quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Clã Cavalcanti


CAVALCANTI. Familia originária de Itália (Florença), que diz ter ali passado de França, antes do século XVI. Baptista Cavalcanti, ilustre fidalgo de Florença, casou com Francisca Achioli, filha de Zenóbio Achioli e de Catarina Delfini: tiveram Rodrigo Cavalcanti e Antonio Cavalcanti. O primeiro dos filhos passou a Castela, casando em Madrid, onde deixou geração nobre. Antônio Cavalcanti casou e teve Felipe Cavalcanti, que veio homiziadiado para Portugal e em Pernambuco casou com D. Catarina de Albuquerque, filha bastarda de Jerônimo de Albuquerque e de D. Maria de Arco Verde, descendendo deste matrimonio os Cavalcantis de Albuquqerque.
Há quem dê diversa ascendência a Filipe Cavalcanti, fazendo-o filho do duque Cosme de Médicis e descendente de João Cavalcanti e de Genebra Maneli.


No Brasil*

Giovanni di Lorenzo di
Filippo Cavalcanti, pai de Filippo
Cavalcanti.
A família Cavalcanti (ou Cavalcante, forma aportuguesada) é o maior ramo familiar do país, conforme Carlos Barata, autor do Dicionário das Famílias Brasileiras e presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia. O sobrenome Silva embora mais numeroso, são oriundos de famílias diferentes, enquanto os Cavalcantis descendem todos do mesmo ancestral. A considerar somente o patronímico. Os Cavalcantis, são uma ramificação dos Albuquerques no Brasil, aonde todos tem como patriarca Jerônimo Albuquerque.

Descendem de Filippo Cavalcanti, filho de Giovanni di Lorenzo di Filippo Cavalcanti, mercador de Florença, e de Ginevra Manneli. Aporta em Pernambuco em 1560,  onde se casa com Catarina de Albuquerque, filha de Jerónimo de Albuquerque e de Maria do Espírito Santo Arcoverde. Filippo torna-se o lugar-tenente de Jerônimo de Albuquerque e, tendo com Catarina, 12 filhos, 3 faleceram jovens, 1 sem sucessão, de modo que, dos 9 remanescentes, 4 se unirão a família Holanda




1. Giovanni di Lorenzo di Filippo Cavalcanti c.c. Ginevra Manneli

2. Filippo Cavalcanti c.c. Catarina de Albuquerque, f.ª de Jerônimo de Albuquerque e de Maria do Espírito Santo:
  1. Diogo Cavalcanti, morreu ainda criança.
  2. Antonio Cavalcanti Albuquerque, que se casou com Isabel de Goes, filha de Arnau de Holanda e de Brites Mendes (A Velha), C.s., o ramo varonil dos Cavalcanti Lacerda, que persistiu até o século XX. Trisavós de Leonardo Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, um dos principais expoentes da Guerra dos Mascates, representante da nobreza da terra. 
  3. Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, sem sucessão.
  4. Jerônimo Cavalcanti Albuquerque, com geração ilegítima em Portugal.
  5. Filipe Cavalcanti Albuquerque, falecido jovem.
  6. Genebra Cavalcanti c.c. seu tio, Felippe de Moura, f.º de Isabel de Albuquerque, irmã de Jerônimo de Albuquerque (o torto).
  7. Joana Cavalcantic.c.c. Diogo Rangel de Macedo
  8. Margarida de Albuquerque c.c. João Gomes de Mello, f.º de Anna de Hollanda, sua filha: Ana de Albuquerque Cavalcanti, se casará com Gaspar Acciaiuoli, dando origem ao Clã dos Accioly no Brasil.
  9. Catarina de Albuquerque c.c. Cristovão de Hollanda  de Vasconcelos.
  10. Filipa de Albuquerque c.c. Antonio de Hollanda  de Vasconcelos
  11. Brites, falecida jovem.
  12. João c.c. Brites de Sá (?)
2. Da união de Antonio Cavalcanti Albuquerque com Isabel Goes, nasce: 
  1. Isabel Cavalcanti Albuquerque, que se casa com Manoel Gonçalves Cerqueira, que concebe Antonio Cavalcanti Albuquerque.
  2. Antonio Cavalcanti Albuquerque se casa com Margarida Vasconcelos Souza, tendo como filha: Leonarda de Cavalcanti Albuquerque.
  3. Leonarda de Cavalcanti Albuquerque, se casa com Cosme Bezerra Monteiro, tendo como filho: Leonardo Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, líder dos nobres pernambucanos na guerra dos mascates.

Leonardo Bezerra Cavalcanti Albuquerque

Descendente de duas antigas famílias de Pernambuco, da aristocracia lusitana: os Bezerra e os Cavalcanti de Albuquerque. Tinha quatro irmãos comandantes de milícias, vereadores nas câmaras de Olinda e Goiana. Contudo, sem grande fortuna, nem casara com mulher rica. Ele e seus familiares plantavam cana, criavam gado e negociavam com arrecadação de impostos, para ganhar a vida. E a raiz da sua ira contra os mascates residia aí: em ter que barganhar e ser miseravelmente explorado por gente “de categoria inferior”.

Desde a expulsão dos holandeses, passara a chegar no Brasil uma legião de portugueses miseráveis. Esses sujeitos, quando não eram bêbados contumazes, recebiam fazendas (tecidos e outros apetrechos) dos seus patrícios comerciantes, para mascatear de porta em porta. E logo enricavam, abriam lojas no Recife e traziam seus parentes para trabalhar como caixeiros. Alguns até viravam mercadores de sobrado (capitalistas).

A vantagem deles residia em serem os únicos autorizados a exportar e a importar mercadorias e a financiar os agricultores. Ao final de cada safra, os senhores de engenho estavam sempre lhes devendo somas consideráveis, cobradas em dobro, no ano seguinte. Ou, então, entregavam seu açúcar a 400 réis por arroba, remetida para Lisboa por 1.400. E, não satisfeitos, esses estrangeiros passaram a subornar os governadores para ocupar os cargos públicos mais lucrativos – um privilégio que deveria ser exclusivo dos filhos da terra, segundo a lei vigente.

Então, em 1710, com a elevação de Recife à categoria de vila. Os mascates de Recife passaram a ter sua própria câmara de vereadores, não mais submetidos à Câmara de Olinda, dominada pelos nobres, assim, os mascates teriam maior poder político e controle sobre o dinheiro dos impostos.

Inconformados, Leonardo, seu irmão Manoel e seu filho Cosme foram os que mais protestaram. “Ou aquele ato era revogado”, ameaçaram, “ou havia de acabar-se o mundo”. E por isso foram presos; postos a ferros, como escravos.

O governador Sebastião de Castro, responsável pelas prisões, sofreu um atentado, escapando com vida. O atentado foi atribuído a Leonardo que: “mandara da prisão em que estava atirar à espingarda ao dito governador”. Então, dois parentes dele, os capitães das freguesias de São Lourenço e de Santo Antão, ameaçados de também serem presos, se sublevaram junto com outros nobres, derrotando tropas enviadas do Recife.

