quinta-feira, 27 de maio de 2021

Clã dos Accioly / Achioli / Acciaiuoli


ACHIOLI.
Família florentina que se espalhou por vários estados da Europa e se diz originária dos antigos Duques de Borgonha, estes originárias da casa real de França.

Começa em Guigiliaralo, que viveu em Florença pelos anos de 1165 da era cristã e foi pai de Ricomano, o qual teve Achiolo, cujo nome na língua toscana significa “feito de aço”.

Este Achiolo, homem muito valoroso, viveu na mesma cidade, na qual exercitou os principais empregos da República, e de sua mulher teve Guidaloto Achioli, o primeiro deste apelido, que como se vê foi, de começo, patronímico. Dele nasceu Marmino Achioli, o qual vivia por 1290 e por ser “de tanta purdência e autoridade” o elegeram gonfaloneiro, cargo que equivalia a Presidente Supremo do Senado e tinha a intendência do governo de todo o território florentino. Houve por filho Donato Achioli, pai de Jacobo Achioli, casado com Bartolomeia Riciatoli ou rizoti, de quem nasceu Misser Donato Achioli, marido de Honesta Strozzu, pais de Nerio Achioli, consorciado com Helena Strozzi.

Destes últimos foi filho Pedro Archioli, que contraiu matrimonio com leonarda Neroni, pais de Nerio Achioli, casado com Alexandra Martelli, dos quais nasceu Alameno Achioli, que teve sua mulher N. Bartolini e Zenobio Achioli, chamado o Velho por diferença do filho, nascido de Maria Guarini.

Zenóbio Achioli, o moço, teve grande valor e prudência, prestou muitos serviços à igreja seguindo o partido do Papa mesmo contra a sua pátria e o príncipe, e combateu os rebeldes acompanhado por sua parentela e amigos, pelo que passou ao serviço do imperador Carlos V e depois a Espanha, onde ele lhe fez mercê de, com seus irmãos e toda a sua descendência, gozar dos privilégios e mais preeminências dos fidalgos de Castela e, bem assim, de serem tratados como senhores de título. O imperador declarou da respectiva carta, dada em Madrid a 16-I-1517, fazer esta mercê por eles provirem de sangue real e de duques, condes e mui ilustres senhores do Ducado de Florença, de França, Grécia, Veneza, Inglaterra e Espanha.

Contraiu Zenóbio Achioli, o Moço, matrimônio com D. Catarina Delphini, cuja família era das principais de Veneza.

Foram seus filhos Simão Achioli e Francisca Accioli, ambos com descendência portuguesa.

Simão Achioli passou por 1516 à Ilha da Madeira e dos bens que aí possuiu, acima da cidade do Funchal, instituiu vínculo com capela sagrada, a uqal dedidcou ao nascimento de Nossa Senhora.

O Rei D. João III lhe confirmou, por Carta de brasão dada a 27-X-1529 as armas dos Achiolis que ele justificara perante o Dr. Brás Neto, desembargador do Paço, lhe pertencerem por varonia, para o que apresentou uma carta patente selada pelo Senado de Veneza e assinado pelos Priores (ministros do Supremo Conselho) em 14-VIII-1515, na qual se mostrava uma filiação e legitimidade de nascimento, assim como a nobreza e antiguidade da família.

Morreu Simão Achioli em 1544 e se enterrou no capítulo velho do mosteiro de S. Francisco de Funchal.

Casou com Maria Pimentel Drumond, que faleceu a 12-X-1541 e era filha de Pedro Rodrigues Pimentel e de sua mulher, Isabel Ferreira Drumond, de quem deixou geração nas Ilhas e que passou em parte ao Brasil e ao Reino.

Francisca Achioli, irmã de Simão Achioli, contraiu casamento em Baptista Cavalcanti, fidalgo ilustre de Florença, de quem houve a Antonio Cavalcanti, pai de Filipe Cavalcanti que se homiziou em Portugal e casou em Pernambuco.

Palácio Acciaiuoli, em Florença
Os Achiolis produziram muitos principes soberanos, cardiais e arcebispos. Deles sairam os Grãos-duques da Toscana, do quarto dos quais, cosme de Medicis, e de sua mulher Maria Madalena de Austria, irmã do Imperador Fernando II, nasceu Pedro de Médicis, que casou em Portugal com D. Brites de Lara, filha dos duques de Vila Real, D. Manuel de Meneses e D. Brites de Almeida, sem ficar geração deste matrimonio.

O Marquês Achioli, que em 1742 só tinha uma filha para herdar a sua grande casa de Florença, convidou D. Jacinto Achioli de Vasconcelos, morador na Ilha da Madeira e descendente de Simão Achioli, para seu marido, a fim de não se extinguir a varonia, casamento esqte que se efectuou.

A forma correcta do apelido, usada em Itália, é Acciajuoli, mas que em Portugal se generalizou foi Achioli.

Tem por armas: De prata, com um leão de azul, armado e lampassado de vermelho.

Timbre: leão das armas.



Brasil:

Gaspar Acciaiuoli de Vasconcellos, filho de Zenóbio Acciaiuoli e de Maria de Vasconcelos, neto de Simão e de Maria Pimentel e Drummond, passa ao Brasil em 1618 e se casa, em Pernambuco, com Ana Cavalcanti de Albuquerque, neta de Filippo Cavalcanti — pertencente a outra nobre família florentina, os Cavalcanti, sendo também bisneta de Arnaud de Hollanda. Filippo Cavalcanti, filho de Giovanni Cavalcanti e de Ginevra Mannelli, passou a Portugal e ao Brasil munido de uma certidão de nobreza assinada pelo Grão-Duque da Toscana, Cosimo II de Medici. Tendo os Accioli ligação de parentesco, tanto em Florença como no Brasil, com os Cavalcanti.


Clã Cavalcanti-Accioly - Um Clã Italiano no Brasil:

Clã Cavalcanti-Accioly
Do consórcio de Gaspar com Maria de Vasconcelos, houveram oito filhos legítimos. Dois de seus netos: Filipe de Moura Acciaioli, filho de Zenóbio Acciaiuoli de Vasconcelos,  e  Margarida Acciaioli, filha de João Baptista Acciaioli. Ambos portanto, primos, se casam, e tem três filhos, do qual descendem os principais ramos que persistem dos Accioli.

Os Acciaiuoli se entrelaçam com os Drummonds na ilha da Madeira, quando Simone Acciaiuoli casa com Maria Pimentel e Drummond (bisneta de João Escórcio, patriarca do ramo português), e que passa, esse Gaspar Acciaiuoli de Vasconcellos, filho de Zenóbio Acciaiuoli (†1698) e de Maria de Vasconcelos, neto de Simone/Simão e de Maria Pimentel e Drummond, à Pernambuco, casando com Ana de Albuquerque Cavalcanti em 1618.

