernando I, D. João I foi preso em Castela.

O mestre de Avis, que virá a ser o Rei de Portugal, fundando a dinastia de Avis, era filho bastardo do rei Pedro I, portanto também meio irmão, tanto do falecido o rei D. Fernando I, quanto de D. João I, preso em Castela. E após uma série de vitórias contra os castelhanos, obtidas sobretudo pelo gênio militar de D. Nuno Alvares Pereira, as cortes de Coimbra o proclamaram Rei com o nome omonimo do seu meio-irmão "D. João I".

D. João I (filho de Pedro I com D. Inês de Castro), que já tinha por filho o infante D. Fernando do seu primeiro casamento com D. Maria Teles, posto em liberdade, casa pela segunda vez, sendo D. Constança, sua segunda mulher, com quem teve duas filhas: D. Beatriz e D. Maria; e bastardos, ainda teve mais dois filhos, D. Pedro da Guerra e D. Afonso.

Seu primeiro filho, D. Fernando, tido com D. Maria Teles,  foi viver em Galiza, onde foi íntimo de seu primo Duque de Arjona, que lhe deu, o senhorio da vila de Eça. E como os Reis não tem sobrenomes, a alcunha que lhe segue é o nome do país "de Portugal", tomou para si o nome da sua própria vila: D. Fernando de Eça!

Quando faleceu, sua filha D. Catarina, trouxe-lhe os restos mortais para Portugal aonde está sepultado na capela-mor da igreja do Convento do Espírito Santo de Gouveia, com o seguinte epitáfio: "Aqui jaz D. Fernando de Eça filho do Ifante D. João, e neto delRey D. Pedro de Portugal e da Ifante D. Ines de Castro sua molher".

Brasão da Família d'Éça: se o sangue da primeira dinastia que lhe correu nas veias não lhe deu acesso ao trono, o certo é que ele usou do símbolo heráldico que vinha dos primeiros reis de Portugal. As suas armas são bem as armas antigas de Portugal: de prata, com cinco escudetes de azul postos em cruz, os dos flancos deitados e apontados para o centro, cada escudete carregado de nove besantes do campo — postos 3, 3 e 3; um cordão de S. Francisco de púrpura, com seus nós, passado em cruz, em aspa e em orla, brocante sobre os escudos, salvo o do meio que lhe fica sobreposto. 

Timbre, uma águia de azul ou vermelho, armada e membrada de ouro e carregada no peito de cinco besantes de prata, postos em santor. Diversamente, Anselmo Braamcamp Freire em sua obra "Brasões da Sala de Cintra" de 1921, diz que o timbre dos d'Eças era uma: "águia  de  azul,  armada  de  vermelho  e  carregada  no  peito  de  uma cruz  potêntea  cosida  de  negro".

Nenhuma outra família em Portugal usa armas que tão fundamente se identifiquem com os alvores da nacionalidade.


Clã da Família d'Éça no Brasil:

Capitania de Ilhéus
De sangue real, e legítima sucessora do trono de Portugal, usurpado pelos Avis, a família d´Eça esta entre as primeiras famílias a vir para o Brasil, através de D. Violante d´Eça,  uma das trez orfãs fidalgas, que no tempo do Rei D. João III e de sua mulher a Sr.ª Rainha D. Catarina mandaram estes monarcas ao governador da Bahia D. Duarte da Costa, para que as casasse com pessoa de distinção. Era esta D. Violante d´Eça filha bastarda de D. João d´Eça, capitão de Gôa, e na Bahia casou com João de Araújo Souza, fidalgo galego, da casa dos alcaides mores de Lindozo e Pertigueiras de Cela-Nova. E que tiveram 6 (seis) filhos. Seus filhos se entrelaçam com outras família nobres de ilhéus: os Castro, Saraiva, Barboza, Ayalas, Furtados, Tourinho, etc....  do matrimônio de duas filhas de D. Violante d´Eça: D. Inês d´Eça e D. Antonia d´Eça com outros dois irmãos: Luiz Alves de Espina e Bartolomeu Luiz de Espina, filhos do capitão-mór Henrique Luiz de Espina, basco, casado com D. Elena Gonçalves de Castro. Surge então, um autêntico clã endogamigo na capitania de Ilhéus. E que dará ao Brasil um dos seus primeiros heróis: Manoel da Souza d´Eça.

MANUEL DE SOUSA D'EÇA - Um dos grandes heróis militares do Brasil, "o mais simpático personagem nos primeiros anos de colonização", dirá Capistrano de Abreu. Capitão de infantaria, grande "língua" (intérprete junto aos tupis), filho de Luís Alvares de Espina, de uma das famílias mais importantes da capitania de Ilhéus, foi nomeado Provedor da Fazenda Real da Paraíba em 1613 e logo a seguir ocupou o mesmo cargo em Pernambuco, juntamente com o de Provedor de Defuntos e Ausentes. Foi obrigado a deixar esses ofícios para participar da expedição ao Rio Amazonas, que resultou na fundação de Belém, e na reconquista do Maranhão, em que se destacou na Batalha de Guaxenduba, tomando sua vanguarda, e do Ceará ao franceses. Comandou um dos navios na expedição que fundou a capitania do Ceará e teve um reencontro com tropas francesas que desembarcaram em Jericoacoara. Provedor da Fazenda Real do Rio das Amazonas em 1616, Provedor da Fazenda Real do Maranhão em 1617, teria sido também provedor e contador na Bahia neste último ano.

Esteve preso em Portugal de 1619 a 1624, por motivos ignorados, possivelmente por desavença com Feliciano Coelho de Carvalho. Foi Capitão-Mor e governador do Pará de 1626 a 1629. Teria fundado a fortaleza de Gurupá. Novas desavenças com Feliciano Coelho de Carvalho o levaram novamente à prisão, onde morreu.


Genealogia da Família Souza d´Eça:

D. Violante d´Eça c.c. João de Araújo Souza:
1. D. Inês d´Eça, que se segue. Batizada na Sé a 3 de Setembro de 1555, padrinho o governador D. Duarte da Costa, D. Alvaro da Costa, seu filho, e D. Leonor, mulher de Simão da Gama.
2. João de Araujo de Souza d´Eça, adiante, batizado aí a 30 de Junho de 1557.
3. D. Damiana d´Eça, batizada a 5 de Novembro de 1558.
4. Jeronimo de Araujo Souza d´Eça, batizado a 13 de Fevereiro de 1563.
5. D. Antonia d´Eça.
6. D. Maria d´Eça, mulher de Gaspar Lobo de Souza, sem filhos, batizada a 20 de fevereiro de 1566.
 N. 1. D. Inês d´Eça, casou em ilhéus com Luiz Alves de Espina, filho de Henrique Luiz de Espina, capitão mór de Ilhéus, e de sua mulher D. Elena Gonçalves de Castro, e teve filhos:

1. Manoel de Souza d´Eça, que faleceu  sendo governador do Maranhão, sem filhos registrados.

https://www.nobleloaded.com Start –>

name=’description’/>

property=’fb:admins’/>

name=’twitter:site’/>

Clã dos Furtado de Mendonça

MENDOZA / MENDONÇA . Conta-se entre as mais ilustres e antigas famílias da Espanha a dos Mendozas / Mendonças, por vir dos senhores de Bisc...