Derrotado, o governador Sebastião de Castro fugiu para Salvador. No Senado de Olinda, Bernardo Vieira de Mello propõe a instituição de uma República e a independência do Brasil de Portugal. A maioria decide por um governo interino do bispo D. Manoel, contra o qual os portugueses também se revoltaram, em junho de 1711. E a luta prosseguiu até outubro, com o cerco do Recife pelos nobres e muitos enfrentamentos no interior, até a chegada do novo governador, Felix Machado.

Trazendo um perdão geral e agindo equilibradamente, de início, Felix ganhou a confiança dos pernambucanos. Para, já em fevereiro de 1712, começar a prender centenas deles, pondo-os a ferros, além de sequestrar seus bens e despachar os líderes do levante para Lisboa. Inclusive, Leonardo Bezerra, detido pela quinta vez, junto com seu filho Cosme.

Vários, como Bernardo Vieira de Melo e seu filho André, morreram na prisão, outros, foram julgados e anistiados, em 1718. Menos Leonardo e Leão Falcão, desterrados perpetuamente para Goa, na Índia, como os principais cabeças das alterações.

De lá, contudo, os dois tentaram voltar clandestinamente para o Brasil, tendo Falcão morrido na viagem. Já Leonardo conseguiu chegar até Salvador, onde o prenderam pela sexta vez. Mas, por intercessão de um parente influente, foi solto, alegando estar cego e sob a condição de jamais voltar para sua terra.

Seu ato final de rebeldia foi uma carta enviada aos pernambucanos, recomendando que não cortassem um só quiri (madeira muito resistente) das matas. Para, mais adiante, quebrá-los nas costas dos portugueses.


Antonio Cavalcante de Albuquerque, conhecido por Antonio Cavalcante, o da Guerra; foi um dos principais chefes na guerra de libertação contra o domínio holandês. E que forçou João Fernandes Vieira a enfrentar as tropas holandesas, quando esse titubiava em fugir com sua tropa para a Bahia.

Na noite de 12 de Junho de 1645 partem furtivamente do Recife tropas holandesas com o fim de cercar as casas dos principais conjurados indigitados, que eram Antonio Cavalcante, João Fernandes Vieira e outros, todos moradores e proprietarios de diversos engenhos da freguezia da, várzea, e prende-los, para assim abortar a conspiração que, segundo a denuncia dada ao Supremo Conselho Hollandez, devia romper no dia seguinte.

Auxiliados pela escuridão da noite, os holandeses chegaram mas não encontraram Antonio Cavalcanti e os demais, que prevenidos da denuncia, se refugiaram nas matas. 

Descobertos pelos holandeses, puseram-se os revoltosos em campo, e reunidos em S. Lourenço da Matta aos 13 de Junho de 1845 no engenho de Luiz Braz Bezerra, deram o grito de revolta que restaurou o País do domínio holandês.

Três dias depois (16 de junho de 1645), dentro das matas, no oiteiro do Bezerra, fez-se a resenha nas matas, e contou-se apenas 130 homens mal armados. Daí partiu Antonio Cavalcanti, proclamado chefe, a frente do seu exército para Camaragibe, onde acampa,  afim de experdir-se comunicações aos demais conjurados, e organizar a tropa mais regularmente. 

João Fernandes Vieira, em um ato unilateral, se auto-proclamou Capitão-Mór e Governador da Guerra, e as vezes da Liberdade Divina, Antonio Cavalcanti, nada reservou para si, senão a glória de ver restaurada sua pátria. 

Antonio Cavalcante ao reunir suas tropas com as de Fernandes Vieira, se desintenderam, quando João Fernandes Vieira pretendeu executar pernambucanos que haviam atirado em traidores holandeses, a serviço da causa; e por adiar o ataque que veio a ser a batalha do Monte das Tabocas. Ali, Vieira teve que se desdizer de resoluções tomadas, no sentido da execução; aqui, ele marchou sob a pressão dos oficiais insurgentes. A situação esteve por um puxar de espadas:

“Os filhos de Portugal, assim como as tropas da Bahia e os eclesiásticos foram por Vieira, diz Frei Calado, os brasileiros, por Antonio Cavalcanti”. 

Este lance é nítido e expressivo. Quem salvou a situação, evitando a luta intestina, foi Antonio Dias Cardoso. Os pernambucanos acusavam a Vieira de evitar a luta e de procurar o caminho da Bahia. Eles não aceitavam o comando exclusivo de Fernandes Vieira, e exigiam que as ordens tivessem, também, a assinatura de Antonio Cavalcanti.

Depois da esplendida vitória nos Montes das Tabocas, o exército restaurador seguiu para o sul, unindo-se a tropas de Henrique Dias e Camarão, foi acordado entre os chefes que se destaca-se uma parte da força para o norte sob comando do capitão-mór Antonio Cavalcanti, que partiu do engenho Gurjaú, onde então acampou com uma força de 150 homens. Chegando em Iguarassú, deteve-se aí algum tempo, e depois seguiu para Goyanna, onde terminou os seus dias misteriosamente. 

As acusações contra Antonio Cavalcanti, partidas de escritores ligados a João Fernandes Vieira, mesmo a pós a morte de Antonio Cavalcanti, torna sua morte envolta em mistério.... 

Casou Antonio Cavalcante d'Albuquerque com D. Margarida de Sousa, filha de Antonio de Oliveira, natural do Reino e de sua mulher D. Leonarda de Sousa, filha de Antônio de Sousa Velho e de sua mulher Leonarda Velho, mulher do(ilegível) e das entradas dos Irmãos da Misericórdia de Olinda. E deste matrimônio de Antonio Cavalcante de Albuquerque, nasceram os filhos seguintes:

1—Antonio Cavalcante d'Albuquerque.
2— Manoel Cavalcante de Vasconcellos.
3 — Lourenço Cavalcante de Vasconcellos.
4 — João Cavalcante d'Albuquerque.
5 — D. Isabel Cavalcante, que casou com o Capitão Jeronymo Fragoso de Albuquerque, filho de Álvaro Fragosg d'Albuquerque, Alcayde mór e Capitão mór da Villa Formosa de Serinhaem, e de sua mulher D. Maria d'Albuquerque.
6— D. Leonarda Cavalcante, que casou com Cosme Bezerra Monteiro, filho de Domingos Bezerra Felpa de Barbuda e de sua mulher Antonia Rodrigues Delgado. E da sucessão deste matrimônio se escreve em titulo de Bezerras Felpas de Barbudas.
7— Antonio Cavalcante d'Albuquerque, que consta do termo de Irmão da Mizericordia de Olinda, que assignou a 27 de Maio üe 1658, que morava então na freguesia de São Lourenço e que já era casado com D. Maria de Albuquerque, filha de Jorge de Albuquerque e de sua mulher N..... da Rosa, filha de Belchior da Rosa, que vivia em Olinda em 1570, e o dito Jorge Teixeira de Albuquerque, foi filho de Jorge Teixeira e de D. Simôa de Albuquerque, filha B. de Jeronymo de Albuquerque, da qual Simôa foi Jorge Teixeira primeiro marido, porque ela foi segunda vez casada com Damião Gonçalves de Carvalhosa.