O Capitão, Zenobio Accioiuoli de Vasconcelos, liderou e rechaçou, em inferioridade numérica uma incursão holandesa em Tejucupapo, quando 40 holandeses com mais 40 tapuias, desembarcaram afim de buscarem mandioca, para fazerem farinha, faltos estavam de mantimentos no forte de Itamaracá. E com apenas 30 homens, matou 20 e feriu tantos outros, debandando o restante para suas lanchas, tornando a ilha, e deixando aos nossos o mantimento que haviam levantado e seus armamentos. Zenobio é mencionado em um outro episódio após esse, vindo em socorro ao Capitão-Mor Manoel Lopes, contra uma força de 300 holandeses, que novamente buscavam mantimentos, e que quando da sua chegada, já se encontravam embarcando derrotados.

João Baptista Achioli (1623-1677), segundo filho de Gaspar Acciaiuoli de Vasconcellos e de Ana Cavalcanti de Albuquerque, irmão de Zenobio, lutou nas duas batalhas dos Guararapes e casou-se com D. Maria de Mello.

Accioli de Vasconcelos, há dois ramos, o da Paraíba e o de Alagoas. O da Paraíba, descende de Gaspar Achioli de Vasconcelos, filho de Gaspar Acciaiuoli de Vasconcellos e de Ana Cavalcanti de Albuquerque, que foi alcaide-mor da Paraíba, e casado com D. Joana Fernandes César, filha bastarda de João Fernandes Vieira. O ramo de Alagoas, Accioly Lins, descende do coronel Francisco de Barros Pimentel (n. 1689, fal. após 1735 na Vila das Alagoas), terceiro filho homem de José de Barros Pimentel (1670) e de D. Maria Achioli/Acciaiuoli (filha de João Baptista e de D. Maria). O Cel. Francisco de Barros Pimentel (Accioly) casou com D. Antonia de Moura (fal. 1723), filha do cel. Manuel de Chaves Caldas e de outra D. Antonia de Moura. De seu filho primogênito Inácio Achioli de Vasconcelos (c. 1712 - antes de 1802), casado duas vezes e com sucessão do segundo casamento, com D. Ana da Silveira de Albuquerque, filha do cap. Antônio de Toledo Machado, descendem os dois principais ramos de nome Accioli de Vasconcelos de Alagoas, conhecidos até o século XX. Também deles provêm as famílias Toledo Accioli e Lima Accioli, entre outras. O primeiro filho de Inácio Achioli de Vasconcelos e de D. Ana da Silveira de Albuquerque, casou com D. Antônia, filha natural e legitimada do Cel. Mateus de Casado Lima, † antes de 1803. Teve, entre outros, ao filho desembargador Inácio Acioli de Vasconcelos, constituinte em 1823, e ao neto Inácio Accioli de Cerqueira e Silva, cronista e historiador. 

Do segundo filho de Inácio Achioli de Vasconcelos e de D. Ana da Silveira; Inácio Achioli de Vasconcelos (de nome homonimo ao do seu pai) casou com sua prima, D. Josefa Vieira Cavalcanti, e em segundas núpcias com D. Rosa Luzia do Bonfim, filha de Antonio de Holanda Cavalcanti de Albuquerque, parente dos Suassunas de Pernambuco. O presidente Floriano Peixoto, era neto materno de Inácio Achioli de Vasconcellos e de sua mulher Rosa Luzia. Em terceiras núpcias com D. Margarida Correia Maciel. Do segundo casamento foi filho o médico José de Barros Accioli Pimentel, casado com D. Ana Carlota de Albuquerque Mello, e netos por estes, Francisco de Barros e Accioli de Vasconcelos e Inácio de Barros e Accioli de Vasconcelos, este poeta e teatrólogo, e aquele, militar e político.

Os Nogueira Accioly, sub-ramo dos anteriores, têm importante atuação política no Ceará em começos do século XX, na crise associada ao Padre Cícero.

Genealogia do Clã Cavalcanti Acciaioli:

1. Simão Accioly c.c. Maria Pimentel e Drummond

2. Zenóbio Acciaioli c.c. D. Maria de Vasconcellos

3. Gaspar Acciaiuoli de Vasconcellos c.c. Ana Cavalcanti de Albuquerque, f.ª de João Gomes de Mello e de Margarida de Albuquerque Vasconcelos neta de Filippo Cavalcanti.

4.1. Zenóbio Acciaiuoli de Vasconcelos c.c. Maria Pereira de Moura

5.1. Filipe de Moura Acciaioli c.c. sua prima Maragarida Acciaioli

4.2. João Baptista Acciaioly c.c. Maria de Mello, f.ª de Manoel (Hollanda) Gomes de Mello e de Adriana de Almeida Lins.

5.1. Margarida Acciaioli c.c. Filipe de Moura Acciaioli, f.º de Zenóbio Acciaiuoli de Vasconcelos e de Maria Pereira Moura.

6.1. Francisco de Moura Rolim

6.2. Rosa Maria Pereira de Moura Accioly

6.3. João Baptista Accioly de Moura

sábado, 22 de maio de 2021

Clã dos Corte-Reais


CORTE-REAL. Provêm os Corte-Reais da família dos Costas, do Algarve, ignorando-se ao certo a origem do apelido, que começou em Vasco Anes da Costa, cavaleiro honrado de Tavira, no tempo de D. João I, ou em seus filhos Vasco Anes Corte-Real, GiVaz da costa e Afonso Vaz da Costa, que também o usaram, transmitindo-se à descendência dos dois primeiros, pois do terceiro não consta que a houvesse. Informam alguns autores genealógicos que Vasco Anes Corte-Real, criado e valido de D. Duarte, dele recebeu o apelido por ser muito agasalhador de pessoas, dizendo o mesmo Príncipe que a sua corte era real quando nela esava Vasco Anes. Foi alcaide-mor de Tavira e Silves, fronteiro-mor do Algarve, o primeiro que desembarcou em Ceuta com o infante e que entrou na porta de Almina.

Outros autores dizem que veio o apelido a Vasco Anes de Costa, seu pai, por este oferecido a D. João I para ir ao desafio dos Doze de Inglaterra e que, deste acontecimento, juntara às armas dos Costas a cruz vermelha, a qual trazia no escudo o cavaleiro inglês com quem se batera. Parece mais natural que o apelido tenha começado em Vasco Anes da Costa e os filhos o recebessem dele do que haver principiado em Vasco Anes, seu filho, e deste o tomassem os irmãos.