Lourenço Cavalcanti de Albuquerque; neto do florentino Filipe Cavalcanti. Foi “Superintendente da infantaria do norte com os poderes de governador, capitão e defensor da capitania de Itamaracá, capitão-mor da Paraíba e governador da cavalaria do mesmo Estado, e havendo procedido com valor nas ocasiões de peleja o fazer mais em particular em impedir as entradas e fazer as aguadas ao inimigo no presídio de Guiana, no socorro das embarcações com despesa de sua fazenda, no reencontro que teve com os holandeses no recôncavo da Bahia e noutros que lhe sucederam no Recife tomando o inimigo a vila de Olinda e assistindo depois no arraial se achar nos muitos sucessos que houve de guerra socorrendo ao capitão do campo em uma investida que o inimigo lhe fez no Recife deixar feito um forte à custa de sua fazenda, na peleja das Salinas, na junto à casa sua em muitas emboscadas da ponte da vila, e na dos Afogados obrar com resolução, e com a mesma pôr fogo ao campo em que esteve quase abrasado o inimigo, e vir a todo o risco descobrir o sítio para uma trincheira que lhe havia de dar cargas, e do trabalho do caminho adoecer gravemente, nos mais reencontros de guerra enquanto serviu, houve com os holandeses batalhas que se lhe deram se haver com tão particular valor que foi grande parte das vitórias que se alcançaram para o efeito das quais despendeu muito de sua fazenda com os cavalos e escravos e cria os com os que nelas se achava, na peleja das praias de Abray fazer retirar o inimigo ao mar com grande perda de gente, e em tudo proceder sempre com particular resolução sustentando muitas vezes a gente de guerra por sua fazenda”.

Genealogia de Lourenço Cavalcanti de Albuquerque:

1. Arnauld Florentz Boeyens Van Holand c.c. Brites Mendes de Goes Vasconcelos

2. Antonio de Hollanda de Vasconcellos c.c. Felipa de Albuquerque Cavalcanti, f.ª  de  Filippo Giovanni Di Cavalcanti c.c. Catharina de Albuquerque, f.ª de Jeronimo Albuquerque e de Maria do Arco Verde.

3. Lourenço Cavalcanti de Albuquerque c.c. Ursula Feio (Bahia)

4.1 Felipa de Albuquerque Cavalcanti

4.2 Maria Cavalcanti

4.3 Antonia Cavalcanti

2º Casamento de Lourenço Cavalcanti de Albuquerque c.c. Isabel de Lima, fª. De Antonio de Barros Cardoso e de Giomar de Mello. (Bahia)

                       4.4 Brites Francisca de Lima


Outros Clãs:


*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos familiares que advieram para o Brasil em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não registrados.

domingo, 11 de novembro de 2018

O Clã dos Carneiros


CARNEIRO. Várias origens se dão aos Carneiros: uns fazem-nos derivar dos Codes de Mouton, de França; outros que procedem de D. Lourenço Anes Carnes, de cujo apelido se teria derivado o de Carneiro; outros ainda, que seriam de Espanha, pois já no século XII existia lá o apelido. Havia, porém, a serra de Carneiro, designação antiga de uma serra perto do Porto, e uma freguesia do mesmo nome, no antigo concelho de Gestaço. O indivíduo mais antigo que se conhece com o apelido, mais provàvelmente oriundo de alcunha, é Pedro Carneiro, senhor das terras de Valdevez no tempo do conde D. Henrique, de quem procedeu a família.

ETIMOLOGIA: O nome vem do celta CAIRN- (pedras) que designa um montículo de pedras empilhadas.

No BRASIL*

A família Carneiro é originária da região do Minho, Portugal. João Carneiro Mariz chegou à capitania de Pernambuco antes da invasão holandesa. Na freguesia de São Miguel do Ipojuca, casou-se com sua prima Dona Maria de Mariz, filha de Pedro Alvez Ferreira (também de Portugal) e de D. Maria Velha Ferreira. Foi desta linhagem que procedeu a “nobre casa dos Carneiros” na capitania de Pernambuco.

João Carneiro de Mariz nasceu em 1582, em Vila do Conde, Portugal. Filho de Francisco Carneiro da Costa, Desembargador do Porto, e de Isabel de Mariz Pinheiro. Chegou em Pernambuco antes de 1630, juntamente com seu irmão José Carneiro da Costa, que em 1620 era Morgado de São Roque e Orta Grande, da dita Vila do Conde. Foi Vereador da 1ª Câmara dos Escabinos (1637/38). No começo da invasão holandesa fora um dos que mais se aproveitou dos benefícios oferecidos pelos holandeses, quando comprou o engenho Sibiró de Cima, dos holandeses, antes de propriedade de Manoel de Nobalhas y Urrea, após o êxodo de senhores de engenhos em 1635, que seguiram com Matias de Albuquerque para a Bahia. Se tornando um dos maiores devedores da Companhia das Índias Ocidentais. Foi Senhor do engenho Sibiró de Cima (restituído ao seu antigo proprietário, Manoel de Nobalhas y Urrea, com a expulsão dos holandeses); Salgado, Nossa Senhora do Rosário (do qual foi rendeiro desde antes a invasão holandesa) todos em Ipojuca. Durante a Restauração Pernambucana, tomou parte na guerra contra os holandeses, juntamente com seu irmão José Carneiro da Costa e de seu sobrinho Pedro Álvares Carneiro.

Casamento 01: Na freguesia de Ipojuca com D. Maria Quaresma, filha de seu tio Pedro Alves Carneiro e de D. Maria Velha Ferreira.
Filhos:
  1. Francisco Carneiro da Costa c.c. Ana da Costa, filha de Gonçalo Dias da Costa (primeiro senhor do eng. Pirajui/Igarassu) e de Catharina Gil.. Francisco foi sucessor de seu tio José Carneiro da Costa no senhorio da Casa e do Morgado de São Roque e Orta Grande, em Portugal, onde tomou posse por procuração. Em 08/05/1653, morava na Várzea/Recife, de acordo com uma provisão que alcançou para não ser executado por um ano pelas suas dívidas. C.g.; 
  2. Gonçalo Carneiro da Costa que sucedeu seu irmão, por procuração, no Morgado de São Roque e Orta Grande, em Portugal, que logrou por muitos anos. Foi Vereador de Olinda, de acordo com os livros da Câmara de 1680. Juiz Ordinário, em 1697. Capitão na guerra holandesa. Casou com D. Brites de Sá (viúva de Domingos de Oliveira Monteiro). irmão da Misericórdia, em 23/04/1696. S.g; João Carneiro de Mariz c.c. D. Ângela de Mello, filha de José de Albuquerque de Mello e de D. Brásia Baptista. C.g; 
  3. D. Maria Carneiro de Mariz c.c. Gaspar Pereira Castelhano; 
  4. D. Margarida Carneiro, falecida solteira; 
  5. José de Jesus, nada consta; 
  6. Manoel Carneiro de Mariz (eng. do Meio ou São Sebastião/Recife-Várzea) Vereador, em 1657, Juiz Ordinário em 1688 e 1702, e Provedor em 1704. Casado com sua prima D. Cosma da Cunha. C.g; 
  7. D. Úrsula Carneiro de Mariz c.c. Paulo Carvalho de Mesquita; Isabel Carneiro (não se sabe se realmente existiu esta filha, citada no site Geneall.pt).

Manuel Carneiro de Mariz filho de João Carneiro de Mariz, serviu na guerra contra os holandeses e foi senhor do engenho de São Sebastião da Várzea. Também serviu de juiz ordinário em Olinda, e faleceu em 1654. Dos filhos deste último: 
  1. João Carneiro da Cunha foi senhor do engenho do Meio, na freguesia da Várzea, e também foi vereador do senado de Olinda por vários mandatos; 
  2. e Manuel Carneiro da Cunha foi senhor do engenho do Brumbrum, e exerceu os cargos de capitão-mor da Várzea, depois coronel da ordenança da cidade de Olinda, onde também exerceu o cargo de juiz ordinário em 1691, e em 1711 comandou um dos três “regimentos de moços solteiros”, da freguesia de Jaboatão. Faleceu em 1713.

Manuel Carneiro da Cunha teve cinco filhas e três filhos. 
  1. Dona Francisca Monteiro casou-se com Antônio de Freitas da Silva, o qual foi mestre-de-campo nas Minas Gerais. 
  2. Sebastiana de Carvalho casou-se com Manoel Cavalcante de Albuquerque Lacerda, o qual exerceu o cargo de alcaide-mor da vila de Goiana. 
  3. Dona Cosma da Cunha casou-se com seu primo João Carneiro da Cunha, senhor do engenho do Meio. 
  4. Antônia da Cunha casou-se com Jacinto de Freitas da Silva, o qual foi senhor do engenho da Casa Forte, e também foi tenente coronel de auxiliares dos volantes. 
  5. Dona Maria Sebastiana de Carvalho “faleceu sem tomar estado”.  
  6. Manuel Carneiro da Cunha, filho primogênito, sucedeu o pai no engenho do Brum-brum, estudou em Coimbra e formou-se em Direito Canônico. Casou-se apenas após ter uma filha com Dona Antônia da Cunha. Faleceu em 1760. 
  7. Miguel Carneiro da Cunha exerceu o posto de coronel da cavalaria e de sargento-mor. Casou-se duas vezes, uma com Dona Francisca Cavalcanti; da segunda esposa não se sabe o nome. João Carneiro da Cunha, foi batizado na freguesia da Várzea na capitania de Pernambuco em 13 de outubro de 1692, serviu nos anos de 1725 e 1731, como vereador da câmara de Olinda, e também serviu no terço de infantaria de Olinda. 
  8. João Carneiro da Cunha casou-se na vila de Igarassú com Dona Antônia da Cunha Souto Maior, filha de Gonçalo Novo de Brito e de sua esposa Dona Cosma da Cunha Andrada. Deste casamento, herdou os engenhos de seu sogro, Espírito Santo e Santa Luzia do Araripe. Também exerceu o cargo juiz ordinário no Senado da Câmara de Natal, em 1718, de capitão-mor da Várzea, e posteriormente de capitão-mor da vila de Igarassú. Faleceu em junho de 1770.
A família Carneiro era um dos principais troncos no que se designou chamar “nobreza da terra”. Entre os séculos XVII e XVIII, a família Carneiro foi uma das mais abastadas de Pernambuco com a posse de cinco engenhos, a saber: São Sebastião da Várzea, Meio, Brumbrum, Santa Luísa do Araripe, e Espírito Santo.

João Carneiro da Cunha tentou criar um vínculo de morgado com os engenhos herdados de seu sogro, eng. Gonçalo Novo de Brito, eng. Santa Luísa do Araripe, e eng. Espírito Santo. Um vínculo de Morgado ocorria quando alguém instituía seus bens de forma que os mesmos não pudessem ser vendidos ou divididos. O vínculo de bens era uma tentativa do instituidor do morgado de controlar o destino dos bens da família mesmo após sua morte. O morgadio representava o esforço de perpetuação da família e da manutenção de seu patrimônio, mantendo-o indivisível.  Além dos engenhos em Pernambuco, alguns membros da família requereram sesmarias e compraram terras nas capitanias do Rio Grande do Norte e Ceará. 

Os Carneiros também perpetuaram suas posses familiares por meio dos casamentos intrafamiliares, como é exemplo o caso do engenho do Meio, herança passada a João Carneiro da Cunha, e que posteriormente passou para o filho José Carneiro da Cunha. João Carneiro da Cunha casou-se com sua prima Anna Carneiro Mesquita. Posteriormente, Cosma da Cunha, a filha de Manuel Carneiro da Cunha, casou-se com o primo José Carneiro da Cunha, filho do casal de primos referenciado. Os Carneiros também estabeleceram ligações diretas com outras famílias por meio de casamentos. Duas filhas de Manuel Carneiro da Cunha, as irmãs Dona Francisca Monteiro, e Antônia da Cunha, casaram-se respectivamente com os irmãos Antônio de Freitas da Silva e Jacinto de Freitas da Silva, filhos de João Freitas da Silva e de Dona Catarina de Albuquerque, influente família em Pernambuco.

Outra filha e um filho de Manuel Carneiro da Cunha, Dona Sebastiana de Carvalho, e Miguel Carneiro da Cunha casaram-se respectivamente com Manuel Cavalcante de Albuquerque Lacerda e Dona Francisca Cavalcante, os quais eram filhos de Jerônimo Cavalcante de Albuquerque Lacerda, capitão-mor da capitania de Itamaracá, e de sua esposa Dona Catarina de Vasconcelos

Quando da guerra dos mascates, a família Carneiro, sobretudo, Manuel Carneiro da Cunha teve intensa participação. Segundo o então governador de Pernambuco, Sebastião de Castro e Caldas (1707-1710), o coronel Manuel Carneiro da Cunha foi um dos motores do levante de Olinda contra Recife, juntamente com genros, filhos, vizinhos e amigos íntimos, moradores da Várzea. Nenhuma decisão era tomada sem o voto ou o parecer do coronel Manuel Carneiro da Cunha, e que ele: “não só era dos mais interessados nas capitulações mas o mais empenhado que todos pelo muito que deve, que pelo seu respeito, nem com sentenças lhe podem fazer execução, por não haver pessoa que se atreva a lançar nos seus bens”.

Em 1710, os senhores de engenhos organizaram as milícias de Santo Antão e de São Lourenço da Mata, com o objetivo de atacar Recife, sendo esta última milícia composta pelo terço dos soldados de Manuel Carneiro da Cunha. Que contrariou a ordem do governador de conter o levante, e antes, apoiando-lhes, de par com seu terço e abrigando-os em sua fazenda. Tendo ainda intimado o governador a se render aos membros do senado de Olinda.


Ramo: Couros Carneiro (da Bahia)

Antônio de Couros Carneiro, foi capitão-mor, e governador da capitania de Ilhéus, cavaleiro da Ordem de Cristo e senhor de engenho da ilha de Cairu, participou ativamente na resistência à ocupação holandesa na Bahia, realizou entradas no sertão, proveu bandeiras, administrou as farinhas que sustentaram Salvador, Recôncavo baiano e as armadas portuguesas da carreira da Índia.