As armas dos Corte-Reais são; De vermelho, com seis costas de prata, postas 2, 2 e 2 e firmadas nos falncos; chefe de prata, carregado de uma cruz do primeiro esmalte, solta nos flancos. Timbre: um braço armado de prata, guarnecido de ouro, com lança enristada de prata, hasteada de ouro, com uma bandeira de duas pontas também de prata, carregada de uma cruz de S. Jorge de vermelho. 

Jeronimo Corte-Real, filho de Vasco Anes Corte-Real e de sua mulher, D. Joana da Silva, neto paterno de João Vaz Corte-Real e de sua mulher, Maria de abarca, bisneto de Vasco Anes Corte-Real e de sua mulher, Mor Escudeiro, e terceiro neto de Vasco Anes da Costa, o mais antigo a que nos referimos, instituiu o morgado de Vale Palma, o qual por não ter geração, passou a seu sobrinho João Vaz Corte-Real, filho segundo de seu irmão Manuel Corte-Real. Desejando Jeronimo Corte-Real que os administradores do morgado pudessem usar as armas dos Corte dos Corte-Reais sem a diferença que teriam de pôr, em virtude de o chefe da linhagem ser o sobredito seu irmão Manuel, pediu a D. João III lhe concedesse ascrescentando para ele e seus descendentes, o que o soberano fez por Carta de 22-X-1542, confirmada em 10-III-1544. O acrescentamento pedido foi uma lança com bandeira farpada e nela uma cruz, a qual os Corte-Reais traziam detrás do escudo. As suas armas ficaram assim ordenadas: De vermelho com seis costas de prata, postas 2, 2 e 2 e firmadas nos flancos e uma lança de prata, hasteada de ouro com bandeira de duas pontas também de prata carregada de uma cruz vermelha, posta em pala no meio do escudo; chefe de prata carregado de uma cruz de vermelho solta nos flancos. Timbre: um braço armado de prata, guarnecido de ouro, com lança eristadade prata, hasteada de ouro, com bandeira de duas pontas também de prata, carregada de uma cruz de S. Jorge de vermelho.

Da Carta de acrescentamento concedida a este Jerónimo Corte-Real, parece depreender-se que seu pai foi o ganhador do acrescentamento do chefe posto nas armas dos Costas, o qual originou as dos Cortes-Reais.

Não pode a alusão que ali se encontra referir-se a outro acrescentamento, pois mais nenhum se conhece e, sendo ele o chefe d linhagem, era natural que não se perdesse. Pedindo o mencionado Jerônimo por acrescentamento a lança coma  bandeira, prova-se que tudo o mais já existia nas armas paternas. Assim, se desfaz a lenda de a cruz provir do escudo do cavaleiro inglês com quem s ebatera Vasco Anes da Costa, no torneio dos Doze de Inglaterra.



GENEALOGIA CORTE-REAL NA BAHIA:


3.1.   D. Catarina Corte-Real c.c.  Afonso da França.
4.1. D. Luiza da França Corte-Real c.c. Domingos Barbosa de Araújo, f.º de Catarina Gil que era neta de Diogo Alvares (Caramuru) e de Catarina Paraguaçu, e de Gaspar Barbosa.



1. Domingos Alvares c.c.

2. Pedro Gomes c.c. Isabel da Costa Madeira, f.ª legítima de Domingos Lopes Falcato e de Ágüeda da Costa, viúva do capitão de infantaria Lázaro Lopes.

3.1. D. Maria Gomes c.c. Afonso da Franca, terceiro filho de Leonor da Franca e seu marido Manuel Gonçalves Barros foi capitão de infantaria.

3.2. Pedro Gomes da França Corte Real (não casou, mas, consta ter tido duas filhas)




sexta-feira, 21 de maio de 2021

Clã dos Ferreira


FERREIRA
. Família nobre, das mais antigas, cujos princípios não são bem conhecidos. Parece ser de origem castelhana e o seu solar a vila de Ferreira, no Reino de Castela, hoje chamada Herrera de Rupisverga, na entrada da terra de Campos.

A pessoa mais antiga deste apelido mencionada pelos genealogistas‚ D. Álvaro Rodrigues Ferreira, rico-homem de Leão, que vivia por 1170, senhor de Meilas, hoje Mancilhe de la Serra, em Castela-a-Velha, o qual se diz ter sido meirinho de Leão.

Parece que, de sua mulher, teve D. Rodrigo Álvares Ferreira, que foi senhor do solar da vila de Ferreira e chefe da família dos Herreras, D. Fernando Álvares Ferreira e D. Teresa Álvares Ferreira, mulher de D. Sancho Nunes de Barbosa.

D. Fernando Álvares Ferreira, supra citado, viveu em Portugal no Paço de Ferreira, situado na freguesia de S. João de Eiris, concelho de Aguiar de Sousa, e serviu o Rei D. Sancho I, de quem foi rico-homem, e dele recebeu em mercê muitos herdamentos no referido concelho.

Do seu matrimónio nasceram filhos, dos quais provêm os Ferreiras, de Portugal.

Etmologia: sobrenome tomado do lugar de Ferreira, na Freg.ª de S. João de Eyris, Concelho de Aguiar, comarca do Porto, Província do Minho, Portugal. Do latim ferraria, mina de ferro. 


Brasil: 

O Clã da Família Ferreira em São Paulo:

O Capitão-Mor Jorge Ferreira, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, veio para o Brasil, na Capitania de São Vicente, como lugar-tenente do donatário Martim Afonso de Souza, se estabelecendo em Itapema [1566-69]. Deixou numerosa descendência do seu casamento com Joana Ramalho, filha de João Ramalho – dos maiores patriarcas de São Paulo e do Brasil. 