O capitão Francisco holandês foi em outra nau a ilha de Boipeba, que é de fora da barra, e entrando pelo rio dentro até a vila do Cairu, que será de 20 vizinhos, com duas lanchas de mosqueteiros; mandou o português que consigo levava à terra, e de lá veio com ele Antônio de Couros, senhor ali de um engenho, por ser amigo do dito capitão holandês Francisco, do tempo que nesta cidade esteve preso, como dissemos no capítulo nono deste livro; o qual Antônio de Couros, depois de se saudarem com as palavras, e cerimônias devidas, se virou ao português medianeiro, chamando-lhe tredo a el-rei, e parcial dos holandeses, e logo disse ao capitão que não queria com ele paz senão guerra, e para ela o ia esperar em terra, e foi tão honrado o holandês que, ou pelo seguro da paz que lhe havia dado, ou pela amizade e conhecimento que tinham dantes, ou pelo que fosse, nem por palavras, nem por obras lhe deu ruim resposta, antes se tornou para a nau, que havia deixado no morro de S. Paulo, que é a barra daquele rio, e daí para a cidade, depois tornou ao Camamu com outra nau, e com mais lanchas e soldados, e outro português, que havia sido seu carcereiro no tempo que esteve preso, e com muitos negros dos que haviam tomado dos navios de Angola, para ver se lhos queriam trocar por vacas, porcos, e galinhas, e também por lhe não responderem ao seu propósito, se tornou só com 12 bois, que tomou do pasto do engenho dos padres da companhia, e ainda estes lhes custaram oito holandeses, que os índios mataram à flechadas, e por haver levado as lanchas de vela perderam cá a presa de um navio de Viana, que vinha da ilha da Madeira carregado de vinhos, e mui embandeirado, ao qual estando já junto das naus holandesas para tomar a vala, e deitar âncora, tiraram de uma delas duas bombardadas, o que visto pelos portugueses do navio conheceram pelos pelouros que levavam ser de guerra, e largando todo o pano ao vento, que era largo, foram correndo pela Bahia dentro, indo também a holandesa, que era a nau Tigre, após ela, porém como se deteve em se desamarrar, e largar as velas, sempre o navio lhe levou esta vantagem, a qual bastou para a seu salvo se pôr na boca do rio de Matuim, onde a nau, por ser grande, que era de 350 toneladas, e não levar lanchas, não pôde chegar  nem fazer-lhe dano.


GENEALOGIA COUROS CARNEIRO:

1. Antônio de Couros Carneiro, o velho, natural do reino de Portugal, filho de Antônio de Freitas, primo co-irmão de João de Paiva, o velho. Passou ao Brasil, e fez a sua residência na vila do Cairu. Foi cavaleiro na Ordem de Cristo, capitão-mor, e governador da gente, que mandou o governador da Bahia contra o gentio. Teve de D. Serafina de Góes, com quem se casou in articulo mortis * e legitimado por el-rei, filho:
2. Antônio de Couros Carneiro, filho legitimado do capitão-mor Antônio de Couros Carneiro, foi capitão-mor e cavaleiro da Ordem de Cristo, e casou com D. Orsula de Melo, filha do capitão Martim de Freitas de Oliva e de sua primeira mulher D. Serafina de Melo, ** foram dispensados no segundo grau de consangüinidade' em 25 de outubro de 1658, e teve filhos:
3.1. D. Inês de Melo de Vasconcelos, casada duas vezes, a primeira com Gaspar de Vargas Cirne, a segunda vez com Tomé Pereira de Meneses, filho de Gaspar Pereira de Magalhães.
4.1. Antônio de Couros Carneiro, que se segue.
 4.2. João de Couros Carneiro, adiante.
 4.3. D. Maria de Vasconcelos, ao depois.
 4.4. D. Catarina de Vasconcelos, c.c. o sargento-mor Lucas da Fonseca Saraiva. (3)
4.5. Martim de Freitas de Couros Carneiro; c.c. D. Luzia Teles de Meneses

3.2. Antônio de Couros Carneiro, c.c. D. Catarina de Souza, fª do licenciado Francisco de Araújo e de sua mulher Catarina de Góes Paes, .e  teve filhos: 8. D. Úrsula de Melo, casada com o sargento-mor Paulo de Araújo da Fonseca. 9. Ângelo de Couros, que faleceu solteiro e dois mais. Por morte deste seu marido, casou segunda vez a tal Catarina de Souza com Diogo Moniz Barreto, filho de D.-Antônia de Fonseca e de seu marido Manuel Teles de Meneses.

3.3. João de Couros Carneiro, foi coronel; e casou na vila de Camamu com D. Inácia Ribeiro de Lemos, filha do capitão-mor Bento Ribeiro de Lemos, cavaleiro da Ordem de Cristo, alcaide-mor da mesma vila, e de sua segunda mulher D. Isabel Garcez Deça, filha de Francisco Pinto, o " velho, e de sua mulher D. Maria Garcez Deça, e teve filhos, além de seis que faleceram pequenos, os mais que se seguem.
3.3.1. Francisco de Couros Carneiro, casado com D. Maurícia Moniz, filha de Antônio Moniz Cabral, (7) e de sua mulher D. Inês de Afonseca de Góes.
3.3.2. D. Isabel Garcez Deça, casou com o sargento-mor Jose Pereira Mascarenhas, natúral de Aveiro, e teve filhos:
4.1. D. Teresa Garcez Deça.
4.2. Sebastião Pereira.
4.3. Bento Ribeiro.
4.4. Félix Pereira. D. Ana.

3.3.3. Antônio de Couros Carneiro (8) casado com D. Maria.
3.3.4. D. Joana Maria da Luz, cásada com o capitão Antônio de Castro Trinxão, sem filhos.
3.3.5. Bento Bernardo Ribeiro de Lemos, foi capitão, e casou com D. ·Maria Ribeiro Deça, filha do alferes Antônio de Souza Deça, e de D. Apolônia de Moraes, sua segunda mulher; foram dispensados no terceiro grau de consangüinidade, misto com o segundo, e teve filhos:
4.1. Bernardo de Couros Carneiro, clérigo secular.
4.2. Francisco José de Lemos, que se segue.
4.3. D. Isabel Garcez Deça, que vive solteira.
4.4. Frei Bernardo de S. Bento, religioso de S. Francisco na Bahia.
4.5. D. Ana Maria de S. José, casada com Joaquim Coutinho, sem filhos.
4.6. D. Maria Bernarda do Coração de Jesus, casada com Manuel Dias.
4.7. D. Inácia Francisca do Coração de Maria, que vive solteir~.
3.3.6. D. Ana Maria, casada com Diogo da Cunha Trinxão, com filhos.
3.3.7. José Félix de Vasconcelos, casado com D. Isabel Garcez Deça.
3.3.8. D. Maria Ribeiro, mulher do coronel Francisco de Souza Deça, sem filhos.

3.4. D. Maria de Vasconcelos, casou com o licenciado Diogo Mascarenhas da Silveira, natural da cidade de Lisboa, freguesia de Nossa Senhora do Socorro, filho do capitão Luiz de Mesquita e de sua mulher D. Brites Mascarenhas, do qual foram filhos:
3.4.1. Diogo Mascarenhas de Vasconcelos, c.c. D. Ana Maria de Vasconcelos, com filhos.
3.4.2. Carlos de Azevedo de Vasconcelos, solteiro.
3.4.3. D. Felícia de Vasconcelos, c.c. Paulino Duarte Rodrigues.

3.4.3. D. Josefa de Vasconcelos, c.c. Francisco de Oliveira.


Ramo: Carneiro da Rocha (da Bahia):


1. O capitão José Carneiro de Freitas, c.c. Mariana da Rocha de Afonseca, ambos, naturais e moradores na cidade do Porto, tiveram como filhos:

2.1. Luiz Carneiro da Rocha, nasceu no Porto, e passou para a Bahia, e nela foi capitão, e c.c. Jerônima da Silva, e teve filhos:
3.1. Antônio Carneiro da Rocha, foi capitão, e casou com D. Ináda de Meneses, e teve filhos.
4.1. Luiz Carneiro de Meneses, que casou com D. Ângela de Meneses; e aí a sua descendência. Foi capitão maior.
3.2. Luiz Carneiro da Rocha, casado e morador em vila do Conde.
3.3. Jerônimo Carneiro de Freifas, que embarcou para a India, e passou daí para o grão-mogol e no serviço deste faleceu.
3.4. D. Mariana da Rocha de Afonseca, mulher do capitão Manuel de Sá Dória Ravasco.
3.5. Bernardo Carneiro da Rocha, foi capitão de cavalos, e casou com D. Guiomar de Souza, e teve filho:
4.1. Nicolau Carneiro da Rocha, casou com D. Ana de Meneses Alencastro, sua prima legítima, por ser filha de Manuel de Sá Dória Ravasco.
5.1. Inácio Carneiro da Rocha Meneses, c.c.  D. Bárbara da Rocha Souza, fª do tenente-general João da Rocha e de sua mulher D. Leonor de Souza, e teve filhos.

2.2. D. Margarida Carneiro.

2.3. D. Catarina de Afonseca.




*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos familiares que advieram para o Brasil em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não registrados.


 Outros Clãs:


sábado, 10 de novembro de 2018

O Clã dos D' Ávilas


Os Ávilas são originários da Astúrias, posteriormente, um ramo, se estabeleceu na ilha Terceira, nos Açores e, depois, a Portugal. 

Blasco Blázquez de Ávila ou Vasco Blázquez (Ximeno) de Ávila, nascido em 1194, foi um cavaleiro medieval do principado das Astúrias. Foi dele que se originou o sobrenome d’Ávila, de Ávila ou simplesmente Ávila, ao tomá-lo da cidade de Ávila, que ajudou a conquistar dos mouros.

Na antiga grafia, o nome Ávila escrevia-se sem acento (Avila) e alguns ainda mantêm esta grafia em Portugal. Ávila (com acento) é a forma mais utilizada, especialmente no Brasil. Tanto a forma “d’Ávila”, D’Ávila e “de Ávila” são sobrenomes do mesmo tronco familiar.


No Brasil*

"Os Avilas, além de se afoitarem, pessoalmente, ao mais longínquo sertão, ordenaram, sob a direção de subordinados seus, entradas de que resultariam excelentes descobertas. Muitos dos melhores bandeirantes do Sul, e outros do Norte, estiveram, ora sob o controle direto dos senhores da Torre, ora associados às expedições que estes organizaram. Acresce, para seu elogio, que os Avilas foram, antes do mais, criadores de gado, isto é, colonizadores e civilizadores por excelência. Abriram as melhores estradas do Norte. E é justo dizer-se que os seus currais tornaram-se, muitos deles, centros de capital importância econômica, sobretudo os que se disseminaram pelo S. Francisco, o rio que Capistrano chamou "condensador da população. ...". - Godofredo Filho

O primeiro integrante da família Ávila, foi Garcia de Souza D'Ávila, que chegou ao Brasil em 29 de março de 1549 com a esquadra de Tomé de Souza. Foi "feitor e almoxarife da cidade do Salvador e da Alfândega" (almoxarife era uma espécie de tesoureiro, cargo sem ordenado em espécie, recebendo apenas mercadorias e tendo apenas "os prós e percalços que lhes directamente pertencerem".) e que viria a se tornar um dos mais poderosos e ricos habitantes do Brasil.

Há fortes suspeitas de que Garcia d’Ávila era parente ou mesmo filho bastardo de Tomé de Souza, e, certamente, por isso, recebeu grandes favores e generosas doações de terras ao norte de Salvador do governador geral. Quando Tomé de Souza mandou buscar gado nas ilhas de Cabo Verde, as reses chegaram e foram distribuídas entre os colonos. Garcia d'Ávila ganhou algumas cabeças, entregou o cargo de almoxarife e foi cuidar do rebanho, que em pouco tempo se expandiu formidavelmente. Assim, rapidamente, Garcia d’Ávila conseguiu juntar um considerável patrimônio em terras e dinheiro, investindo em grandes criações de gado em Itapoá e Tatuapara (atual Praia do Forte).

Garcia casou-se com Mécia Rodrigues, porém dessa união, não deixou descendência. Teve um filho natural com uma índia, João Homem, morto no sertão. A descendência lhe foi garantida pelo neto, Francisco Dias d’Ávila Caramuru, filho de sua filha (também natural) Isabel d’Ávila com Diogo Dias, neto de Caramuru e Paraguaçu.

Francisco Dias d’Avila Caramuru se destacou nas lutas contra a invasão de Salvador pelos holandeses (entre 1624-1625) e de Pernambuco (1637). Como recompensa a Coroa concedeu-lhe novas terras, honrarias e patentes militares. As suas sesmarias se estenderam da região de Salvador até o sertão de Sergipe.

Para manter o patrimônio, os Ávila quase sempre realizavam casamento entre parentes próximos. Em 1678, uma descendente da família, também chamada Isabel d’Ávila, fugiu com Manuel Pais da Costa, o que foi um escândalo naquela época. O casal refugiou-se no Convento do Carmo de Salvador, protegido por rivais dos Ávila. Entre disputas, tentativas de anulação do casamento e reivindicação da herança por parte do casal, a situação se arrastou até 1679, quando a família organizou o casamento de Leonor Pereira Marinho, irmã da fugitiva, com o tio, Francisco Dias d’Ávila II. 


 Outros Clãs:


*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo e proeminente registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos familiares que advieram para o Brasil em épocas posteriores, ou mesmo na mesma época, porém não registrados.



sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Clã dos Albuquerques





Da família dos Meneses se originou a dos Albuquerques, uma das mais distintas de Portugal. Ao sangue esclarecido da linhagem de que proveio, juntou o de outras muito ilustres e o das casas reais de Castela e Portugal.

D. Afonso Teles de Meneses, filho de D. Telo Peres de Meneses e de sua mulher D. Gontrode Garcia de Vilamaior, foi segundo senhor de Meneses, Medelim, Monte Alegre e outras terras e o primeiro povoador de Albuquerque, vila de que também teve o senhorio. Morreu no ano de 1230 e foi sepultado no mosteiro de Palaçuelas. Casou-se duas vezes: a primeira com D. Elvira, filha de D. Rodrigo Gonçalves Girão, rico-homem e senhor da casa dos Guirões, e de sua mulher, D. Maior, de cujo matrimónio deixou descendência que seguiu o apelido Girão; e a segunda vez com D. Teresa Sanches, filha bastarda de D. Sancho I de Portugal, de quem teve D. João Afonso de Meneses, que sucedeu nos senhorios de seu pai e foi rico-homem e alferes-mor de D. Afonso III de Portugal, seu primeiro coirmão.