Capitão Mor Jorge Ferreira: Jorge foi Cavaleiro Fidalgo da Casa Real. Veio para o Brasil em 1530, com a expedição colonizadora de Martim Affonso de Sousa. Foi nomeado Capitão-Mor e Ouvidor da Capitania de Santo Amaro. Casou-se antes de 1540, no Brasil, com JOANNA RAMALHO, filha do português JOÃO RAMALHO e da índia BARTYRA (M'BICY), batizada com o nome cristão de Isabel Dias. Em 1545, Jorge Ferreira, juntamente com outros habitantes da Ilha de Guaibê, fundaram ali uma vila, edificando uma capela dedicada a Santo Amaro. Quando então, a ilha tomou o nome de Ilha de Santo Amaro, onde hoje é a cidade do Guarujá. Exerceu por duas vezes (de 1556-58 e de 1567-72) o cargo de Capitão-Mor da capitania de São Vicente, lugar-tenente de seu donatário Martim Afonso de Sousa. Em 1557, reedificou a Fortaleza de São Felipe, em Bertioga, que havia sido construída por Martim Afonso de Sousa e, destruída pelos Tamoios. Construiu o primeiro caminho ligando São Vicente a Itanhaém. Em 1565, seguiu para o Rio de Janeiro em companhia de Estácio de Sá, tomando parte na fundação da cidade. Em 10 de Maio de 1566, recebeu uma sesmaria na capitania de Santo Amaro. Na carta de doação, o Capitão-mor Antônio Rodrigues de Almeida, faz constar que Jorge Ferreira era "pessoa nobre". Auxiliou o Capitão-mor Jerônimo Leitão a combater os Tamoios, aliados dos invasores franceses, em Cabo Frio. Recebeu uma sesmaria na capitania do Rio de Janeiro, e mudou-se para essa cidade. Jorge faleceu em 1572, no Rio de Janeiro, "em idade avançada". Hans Staden, que, na época, era prisioneiro dos tamoios, presenciou a morte do filho de Jorge Ferreira, de nome homonimo, que havia sido capturado pelos tamoios: "Entre aqueles que foram assados ainda nessa noite encontravam-se também dois mamelucos, ambos cristãos batizados. Um deles era português; chamava-se Jorge Ferreira, filho de um comandante que o tivera com uma selvagem". Para melhor esclarecer, o mameluco, Jorge Ferreira (II), a que se refere Hans Staden, não era propriamente filho de uma selvagem, mas sim, neto, seu pai Jorge Ferreira (I) casou-se com Joana Ramalho, filha de João Ramalho, que a tivera com Bartira, batizada como Isabel Dias. 


Clã Pires Ferreira de Pernambuco:

Um dos principais ramos atuais da família Ferreira em Pernambuco, advem de Domingos Pires Ferreira, português, que se casa com Joanna Maria de Deus Correia Pinto, com quem tem 14 filhos. Dentre os quais se destaca João de Deus Pires Ferreira, que irá ter ativa participação na Revolução Pernambucana de 1817, junto com seu sobrinho Domingos Malaquias de Aguiar Pires Ferreira, primeiro Barão de Cimbres, e que se casará com sua prima Joaquina Angélica Pires Ferreira, filha de João de Deus. Outros filhos de Domingos Pires Ferreira que tomaram parte na Revolução de 1817, foram: Joaquim Pires Ferreira e Gervásio Pires Ferreira.

JOÃO DE DEUS PIRES FERREIRA, n. 1759 na freguesia de São Frei Pedro Gonçalves, no Recife, f. ??-04-1821, tb. no Recife. Cursou filosofia (1776) e matemática (1778-81) na Universidade Coimbra. Era amigo pessoal e contraparente, além de contemporâneo em Coimbra, do reverendo doutor Antônio Pereira de Sousa Caldas, grande orador e poeta sacro brasileiro, (n. 24-11-1762 no Rio de Janeiro, f. 02-03-1814 tb. no Rio de Janeiro). Em 1790, Antônio Pereira de Sousa Caldas escreveu uma obra singular que viria a ser publicada somente em 1821 e que Antônio Candido chamou de Carta Marítima. Dirigida a João de Deus Pires Ferreira. João de Deus Pires Ferreira foi administrador da estiva da Alfândega de Pernambuco. Desde 1786, com um colega da Universidade de Coimbra, o cônego Bernardo Luiz Ferreira Portugal, lutou para libertar a pátria do despotismo da Coroa, assim como lutou para reformar a escravidão no Brasil. Ilustríssimo pernambucano, participou da Revolução Pernambucana de 1817 com seus irmãos Joaquim e Gervásio Pires Ferreira. Esteve preso durante três anos na fortaleza da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, e posteriormente nos cárceres da Bahia. Enfermo, em 10-12-1820 recuperou a liberdade, vindo a falecer pouco depois, em abril de 1821. Casou-se no Recife com ANGÉLICA JOAQUINA ROSA.

DOMINGOS MALAQUIAS DE AGUIAR PIRES FERREIRA - 1º BARÃO DE CIMBRES, n. 03-11-1788 no Recife, f. 10-12-1859 no Recife. Recebeu o título de 1º barão de Cimbres em 21-10-1853. Estudou humanidades no Seminário de Olinda. Matriculou-se em matemáticas na Universidade de Coimbra em 01-10-1807; interrompeu os estudos quando da invasão napoleônica em Portugal, em 1808. Participou da Revolução Pernambucana de 6 de março de 1817 ao lado de seus tios João de Deus, Joaquim e Gervásio Pires Ferreira. Em 1817 foi enviado aos Estados Unidos para compra de armas para a Revolução Pernambucanao. Com o fracasso da revolução, permaneceu ali durante algum tempo e mais tarde seguiu para Paris, onde se graduou em Ciências Naturais. Com a Revolução Pernambucana de 1821, foi nomeado deputado às cortes de Portugal já em 1821. Indicado presidente da província de Alagoas em 1823, recusou o cargo. Deputado pela província de Pernambuco na primeira legislatura, em 1826-29. Vice-presidente da província de Pernambuco em 1842 e 1848. Comendador da Imperial Ordem de Cristo. Oficial da Imperial Ordem da Rosa. Grande do Império. 1º BARÃO DE CIMBRES por decreto de 21.10.1853. Em sua homenagem existe no Recife, no bairro da Boa Vista, a Avenida Conselheiro Aguiar. 

Filho de Maria do Sacramento Pires Ferreira (n. c. 1760 na freguesia de São Frei Pedro Gonçalves, no Recife, f. tb. no Recife) e de José Estevão de Aguiar (n. 1761 em Lisboa, f. 27-09-1820 no Recife; comerciante). Sobrinho materno de Gervásio Pires Ferreira (n. 26-06-1765 no Recife, f. 09-03-1836 no Recife) e de Genoveva Perpétua de Jesus Caldas. Neto materno de Domingos Pires Ferreira (n. 1718 em Portugal, f. no Recife; importante comerciante no Recife) e de Joanna Maria de Deus Correia Pinto (n. no Recife, f. tb. no Recife). Primo de Caetana Cândida Gomes, casada com Manoel José da Costa, barão das Mercês. Primo de Thereza Portella de Souza Leão, casada com José Pereira Vianna, 2º barão da Soledade. Domingos Malaquias de Aguiar Pires Ferreira deixou um testamento feito no dia 11.10.1852, com casas no Recife, escravos, peças de ouro, as benfeitorias do engenho Algodoais e etc. (1º. Cartório de Órfãos do Recife, Maço 9, Letra B). Casou-se em 03-07-1820, no Recife, com sua prima legítima JOAQUINA ANGÉLICA PIRES FERREIRA, no Recife, f. 07-05-1868 no Recife. Testemunhas de casamento: Joaquim Pires Ferreira, tio dos nubentes e do Coronel José Carlos Mayrink da Silva Ferrão, este casado com Joanna Maria de Deus Gomes, prima legítima dos nubentes. Filha de João de Deus Pires Ferreira (n. 1759 no Recife, f. tb. no Recife; advogado formado em Coimbra em 1788; participou da Revolução Pernambucana de 1817) e de Angélica Joaquina Rosa. Neta paterna de Domingos Pires Ferreira (n. 1718 em Portugal, f. no Recife; importante comerciante no Recife) e de Joanna Maria de Deus Correia Pinto (n. no Recife, f. no Recife). Prima de Caetana Cândida Gomes, casada com Manoel José da Costa, barão das Mercês. Prima de Joaquina Pires Machado Portella, casada com Ignacio Joaquim de Souza Leão, barão de Souza Leão. Prima de Thereza Portella de Souza Leão, casada com José Pereira Vianna, 2º barão da Soledade. 