D. João Afonso de Meneses foi casado, mas é incerto o nome de sua mulher, pois três atribuem. Segundo o Conde D. Pecro chamava-se D. Elvira Gonçalves Girão, filha de Gonçalo Rodrigues Girão, da qual teve vários filhos que seguiram o apelido Meneses e entre eles D. Rodrigo Anes Telo de Meneses, que sucedeu a seu pai na casa e terras, e, tem tempo do Rei D. Afonso X de Castela, foi terceiro senhor de Albuquerque. Casou-se com D. Teresa Martins de Soverosa, filha de D. Martim Gil de Soverosa e de sua mulher, D. Inês Fernandes de Castro, de cujo matrimônio nasceu D. João Afonso de Albuquerque, o primeiro que usou este apelido, tirado da vila de que foi quarto senhor.

Sucedeu D. João Afonso em toda a casa de seu pai, foi muito bom cavaleiro, teve o título de Conde de Barcelos por Carta de 8-V-1298 e exercitou o ofício de mordomo-mor de D. Dinis. Fez testamento no ano de 1304. Casou-se duas vezes: a primeira com D. Teresa Sanches, filha bastarda de D. Sancho IV de Castela, de quem deixou geração, em breve tempo extinta; a segunda, com D. Maria Coronel, filha de D. Pedro Coronel, ficando desde matrimônio D. Teresa Martins, que alguns autores dizem ser filha da primeira mulher, a qual se recebeu com D. Afonso Sanches, filho bastardo de D. Dinis e de D. Aldonça Rodrigues Telha.

Castelo de Albuquerque

No Brasil *

lhes rogo e mando se amem e façam pelas cousas uns dos outros, tendo memória de mim e o tronco de onde procedem”.

Jerônimo Albuquerque.


D.ª Brites de Albuquerque,
irmã de Jerônimo de Albuquerque.
No Brasil, descendem de Jerônimo de Albuquerque (O Torto), filho de Lopo de Albuquerque e de Joana de Bulhões, era cunhado de Duarte Coelho, casado com sua irmã Brites de Albuquerque, e reputado como "O Adão Pernambucano" por sua numerosa descendência.

Recém-chegado, numa das lutas contra os índios Tabajaras, perdeu um dos olhos por uma flechada, razão do apelido de "o Torto". Ferido, prisioneiro e condenado à morte, foi salvo pela intervenção da filha do cacique Uirá Ubi (Arco Verde), chamada Muyrã Ubi (batizada Maria do Espírito Santo Arcoverde) que se apaixonou e o quis como marido. O casamento selou a paz entre os tabajaras e os portugueses.

Em 1562, em obediência a uma carta-intimação de D. Catarina de Áustria, rainha de Portugal, casou-se com Felipa de Mello, filha de Dom Cristóvão de Mello. Segundo D. Catarina, sendo ele o sobrinho de D. Afonso de Albuquerque, e descendente de reis, não deveria seguir a "lei de Moisés", isto é, manter "trezentas concubinas".

Assim se casou com Filipa de Melo, teve onze filhos legítimos, outros oito com a índia Maria do Espírito Santo, filha do cacique Uyrá-Ubi. Se registra ainda outros 5 filhos com outras mulheres, uma das quais Apolônia Pequena, mãe do seu filho Felipe de Albuquerque, citado expressamente no seu testamento. Paira dúvidas ainda sobre uma filha tida com uma de suas escrava, de nome Maria, e de uma outra, Jerônima. 

Dos oito filhos havidos com a índia Maria do Espírito Santo, todos foram legitimados posteriormente pela Coroa. Uma filha, dessa relação, Catarina de Albuquerque, se casou com o nobre florentino Felipe Cavalcanti, fundador do clã Cavalcanti, e seu filho Jerônimo de Albuquerque, que foi fundador da cidade de Natal e conquistador do Maranhão, a que juntou ao seu nome, se designando: "Jerônimo Albuquerque Maranhão".

Ainda de Jerônimo de Albuquerque, seu neto, Pedro de Albuquerque (n. 06/02/1644) foi um dos heróis da guerra holandesa. Resistiu no forte do rio Formoso, um ataque dos holandeses, onde saiu ferido por uma bala de fuzil (1633). Saiu prisioneiro dos holandeses, que o soltaram nas Antilhas, de onde seguiu para Portugal. Foi Governador do estado do Maranhão (em 13/07/1643), permanecendo no cargo até 1644, quando faleceu.

Da descendência de Jerônimo de Albuquerque originaram-se algumas das mais tradicionais famílias pernambucanas, como os: Cavalcanti, Fragoso de Albuquerque, Albuquerque Maranhão, Siqueira Cavalcanti, Pessoa de Albuquerque, etc... mesmo outras famílias que não levam o sobrenome Albuquerque tinham ascendência em Jeronimo Albuquerque, como os Cavalcanti, HollandaLins, Accioly, Moura Rolim, e Wanderley. Justificando assim o apelido de Adão Pernambucano, dado no decorrer dos séculos ao seu patriarca. Em sua segunda geração, contava 125 netos, e na terceira: 220 bisnetos! Indubitavelmente a maior família brasileira.

Não houve, naquele tempo, em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, outra família que alcançasse tal progressão. Dificilmente, as famílias de mais de 100 anos, em Pernambuco, deixarão de ter “uma gota de sangue dos Albuquerque”.
Castelo de Duarte Coelho, tido como primeiro castelo com características medievais no Brasil. Fragmento do quadro Olinda de Frans Post.

O Ramo "Albuquerque Coelho", descendentes de Duarte Coelho Pereira, donatário de Pernambuco.

Jorge de Albuquerque Coelho foi filho de Duarte Coelho Pereira, nasceu em 1539, quatro anos depois de o seu pai tomar posse da capitania de Pernambuco (Nova Lusitânia).

Em 1553, o velho Duarte foi a Lisboa, reclamar ao rei da retirada de alguns dos seus direitos de donatário. Deixando sua capitania sob os cuidados de sua esposa, D. Brites, a primeira mulher a governar o Brasil. Com ele, seguiram para Portugal seus filhos, para estudar e conviver com a nobreza lusitana. Passado um ano, sem ser recebido pelo Rei, desgostoso do tratamento recebido, no que pese, seu imenso serviços prestados a coroa, acabou falecendo. Ficando seus filhos, aos cuidados dos Albuquerque, parentes do lado materno.

Em 1560, Jorge e seu irmão mais velho, Duarte — o novo capitão-mor de Pernambuco, após a morte do pai —, ambos com vinte e poucos anos, retornaram à Pernambuco.

Jorge de Albuquerque, porém, não se demorou por aqui. Orgulhoso, logo se desentendeu com o florentino Felipe Cavalcanti, casado com sua prima Catarina, e por esse ou por outros motivos encurtou sua estada. E na volta para Lisboa, em 1565, despontou sua fama de guerreiro.