Genealogia dos Pires Ferreira em Pernambuco:

1. Maria Gonçalves Ferreira c.c. Domingos Pires do Penedo

2. Domingos Pires Ferreira (*1718, Portugal) c.c. Joanna Maria de Deus Correia Pinto (*Recife-PE)

3.1. João de Deus Pires Ferreira (n. 1759 - f. 1821 – Recife-PE) c.c. Angélica Joaquina Rosa

4.1. Joaquina Angélica Pires Ferreira c.c. com seu primo, Domingos Malaquias de Aguiar Ferreira.

3. Maria do Sacramento Pires Ferreira (*1760 – Recife-PE, †Recife-PE) c.c. José Estevão de Aguiar (*1761, PORTUGAL, †1820, Recife-PE)

4.1. Domingos Malaquias de Aguiar Pires Ferreira (n.1788, Recife-PE, f. 1859, Recife-PE) c.c. sua prima, Joaquina Angélica Pires Ferreira (n. Recife, f. 1868, Recife-PE), f.ª de seu tio, João de Deus Pires Ferreira c.c. Angélica Joaquina Rosa.

5.1. Maria do Sacramento de Aguiar Pires Ferreira

5.2. João de Deus Aguiar Pires Ferreira (1827)

5.3. João de Deus Aguiar Pires Ferreira (1833)

4.2. José Thomaz de Aguiar (1795)

4.3. Francisco José Germano de Aguiar Pires Ferreira (1790)


 Outros Clãs:

segunda-feira, 8 de março de 2021

Clã dos Cabrais


CABRAL. Família antiga cuja origem se ignora. O mais antigo do apelido de que se encontra menção é Pedro Anes Cabral, porteiro e resposteiro-mor de D. Afonso III no ano de 1271. Os Cabrais principiaram a tornar-se mais conhecidos na história com o bispo da guarda D. Gil Cabral e com Álvaro Gil Cabral, que se recebeu com a filha única e herdeira de Diogo Afonso de Figueiredo e de sua mulher, Constança Rodrigues Pereira, esta terceira neta por bastardia de D. Afonso III. Daquele matrimonio nasceram filhos, continuando na sua linha primogênita o senhorio de Azurara e a alcaidaria-mor de Belmonte.

De Álvaro Gil Cabral e sua mulher foi terceiro neto Pedro Álvares Cabral, o navegador, e Diogo Fernandes Cabral, o qual teve de Maria de Macedo a Jorge Dias Cabral, que serviu o Imperador Carlos V nas guerras de Napoleão, na companhia do grande capitão Gonçalo Fernandes de Córdova, que, pela sua muita valentia, o escolheu para, com mais dez espanhóis, entrar em combate com igual número de franceses. Pelos actos de valor que praticou deu-lhe o imperador novas armas, que D. João III lhe confirmou em 22-VII-1530.

As armas que usam os desta linhagem são: De prata, com duas cabras de púrpura, uma sobre a outra. Timbre: uma das cabras.

História: Não se conhecem as verdadeiras origens desta família, embora seja muito plausível que constitua um ramo da antiga linhagem dos "de Baião". Quanto ao apelido adotado, é verossímil que seja derivado de alcunha, nascida das armas usadas.

É possível traçar-se documentalmente esta família a partir do bispo da Guarda D. Gil Cabral e de Álvaro Gil Cabral, que teve o senhorio de Azuzara e a alcaidaria-mor de Belmonte, bens e cargo herdados pela sua linha de descendência primogénita e varonil.

Foi aquele Álvaro Gil trisavô de Pedro Álvares Cabral, o navegador e descobridor do Brasil.

A um sobrinho direito de Pedro Álvares Cabral, Jorge Dias Cabral concedeu o Imperador Carlos V, em recompensa dos seus serviços militares prestados durante a guerra da Flandres, novas armas.

Pouco se sabe ao certo a respeito da vida de Pedro Álvares Cabral antes ou depois da viagem que o levou a chegar no Brasil. Acredita-se que tenha nascido em 1467-68, 67 é o mais provável, em Belmonte.

Foi batizado como Pedro Álvares de Gouveia e, só anos mais tarde, supostamente após a morte de seu irmão mais velho em 1503 começou a usar o sobrenome do pai. Foi um dos cinco filhos e seis filhas de Fernão Cabral, Fidalgo do conselho, 1 º regedor das justiças da Beira (1464), adiantado-mor da Beira (1464), Coudel-mor do Reino, alcaide-mor de Belmonte. Senhor de juro e herdade de Belmonte, de Azurara da Beira e de Manteigas, e de Isabel Gouveia, filha de João, senhor de Gouveia. De acordo com a tradição familiar, os Cabrais eram descendentes de Carano, o lendário primeiro rei da Macedónia. Carano era, por sua vez, um suposto descendente de sétima geração do semideus grego Hércules. Mitos à parte, o historiador James McClymont acredita que outro conto familiar pode conter pistas para a verdadeira origem da família Cabral. Segundo essa tradição, os Cabrais derivam de um clã castelhano chamado Cabreiras que possuía um brasão similar. A família Cabral ganhou destaque durante o século XIV. Álvaro Gil Cabral (trisavô de Cabral e um comandante militar de fronteira), foi um dos poucos nobres portugueses a permanecer fiel ao rei D. João I durante a guerra contra o rei de Castela. Como recompensa, D. João I presenteou Álvaro Gil com a propriedade do feudo hereditário de Belmonte.

O brasão de armas de sua família foi elaborado com duas cabras roxas em um campo de prata. Roxo representa fidelidade e as cabras derivam do nome de família. No entanto, apenas seu irmão mais velho tinha o direito de fazer uso do brasão da família.