A nau Santo Antônio, na qual viajava, foi assediada por piratas franceses, com o capitão determinando pela rendição. Jorge, porém, não acatou a ordem e lutou por três dias, à frente de seis voluntários, com dois pequenos canhões, até capitular. Ante tamanha valentia e brio, foi alvo de admiração dos corsários, que lhes pouparam a vida.

Para piorar, uma enorme tempestade desabou, em seguida, e a nau Santo Antônio, depenada pelos corsários, que lhe roubaram até a bússola, quase foi a pique. Porém, com um pau de duas braças no lugar do mastro, uma velinha remendada com retalhos, o leme amarrado com tiras de couro e quase sem mantimentos, Jorge conseguiu levá-la até Portugal. E tornou-se uma celebridade quando, por ordem do então regente, o cardeal D. Henrique, a nau foi rebocada pelo rio Tejo acima, para que todos vissem “como opera a vontade de Deus”.

Duarte de Albuquerque Coelho
2º Donatário de Pernambuco
Treze anos depois, o rei D. Sebastião foi derrotado e morto na batalha de Alcácer-Quibir. Oportunidade em que tomou parte. Conta a lenda, que o rei perdeu o cavalo na luta. Então, o pernambucano lhe cedeu o seu, e, mesmo a pé, seguiu pelejando.

Ferido e aprisionado, seria adiante resgatado, à custa de muita prata; e tornou-se o terceiro donatário de Pernambuco, após a morte do seu irmão Duarte, sem contudo, nunca ter regressado, devido aos ferimentos nas pernas, não conseguiu mais andar, sem jamais voltar a Pernambuco.

Jorge casou com D. Ana de Redondo, com quem teve dois filhos, Duarte e Matias, e morreu em Portugal.
Duarte de Albuquerque Coelho, filho de Jorge de Albuquerque Coelho e de dona Anna da Silva. Nascido em Lisboa, casou-se com Joana de Castro, filha de Diogo de Castro, Conde de Basto, e presidente da junta Real de Portugal. 

Matias de Albuquerque Coelho, neto de Duarte Coelho Pereira, e filho de Jorge Albuquerque Coelho.

Matias de Albuquerque Coelho
Após a Batalha de Alcácer-Quibir, que resultou na morte do rei São Sebastião, o reino de Portugal passou as mãos de Felipe II, filho de Isabela de Portugal casada com Carlos IV de Espanha, oque unificou os dois reinos, a então União Ibérica.

Em 1620, com apenas 25 anos de idade, Matias recebeu do rei Felipe a missão de defender a capitania de Pernambuco, que fora do seu avô, depois do seu pai, e agora pertencia ao seu irmão mais velho, Duarte, que estava prestes a ser invadida pelos holandeses. E pela primeira vez, veio ao Brasil, numa esquadra de dez navios, com o posto de capitão-mor.

Os flamengos, porém, só chegaram em 1624 na Bahia, expulsos um ano depois, em 1625. Então, em 1627, Matias foi chamado de volta à Europa. Mas, em 1629, o enviaram de volta ao Brasil, devido a uma nova ameaça de ataque a Pernambuco. E, dessa vez, deram-lhe apenas uma caravela e 27 soldados. Assim, planejou uma guerra de desgaste, na qual o inimigo só teria prejuízos até desistir da empreitada ou ser expulso, tal como ocorrera na Bahia.

No dia 14 de fevereiro de 1630, os holandeses desembarcaram na praia de Pau Amarelo e, apesar da brava resistência de Matias, logo se apoderaram de Olinda e Recife. Matias se viu forçado a recuar para o Arraial do Bom Jesus, uma fortaleza erguida por ele. E impôs aos invasores a primeira derrota.

Os índios de Felipe Camarão e os guerrilheiros do capitão Rebelinho ficavam de tocaia, e davam morte a qualquer holandês que pusesse o pé fora do Recife, e assim, conseguiram confinar os holandeses nos fortes.

Sem mantimentos, sobravam os caranguejos, gatos e ratos do Recife. A falta de frutas e verduras faziam as tropas holandesas sofrerem de inúmeras doenças, como cegueira noturna e disenterias, além da perda de dentes, devido ao escorbuto.

Por fim, longe dos engenhos de açúcar, que ficavam no interior, os flamengos só se mantinham com o corso de alguma nau portuguesa ou espanhola, trafegando entre o Brasil e a Europa.

Igualmente as tropas de Matias Albuquerque sofriam de imensa penúria, não recebiam soldo, nem roupas, nem calçados. A pólvora era artigo de luxo, e até os chumbos das redes de pesca foram transformados em balas. Só a extraordinária firmeza de Matias tocava a luta adiante; inclusive, contra a vontade de alguns senhores de engenhos judeus, interessados no comércio com os holandeses.

E assim se passaram dois anos. Se os flamengos não conseguiam se apossar do interior, tampouco se retiravam do Recife, onde Matias os mantinha reclusos. Nem a chegada de Duarte de Albuquerque, seu irmão mais velho, e do Conde napolitano Bagnuolo, com tropas espanholas e napolitanas enviadas pelo rei, mudaram esse quadro.

Até que Domingos Calabar, que lutava nas tropas luso-brasileiras, trocou de lado. Com ajuda dele, os flamengos passaram também a usar táticas de guerrilha. Matias ainda resistiu por três anos até o golpe final, a tomada do Arraial do Bom Jesus.

Então, Matias baixou um decreto determinando que todos os moradores da capitania a abandonassem. Dos 150 engenhos que havia em Pernambuco, metade foi abandonada. Cerca de oito mil pessoas, homens e mulheres, jovens e velhos, seguiram com seu capitão.

No caminho, passando por Porto Calvo, o capitão-mor teve a sorte de topar com Calabar, o prendeu e o enforcou. A grande retirada, porém, desagradou profundamente Castelha, que o chamaram de volta para a Europa, onde ficou preso por cinco anos. Até que em 1640, quando da guerra de restauração, foi libertado para se tornar o herói da batalha de Montijo, que pois fim a dominação castelhana.

Alquebrado e doente, contudo, após tantos anos de guerra e prisão, em condições duríssimas, Matias de Albuquerque retirou-se da vida pública. E morreu em Lisboa, em 1647, aos 52 anos de idade, com Pernambuco pelo qual tanto lutara ainda sob o domínio holandês.



Engenho Cunhaú, que pertenceu a Jerônimo Albuquerque Maranhão. Quando da invasão Holandesa, foi palco do
horrendo episódio do massacre do Cunhaú, em que 80 brasileiros, foram imolados e mortos cruelmente sob ordens de
Jacob Rabbi por se negarem a abandonar a santa fé católica.

 Outros Clãs:



*Procuramos abordar apenas o ramo familiar mais antigo registrado no Brasil. Podendo haver outros ramos em épocas posteriores, ou mesmo da mesma época, porém não documentados. 



https://www.nobleloaded.com Start –>

name=’description’/>

property=’fb:admins’/>

name=’twitter:site’/>

Clã dos Furtado de Mendonça

MENDOZA / MENDONÇA . Conta-se entre as mais ilustres e antigas famílias da Espanha a dos Mendozas / Mendonças, por vir dos senhores de Bisc...