Armas - São suas armas: de prata, duas cabras de púrpura sotopostas. 

Timbre: uma das cabras do escudo.

De Jorge Dias Cabral, concedidas pelo imperador Carlos V: São suas armas: de vermelho, quatro lanças de ouro, hasteadas do mesmo e dispostas em pala, acompanhadas em chefe por uma espada de prata, posta em faixa. Bordadura cosida de verde, carregada de quatro manoplas e coxotes de parta, acantonados, e de quatro adagas de prata, guarnecidas de negro, postas no alto e nos flancos. 

Timbre: pescoço e cabeça de cavalo de prata, freado de vermelho, quatro vezes ferido do mesmo e cuspindo sangue pela boca.

Castelo de Belmonte, em Beira-Alta, Portugal.

Brasil:

Clã dos Cabrais (São Paulo):

Tem como patriarca em São Paulo o capitão Manoel da Costa Cabral, natural da ilha de São Miguel nos Açores, descendente da ilustre casa do senhor Belmonte. Casou pela 1.ª vez na vila de Mogi das Cruzes com Francisca Cardoso, († em 1655 em Taubaté), f.ª de Gaspar Vaz Guedes e de Francisca Cardoso, com quem teve 9 filhos, 3 dos quais se casaram na família Leme; 2.ª vez casou com Maria Vaz, com quem teve um filho. Faleceu o dito capitão em 1659 em Taubaté, onde havido se estabelecido.

1. Capitão Manoel da Costa Cabral, natural de São Paulo, foi importante e prestimoso cidadão em Taubaté onde teve as rédeas do governo, ocupando o cargo de juiz de órfãos em 1668; foi potentado e abastado em bens e teve o caráter de um verdadeiro pai da pátria; casou-se com Anna Ribeiro de Alvarenga, natural de S. Paulo, f.ª de Francisco Bicudo de Brito e de Thomasia de Alvarenga; faleceu em 1709 e sua mulher em 1716 em Taubaté, e teve 7 f.ºs:

2. Maria Cardoso Cabral casou em 1642 em São Paulo com o capitão Antonio Vieira da Maia, natural da vila de Guimarães, viúvo de Izabel da Cunha. Teve 5 filhos :

3. Domingos Velho Cabral foi casado com Anna Leme da Silva e faleceu em 1662 em Guaratinguetá, com quem teve 4 filhos:

4. João de Arruda Cabral

5. Francisca Romeiro Velho Cabral foi casada com o capitão Antonio Bicudo Leme, o Viasacra, falecido com testamento em 1716, de quem foi a 1.ª mulher, f.º de Braz Esteves Leme e de Margarida Bicudo de Brito

6. Gaspar Velho Cabral acompanhou, a suas expensas, e fez parte do exército de paulistas que, sob as ordens do governador Estevão Ribeiro Bayão Parente, em 1671 foi em socorro à Bahia contra os bárbaros gentios daqueles sertões. Foi casado com Anna Ribeiro f.ª de João Delgado de Escobar, falecido em 1675 em Taubaté, e de sua mulher Domingas Lobo. Não consta ter deixado geração.

7. Lourenço Velho Cabral foi natural de Mogi das Cruzes e casado com Maria dos Reis Freire, natural de Guaratinguetá, f.ª de Gomes Freire de Oliveira e de Maria Leme Bicudo.

8. Anna Cabral casou-se em 1638 em S. Paulo com o capitão Domingos Luiz Leme f.º de Antonio Lourenço e de Marina de Chaves, naturais de Guaratinguetá:


Família Cabral no Rio de Janeiro:


GENEALOGIA CABRAL
(Rio de Janeiro):

Gaspar Cabral (N. 1620, casado por volta de 1659) c.c. Maria Ribeiro (*1639)

1.1 Mariana Cabral, nascida por volta de 1660 (em Lisboa, segundo o gênere de Lourenço Moreira) e casada por volta de 1680 com o capitão mor Francisco Gomes Ribeiro, nascido pelos anos 1650 na freguesia de Santa Ana da Carnota (Portugal).

2.1 Cecília da Silva, batizada no Rio de Janeiro a 20 de junho de 1681 (Candelária, 2º, 74) e casada na casa de seu pai a 3 de novembro de 1701 (Candelária, 2º, 13) com o capitão Antônio Correia Pimenta, de Viana do Castelo, arcebispado de Braga (Portugal), filho de Manuel Francisco Pimenta (natural da freguesia de Crestelo, termo de Barcelos, Portugal) e de Cecília Correia (natural da freguesia de Santo Estêvão da Faxa).

2.2 Inês da Silva, batizada no Rio de Janeiro a 17 de dezembro de 1682 (Candelária, 2º, 79) e ali casada em casa de seu pai em 3 de novembro de 1701 (Candelária, 2º, 13v) com Miguel Gonçalves Portela, nascido em Santa Maria de Canedo, Celorico de Basto, arcebispado de Braga (Portugal), filho de José Miguel e de Maria Martins.

2.3 Helena da Silva, batizada no Rio de Janeiro a 5 de agosto de 1684 (Candelária, 2º, 86) e ali casada na casa de seus pais no dia 3 de novembro de 1701 (Candelária 2º, 13) com Gaspar Soares de Castro, natural de São Tiago de Fontão, arcebispado de Braga (Portugal), filho de André Fernandes e de Joana Soares de Castro.

2.4 Inácia Gomes, batizada no Rio de Janeiro a 23 de janeiro de 1686 (Candelária, 2º, 90) e casada no dia 29 de outubro de 1701 (Candelária, 2º, 13) com Francisco de Lucena Montarroio, filho de Diogo de Montarroio de Lucena e de Esperança de Azevedo. Com geração.

2.5 Isabel de Souza, casada com João Werneck.

          O casal vivia do comércio no Pilar do Iguaçu, quando se mudou para a freguesia de N. Sra. da Conceição, São Pedro e São Paulo (hoje Paraíba do Sul, RJ) e dali para a de N. Sra. da Piedade da Borda do Campo (hoje Barbacena), em Minas Gerais.



segunda-feira, 1 de março de 2021

Clã dos Barbosas / Barbozas











BARBOSA. O primeiro que se encontra com este apelido é D. Sancho Nunes de Barbosa, que fez a Quinta da Barbosa, na terra do mesmo nome, da qual se chamou. Fica a referida quinta, solar da família, a três léguas da cidade do Porto, na freguesia de S. Miguel de Rãs, que pertencia ao mosteiro de Cete, distando meia légua do de Paço de Sousa e uma do rio Douro. D. Sancho Nunes de Barbosa era filho do conde D. Nuno de Cellanova e irmão do Conde D. Gomes Nunes de Pombeiro; neto paterno do conde D. Teobaldo Nune, um dos mais ilustres e valorosos cavaleiros do tempo de D. Bermudo II de Leão; bisneto, por esta via, de D. Nuno Guterres e de sua mulher a Condessa D. Velasquita, sobrinha-neta de Santa Aldara; terceiro neto, por varonia de D. Guterre Mendes, Conde de Tui e do Porto, governando desde o Porto até Águeda, e, também Conde de Cellanova e senhor da vila de Salas, muito estimado na Corte leonesa e grande vencedor dos Mouros, casado com D. Nuno, mas S. Rosendo, aclamado bispo de Dume em 925. D. Adozinda e outros.

Foi D. Sancho Nunes Barbosa, casado com Tereza Mendes (séc. XI), filha de D. Mem Moniz de Riba Douro e D. Urraca Mendes. D. Sancho, era filho do conde D. Nuno de Cellanova e de D. Gomes Echigues, sendo esta, filha do conde D. Gomes Echigues, que dizem ser o primeiro que usou o sobrenome Souza, em Portugal.

Incidência do sobrenome Barbosa,
são majoritariamente nortenhos.
A linhagem dos Barbosas é das mais antigas da Península, entrando em todas as grandes família. D. Sancho Nunes de Barbosa ligou-se pelo casamento à Família Real portuguesa e seus filhos aos de D. Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques, e aos Sousas, Braganções e Ferreiras. Tais ligações mostram bem a categoria da família.

Embora aparentada com todas as grandes linhagens de origens anteriores à fundação da Nacionalidade, a família dos Barbosas sofreu uma grande decadência durante os séculos XIII e XIV, vindo a fixar-se a meio da escala nobiliárquica.

Etmologia: o sobrenome Barbosa, ou sua variante Barboza, é de origem toponômica, da quinta chamada de Barbosa, de que são senhores. O étimo, do feminino de um possível adjetivo barboso, derivado de barba e sufixo -oso, aplicado a terra que tivesse em abundância plantas em cujo nome entra a palavra barba (Antenor Nascentes, II, 38). 

Heráldica: De prata, com banda de azul carregada de três crescentes de ouro e ladeada de dois leões afrontados e trepantes de púrpura, armados e lampassados de vermelho. Timbre um leão do escudo, sainte.

Brasil: 

Os Barbosas são nortenhos, originários do norte de Portugal, de Entre Douro e Minho. Por ser um étimo toponômico, posteriormente, muitas famílias que vieram a imigrar para o Brasil, adotaram o sobrenome, como referência do lugar de onde provinham, sem que com isso, sejam parentes da família fundadora.

Família Barbosa no Rio de Janeiro:

No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, temos a de Bento Barbosa (n.c.1595), casado com Cristina Barbosa (Rheingantz, I, 191).

Sobrenome registrado, em 1814, pela Intendência Geral da Polícia da Corte, do passageiro espanhol, José Barboza, nobre, de passagem pelo porto do Rio de Janeiro, com destino a Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Registro de Estrangeiros, 1808, 40). 

Rheingantz registra mais 46 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVIe XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. 

Família Barbosa em São Paulo:

Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se, em Guaratinguetá, a família do capitão Diogo Barbosa do Rego, natural de Portugal, que passou ao Brasil em princípio do séc. XVI. Foi casado com Branca Raposo.

Família Barbosa em Pernambuco:

Em Pernambuco, entre outras, registram-se: a de Manuel Barboza [n.Viana], casado com Maria da Conceição de Albuquerque (Borges da Fonseca, I, 121); a de Francisco Barbosa [n.Lisboa], casado com Maria de Almeida.

Família Barbosa na Paraíba:

Na Paraíba, entre outras, registra-se a de Fructuoso Barbosa [n. Viana], que partiu de Lisboa, nomeado em 1573, como capitão-mór da capitania da Paraíba. Deixou descendência do seu casamento com Felipa Cardo. 

Francisco Fructuoso Barbosa estivera alguma vezes em Pernambuco, e carregado pau-brasil na Paraiba, no tempo das pazes, que os Potiguares fizeram, e por ter conhecimento da terra, e deles, o encarregou el-rei da conquista, dando-lhe para isso as provisões necessárias, naus, e mantimentos, e conquistando a Paraíba, a capitania por 10 anos. Chegou Frutuoso Barbosa à barra de Pernambuco no ano de 1579 em um formoso galeão, e uma zabra, e outros navios, com muita gente portuguesa, assim soldados como povoadores casados, com muitos resgates, munições, e petrechos necessários.

E em sete ou oito dias, que esteve na barra surto sem desembarcar, nem tratar do negócio a que vinha, lhe deu um tempo com que arribou às Índias, onde lhe morreu a mulher, e tornando dali ao reino partiu dele no ano de 1582, por mandado de el-rei d. Filipe, e tornando a Pernambuco.

Em Olinda, acertou com o licenciado Simão Rodrigues Cardoso, capitão-mor e ouvidor de Pernambuco, que fosse por terra com gente, e ele com a que trazia, e outra muita que da capitania por serviço de el-rei se lhe ajuntou, por mar, o qual chegando a boca da barra da Paraíba com a armada que trouxe, e alguns caravelões, entrou pelo rio acima, por ter aviso de sete ou oito naus francesas, que lá estavam surtas bem descuidadas, e varadas em terra, e a maior parte da gente nela, e os índios metidos pelo sertão a fazer pau para carregá-las, e dando de súbito sobre elas queimou cinco, esbulhando-as primeiro, que foi um honrado feito, e as outras fugiram com quase toda a gente. 

Após essa vitória, alguns portugueses, saem por terra, e são surpreendidos por indíos, que matam 40, incluso o filho do capitão Frutuoso Barbosa.

O capitão Frutuoso Barbosa ficou tão cortado, e receoso deste ocorrido, que se levantou com toda a armada, e foi para a boca da barra, esperando a gente de Simão Rodrigues, que ia por terra. E quando quase estava para dali partir, sem que avista-se ninguém, chegou o licenciado Simão Rodrigues com 200 homens de pé, e de cavalo, e muito gentio, o qual no caminho da várzea da Paraíba teve um bom recontro com os Potiguares, que animados da vitória passada, vinham a braços com os nossos, mas enfim ficaram vencidos, e desbaratados, e assim chegaram os nossos à barra do rio da banda do norte com esta vitória, com que consolaram os da armada, e animados uns com outros trataram, em oito dias, que ali estiveram, os meios de se fortificarem da banda do norte, porque pareceu impossível da banda do sul, no Cabedelo, por ser mau o sítio, e não ter água, o que não fizeram de uma parte nem de outra, antes fugiram à maior pressa, por verem da banda d'além muito gentio. Dessa forma, enviaram um galeão com aviso à Sua Majestade do que se passou. 

Desesperado já Frutuoso Barbosa de tudo, se veio lograr um novo casamento, com D.ª Felipa Cárdenas, que à sombra da governação de caminho em Pernambuco havia feito para restauro da mulher e filho, que havia perdido; e assim ficou tudo como dantes, os inimigos mais soberbos, e as capitanias vizinhas a risco de se despovoarem, só os detinham as esperanças, que tinham de serem socorridos da Bahia, onde haviam mandado por procurador um Antônio Raposo ao governador Manuel Teles Barreto com grandes protestos de encampação; o qual fez sobre isto junta, e conselho em sua casa, em que se acharam com ele o bispo d. Antônio Barreiros, o general da Armada Castelhana Diogo Flores Valdez, o ouvidor-geral Martim Leitão, e os mais que na matéria podiam ter voto, e se assentou que fosse o general Diogo Flores, e em sua companhia o licenciado Martim Leitão, com todos os poderes bastantes para efeito da povoação da Paraíba.

Família Barbosa no Ceará:

No Ceará, entre outras, registra-se a de Joaquim José Barbosa, casado, por volta de 1810, com Teresa Maria de Castro (falecido 1830), com geração em Sobral.

Família Barbosa em Sergipe:

No Sergipe, registra-se Cosme Barbosa de Almeida, de origem fidalga. Capitão-Mor em Sergipe. Deixou geração do seu cas. com Helena de Castro [c.1582-], filha de Luiz Alves de Espina, patriarca de um dos ramos da família Espina, da Bahia. 

Família Barbosa no Mato Grosso:

Os de Mato Grosso, em grande parte, descendem dos irmãos Antônio, Alexandre e Inácio Gonçalves Barbosa: este, casado com Antônia Izabel Marques, moradores em Franca do Imperador, MT, em 1831, e naturais de Sabará, MG.

Família Barbosa no Rio Grande do Sul:

No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-se a de Antônio José Barbosa [c.792 - 1836], casado, em 1817, RS, com Ana Joaquina de Seixas [c.1797, RS - RS]; a de Dioniso Rodrigues Mendes, casado, c.1745, com Beatriz Barbosa Rangel, estabelecidos em Viamão, RS; e a de José Barbosa da Silva [c.1725, Porto - 1786, Rio Grande, RS], filho de José Moreira dos Santos e de Josefa Barbosa. Deixou geração de seu casamento, c.1751, Rio Grande (RS), com Páscoa do Espírito Santo [c.1725, Col. do Sacramento - 1768, Rio Grande, RS], filha de Manuel da Silva Borges, um dos troncos da família Borges, do Rio Grande do Sul.

Sobrenome de uma família estabelecida no século XIX, na Cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, à qual pertence Rafael Pedro Barboza, que deixou geração do seu cas., por volta de 1890, com Ana Leopoldina Sant’Ana.

Família Barbosa no Acre:

No Acre, cabe registrar os brasileiros Antônio Barbosa Marinho e Francisco Vilela Barbosa, fundadores, em 1883, do seringal Boca do Chandless, na região do Vale do Purus (Castelo Branco, Acreania, 164).

Família Barbosa no Rio Grande do Norte:

No Rio Grande do Norte, numerosas famílias, descendem do Cacique Estevão, da Aldeia de Natal (RN), que deixou uma filha única, havida com Rita da Estrella. Chamou-se esta matriarca riograndense do norte, Francisca Piaba de Cunhahú, que do seu casamento com o português Custódio de Brito Barbosa, semearam aquelas regiões com seus rebentos, de onde saíram os Barbosas, Silva Barbosas, Sá e Souza, alguns Souza Uchôa, Freitas e Silva, alguns Oliveira Maciel, alguns Correia de Araújo, toda a importante família Barreira, do Ceará, ligadas aos Cravos, Piquet, Nanãn, Queiroz, Ferreira do Vale, Teles de Menezes (Bahia), Saraiva, etc.

O Clã Barbosa d'Eça na Bahia:

Foi a família Barbosa uma das pioneiras na colonização da Bahia, na então Capitania de Ilhéus, na pessoa de Cosme Barboza de Almeida, que foi capitão-mór de Sergipe d'El Rey, e que se casa com D. Elena de Castro, de nobilíssima ascendencia, filha do Capitão-mór de Ilhéus Luiz Alves de Espina, de origem basca, e de D. Ignez d'Eça, descendente da casa real de Borgonha. 

Seu neto, Francisco Barboza d'Eça, casa pela primeira vez, com D. Margarida de Oliveira. Em sua segunda nupcias, se une com uma d'Eça: D. Joana Francisca d'Eça. Seu filho, oriundo do seu primeiro casamento: Manoel Barboza d'Eça,  se casa com D. Clara Eugenia Barbosa, fidalga, da família Barbosa de Vasconcellos. 

GENEALOGIA DOS D'EÇA BARBOSA NA CAPITANIA DE ILHÉUS:

N. 7. Cosme Barboza de Almeida, capitão-mór de Sergipe d'El-rei, c.c. D. Elena de Castro, f.ª de Luiz Alves de Espina e de D. Ignez d'Eça; e teve filhos:

N. 4. D. Izabel Deça c.c. Manoel Nogueiro Freire, e teve filhos:

N. 5. Francisco Barboza d'Eça c.c. D. Margarida de Oliveira, f.ª de Antonio de Oliveira Carvalhal, fidalgo, segundo neto de Antonio de Oliveira, o primeiro alcaide-mór da Bahia, e de sua mulher D. Maria de Barros, e teve filhos:

8. Antonio de Oliveira de Carvalhal, foi preso  

por umas mortes dos Farias, pai e filho, no sertão.

9. Manoel Barboza d'Eça, c.c. D. Clara Eugenia Barboza, f.ª do doutor Francisco Rodrigues de Souza e de sua mulher D. Custodia Barboza de Vasconcellos, que era f.ª de Pedro Barboza de Vasconcellos, fidalgo, e com o foro melhor que houve no Brazil.

 

Outra vez casou o coronel Francisco Barboza d'Eça com D. Joana Francisca Deça, filha de Gaspar de Barros e de sua mulher D. Jeronima Garcez, e casaram a 27 de outubro de 1698, na capela de bom Jesus do Socorro.


Outros Clãs:

https://www.nobleloaded.com Start –>

name=’description’/>

property=’fb:admins’/>

name=’twitter:site’/>

Clã dos Furtado de Mendonça

MENDOZA / MENDONÇA . Conta-se entre as mais ilustres e antigas famílias da Espanha a dos Mendozas / Mendonças, por vir dos senhores de Bisc...